Artigos Científicos

ICONGRESSO BRASILEIRO DE QUALIDADE DE VIDA DA ÁREA DA SAÚDE

UNIFESP

MARÇO DE 2007

 

 

 

 

 

 

 

RESUMOS

 

 

I CONGRESSO BRASILEIRO DE
QUALIDADE DE VIDA DA ÁREA DE SAÚDE

 

 

 

 

01

“MINHA VIDA SEM MIM”: PERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DE ÁREAS DIFERENTES  ACERCA DA SITUAÇÃO DIAGNÓSTICA.

BECKER, Elisabeth; BARBOSA, Anna Carolina C; VIEIRA; Margarete Lígia P; VELLOSO; Renata L.

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

 

A reflexão sobre a situação diagnóstica propõe questões peculiares, tanto do ponto de vista do profissional que a realiza, quanto do cliente que a vive. Tal situação envolve aspectos de natureza objetiva e subjetiva, fatores psicológicos que podem afetar as percepções do cliente e do profissional, sendo que demandam deste último particular atenção. Conhecer tais fenômenos e a maneira como determinam aspectos relacionais inerentes ao diagnóstico requer pesquisas, particularmente para equipes interdisciplinares. Neste trabalho temos o objetivo de descrever, a partir de reflexões de um grupo de pós-graduandos de curso multidisciplinar, aspectos psicológicos presentes em situação diagnóstica de paciente com câncer, empregando-se o método qualitativo para conduzi-lo. Participaram nove  alunos de um programa de pós-graduação multidisciplinar que elaboraram, para uma das disciplinas deste, um trabalho  individual, comentando o filme “Minha Vida Sem Mim”. O grupo foi constituído por alunos formados em Biologia, Direito, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Pedagogia e Psicologia. As percepções registradas para cada um deles foram submetidas à análise de conteúdo, possibilitando destacar as relações médico-paciente,  família-paciente e doença-paciente. Os dados permitiram observar que havia um compartilhamento de percepções neste grupo heterogêneo de profissionais. Assim, no que se refere às vivências do médico, destacou-se a angústia deste em comunicar o diagnóstico. Quanto à relação médico-paciente, evidenciou-se o estabelecimento de um vínculo positivo, com cooperação do médico. Sobre a relação paciente-família, patenteou-se a necessidade da paciente  manter um lugar no universo familiar. Finalizando, no aspecto paciente-doença, as percepções voltaram-se para a negação do papel de doente, com ações voltadas a rápidas mudanças.

 

PALAVRAS-CHAVE: Diagnóstico; interdisciplinaridade; relacionamento.  

 

02

QUALIDADE DE VIDA DO DEFICIENTE QUE ENVELHECE: IDENTIFICAÇÃO DE PROJETOS E/OU PROGRAMAS DESENVOLVIDOS JUNTO ÀS INSTITUIÇÕES TOTAIS E SEMI-TOTAIS. SILVA, A. C. F. S. ; DEL-MASSO, M. C. S. – Faculdade de Filosofia e Ciências – UNESP – Campus de Marília.

 

O estudo propõe a identificação dos projetos e/ou programas desenvolvidos nas Instituições Totais e Semi-totais do município de Marília-SP aos deficientes que envelhecem e investigar como elas se preparam para atuar na área do envelhecimento humano de pessoas deficientes e na promoção da qualidade de vida. Buscamos nessas instituições os serviços oferecidos aos usuários, os critérios de elegibilidade, a composição da equipe multiprofissional, com ênfase na Terapia Ocupacional. Foram eleitas 17 instituições que oferecerem atendimento aos deficientes, aos idosos e/ou aos deficientes idosos. Até o momento, foram entrevistadas, por meio de roteiro estruturado, e observadas 10 instituições. Na análise qualitativa dos dados, os resultados parciais mostraram que 50% das instituições entrevistadas prestam atendimento aos deficientes idosos e demonstram grande potencial para receber o deficiente que envelhece, seja na oferta de serviços ou de profissionais disponíveis. Porém, a maioria das instituições não acreditam estar preparadas para receber o portador de deficiência, principalmente os que passam pelo processo de envelhecimento por necessitarem de atendimento especializado e funcionários capacitados. Assim, sugerimos a inserção da Terapia Ocupacional nessas instituições, já que em apenas 10% dos locais coletados existe o profissional da área. O Terapeuta Ocupacional inserido no contexto institucional visa o envelhecimento bem-sucedido, ativo, buscando a melhoria da qualidade de vida e a ressocialização desses indivíduos com atenção especial no ser capaz, recuperando a auto-estima e minimizando as limitações decorrentes da idade ou da deficiência. Âmbitos que quando trabalhados em conjunto promovem a melhoria da qualidade de vida. Entendemos, por qualidade de vida do deficiente idoso, todos os aspectos sociais, psico-emocionais, familiares e na área da saúde, que busquem a promoção da “expectativa de vida ativa”, fornecendo uma vivência com independência funcional, participação cidadã e social e melhora na saúde física, cognitiva e emocional. Quando se pensa em qualidade de vida, pensa-se em dignidade, em respeito à pessoa, em possibilidade de autonomia e controle sobre a própria vida.

Palavras-chave: Qualidade de vida, deficiência e envelhecimento humano.

Apoio: FAPESP


03

Contribuição do psicólogo no atendimento de pacientes sem possibilidades terapêuticas no contexto hospitalar

LIMA Maria Del Carmen Garcia; PENNACHIN Flávia; OLIVEIRA Regina Lucia

Hospital Nossa Senhora da Penha

 

O termo pacientes sem possibilidades terapêuticas vem substituir o termo paciente terminais, com o objetivo de possibilitar intervenções que abrandem a proximidade da morte. Ainda que não haja recursos terapêuticos capazes de preservar a vida, torna-se imprescindível a existência de um atendimento voltado ao processo de desligamento deste paciente e de seus familiares. No que se refere aos pacientes sem possibilidades terapêuticas, é possível ponderar que proporcionar qualidade de vida significa propiciar um espaço para entrar em contato com a morte. Para tanto, o psicólogo dispõe de conhecimentos técnicos que podem contribuir. Diante de tal demanda, foi elaborado um projeto de intervenção que permitisse a reflexão acerca da atuação do profissional de psicologia no processo do morrer e sua contribuição para a qualidade de vida de uma pessoa durante este processo. Como seria possível contribuir com um paciente diante da morte, que se recusa a falar sobre esta? De que maneira o profissional de psicologia poderia manejar a eventual sensação de impotência e transformá-la em estratégia de ação?A metodologia adotada foi a observação participativa, uma vez que se refere à situação de atendimento psicológico durante o período de internação do paciente no hospital. Deparar-se com uma situação onde a morte é omitida pelo paciente e por seus familiares traz uma sensação de descontextualização, inoperância e impotência. Entretanto, à medida que estas sensações são elaboradas e superadas pelo analista, surge a possibilidade de pensar novas formas de intervenção que permitam ao paciente uma oportunidade de entrar em contato com a finitude. Em relação ao profissional de psicologia, abre-se um caminho para que este atue em direção ao estabelecimento da qualidade de vida no processo de morrer.

 

Palavras-chave: qualidade de vida, morte, psicologia.

 

04

ENVELHECIMENTO E DOENÇAS CRÔNICAS: CONSEQUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA.

Alberte Souza Pinto Josiane; Guariento Maria Elena.

Depto. Psiquiatria e Psicologia Médica e Depto de Clínica Médica – Faculdade de Ciências Médicas  UNICAMP – Campinas – São Paulo – Brasil.

 

Objetivo: Avaliar a interferência da doença crônica sobre a qualidade de vida  de idosos do ambulatório de geriatria paciente do SESC.

Metodologia: 84 indivíduos com idade entre 60 á 80 anos.Os instrumentos foram: entrevista sócio-demográficos, diagnóstico da doença e numero de medicamentos ingeridos por dia e Whoqol- bref.

Resultados: idosos do SESC 69,71 anos; no AG 70,72 anos;(p=0.001).Em relação ao sexo, 76,3% do SESC e 58,7% do AG eram mulheres. 67,3% do AG eram casados ou viviam com um companheiro; no SESC, 55.2% eram viúvos ou viviam sós (p=0.037).39,4% do SESC tinham apenas o ensino fundamental contra 72,0% do AG;16,2% do AG eram analfabetos, não verificado no SESC (p< 0.001).Comparando os grupos, a renda mensal do SESC foi de 5,03 salários-mínimos e do AG foi de 1,9 salários-mínimos(p<0.001).

Doença crônica, obteve-se: 18,4% do SESC e 28,2% do AG - diabetes; 52,6% do SESC e 63.0% do AG - cardiopatia; 18,4% do SESC e 43,4% do AG - hipertensão (p=0.014); 21,5% do SESC e 34,7% do AG - dores generalizadas; 34,2% do SESC e 69,5% do AG - depressão (p<0.001).Medicamentos: 13,1% do SESC e 2,1% do AG não tomavam nenhum medicamento; 34,2% do SESC e 8,7% do AG tomavam 1 medicamento / dia (p=0,004); 28,9% do SESC e 30,4% do AG tomavam mais que 3 medicamentos / dia; 21,0% do SESC e 58,7% do AG tomavam mais que 6 medicamentos / dia (p<0.001).

Whoqol-bref – Sesc domínio físico 69.64;domínio psicol 70.83;domínio social 75.00;domínio ambiental 68.75.  Amb. Geriatria domínio físico 48.21 (p<0.001); domínio psicológico 58.33 (p<0.001);domínio social 66.67; domínio ambiental 53.13 (p<0.001). Conclusão: Os idosos com pior situação social e econômica apresentam um perfil clínico mais comprometido.

 

Palavras Chaves: Idoso, Doença Crônica, Qualidade de Vida.


05

ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E SUAS RELAÇÕES COM A QUALIDADE DE VIDA NA VELHICE

Alberte Souza Pinto Josiane; Guariento Maria Elena.

Depto. Psiquiatria e Psicologia Médica e Depto de Clínica Médica – Faculdade de Ciências Médicas  UNICAMP – Campinas – São Paulo – Brasil.

 

Objetivos:Avaliar a qualidade de vida de idosos em um ambulatório de geriatria comparativamente à idosos que freqüentam o SESC, e analisar a qualidade de vida em relação aos estágios de desenvolvimento.

Método:Quali-quantitativa, 84 indivíduos de ambos os sexos, entre 60 e 80 anos.Entrevista semi-estruturada, e WHOQOL-bref.

Resultados:Média de idade do SESC  69.71  e média do amb.Geriatria  70.72

Estado Civil:  67.3% do amb.Geriatria eram casados ou viviam com um companheiro; enquanto no SESC 55.2% eram viúvos ou viviam sozinhos (p=0.037).

Escolaridade: 39.4% do SESC tem 1o grau;72.0% do amb. Geriatria tem 1o grau;26.3% do SESC tem 2o grau;6.9% do amb. Geriatria tem 2o grau;34.2% do SESC tem 3o grau;4.6% do amb. Geriatria tem 3o grau.

0% do SESC  são analfabetos;16.2% do amb. Geriatria são analfabetos (p< 0.001).

Renda média  do SESC foi de 5.03 salário,e a renda média  dos pacientes atendidos no amb. Geriatria foi de 1.90 salário (p<0.001).Whoqol-bref  SESC:Domínio Físico – 69.64 pontos;Domínio Psicológico – 70.83 pontos;Domínio Social – 75.00 pontos;DomínioAmbiental – 68.75 pontos;Ambulatório Geriatria:Domínio Físico – 48.21 pontos; (p<0.001)Domínio Psicológico – 58.33 pontos; (p<0.001);Domínio Social – 66.67 pontos;Domínio Ambiental – 53.13 pontos; (p<0.001).

Conclusão:Profissionais de saúde tem que estar atentos não só ao diagnóstico clínico, mas também à história do paciente.

 

Palavras Chaves: Idoso, Desenvolvimento, Qualidade de Vida.

 

06

QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES COM FIBROMIALGIA: UM

ESTUDO DESCRITIVO.

Rabelo, Laura Z.(IC); Ferreira, Heloísa G.(IC); Reis, Maria de Jesus D.(O)

lilangel_laura@yahoo.com.br

Departamento de Psicologia, Universidade Federal de São Carlos

 

Fibromialgia consiste na dor dos componentes fibrosos dos tecidos musculares, sem

inflamação; nestes quadros existe a associação de outros fatores que causam tanto limitações funcionais como disfunções psicológicas. Assim, esses indivíduos têm sua qualidade de vida significativamente afetada em comparação com pacientes com outras patologias reumatológicas e crônicas. O objetivo do presente estudo foi analisar a Qualidade de Vida de pacientes com Fibromialgia, as quais estavam sob acompanhamento fisioterápico. Aplicou-se a Escala de Qualidade de Vida de Clientes de Serviços de Saúde Mental (Wisconsin- Quality of Life Index- W-QLI) em quatro pacientes do sexo feminino com diagnóstico de Fibromialgia e com idades que variavam de 39 a 56 anos (M= 47,75). Constatou-se que 50% precisava de ajuda para realizar atividades da vida diária, enquanto uma paciente relatou ter dificuldades com as atividades mesmo com ajuda. 75% da amostra sentiu-se chateada por ter recebido alguma crítica, deprimida ou muito triste e entediada; 75% das pacientes avaliou sua saúde física como estando regular, enquanto 25% avaliou sua saúde física como ruim. Corroborando a literatura, constatamos que a maioria da amostra relatou estar/sentir-se deprimida, triste, entediada, distante das pessoas, apresentou níveis perceptíveis de fadiga, dor, incapacidade funcional, distúrbios do sono e psicológicos. O atendimento por uma equipe multidisciplinar é fundamental na melhoria da qualidade de vida de pacientes com dor crônica. Ainda há a necessidade de se estudar melhor a etiologia da Fibromialgia para que a atuação nos seus possíveis indicadores seja uma forma de prevenção e para garantir intervenções mais eficientes que promovam a qualidade de vida nessa população.

Palavras-chave: Qualidade de Vida; Fibromialgia; Escala de Qualidade de Vida de Clientes de Serviços de Saúde Mental.

 

07

GRUPOS TERAPÊUTICOS PSICODRAMÁTICOS NO TRATAMENTO DA INSÔNIA CRÔNICA: TRATAMENTO E PROMOÇÃO EM SAÚDE

OLIVEIRA MCDA,  CARVALHO JEC, CARVALHO LBC, PRADO LBF, PRADO GF.

Ambulatório de Neuro-Sono – Disciplinas de Neurologia, Medicina de Urgências e Medicina Baseada em Evidências - Hospital São Paulo - Universidade Federal de São Paulo, São Paulo - SP.

 

Entre os distúrbios de sono, a insônia ocupa posição de importância por ser um sintoma de alta prevalência e graves consequências para o bem estar individual e coletivo. A ausência de sono pode estar associada a uma complexa combinação de fatores ambientais, orgânicos e psicossociais. Entendido o sono como uma atividade restauradora e primordial, a hora de dormir delimita as fronteiras entre um mundo externo e compartilhado, e um mundo interno, misterioso e solitário.  Esse mundo interno e individual é construído através das relações e vínculos sociais  que estabelemos  e que orientam nossa relação, também, com o processo saúde-doença. Tendo como foco as práticas de saúde realizadas no âmbito dos serviços públicos, este trabalho discute as circunstâncias envolvidas no uso de atendimentos grupais, especificamente o psicodrama, para o tratamento de indivíduos com queixa de insônia crônica no Ambulatório de Neuro-Sono da UNIFESP. Trabalhos em grupo realizados em ambiente interdisciplinar  podem ser uma grande contribuição no trato com a saúde  junto a populações que detém diversas e diferentes representações sobre a doença e também sobre os próprios serviços de saúde. O compartilhamento destas representações e experiências  pode  propiciar a construção de um ambiente facilitador e acolhedor, onde os sujeitos possam através do reconhecimento e da revelação atuarem eles próprios também como protagonistas na promoção de saúde dentro do Serviço Público.

 

Palavras Chave: Insônia Crônica, Grupos Terapêuticos, Psicodrama, Saúde Pública, Representação da Doença.

 

08

O ENFRENTAMENTO DA FAMÍLIA DIANTE DO FILHO  COM NECESSIDADES ESPECIAIS: DO NASCIMENTO ATÉ A MORTE

CORRÊA, Maria Angela Monteiro

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

O nascimento de um filho com necessidades especiais, é uma situação que coloca a família sob  forte emoção. Os desdobramentos dos primeiros momentos poderão decidir o processo de desenvolvimento da criança, bem como o equilíbrio emocional de seus familiares. Esse trabalho tem como objetivo compreender teoricamente os aspectos mais relevantes envolvidos na dinâmica familiar, após a notícia de necessidade especial do filho. A partir da utilização crítica dos conhecimentos da literatura especializada, espera-se trazer novas perspectivas sobre o tema. Diversos autores estudaram o assunto, mas Miller (1995) retratou a dinâmica familiar desse grupo de pessoas, de forma bastante original. Para ela a família, mais especialmente a mãe, vive quatro fases diferentes desde o nascimento da criança até a idade adulta. A primeira, denominada sobrevivência é caracterizada pelo impacto da notícia e/ou diagnóstico de que o filho tem um problema de saúde que afetará seu desenvolvimento e desempenho futuro. Esse momento causa, invariavelmente, uma avalanche de sentimentos e emoções desconfortáveis como a frustração, o medo, a culpa, a vergonha, a raiva e o luto. Sobreviver tem o significado de continuar caminhando quando se sente desamparada. Cada um tem a sua forma particular de viver esses momentos. A segunda fase, a busca, tem duas vertentes: interna e externa. A busca externa é a procura de especialistas, diagnósticos e esclarecimentos sobre o problema. A interna, é a trajetória da autodescoberta,  o reconhecimento e a aceitação de mudanças nas expectativas sobre o filho e sobre a vida familiar. As duas buscas juntas indicam novos caminhos e nova postura diante do problema. A terceira fase, o ajustamento, é quando a família recupera o sentido de controle e equilíbrio sobre a vida diária de todos. Esse período pode durar meses ou anos. Na última fase, a separação, se prepara o filho para que seja o mais independente possível e possa cuidar de si mesmo da melhor forma. Compreender essa dinâmica,  possibilita aos profissionais orientar a família de forma a favorecer a qualidade de vida de todos.

 

Palavras-chave: família; necessidades especiais; qualidade de vida.

 

09

A dicotomia da dupla jornada trabalho-estudo: SAÚDE e qualidade de vida No JOVEm UNIVERSITÁRIO.

MOTA1, Érica Regina; TEIXEIRA1, Maria Cristina Triguero Veloz; GOMES1, Camila Cavallaro; SILVA1, Ligia Padilha; FEITOSA1, Adriana Aparecida Soares; SANTOS1, João Carlos Magela; OLIVEIRA2, Denize Cristina

1Universidade Presbiteriana Mackenzie

2Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Grande número de jovens universitários compartilham duas jornadas: a jornada do trabalho e a do estudo universitário. Há casos em que os vínculos empregatícios são fundamentais para poder garantir a realização do curso universitário. Compartilhar o trabalho e o estudo traz vantagens e desvantagens que se refletem em aprendizagem e aumento da maturidade para enfrentar o mercado de trabalho, entretanto, com prejuízos consideráveis na qualidade de vida. As representações sociais são geradas no curso de comunicações interpessoais, conforme Serge Moscovici, particularmente nas comunicações cotidianas das pessoas, que elaboram teorias de senso comum sobre os fenômenos da realidade vivenciada, que no caso deste estudo é o trabalho associado ao estudo e ao futuro profissional. O objetivo foi analisar representações sociais sobre estudo universitário, trabalho e futuro profissional, de 130 jovens universitários trabalhadores e não trabalhadores, na faixa etária de 19 a 24 anos, em uma universidade particular na cidade de São Paulo. A coleta de dados foi realizada mediante o uso de duas técnicas: associação livre de palavras a partir de quatro termos indutores: trabalho, estudo, trabalho-estudo; universidade e futuro profissional e a realização de 5 grupos focais orientados para a discussão dessas mesmas temáticas. O tratamento dos dados das evocações livres foi realizado com base no cálculo das freqüências e das ordens médias de evocação das palavras. Já o tratamento das falas provenientes dos grupos focais foi executado com o auxílio de um programa informático de análise de dados textuais denominado ALCESTE, versão 4.7, que realiza análise lexical de textos. Os principais resultados apontam que a dupla jornada é acompanhada por desgaste físico exacerbado; estreitamento do período noturno de sono; sérios prejuízos na capacidade de concentração, atenção e memória; distanciamento familiar e social, o que acaba por impor grande restrição à qualidade de vida.

Palavras-chaves: trabalho; estudo; saúde.

Apoio Financeiro: Programa de Iniciação Científica (PIBIC-CNPq) da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

 

10

QUALIDADE DE VIDA EM ESTUDANTES DE ENFERMAGEM: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO.

OLIVEIRA, Raquel Aparecida de *

Cardoso, SH**

CIAMPONE, Maria Helena Trench***

*Enfermeira. Prof. do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências Médicas e Biológicas da PUC/SP. E-mail raoliveira@pucsp.br

** Enfermeira do Hospital Evangélico- Sorocaba/SP. Ex aluna do Curso de Enfermagem do CCMB/PUC/SP

***Enfermeira. Doutora em Psicologia Social. Livre-Docente junto ao Departamento de Enfermagem de Orientação Profissional da Escola de Enfermagem da USP.

         Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica sobre qualidade de vida em estudantes de enfermagem (QVEEnf.), realizado no período de 1999 a 2005, na sub-base de dados on-line BDENF (Base de dados em enfermagem), específica da área de enfermagem, dentro da biblioteca virtual em saúde MEDLINE (Medical Literature Analysis na Retrietal Systen on-line), onde encontramos 21 publicações. No que se refere à QVEEnf., nos bancos de dados poucos estudos que utilizam como palavras chave Qualidade de vida do estudante. Foram selecionados trabalhos/estudos cujo objeto esteja relacionado ao processo ensino - aprendizagem dos alunos de enfermagem, pela sua aproximação com as dimensões de qualidade de vida. Constatamos que há um interesse crescente pelo tema, embora não sejam utilizados os descritores de qualidade de vida. Os métodos utilizados nos estudos são quantitativo e qualitativo, de caráter exploratório, destacando-se como resultados, os diagnósticos de situação e intervenção, esta, caracterizada pela modalidade de pesquisa–ação e pela utilização da técnica de grupos. Na metodologia quantitativa, os estudos avaliam a qualidade de vida a partir da aplicação de escalas de medidas, baseados no conceito de Qualidade de vida proposto pela OMS. Considerando a carência de estudos mais específicos em diferentes cenários e situações na formação do enfermeiro que determinam e podem gerar tanto processos potencializadores de qualidade de vida, como processos destrutivos da mesma, comprometendo a saúde física e mental do futuro profissional, é que apontamos para a necessidade de futuras investigações sobre a temática.

 

11

OA DE QUADRIL EM IDOSOS: REPERCUSSÃO DA GRAVIDADE DA DOENÇA SOBRE A QUALIDADE DE VIDA.

LIMA, SURAMA CECÍLIA DE CASTRO RIBEIRO – UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL (UNICSUL) - SÃO PAULO / SP.

A atividade diária limitada para o idoso com osteoartrose (OA) de quadril pode acarretar decréscimo no nível de saúde relacionado à qualidade de vida.

Objetivos: Identificar a gravidade da doença nos aspectos funcional e radiográfico em idosos com OA de quadril e relacionar à qualidade de vida.

Método: Estudo transversal, analítico, desenvolvido com amostra de 41 idosos com idade igual ou superior a 60 anos, portadores de osteoartrose sintomática de quadril, residentes na cidade de São Paulo e grande São Paulo, oriundos do ambulatório de geriatria da UNIFESP e lista de espera para artroplastia do Hospital São Paulo e Hospital do Servidor Público Estadual. Os participantes foram agrupados em graves e não-graves no aspecto radiográfico, este avaliado pelos critérios de Kellgren; e no aspecto funcional, avaliado pelo índice de Lequesne. Para avaliação da qualidade de vida utilizou-se instrumento genérico SF-36.

Resultados: Observamos concordância entre gravidade no aspecto radiográfico e no aspecto funcional em 83% dos casos. Comparados aos indivíduos não-graves, os indivíduos graves no aspecto funcional apresentaram mais prejudicadas as dimensões capacidade funcional(p<0,001), dor(p=0,012), estado geral da saúde (p=0,012), vitalidade(p=0,026) e aspectos sociais(p=0,033). Comparados aos indivíduos não-graves, os graves no aspecto radiográfico apresentaram mais prejudicadas as dimensões capacidade funcional(p<0,001) e dor(p=0,004).

Discussão: A literatura enfatiza a utilização da avaliação radiográfica da doença para determinação da gravidade, sendo menos referida a gravidade no aspecto funcional. O prejuízo de maior número de dimensões observado no grupo avaliado no aspecto funcional destaca este tipo de avaliação.

Conclusão: A qualidade de vida dos idosos com OA de quadril vai se tornando mais prejudicada conforme a progressão da doença. A gravidade no aspecto funcional parece ser mais sensível para captar alterações relacionadas à qualidade de vida em idosos com OA de quadril, e se destaca como importante instrumento de avaliação para a referida população.

 

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QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES PÓS-INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO.

MELATTO THAÍS; MATTA MAYRA ; ROSSI RENATA.; BURNEIKO REGINA; PADULLA, SUSIMARY.

FCT/UNESP - campus de Presidente Prudente

Introdução: O infarto agudo do miocárdio (IAM) resulta em alterações na Qualidade de Vida (QV) dos pacientes acometidos e para avaliar a QV são utilizados questionários que   têm como objetivo avaliar o paciente, tanto em seus aspectos físicos como emocionais. Objetivos: Avaliar a QV de pacientes que sofreram IAM. Metodologia: Foram selecionados 18 pacientes com idade entre 48 e 80 anos, que participam ou não de um programa de reabilitação cardiovascular, de ambos os sexos, que sofreram IAM. Todos responderam ao questionário SF-36, composto por 36 itens, agrupados em 8 dimensões (domínios), cujo escore, para cada uma delas, varia em uma escala de medida com valores de 0 (maior comprometimento) a 100 (nenhum comprometimento). Resultados e Discussões: Dos 18 pacientes 61,11% são do sexo masculino e 38,89% do sexo feminino.  Constatou-se comprometimento nas diferentes dimensões analisadas e a média dos valores obtidos para cada domínio variou de 57,08 (vitalidade) a 77,81 (limitação por aspectos emocionais). Observou-se ainda que a idade não teve influência sobre os resultados obtidos, porém o sexo influenciou sendo que os homens tiveram melhor desempenho em todas os domínios analisados, este resultado foi semelhante ao encontrado no estudo de Favarato et al. quando analisaram a QV em portadores de coronariopatias. Além disso foi constatado melhor desempenho para os pacientes que participam de um programa de reabilitação cardiovascular quando comparados com os que não participam, sustentando os resultados obtidos por Oberman, Moraes et al. e Colombo e Aguillar em seus respectivos estudos. Conclusão: O SF-36 é um instrumento importante para avaliar a Qualidade de Vida em pacientes pós-infarto agudo do miocárdio.

Palavras-chave: Infarto agudo do miocárdio, Qualidade de Vida, Reabilitação cardiovascular.

 

 

 

 

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“I ENCONTRO DE MULTIPLICADORES DE VIDA E SAUDE”

AUTORES: COSTA, DANIELA PEREIRA ; IRUBOR, ROSA MARIA DOS SANTOS

INSTITUIÇÃO: CENTRO DE ATENÇÃO INTEGRADO EM SAÚDE MENTAL "DR. DAVID CAPISTRANO C. FILHO" - CAISM ÁGUA FUNDA.

 

Introdução: Trabalho realizado no CAISM Água Funda, unidade psiquiátrica com pacientes que além das doenças psíquicas apresentam também manifestações clínicas em decorrência das substâncias contidas no tabaco, associado a outros fatores fisiopatológicos.

Objetivo: foi diminuir ou cessar o uso indiscriminado do fumo nas dependências do hospital, seja ele de corda, folha de jornal, com folhas de eucalipto, ou o cigarro comum de tabaco.

Método: Como recursos optamos por palestras preventivas (pensando nisto foi realizado em 2006 o I Encontro de Multiplicadores de Vida e Saúde), material áudio-visual, assembléias com pacientes e funcionários, terapia cognitiva comportamental (TCC), atividades físicas (com orientações de exercícios que auxiliam no objetivo traçado). Foram métodos utilizados para implementar medidas preventivas.

Resultados: apareceram com a diminuição do uso do cigarro pelos pacientes e moradores internos e também por funcionários do hospital, além da mobilização e anseio de toda a equipe em auxiliar para que os resultados fossem aparentes na própria saúde de todos. Discussão: Surgiram parcerias com o núcleo de medicina do trabalho disponibilizando aos funcionários, a princípio, tratamento medicamentoso (goma de mascar, adesivo de nicotina) e também atendimento psicológico. Surgiram avaliações clínicas nos pacientes da unidade com encaminhamentos a especialistas para obter dados clínicos mais concretos.

Conclusão: concluímos a necessidade de continuar com medidas preventivas, promover o II Encontro no decorrer de 2007, para reforçando o objetivo do ambiente livre do tabaco desta unidade a qual pertencemos.

 


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Qualidade de vida e sua correlação com depressão em pacientes com diabetes mellitus tipo 2

Carlos Clayton Torres Aguiar, Renan Magalhães Montenegro Junior, Samanth Batista Ferreira, Kallyne Moreira Pequeno Milomens, Lívia Braga Costa de Oliveira, Gislany Meireles Dumont, Camila Aparecida Pinheiro Landim, Ana Rosa Pinto Quidute, Virginia Oliveira Fernandes, Renan Magalhães Montenegro, José Franco de Magalhães, Anya Pimentel Gomes Fernandes Vieira.

Serviço de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará e Mestrado em Saúde Coletiva, Universidade de Fortaleza.

 

A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que causa sérias complicações de saúde e pode influenciar qualidade de Vida (QV) do paciente. A DM do tipo 2 é a forma mais comum e representa mais que 90 por cento dos casos, sendo sua prevalência no Brasil de 7.6%. Depressão é uma patologia comum entre pessoas com DM, porém sua prevalência em pacientes com DM tipo 2 e sua relação com a qualidade de vida ,no Brasil, não são muito bem conhecidas. O objetivo deste estudo é examinar a correlação entre QV e depressão em pacientes com DM do tipo 2. Este estudo também avaliou a prevalência de depressão em pacientes com DM do tipo 2. Foi utilizada estatística descritiva e o teste de spearman  para descrever os dados e correlacionar QV e depressão (SPSS 13.0).  Utilizando SF-36 e a Escala Geriátrica de Depressão, foram avaliados 99 pacientes (80 mulheres, 19 homens) do ambulatório de diabetes do Hospital das Clinicas da Universidade Federal do Ceará. A média de idade foi 68.76±5.6 anos e de duração de DM foi de 12.11±8.18 anos, 52.5% dos pacientes estavam usando insulina, e 55.3% tiveram HbA1c>7%. Aproximadamente quarenta por cento (40.4%) dos pacientes se encontravam deprimidos (GDS-15 pontuação igual ou maior de seis para depressão). Houve relação entre QV e depressão (rs =-0,530, p <0.05). Nossos dados sugerem uma alta prevalência de depressão em pacientes idosos com DM tipo 2 que provavelmente é associado a uma pior QV.

 

 

 

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qualidade de vida dOS médicos PLANTONISTAS DE UTI em Salvador - BA

BARROS, Dalton; TIRONI, Márcia; NASCIMENTO-SOBRINHO, Carlito; REIS, Eduardo; MARQUES FILHO, Edson; ALMEIDA, Alessandro; BITENCOURT, Almir; FEITOSA, Ana; NEVES, Flávia; MOTA, Igor; FRANÇA, Juliana; BORGES, Lorena; LORDÃO, Manuela; TRINDADE, Maria; TELES, Marcelo; ALMEIDA, Mônica; SOUZA, Ygor. - Universidade Federal da Bahia

Introdução: A Medicina Intensiva lida com o sofrimento e o cuidado aos pacientes criticamente enfermos. Tais aspectos do trabalho médico em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) podem atuar como geradores de estímulos nocivos à saúde e à sua qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida entre médicos plantonistas de UTI. Método: Estudo de corte transversal, numa população de médicos plantonistas de UTI-Adulto em Salvador-Ba, em 2006. Dos 336 médicos elegíveis, 297 responderam ao questionário, totalizando 88,4% da população. Utilizou-se um questionário auto-aplicável, composto de dados sócio-demográficos e um bloco referente à qualidade de vida, utilizando-se o WHOQOL-Bref, intrumento padronizado da Organização Mundial de Saúde, que avalia a qualidade de vida em quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio-ambiente, pontuados de 0 a 100. Resultados: A idade média observada foi de 34,2±6,9 anos, sendo 71,7% do sexo masculino. A média de tempo de formado foi de 10,0±6,7 anos. O escore médio encontrado nas quatro esferas foram os seguintes: física, 68,0±15,6; psicológica, 64,5±14,5; relações sociais, 62,0±19,6; meio-ambiente, 60,0±13,7. Apenas 33,5% dos médicos avaliaram sua qualidade de vida como boa ou muito boa e 40,5% estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com sua saúde. Os médicos avaliados com carga horária semanal de trabalho maior que 72h ou carga horária de trabalho em UTI maior que 24h apresentaram menores escores de qualidade de vida nos quatro domínios. Discussão e Conclusão: Esse estudo contribuiu para um melhor entendimento sobre a qualidade de vida dos médicos plantonistas de UTI. Os maiores escores foram obtidos para o domínio físico. Os médicos plantonistas que apresentaram maior carga horária de trabalho tiveram menores índices de qualidade de vida. Seria importante a realização de outros estudos no intuito de avaliar o comportamento longitudinal desses escores.

 

Palavras-chaves: WHOQOL-Bref; qualidade de vida; médicos

 

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INTERDISCIPLINARIEDADE NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA NO CAMPO DA SAÚDE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

SILVA, João R. S.; ASSIS, Silvana M.B.; MAZUTTI, Aline.; KAWAZOI, Aline S.; SANTOS, Amanda M.; SILVA, Ana P.G.; BERNARDO, Carolina F.S.; ALMEIDA,Carolina L.; ALMEIDA, Caroline N.; ARANDA, Cristiane C.; FERNANDES,Ieslie F.; PIRES, Ivens H.

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Faculdade de Psicologia

 

O paradigma cartesiano foi de grande importância ao conhecimento, pois abriu caminhos para o enfrentamento de problemas específicos, mas atualmente este modelo esta dando lugar a um conhecimento mais integrador. Dessa forma, a interdisciplinariedade vem sendo apontada como caminho para a melhoria da qualidade de vida no campo da saúde. Através de levantamento bibliográfico foi feita a correlação entre teoria e prática. A pesquisa foi feita no site de busca www.bireme.com . Foram levantados 200 artigos, a seleção de textos inicialmente foi pelo titulo, depois a partir da leitura dos resumos 20 artigos foram selecionados para discussão detalhada e fundamentação teórica do trabalho.

Descritores

Interdisciplinariedade

Multidisciplinaridade

Transdisciplinaridade

Lilacs

154

10

28

Medline (1996-2006)

07

00

01

Total

161

10

29

Observou-se que dos 20 trabalhos pré-selecionados, 16 tratavam de reflexões teóricas, e apenas 04 traziam relatos e discussões de pesquisa de campo, mostrando a necessidade de trabalhos que façam este tipo de pesquisa. Para a melhoria na qualidade de vida, a saúde deve ser promovida unindo o conhecimento técnico, e a ação integrada das diferentes experiências humanas (subjetiva, social, política, cultural), ou seja, a integração dos saberes produzidos nos diferentes campos do conhecimento, essa atitude interdisciplinar pressupõe um movimento dialético para transformar o velho em novo ou tornar o novo em velho.

Palavras-chaves: Qualidade de vida; Saúde; Interdisciplinariedade

 

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QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM: a construção de um processo e intervenções1

OLIVEIRA, Raquel Aparecida de *

CIAMPONE, Maria Helena Trench**

*Enfermeira. Prof. do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências Médicas e Biológicas da PUC/SP. E-mail raoliveira@pucsp.br

**Enfermeira. Doutora em Psicologia Social. Livre-Docente junto ao Departamento de Enfermagem de Orientação Profissional da Escola de Enfermagem da USP.

 

Trata-se de uma pesquisa-ação que teve como objetivos: identificar as percepções que os alunos de graduação em enfermagem têm em relação à qualidade de vida, tendo em vista as experiências vivenciadas no processo de formação; identificar a compreensão que esses alunos têm sobre a própria qualidade de vida e analisar as principais demandas por eles evidenciadas no resgate das situações vividas; operacionalizar, por meio do grupo operativo, trocas relacionais que favorecem os direcionamentos e estratégias utilizadas que possam gerar melhoria da sua qualidade de vida. O estudo foi realizado com alunos do Curso de Enfermagem da PUC/SP. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas individuais na primeira fase e nortearam os temas disparadores dos cinco encontros de grupo focal na segunda fase. Os dados dos encontros foram analisados segundo a análise temática e adaptados do Modelo Ecológico de QVE proposto por Benjamin (1994). Os resultados evidenciaram que a Universidade é um espaço que propicia vivências promotoras e não promotoras de qualidade de vida dos alunos. A metodologia utilizada favoreceu discussões e intervenções potencializadoras de qualidade de vida aos estudantes. Esse fato nos leva a considerar que tanto a qualidade de vida do estudante de enfermagem como as intervenções puderam ser construídas no processo grupal. No que se refere às estratégias para a melhoria da QV enquanto estudantes, observamos que estas são apresentadas no grupo pela somatória de estratégias individuais. Consideramos a necessidade de encontros sistematizados, nos quais alunos e professores discutam a construção individual e coletiva de estratégias de enfrentamento.

Descritores: Enfermagem; Qualidade de vida; Estudantes de Enfermagem; Educação em Enfermagem.

[1] Parte da Tese “A Universidade como espaço de vivências de promoção da qualidade de vida dos alunos de enfermagem.”. Apresentada ao Programa Interunidades de Doutoramento em Enfermagem dos campi de São Paulo e Ribeirão Preto/USP, 2005.

 

 

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OS PAIS E O BEBÊ NA UTI NEONATAL

Autora: GASPAR, Renata Semighini;

Co-Autora: GARCIA, Maria Del Carmem; QUEIXADA, Gislaine Garcia; PENNACHIN, Flavia Andréia; PUCILLO, Letícia.

Instituição: Hospital Nossa Senhora da Penha

 

Durante a gestação, os pais depositam suas fantasias e desejos no feto. Quando o bebê nasce e necessita de cuidados específicos, precisando ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a expectativa do bebê “perfeito” se desfaz e os pais se deparam com um bebê real, distante de sua fantasia. Nesse momento, é necessário que os pais elaborem a “morte” do bebê perfeito para, posteriormente, reconhecerem no bebê nascido o seu filho. Neste trabalho, considera-se que o papel do psicólogo é estar junto dos pais auxiliando-os a perceber a situação real e enfrentar o processo natural e complexo de perda. Diante desta demanda, elaborou-se um projeto de humanização na UTI Neonatal, que visava a demonstrar a importância da relação inicial entre pais e bebê, para a  construção psico-afetiva do último, já que a raiz da personalidade humana está nos seus primeiros relacionamentos da infância e irá refletir no desenvolvimento da criança. Para tanto, foram formados grupos terapêuticos com os pais, coordenados por psicólogas. O trabalho desenvolvido nos grupos ajudou a fortalecer os pais que a princípio estavam sensibilizados com aquela realidade, desenvolvendo condições para o resgate da afetividade o que contribuiu para o resgate da qualidade de vida dos pais e dos bebês, no que tange à relação intrapsíquica.

 

Palavras- chaves: qualidade de vida, UTI Neonatal, psicologia hospitalar.

 

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QUALIDADE DE VIDA E EQUILÍBRIO ENTRE ESFORÇO E RECOMPENSA NO TRABALHO EM PROFISSIONAIS DE UMA EMPRESA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

 

Autores: PROVAZI, Luciana Negri Teixeira; CAETANO, Dorgival; GUIMARÃES, Liliana Andolpho Magalhães Guimarães

Instituição: Departamento de Pscicologia Médica e Psiquiatria - Faculdade de Ciências Médicas - UNICAMP

 

Introdução: Para Rufino Netto (1994), qualidade de vida boa ou excelente é aquela que oferece um mínimo de condições para que os indivíduos nela inseridos possam desenvolver o máximo de suas potencialidades. No modelo teórico utilizado por Siegrist (1996) o papel do trabalho na vida do adulto tem uma relação crucial entre as funções auto-regulatórias (auto-estima e auto-eficácia) e a estrutura de oportunidade social. Para ele, os efeitos positivos do trabalho como a possibilidade de contribuir e ter boa performance, de ser recompensado e estimado, e de pertencer a algum grupo significativo são contingentes a um pré-requisito básico de troca na vida social, que é a reciprocidade. Objetivos: Identificar possíveis correlações entre os dados sócio-demográficos dos sujeitos, a qualidade de vida profissional e a percepção de equilíbrio entre esforço e recompensa no trabalho. Método: Foram sujeitos 99 profissionais de uma empresa de Tecnologia da Informação, localizada em Campinas/SP. Instrumentos aplicados: 1) Questionário de Equilíbrio entre Esforço e Recompensa no Trabalho (ERI) e 2) Questionário de Qualidade de Vida Profissional (QVP-35). Resultados: Foram encontradas diferenças significativas entre duas escalas principais do QVP-35: a média de “motivação intrínseca” (8,2) foi superior à média de “apoio organizacional” (6,7).  Para as escalas de Esforço e Recompensa do ERI, as médias para o grupo de profissionais das áreas de apoio foram significativamente inferiores as do grupo das áreas técnicas. Não foi encontrada correlação significativa entre a qualidade de vida geral no trabalho e as escalas de esforço e recompensa no trabalho (r=-0,061; P=0,580) e (r=-0,154; P=0,161). Discussão e Conclusões: Para melhorar a percepção de QVT da amostra é necessário aumentar a percepção de apoio organizacional. Os efeitos positivos do trabalho são percebidos em menor proporção pelos profissionais das áreas de apoio, provavelmente por considerarem seu trabalho menos nobre em relação ao trabalho das áreas técnicas.

 

PALAVRAS-CHAVE: Trabalho, Qualidade de Vida, Estresse

 

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RELAÇÃO ENTRE SUPORTE SOCIAL E DEPRESSÃO EM PACIENTES USUÁRIOS DO AMBULATÓRIO DE PRÉ-TRANSPLANTE RENAL DO HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO - FUNDAÇÃO OSWALDO RAMOS/UNIFESP

Autores: Andrade CP.; Moraes, PR; Vaz, M.L.; Pestana, J.O.M.; Diniz, DHMP.

Setor de Psiconefrologia

Universidade Federal de São Paulo- Fundação Oswaldo Ramos

 

Introdução: O transplante renal é a terapia substitutiva com melhores índices de QV, segundo revisão de literatura. Fatores psicológicos e sociais mostram-se fortes preditores da QV, entre eles a depressão e o suporte social. Objetivo: Avaliar a relação entre suporte social e depressão. Metodologia: Avaliamos 39 pacientes usuários do Ambulatório de Pré-Transplante Renal (Unifesp/FOR), em fase de realização de exames para a cirurgia de transplante renal, entre vivos ou com doador cadáver. Os pacientes foram selecionados aleatoriamente, enquanto aguardavam a consulta médica. Utilizamos o Inventário Beck de Depressão (BDI) e o Questionário de Suporte Social (SSQ) para avaliar os dois domínios pretendidos.  Foram ainda analisados dados sócio-demográficos e clínicos. Realizamos a análise de variância Kruskal-Wallis, teste U de Mann-Whitney e correlação de Spearman e de Pearson, com nível de significância de p£0,05. Resultados: A média de idade da população estudada foi de 42,49 ± 11,02, sendo 48,8% homens, 63,5% casados e 58,5% inativos profissionalmente. Verificamos correlação negativa entre depressão e suporte social, embora não significativa estatisticamente. Identificamos baixo suporte social quantitativo e alto suporte social qualitativo, sendo o familiar o mais citado. Observamos correlação negativa entre suporte qualitativo e tempo de tratamento, sendo que para as demais variáveis não foram encontradas relações estatisticamente significativas. Identificamos 48,7% de sintomas depressivos mínimos, 33,4% leves, 15,3% moderados e 2,6% graves. As questões somáticas obtiveram maiores pontuações. Foi observada maior prevalência de depressão em homens e  pacientes casados e com filhos e menores escores em pacientes com candidato a doador vivo. Conclusão: Embora não tenha sido identificada relação significativa estatisticamente entre depressão e suporte social, os resultados possibilitam maior conhecimento das variáveis psicossociais nesta população, permitindo reflexões sobre políticas preventivas e reinserção social. Estudos precisam ser realizados para identificar a natureza da relação entre os dois domínios da QV, principalmente longitudinais e qualitativos.

 

 

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES NA FASE DO CLIMATÉRIO, RESIDENTES NA ZONA LESTE DA CIDADE DE SÃO PAULO.

CASTILHOS, Patrícia da Silva; SILVA, Alexandre.

Trabalho de Conclusão de curso realizado na Universidade Cruzeiro do Sul

 

Introdução: Segundo os dados do IBGE, a expectativa de vida dos brasileiros, na década de 90 era de 64 anos e, em 2025 será de 74 anos, explicando assim, o aumento também de mulheres vivenciando o climatério. Com este aumento, as mulheres passaram a sobreviver um tempo suficiente para poder experimentar mudanças em seus corpos, o que muitas de gerações anteriores não conseguiram vivenciar (VIGETA, 2004). Por este motivo, as mulheres procuram uma melhor perspectiva de vida, buscando envelhecer de uma forma saudável, diferente de suas mães e avós, visando uma melhor qualidade de vida (FREITAS et al., 2004).

Objetivos: Avaliar a qualidade de vida de mulheres na fase do climatério e verificar a influência de fatores sócio-demográfico na intensidade de sinais e sintomas característicos desta fase.

Materiais e Métodos: Os dados foram coletados por meio de um questionário contendo informações pessoais, hábito/saúde, sexualidade, sono e qualidade de vida e, uma escala de sintomas da menopausa  (MRS), aplicado em 89 mulheres na faixa etária de 35 à 65 anos.

Resultados: A amostra foi constituída principalmente de mulheres profissionalmente ativas, com vida conjugal, baixo nível econômico e escolar e, não usuárias de terapia hormonal (TRH). O consumo de álcool e cigarro foram reduzidos, diferente do consumo de cafeína que foi declarado (98,2%) da amostra. A pressão alta foi queixa mais freqüente em relação à percepção à saúde. A renda (salários mínimos) mostrou ter relação com a insônia, enxaqueca e alteração do peso, mostrando que quanto maior o nível econômico estes sintomas são mais freqüentes. Os sintomas de calores tiveram relação com a idade, quanto maior a idade, maior a percepção deste sintoma. A idade não influencia a alteração do peso, mas mostrou-se significante em relação à renda.

Conclusão: A qualidade de vida piora durante o climatério em relação a algumas variáveis sócio-demográficas como a renda familiar e principalmente a idade.

Unitermos: Climatério; qualidade de vida; sócio-demografia.

 

 

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AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE 60 A 70 ANOS QUE REALIZAM ATIVIDADES EM GRUPO

MARTINEZ, Evelyn de Marchi

Centro de Referência do Idoso – Zona Norte

 

O  trabalho em questão trata-se de um estudo, em que o principal objetivo foi verificar a qualidade de vida de 50 idosos com faixa etária de 60 a 70 anos que freqüentam o Centro de Convivência do Centro de Referência do Idoso, localizado na Zona Norte de São Paulo/SP O instrumento utilizado foi o questionário de avaliação de qualidade de vida WHOQOL-Bref (1998). A principal proposta foi compreender as sutilezas e nuances no que se refere a qualidade de vida do grupo avaliado e ao final foram traçados objetivos dentro dos preceitos da Fisioterapia para que se possa dar novos caminhos referente a prevenção das doenças e manutenção da qualidade de vida física e mental. Como resultado final o grupo selecionado apresentou um número de fatores positivos elevado em relação aos fatores negativos, o que, em uma análise geral leva a concluir que apresentam uma boa qualidade de vida, na maioria dos casos devido a assistência que lhe é oferecida atualmente. Com este estudo conclui-se que uma boa qualidade de vida na velhice depende de inúmeros fatores e é a soma destes fatores que indicará o nível de qualidade de vida de um idoso.

 

Palavras-chave: Idosos, Qualidade de Vida, Fisioterapia

 

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PSICOLOGIA NA UTI: A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA.

Melissa de Almeida Rodrigues

UNAMA – Universidade da Amazônia

Apesar de mudanças ocorridas nos hospitais com o intuito de humanizar o atendimento, a assistência com qualidade continua sendo um dilema. A UTI é o lugar destinado ao tratamento de pacientes que demandam atendimento diferenciado devido à fragilidade de seu estado de saúde, portanto, é fundamental que todos os aspectos relacionados aos mesmos sejam atentamente observados, para que tudo o que é pertinente ao indivíduo, como ser biopsicossocial, seja respeitado. A equipe de saúde é elemento determinante na humanização do atendimento, e dentre os profissionais, a presença do psicólogo é primordial no sentido de minimizar o sofrimento psíquico dos pacientes internados na UTI, causado por inúmeras variáveis, tais como a ansiedade, a depressão e o medo da morte. A presente pesquisa objetivou reconhecer as manifestações psicológicas experenciadas pelos pacientes e seus familiares durante a permanência na UTI; avaliar a influência do ambiente, enquanto espaço físico, no sofrimento psíquico bem como avaliar a importância do vínculo estabelecido entre paciente e equipe de saúde. Para tanto foram entrevistados cinco pacientes e cinco acompanhantes, em dois hospitais, sendo um público e um privado. A coleta de dados se deu através de entrevista semi dirigida, os dados foram compilados, categorizados e analisados a partir do referencial teórico proposto e apresentado em tópicos. Os resultados sugerem que apesar da UTI evocar sentimentos de medo, ansiedade e angústia, os dados corroboram com a afirmação de que procedimentos humanizados minimizam o sofrimento psíquico independentemente da instituição. O diferencial encontra-se no tratamento oferecido, já que a maneira como o paciente percebe o ambiente físico, é mais importante que o local em si. O suporte tecnológico é fundamental para garantir a integridade física do paciente, assim como o suporte psicológico é imprescindível para a manutenção de sua integridade emocional, que exerce fundamental influência sobre o andamento da internação.

Palavras chave: psicologia; humanização e UTI

 

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O papel da interação no resgate da memória de sujeitos com Demência de Alzheimer

Beilke, Hudson Marcel Bacher; Novaes-Pinto, Rosana do Carmo

IEL - Instituto de Estudos da Linguagem/UNICAMP

 

Introdução: A demência de Alzheimer (DA) é tradicionalmente caracterizada pelo deterioro das funções corticais superiores, de padrão progressivo e persistente. Esse conceito, entretanto, vem sendo reformulado, à medida que o conhecimento sobre o funcionamento do cérebro e da mente avança. O interesse nos estudos não se deve apenas à incidência estatística e à necessidade de se conhecer melhor o funcionamento do cérebro, da memória, da linguagem e de suas inter-relações, mas também à necessidade de intervir no curso da doença, propiciando uma melhor qualidade de vida aos sujeitos. Objetivos: Este trabalho objetiva demonstrar que interlocutores qualificados, sensíveis para detectar alterações pragmáticas e discursivas nos enunciados dos sujeitos, nos estágios iniciais da doença, podem intervir de forma a retardar os processos de declínio cognitivo, por meio da proposição de atividades significativas para eles – o que, por sua vez, permitiria repensar condutas terapêuticas visando o resgate/(re)construção da memória, por meio da (re)organização da linguagem e da reconstrução do papel social do sujeito, conseqüentemente contribuindo para a sua qualidade de vida. Método: O corpus constitui-se de dados de 10 sujeitos com diagnóstico de DA, analisados qualitativamente, de acordo com os princípios da microgenética. Síntese de resultados: Os dados revelam a capacidade de sujeitos para reconstituírem aspectos de sua memória, a partir da reorganização de sua linguagem, nas interações dialógicas. Apontam também para a necessidade de protocolos de avaliação de linguagem que também considerem os níveis pragmático e discursivo.

Palavras-chave: Demência de Alzheimer; Linguagem;  Qualidade de vida em DA.

 

 

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE RENAL CRÔNICO EM HEMODIÁLISE.

SOUTO, Fabiana Paiva; GAINO, Daniele Merli.

 Instituto de Nefrologia de Campinas e Unidade de Terapia Renal.

Os estudos sobre qualidade de vida (QV) mostram as repercussões de doenças e de seus tratamentos em vários aspectos da vida dos pacientes. A insuficiência renal crônica (IRC) e o tratamento em hemodiálise podem ocasionar impacto na QV. Assim, houve um número crescente de trabalhos avaliando a QV desses pacientes. O objetivo foi avaliar e descrever os aspectos da QV de pacientes em hemodiálise. O estudo foi realizado em dois serviços de diálise do município de Campinas-SP. Os dados foram coletados através de um questionário sociodemográfico e do instrumento Kidney Disease and Quality of Life Short Form – KDQOL-SF™ específico para avaliação da QV de pacientes com doença renal que realizam algum tipo de programa dialítico. Foram estudados 50 pacientes, sendo 62% do sexo feminino, com idade de 49±30 anos, tempo em hemodiálise 117±111 meses, 40% possuía fundamental incompleto, 60% eram casados e 34% aposentados. As dimensões do KDQOL-SF™ que obtiveram menores escores médios foram: papel profissional (31,0) e sobrecarga da doença renal (56,0) enquanto as dimensões que apresentaram maiores escores médios foram: função sexual (85,0) e estímulo por parte da equipe de diálise (83,0).  A IRC e o tratamento em hemodiálise se relacionam com a QV dos pacientes. O KDQOL-SF™ mostrou-se um instrumento confiável e válido para avaliar QV de pacientes em hemodiálise. 

Palavras chaves: qualidade de vida, hemodiálise, KDQOL-SF™. 

 

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IMPLICAÇÕES DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA NA QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE SUBMETIDO AO TRATAMENTO HEMODIALÍTICO

TOLEDO, Mariana Ortelani de; ARAÚJO, Rita de Cássia Tibério.

Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita – Unesp – Marília

 

A Insuficiência Renal Crônica(IRC) e seu tratamento implicam uma alteração significativa no curso de vida da pessoa em termos de funções corporais, bem como de desempenho em atividades e participação social. Este trabalho objetivou avaliar a qualidade de vida(QV) de uma amostra de pacientes com IRC, com destaque para as implicações da doença e do tratamento hemodialítico nas atividades de vida diária. A pesquisa foi conduzida por meio de entrevista com 50 pacientes em tratamento em uma unidade hospitalar do município de Marília-SP, durante o segundo semestre de 2006. Na coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: o modelo de questionário SF-36 de avaliação quantitativa da QV e um roteiro para caracterização do paciente e do tratamento. Na análise dos dados observou-se que 48 pacientes referiram prejuízos na sua rotina de vida. Dentre as atividades comprometidas, o trabalho recebeu 37 indicações e o lazer, 29. Para 28 entrevistados houve prejuízo da qualidade do sono, e para 26, alteração do humor. Com relação à capacidade funcional, 35 pacientes manifestaram ter muita dificuldade para a realização de atividades que exijam esforço físico, tais como levantar objetos pesados ou correr. De modo geral a percepção dos pacientes é de que o seu estado de saúde mental é melhor que o da saúde física. Com relação ao índice da QV dos pacientes, 4% apresentaram escore entre 0 e 25 (estado muito ruim, numa escala de 0 a 100), 30% entre 26 e 50 (estado ruim), 36% entre 51 e 75 (regular) e 30% entre 76 e 100 (estado bom de QV). Quanto à evolução do estado geral de saúde, comparado há um ano atrás, 44% dos entrevistados consideraram que seu estado de saúde se manteve, 40% referiram que houve alguma melhora e 16% consideraram que houve piora do seu estado geral.

 

Palavras Chave: Atividade de Vida Diária; Insuficiência Renal Crônica; Qualidade de Vida.

 

 

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QUALIDADE DE VIDA DOS ESTUDANTES DO PRIMEIRO ANO DA FACULDADE DE ENGENHARIA DE SOROCABA (FACENS)

SCATTOLIN, F. A. A., OLIVEIRA, R. A., SACCOMANN, I. C. R., GIANINI, R. J.

Centro de Ciências Médicas e Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (CCMB/PUCSP) - Sorocaba

Introdução: As situações conflituosas que envolvem a adaptação dos alunos à vida universitária interferem na qualidade de vida e consequentemente no rendimento acadêmico desses alunos. Objetivo: medir a Qualidade de Vida (QV) dos alunos matriculados no 1º ano da Faculdade de Engenharia de Sorocaba no ano de 2006. Método: Estudo exploratório, descritivo. Os dados foram obtidos por meio de dois instrumentos auto aplicáveis: Instrumento de Caracterização Sociodemográfica e WHOQOL-breve, para medir a QV. Foram realizadas as análises estatísticas: descritiva, Teste de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney para comparar os escores dos quatro domínios com as variáveis sociodemográficas de interesse. Resultados: Fizeram parte da amostra 219 sujeitos. A idade variou entre 21,2 e 49 anos, com média de 21,2 (±5,0) anos, sendo 86,2% (187/219) do sexo masculino. Houve equilíbrio no número de estudantes dos cursos de Engenharia da Computação, Elétrica e Mecânica e predomínio de estudantes no Curso de Engenharia Civil. Do total da amostra 55,3% (121/219) referiram a prática de atividade esportiva e 80,8% (177/219) informaram ter alguma atividade de lazer. A comparação entre as medidas de QV e as variáveis sociodemográficas, evidenciou que o WHOQOL-breve discriminou a QV entre os sexos somente nos domínios psicológico e relações sociais, apontando o sexo feminino com pior QV.  Em relação aos cursos, os estudantes de Engenharia Civil apresentaram escores menores em relação aos outros cursos, sendo esta diferença significante nos domínios psicológico e meio ambiente, indicando pior QV nessas dimensões. Foi encontrada pontuação significantemente maior (nos quatro domínios) indicando melhor QV entre os sujeitos que referiram a prática de atividades esportivas e alguma atividade de lazer. Conclusão: Os resultados sugerem que iniciativas voltadas para a prática de atividades esportivas e a inclusão de áreas verdes na grade curricular de cada curso podem otimizar a QV desses estudantes.

Palavras-chave: Qualidade de vida, estudantes, WHOQOL-breve.

 

 


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Envelhecimento populacional: o Brasil está preparado?

RIBEIRO, Karen Tokuhashi.

Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

            A esperança de vida aumentou 30 anos do início ao fim do século 20 e foi a grande conquista social em termos globais. Resta como tarefa para o século 21, garantir qualidade de vida para os 2 bilhões de idosos em 2050, mais de 80% deles situados em países em desenvolvimento. No Brasil, o número de idosos (acima de 60 anos) passou de 3 para 15 milhões entre 1960 e 2005 (aumento de 500% em meio século) e estima-se que alcançará 32 milhões em 2020. Em países desenvolvidos, como a Bélgica, por exemplo, foram necessários cem anos para que a população idosa dobrasse de tamanho, com o agravante de que estes países primeiro enriqueceram para depois envelhecer.

Consequentemente às modificações ocorridas na pirâmide populacional, doenças próprias do envelhecimento ganham maior expressão. O idoso consome mais serviços de saúde, as internações hospitalares são mais freqüentes e o tempo de ocupação do leito é maior quando comparado a outras faixas etárias. Eis então o grande desafio para a sociedade atual: escassez de recursos para uma demanda crescente por serviços de saúde.

Prolongar a vida é uma aspiração natural de qualquer sociedade, mas é necessário agregar qualidade aos anos de vida ganhos, lembrando que, na velhice, qualidade de vida está intimamente relacionada à manutenção da autonomia. Surgem assim alguns desafios para a Saúde Pública, reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde: como manter a independência e a vida ativa com o envelhecimento?; como fortalecer políticas de prevenção de doenças e promoção da saúde?; como manter e/ou melhorar qualidade de vida com o envelhecimento? É urgente encontrar meios para incorporar os idosos em nossa sociedade, mudar conceitos e políticas, utilizar novas tecnologias, a fim de proporcionar equidade na distribuição dos serviços e facilidades para o grupo populacional que mais cresce em nosso país.

 

Palavras-chave: Envelhecimento, idosos, qualidade de vida.


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A QUALIDADE DE VIDA NA GRAVIDEZ: AVALIAÇÃO DE GESTANTES UTILIZANDO O QUESTIONÁRIO SF-36.

LIMA, Marlise de Oliveira Pimentel; TSUNECHIRO, Maria Alice. Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

A gravidez é um período de profundas transformações biológicas, psíquicas, inter-relacionais e socioculturais que pode determinar alterações na percepção da qualidade de vida. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde de gestantes. Trata-se de estudo transversal, realizado em um serviço de pré-natal de uma maternidade filantrópica, São Paulo (SP). A amostra constou de 202 gestantes em diferentes fases de gestação e a coleta de dados foi realizada de setembro a dezembro de 2005, por meio de entrevista para caracterização das gestantes e um questionário auto-aplicado, o Medical Outcomes Study 36-item Short Form Health Survey (MOS SF-36), para avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde. A confiabilidade do MOS SF-36 foi testada pela análise da consistência interna dos itens de cada domínio, utilizando-se o coeficiente Alfa de Cronbach. Resultados: a média da idade das gestantes foi 24,97 anos; 51,5%eram da raça caucasiana; a média de escolaridade 8,88 anos; a média de renda per capta, R$312,80; a média de gestação, 2,09; 37,1% eram primigestas; e a média da idade gestacional foi de 24,97 semanas. O coeficiente Alfa de Cronbach variou de 0,81 para os domínios: Capacidade Funcional e Saúde Mental até 0,41 no Aspecto Social. Adotou-se o valor de base para o coeficiente de 0,50. Apenas o domínio Aspectos Sociais mostrou-se inconsistente. Quanto aos escores médios dos domínios, o maior foi Estado Geral de Saúde com 73,12 ±17,69 e o menor Aspectos Físicos com 44,97 ± 35,08. No item Saúde Comparada, para 83,7% das gestantes a saúde atual tinha permanecido igual ou melhor que há um ano e nenhuma gestante percebeu piora acentuada na saúde. Os dados mostraram similaridade com outros estudos realizados, e uma tendência de queda na percepção da qualidade de vida relacionada à saúde na gravidez.

Palavras-chave: Qualidade de vida; mulher grávida; saúde da mulher

 

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QUALIDADE DE VIDA DA MULHER NO PERÍODO PUERPERAL: ADAPTAÇÃO DE UM INSTRUMENTO

FERNANDES, Rosa Aurea Quintella; NARCHI, Nádia Zanon

Universidade Guarulhos; Universidade de São Paulo - Grupo de pesquisa: O cuidar em enfermagem na saúde da mulher, da criança e do adolescente

 

Diferentes instrumentos de avaliação de qualidade de vida e bem-estar, com as mais diversas formas de aplicação, extensão e ênfase de conteúdo, têm sido desenvolvidos no mundo. Como, no Brasil, as publicações sobre a qualidade de vida da mulher no ciclo gravídico-puerperal ainda são incipientes, decidimos realizar adaptação do Índice de Qualidade de Vida (IQV) de Ferrans e Powers para o período puerperal. Nossa escolha recaiu sobre o tema por ser o pós-parto uma fase da vida reprodutiva em que ocorrem importantes modificações físicas e psicológicas, que possivelmente interferem na percepção da mulher sobre sua qualidade de vida. O instrumento de Ferrans e Powers é constituído de duas partes, a primeira mensura a satisfação da pessoa em vários aspectos da vida e, a segunda, a importância que atribui a eles, sendo ambas sub-divididas em domínios inter-relacionados. São eles: saúde e funcionamento; psicológico e espiritual; sócio-econômico e família. Para a adaptação, consideramos as principais alterações físicas e psicológicas que ocorrem no decurso do puerpério e que, pretensamente, podem afetar o IQV das mulheres, sendo incorporados ao instrumento itens referentes à saúde do bebê, à assistência que o bebê está recebendo, a amamentar o bebê, à intensidade de desconforto que sente, às mudanças de humor que sente (tristeza e alegria); a ter tido a criança. No momento, estamos realizando a aplicação do referido instrumento em população de puérperas de uma comunidade carente de São Paulo, em razão de lá exercermos atividades de pesquisa. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Guarulhos e seus resultados serão conhecidos somente depois que obtivermos número suficiente de respondentes, condição para que possamos analisar o comportamento dos itens introduzidos quanto à sua consistência interna.

Palavras-chave: Qualidade de vida. Puerpério. Saúde materno-infantil

 

 

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RELAÇÃO ENTRE STRESS E FONTES ESTRESSORAS EM MULHERES GESTANTES COM EPILEPSIA

 LUNARDI, Luciane L.; GUERREIRO Carlos A.M.; SOUZA Elisabete A.P.

Universidade Estadual de Campinas – Unicamp – SP – Brasil

Epilepsia é o distúrbio neurológico mais freqüente que merece especial atenção na gravidez, envolvendo estressores que podem ser avaliados como sobrecarga aos mecanismos adaptativos pessoais. O objetivo do estudo foi identificar sinais de stress, fontes estressoras e estratégias adaptativas em mulheres gestantes com epilepsia.

Participaram do estudo 26 pacientes, com idades entre 18 e 37 anos (M= 26 anos).Vinte e duas foram classificadas como portadoras de epilepsia localizada sintomática, (temporal 17, parietal 3 e frontal 2) e 4 com epilepsia generalizada idiopática (mioclônica juvenil 3 e ausência juvenil 1). Todas foram atendidas no Ambulatório de Epilepsia do HC/ Unicamp e submetidas à aplicação do Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (1994); Protocolo de Estressores na Gravidez  e o Protocolo de Estratégias Adaptativas (adaptado de Torrezan, 1994).

Vinte e três das 26 pacientes avaliadas apresentaram sintomas de stress, 3 na fase de alerta, 9 na fase de resistência e 11 na fase de exaustão. Verificou-se uma média de 10 fontes estressoras, sendo mais freqüentes: gravidez não desejada, preocupação com o nascimento de um bebê saudável e medo do filho nascer com epilepsia, além da presença de sintomas como insônia, medo, ansiedade, irritação, fadiga, depressão e alienação. O Teste Exato de Fisher mostrou uma relação significativa entre presença de stress e gravidez não desejada (p= 0,02). As estratégias de enfrentamento mais usadas foram procurar por suporte com neurologista e realizar pré-natal, relaxar em casa ou ficar sozinha e conversar com amigos e familiares quando preocupadas.

         A gravidez é um evento que envolve diversas mudanças psicológicas e somáticas e que também pode ser um estressor em potencial. Sugerimos a necessidade de novas pesquisas com maior número de sujeitos para um melhor conhecimento das fontes estressoras que propiciem orientação  para controle de stress e melhor qualidade de vida.

PALAVRAS CHAVES: Stress, Mulheres grávidas com Epilepsia, Qualidade de vida

 

 

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QUALIDADE DE VIDA: ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA VIA ANAIS ANAIS DOS CONGRESSOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (1998-2006)

LUIZ, Rodrigo Pereira¹; BURITI, Marcelo de Almeida².

¹ Curso de Fisioterapia, Universidade de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, SP. ² Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo, SP e Universidade de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, SP.

 

Introdução - A Produção Científica é a forma pela qual a universidade ou instituição de pesquisa se faz presente no saber-fazer-poder ciência. É a base para o desenvolvimento e a superação da dependência entre países e entre regiões de um mesmo país. Objetivo - Este estudo teve por objetivo verificar e analisar a Produção Científica sobre Qualidade de Vida da área de saúde. Materiais e Método – O acervo documental pesquisado foram os resumos publicados nos Anais dos Congressos de Iniciação Científica de uma Universidade privada do Alto Tietê, no período de 1998 a 2006. A Produção Científica foi avaliada quanto à autoria, gênero, delineamento, análise dos resultados, tipologia das pesquisas e cursos que pesquisaram sobre qualidade de vida. Resultados – Constatou-se em relação ao delineamento que 84,61%, utilizaram o delineamento de levantamento de dados e 15,39%, o delineamento experimental. Em relação à análise dos dados, 76,93%, análise mista e 23,07%, qualitativa. Quanto ao gênero 60,00%, foram feminino e 40,00%, masculino. Em relação à tipologia de pesquisa, 84,61%, foram descritiva e 15,39%, experimental. Quanto à autoria 92,30%, única e 7,70%, múltipla, e em relação aos cursos que pesquisaram, 46,15%, foram do curso de Fisioterapia, 30,78%, Psicologia, 7,69%, Educação física, 7,69%, Fonoaudiologia e 7,69%, Medicina. Conclusões – Conclui-se que o delineamento mais utilizado foi o de levantamento de dados. Em relação à análise dos dados destacou-se a análise mista. Houve predominância no gênero feminino e na autoria única. Quanto à tipologia de pesquisa, sobressaiu-se a descritiva. Em relação aos cursos que pesquisaram, o curso que mais se destacou foi o de Fisioterapia, seguido do curso de Psicologia.

Palavras chave – Meta-análise, Cientometria e Produção Científica.

 

 

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES NO CLIMATÉRIO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE MULHERES ATIVAS E SEDENTÁRIAS.

BARBOSA, Juliana de Assis Novais; CAMPODONICO, Fabiana; GUIDETTI, Bruna Santos; KARLA, Priscila; PIRAJÁ, Sandra. BASTOS, Graziela Macedo; ARAÚJO, Elisabete Regina.

Faculdade Novo Milênio – Vila Velha / ES

 

Introdução: O climatério é caracterizado por mudanças endócrinas no organismo feminino desencadeando sinais e sintomas que podem influenciar na qualidade de vida da mulher. Objetivos: Comparar a qualidade de vida de mulheres no climatério que realizavam um programa de exercício físico especifico com mulheres sedentárias. Materiais e Métodos: Foi aplicado o WHQ (Women’s Healt Questionnaire) um instrumento específico para avaliar a qualidade de vida em mulheres no climatério. Ele é composto de 36 questões abrangendo: sintomas somáticos, humor deprimido, ansiedade e medo, sintomas menstruais, dificuldades cognitivas, função sexual, sentir-se ou não atraente, distúrbios do sono e sintomas vasomotores. Responderam ao questionário 44 mulheres que participaram dos exercícios em grupo na comunidade de Araçás em Vila Velha no período de fevereiro a julho de 2006 e 30 mulheres sedentárias do mesmo bairro. Resultados: A analise estatística foi realizada através do teste T não pareado. A idade média das mulheres que realizaram os exercícios foi de 60,8 anos e 53,9 anos nas mulheres sedentárias. O score geral do WHQ indicou pior qualidade de vida nas mulheres sedentárias. Naquelas que praticavam atividade foi observado melhora significativa (p<0,05) em sintomas somáticos, humor deprimido, ansiedade, sintomas vasomotores e atração. Discussão: Estudos recentes relatam diminuição das queixas do climatério, aumento da satisfação com a saúde e bem-estar em mulheres que se exercitam.

 

Conclusões: Exercícios terapêuticos em grupo, direcionados para mulheres no climatério, são eficazes para promover melhora na qualidade de vida e proporcionar alivio de alguns sintomas específicos dessa fase como depressão, fogachos, suores noturno, algias somáticas, ansiedade e auto-estima.

Palavras-chaves: Climatério, Qualidade de vida, Exercício físico

 

 

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM RINITE ALÉRGICA POR MEIO DO CHILD HEALTH QUESTIONNAIRE

SILVA, Taís E.; SILVA, Carlos H. M.; MORALES, Nívea M.O.; FERNANDES, Karla P.; PINTO, Rogério M. C. Universidade Federal de Uberlândia.

 

A rinite alérgica pode comprometer aspectos físicos, psicológicos e sociais da vida dos pacientes. Objetivo: avaliar o impacto da rinite alérgica na qualidade de vida relacionada à saúde de crianças e adolescentes por meio do questionário genérico Child Health Questionnaire (CHQ-PF50) e verificar as propriedades psicométricas desse instrumento nesta população. Casuística e Métodos: estudo transversal realizado no Ambulatório de Alergologia Infantil do Hospital de Clínicas de Uberlândia. O CHQ-PF50 foi respondido por 23 pais ou responsáveis de crianças acima de 5 anos e adolescentes com diagnóstico clínico de rinite alérgica sem comorbidades e teste cutâneo de hipersensibilidade imediata positivo para pelo menos um aeroalérgeno. Os escores obtidos pelos pacientes foram comparados com os de crianças e adolescentes saudáveis (n=314). As propriedades psicométricas testadas incluíram qualidade dos dados, confiabilidade e validade. Resultados: a maioria dos informantes foi a mãe (86,95%). Média de idade dos pacientes: 9,22 anos, maioria do sexo masculino (78,26%). Os escores obtidos pelo grupo doente foram significativamente menores (p<0,05) que os do controle na maioria das escalas, incluindo as relacionadas à família, exceto em alteração na saúde e comportamento global. O tamanho do efeito foi maior no escore sumário físico que no psicossocial. As propriedades psicométricas testadas foram, em geral, satisfatórias. Conclusões: a rinite alérgica causa impacto negativo global na qualidade de vida relacionada à saúde de crianças e adolescentes com maior repercussão na função física, pela percepção dos pais ou responsável, e afeta negativamente a família. O instrumento mostrou-se confiável e válido nesta população.

 

Palavras-chave: qualidade de vida, rinite alérgica, CHQ-PF50.

 

 

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QUALIDADE DE VIDA DE ALUNOS DE MEDICINA

RUIZ-MORENO, Lidia; GIANNOTTI-GALUPPO, Maria Teresa; SILVA JR, José Antônio; KUAHARA, Márcia Veloso

Centro Universitário Nove de Julho - UNINOVE

 

Introdução: A definição de qualidade de vida (QV) da Organização Mundial da Saúde inclui a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores, considerando seus objetivos, expectativas e preocupações, e vai além das alterações fisiopatológicas. O interesse pelo estudo da QV do aluno de Medicina tem aumentado nos últimos anos já que representa um grupo de risco em relação a distúrbios emocionais. As Diretrizes Curriculares para Medicina (BRASIL, 2001, pg. 23) enfatizam sobre a relevância do aluno “cuidar da própria saúde física e mental, e buscar seu bem-estar como cidadão e como médico”. Objetivos: Avaliar a QV de alunos de Medicina e caracterizar seu perfil sócio-econômico. Método: Foi realizado um estudo analítico de corte transversal, com 100 alunos do segundo semestre do curso médico, entre julho e novembro de 2006. Na avaliação da QV foi utilizado o questionário SF-36 traduzido e validado no Brasil. Resultados: Mais da metade dos alunos são mulheres (58,5 %), 52,5 % têm entre 20e 22 anos, 25% entre 17 e 19 anos. 95% são solteiros, de etnia branca e não exercem atividade remunerada, sendo que 72,5% moram com familiares. Os alunos relatam falta de tempo para atividades físicas e de lazer, estresse no período das provas e apresentam aumento de tabagismo e de outros hábitos prejudiciais à saúde. Resultados preliminares obtidos com o questionário SF-36 evidenciam uma deterioração na QV, especialmente nos domínio de vitalidade e aspectos sociais. Conclusões: Em concordância com as Diretrizes Curriculares os alunos se mostram conscientes do seu papel transformador na melhoria da QV no ambiente acadêmico. Faz-se necessário aprofundar estudos desta natureza visando desenvolver ações que fomentem comportamentos saudáveis nos futuros profissionais.

Palavras chave: Aluno de Medicina. Qualidade de Vida. Formação Profissional

 

 

 

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A CONTRIBUIÇÃO DE PROGRAMAS DE ATENÇÃO DOMICILIAR À SAÚDE NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE USUÁRIOS DA SAÚDE SUPLEMENTAR

LIMA, Roberta Rubia de; GODOY, Mahiti Candio de

PROCARE SERVIÇOS DE SAÚDE - SP

 

INTRODUÇÃO: A qualidade de vida vem surgindo como uma nova meta a ser alcançada pelos programas de atenção domiciliar à saúde. As operadoras de planos de saúde, que também atuam com doenças crônicas e/ou recorrentes, têm perspectivas de avaliação de resultados, que não focalizam apenas a dimensão médica de redução de morbi-mortalidade.

OBJETIVOS: Contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos usuários da saúde suplementar e reduzir seus custos assistências, por meio de aplicação de programas de atenção domiciliar à saúde que visam elevação de auto-estima, segurança e fidelização ao médico assistente. MÉTODOS: Um estudo quantitativo, exploratório, descritivo e retrospectivo. O estudo contextualizou 144 pessoas assistidas pelo programa de atenção domiciliar à saúde, no período de Outubro de 2006. RESULTADOS: Redução de 34% na freqüência de internações hospitalares, de 12% nas consultas de PS, 23% nos exames laboratoriais, e de 34% no custo assistencial total quando comparado ao ano anterior. DISCUSSÃO: Um dos maiores desenvolvimentos no campo da saúde tem sido o reconhecimento da importância do ponto de vista do paciente em relação à sua doença. CONCLUSÃO: Fica notório que um tratamento bem sucedido deve manter a autonomia do indivíduo, bem como mantê-lo integrado socialmente e capaz de realizar suas atividades de vida diárias.

Palavras-chaves: Qualidade de vida; Planos de Saúde; Doenças Crônicas.

 

 

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QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE NO CENTRO DE

TERAPIA RENAL EM LAGES-SC, AVALIADA ATRAVÉS DO WHOQOL-bref

MELLO Thiago; COMNISKY Rodrigo; BITTENCOURT Karine

Universidade do Planalto Catarinense-UNIPLAC

 

Introdução: A Qualidade de Vida (QV) inicialmente partilhada por cientistas sociais, filósofos e políticos, difundiu-se para outras áreas como a nefrologia principalmente porque os pacientes cuja sobrevida depende de tecnologias avançadas, como a hemodiálise, podem sofrer mudanças que interferem na sua QV. Objetivo: Avaliar a QV dos pacientes em hemodiálise através do instrumento WHOQOL-bref. Metodologia: Os 52 pacientes entrevistados responderam ao questionário WHOQOL-bref, elaborado pela OMS, e assinaram ainda o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: Os pacientes foram escolhidos aleatóriamente, através de sorteio, sendo 50% masculinos e 50% femininos. A maioria com apenas 1° Grau Imcompleto. Analisamos que 42,31% dos pacientes relataram que sua QV é boa e que 52,91% relataram que sua saúde está boa. Em relação ao tratamento medico, 75% relatam precisar bastante deste.

No domínio psicológico 65,38% dos pacientes relataram que sua vida tem bastante sentido e 42,31% dizem que sentiram algumas vezes sentimentos negativos. Com relação ao apoio dos amigos, 80,77% relataram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com esta relação. Discussão: Evidenciamos comprometimento nas diferentes dimensões analisadas pelo WHOQOL-bref, confirmando o que outros pesquisadores verificaram. Mas a maioria (42,31%) dos pacientes entrevistados declararam, que sua QV é boa. Vale relembrar que o conceito de QV e os instrumentos de avaliação da mesma, estão em desenvolvimento e que a QV possui um conceito altamente individual. Conclusões: Verificamos que além de estar comprometida a esfera biológica há comprometimento no seu estilo de vida, seu grupo familiar e sua interação social.

Percebemos também que a avaliação da QV tem recebido uma atenção diferenciada nos últimos tempos, mas que precisamos realizar mais estudos nesta temática.

 

Palavras Chave: Hemodiálise/ Qualidade/ Vida

 

 

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QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO CONVIVENDO EM ASILO

CORREA, Luciane 1; NASCIMENTO, Regina Aleixo 1; GRANDI, João Luiz 2

1 Aluno de Graduação, 2. Orientador TCC Professor - Universidade Camilo Castelo Branco, São Paulo – SP.

 

Introdução: O envelhecimento da população é um fenômeno de amplitude mundial. A saúde e a qualidade de vida dos idosos, mais que em outros grupos etários sofrem a influência de múltiplos fatores, físicos, psicológicos, sociais e culturais.

Objetivos: Descrever as causas do convívio em asilo em um grupo de idosos da região leste da cidade de São Paulo e, analisar os fatores associados à qualidade de vida destes pacientes.

Métodos: Foi realizado um estudo transversal, prospectivo, descritivo em uma amostra de 100 idosos internos de duas instituições geriátricas, localizadas na região leste da cidade de São Paulo. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário padronizado contendo 27 questões abertas e fechadas, contendo informações sociodemográficas e sobre qualidade de vida destes internos. Como critério de elegibilidade para o estudo foram incluídos apenas os pacientes hígidos e que apresentavam condições auditivas e de fala no momento da entrevista. Após ter sido esclarecido os objetivos do estudo entre aqueles que consentiram em participar foi lido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e solicitado seu consentimento por escrito. 

Resultados: Do total de pacientes, 63% tinham idade inferior a 70 anos e estavam em convivendo em asilo por decisão própria. A principal atividade é a televisão para a maioria dos idosos.Cerca de 50% referem atividade física individual ou com acompanhamento de fisioterapeutas. As visitas são geralmente realizadas pelos netos, sendo que so pacientes justificam que os filhos trabalham demais e não dispõem de tempo. 60% estão satisfeitos com as atividades de laser.

Discussão e Conclusões: Apesar de se considerarem fisicamente independentes, a maioria dos idosos asilados referem sentir falta de maior convívio com familiares, o que poderia representar melhores condições de melhoria da qualidade de vida destes pacientes, além de referirem falta de mais atividades físicas, sendo apenas permitido a caminhada matinal para eles.

 

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COMPORTAMENTO INASSERTIVO NA DISPEPSIA FUNCIONAL.

HONDA, Giovanna Corte; BRASIO, Karina Magalhães. Faculdade de Psicologia. PUC-Campinas.

 

Introdução: A Dispepsia Funcional (DF) é um distúrbio funcional do trato digestivo, de origem desconhecida, caracterizada por sintomas como dor ou desconforto na região do epigástrio, que interfere significativamente na qualidade de vida do paciente. O comportamento assertivo caracteriza-se pela capacidade do indivíduo em expressar seus pensamentos e sentimentos no momento adequado e de acordo com a situação. A inassertividade parece ser relevante no desencadeamento e na manutenção dos sintomas da DF. Objetivo: Este trabalho avaliou a relação entre a DF e o comportamento inassertivo; avaliou o nível de assertividade em pacientes com DF e comparou o nível de assertividade em pacientes que possuem DF com participantes sem transtornos gastrintestinais. Material: Foram utilizados um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, Fichas de Identificação dos Grupos Experimental e Controle e o Instrumento para levantar o Nível de Assertividade (Rathus, 1973). Método: Foram estudados dezesseis pacientes provenientes do Ambulatório de Gastroenterologia de um Hospital Particular Universitário, localizado em um Município do Interior de São Paulo (grupo experimental) e dezesseis participantes sem transtornos gastrintestinais provenientes do mesmo hospital (grupo controle). A avaliação psicológica foi realizada em um único encontro, de aproximadamente 30 minutos, numa sala de atendimento individual localizada no setor de gastroenterologia do Hospital Particular Universitário. Resultados: Os dados da avaliação psicológica mostraram que os pacientes com Dispepsia Funcional possuem mais respostas inassertivas se comparados aos participantes sem transtornos gastrintestinais. Discussão e Principais Conclusões: Pode-se inferir que pacientes com transtornos funcionais possuem tendência a ter uma maior dificuldade em identificar e expressar emoções, pensamentos e sentimentos, quando comparados a pessoas saudáveis ou pacientes sem transtornos funcionais. Sugere-se que o comportamento inassertivo está relacionado com o desencadeamento da sintomatologia da DF. Palavras-chave: distúrbio gastrintestinal, dispepsia funcional, assertividade.

 

 

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DISTÚRBIOS DO SONO E QUALIDADE NA APRENDIZAGEM

CARVALHO Luciane BC; CARVALHO João EC; PRADO Lucila BF; FERRREIRA Vanessa R; TORRES Izilda M; POTASZ Clarisse; BISCUOLA Fabia N; JULIANO Maria Ligia; PRADO Gilmar F.

Neuro-Sono, Departamentos de Neurologia, Departamento de Medicina de Urgências e Medicina Baseada em Evidências, UNIFESP, São Paulo, SP, Brasil. Apoio FAPESP 02/02145-1.

Introdução. A maioria das crianças com Distúrbios do Sono (DS) que procuram o ambulatório Neuro-Sono da UNIFESP tem problemas de aprendizagem relacionados a esses distúrbios e que nem sempre desaparecem quando os DS são tratados. Para entendermos a dimensão da associação entre os DS e dificuldades de aprendizagem,  estudamos crianças com e sem DS comparando seus desempenhos escolares. Método.  Distribuímos 5400 Questionários de Distúrbios do Sono na Criança, (Bruni, 1996) adaptado para o português, para crianças de 7 a 10 anos de Escolas Públicas de São Paulo. Dos 2975 questionários respondidos pelos pais que retornaram, 2384 (1224 meninas – 51%) tinham as notas de Português e Matemática (de 0 a 10) informadas pelos professores. Comparamos meninos e meninas, com distúrbios do sono (DS) e sem distúrbios do sono (SDS) e notas insuficientes (<5) e suficientes (≥5). Resultados e Discussão. Entre as 439 crianças com DS (18%) havia mais meninos com DS (20%) do que meninas (17%, p<0,05). Das 765 crianças com nota insuficiente (32%), havia mais crianças com DS (40%) do que SDS (25%, p<0,05). Não houve diferença de notas entre meninos e meninas com DS mas havia mais meninos SDS com notas insuficientes (33%) do que meninas (28%, p<0,05). Havia mais meninos com DS e nota insuficiente (43%) do que meninos SDS e nota insuficiente (33%, p<0,05). Havia mais meninas com DS e nota insufpesquisaiciente (36%) do que meninas SDS e nota insuficiente (28%, p<0,05). Os DS prejudicaram o desempenho escolar das crianças, tornando igualmente ruim o desempenho de meninos e meninas. Conclusão. Os resultados mostram a importância de intervenções de saúde voltadas para a área de educação, apontando para ações preventivas e de diagnóstico precoce de DS que promovam uma aprendizagem mais efetiva e possam contribuir para o desempenho escolar e social das crianças.

Palavras-chave: distúrbios do sono, crianças, cognição.

 

 

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DOS NÍVEIS DE DEPRESSÃO

EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA

MINHARRO Izabel Tassiotto; GUARISI Telma;

OZAKI Yaeko; PICCOLI Ana Paula Bonilha

Hospital Universitário de Jundiaí e Faculdade Politécnica de Jundiaí

                                  

Introdução: A Incontinência Urinária constitui sintoma oriundo de várias causas, com implicações sociais, causando desconforto, perda de autoconfiança e podendo interferir negativamente na qualidade de vida. A Associação Médica Brasileira calcula que, em cerca de 30% a 50% dos casos, a depressão não é diagnosticada pelos serviços médicos.  Objetivos: Avaliar a qualidade de vida e o nível de depressão em mulheres com incontinência urinária.  Os objetivos específicos eram: coletar dados sócio-demográficos das mulheres; verificar o nível de qualidade de vida e o escore total dos níveis de intensidade da depressão e correlacionar os índices de qualidade de vida e níveis de depressão. Métodos: A pesquisa descritiva foi conduzida no Ambulatório de Uroginecologia da Saúde da Mulher, no Hospital Universitário de Jundiaí.  Foram aplicados dois questionários: KHQ – King’s Health Questionnaire, para avaliar a qualidade de vida e BDI – Beck Depression Inventory, para avaliar o nível de depressão. Ambos os instrumentos estão validados para aplicação na população brasileira. Participaram da pesquisa 20 mulheres, com idade entre 28 e 65 anos, após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.  Resultados: Do total de participantes, 10% apresentaram nível de depressão grave, 50% nível moderado, 30% nível leve e 10% nível mínimo. O maior escore de depressão foi 42 e o menor, 6, sendo a média 21,9.  Os resultados do KHQ apontaram que os piores índices estão no domínio dos impactos da incontinência urinária. Conclusões: A pesquisa apontou que não há correlação entre depressão e qualidade de vida.  Somente o domínio das limitações sociais apresentou correlação significativa com os níveis de depressão.

Palavras-chave: Incontinência urinária, Depressão, KHQ, BDI.

 

 

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EFEITOS AGUDOS FISIOLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS DA RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS SUBMETIDOS A UM TESTE ANSIOGÊNICO

DIAS, A.; KOZASA, E. H.;MARTINS, M.; RIBEIRO, F.L.; LEITE, J.R.

Unidade de Medicina Comportamental- Depto. de Psicobiologia - Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP / EPM

Nos dias atuais, uma das queixas mais prevalentes na população em geral são aquelas relacionadas à ansiedade. Os estudantes universitários chegam a apresentar até mesmo problemas em seu desempenho escolar devido a tais queixas. Este estudo tem por objetivo avaliar os efeitos psicofisiológicos de um exercício de respiração diafragmática em estudantes universitários submetidos a uma situação ansiogênica. Para neste, neste piloto, avaliaram-se 12 universitários, divididos em dois grupos, controle e experimental. Para o grupo experimental foi ensinada a prática da respiração diafragmática e imediatamente após, os sujeitos foram submetidos a uma situação ansiogênica. Para o grupo controle houve um tempo de espera seguido da situação ansiogênica. Durante o experimento, nos dois grupos, foram realizadas as seguintes avaliações: temperatura periférica, condutância da pele, eletromiografia do músculo frontal, freqüência cardíaca e ansiedade-estado.  Apesar de não ocorrerem diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, pode-se notar, sobretudo pelos gráficos, uma tendência da respiração diafragmática promover redução da ansiedade após o treinamento, bem como maior estabilidade na temperatura periférica, redução da freqüência cardíaca e da tensão muscular durante o teste ansiogênico. É necessária a continuidade deste trabalho com maior número de voluntários para se confirmar as tendências observadas neste piloto, no sentido da contribuição do treinamento em respiração diafragmática para uma maior estabilidade autonômica e para uma redução subjetiva da ansiedade,.

Financiamento: AFIP (Associação Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia)

 

Palavras chave: ansiedade, respiração diafragmática e universitários.

 

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HIPNOSE E FOBIAS

Autores: LOPES, Adriana; AYA,Cinthia; CIANI, Daniela; ARAUJO, Percilio.

Instituição: Universidade Bandeirante de São Paulo.

 

O presente trabalho tem como objetivo discutir a eficácia da hipnose como ferramenta clínica psicoterápica objetivando o tratamento de quadros fóbicos. Trata-se de uma técnica coadjuvante para diversos tratamentos tanto das áreas médica e odontológica, como da psicológica. A técnica permite o acesso direto a estruturas inconscientes da psique, para remodelagem de padrões existentes e sugestão de novos padrões, sempre dentro de um escopo terapêutico. Para a pesquisa foram selecionados, intencionalmente, cinco profissionais psicólogos com formação e prática clínica em técnicas hipnóticas e, junto a estes foram realizadas entrevistas utilizando-se um questionário analisado posteriormente sob a ótica de estudos múltiplos de caso. Foram obtidas, aproximadamente, quatro horas de material gravado, devidamente transcrito, que por sua vez permitiram a conclusão de que a hipnose ainda é vista pela maioria da população e até mesmo por muitos profissionais da saúde como prática mística e ultrapassada, sem perceberem que ela se desenvolveu ao longo dos anos e hoje apresenta novo arcabouço teórico-prático, como por exemplo, o modelo hipnótico proposto inicialmente pelo psiquiatra americano Milton Erickson (1901-1980), cuja técnica foi batizada com seu sobrenome e sendo, também, uma das bases do que hoje é conhecido como terapia estratégica. A hipnose mostrou-se eficaz, pois apresenta diversas vantagens como, por exemplo, acrescentar agilidade ao tratamento e ser adaptável e compatível com várias abordagens terapêuticas e seus respectivos pressupostos, inclusive apresentando um baixo índice de recaídas. Nos casos em que houve acompanhamento de psiquiatras, foi verificado que a técnica hipnótica pôde permitir uma diminuição rápida no uso de medicamentos, levando em alguns casos, à sua  suspensão.

 

Palavras-chaves: Psicoterapia; Hipnose; Fobias.

 

 

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SUBJETIVAÇÕES DOS PROFESSORES ACERCA DA CRIAÇÃO DE AMBIENTES FAVORÁVEIS A QUALIDADE DE VIDA DO ALUNO SURDO.

MACHADO, Lia Fiuza Fialho; PAZ, Milena Loureiro de Oliveira; MONTEIRO, Luciana Zaranza; MORENO VALDÉS, Maria Teresa.

Mestrado em Saúde Coletiva - Universidade de Fortaleza – UNIFOR.

A universidade enquanto instituição educativa deve promover saúde com um enfoque integral, contribuindo para que os alunos adotem modos de vida mais saudáveis, fomentando o diálogo como ferramenta de uma comunicação emancipatória e propiciando o “empowerment” do educando para atuar na melhoria da sua qualidade de vida. Com objetivo de investigar as subjetivações dos professores face à inclusão de alunos surdos, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa com dezesseis professores da área da saúde de uma IES privada de Fortaleza, que receberam um aluno surdo no curso. A coleta de dados foi realizada mediante grupo focal e questionário estruturado com três questões abertas. O perfil dos participantes mostrou predominância do sexo feminino, de nível de Mestrado e média de dez anos de experiência. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo e resultaram em três categorias: barreiras no processo pedagógico e na prática profissional; relações interpessoais e institucionais; e barreiras na comunicação. Foi comprovado que a existência de barreiras pedagógicas, comunicacionais e atitudinais limitam as práticas inclusivas e que é necessário desenvolver estratégias centradas na promoção de Ambientes Favoráveis, que proporcionem Saúde e Qualidade de Vida visando à realização de uma proposta interdisciplinar, que busca seus fundamentos na Saúde Pública/Coletiva, a Educação Especial, a Psicologia da Deficiência e a Didática do Ensino Superior.                 

Palavras-chaves: qualidade de vida, professores, inclusão social.

 

 

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Enfermagem Familiar na Promoção da Saúde de Famílias de Crianças com Insuficiência Renal.

Paula, Érica Simpionato de 1; Correia, Carolina Camilo 2; Nascimento, Lucila Castanheira 3; Rocha, Semiramis Melani Melo 4.

Instituição: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

 

A Enfermagem Familiar é definida como ações de enfermagem direcionadas para melhorar a qualidade de vida, promover, fortalecer e manter o bem-estar das famílias. O objetivo deste trabalho é compreender a vivência das famílias de crianças com insuficiência renal crônica submetidas à diálise peritoneal, a fim de subsidiar os cuidados de enfermagem, levando em conta a qualidade de vida e a promoção da saúde da família. O referencial teórico fundamenta-se em Enfermagem Familiar na Promoção da Saúde. Os sujeitos deste estudo foram famílias de crianças com insuficiência renal crônica em diálise peritoneal. Os dados foram coletados por meio de entrevista em profundidade, leitura de prontuários e através da construção do genograma e ecomapa. Participaram 4 famílias, totalizando 13 membros. Os resultados são apresentados de acordo com categorias construídas a partir do referencial teórico e da avaliação da família, através de um levantamento de dados. O Suporte Social e a Rede Social com os quais as famílias estudas mantêm contato não têm suprido todas as suas necessidades de apoios. A comunicação da equipe de saúde com a família tem sido controladora leve e pesada e a comunicação dentro da família é identificada por ser controladora e pequena. A doença afeta os papéis de pais, filhos e irmãos e a troca de papéis é comum nestas famílias. Após a experiência da doença e da terapêutica em seu cotidiano, as famílias relatam a mudança de significado em suas vidas. Devemos considerar, no cuidado a criança doente, os membros da família, a unidade familiar e o contexto em que está inserida. O plano de intervenção para a Promoção da Saúde, realizado com a família, deve ser em um diálogo permanente com os membros, procurando contribuir para o seu desenvolvimento.

Palavras – chaves: Enfermagem, Família, Insuficiência Renal Crônica

 

 

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A INTERVENÇÃO DA ESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA INFANTIL.

MACHADO, Lia Fiuza Fialho; MONTEIRO, Luciana Zaranza; MORENO VALDÉS, Maria Teresa.

Mestrado em Saúde Coletiva - Universidade de Fortaleza – UNIFOR.

Fundamentada nos estudos iniciados por Verdugo na Espanha, considera-se a Qualidade de Vida (QV) como um construto multidimensional e subjetivo. A pesquisa utiliza um modelo de QV com seis domínios: Òcio e atividades recreativas; Rendimento; Relações Interpessoais; Bem estar físico e emocional; Bem estar coletivo e valores; e Bem estar material. Na proposta da Escola Promotora de Saúde a educação para a saúde tem enfoque integral e busca desenvolver conhecimentos e habilidades que contribuam para adotar modos de vida saudáveis e atuar sobre o contexto escolar e social. O objetivo do trabalho é realizar um estudo avaliativo da QV infantil na escola e ressaltar as dimensões mais relevantes na ótica da criança. Foi desenvolvido em um colégio privado no município de Fortaleza-Ce, com 70 crianças dos sexos masculino e feminino, com idade entre 8 e 10 anos, que estavam matriculadas no quarto ano do ensino fundamental I. Foi aplicado o questionário Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé (AUQEI). Os dados foram coletados em junho de 2005 e processados utilizando o programa SPSS. Comprovou que a QV geral das crianças foi satisfatória, atestando um escore médio final de 53.95, ficando apenas 15% das crianças com pontuação inferior a 48, nota de corte que indica baixa QV. Constatou-se também que as questões que mais geraram infelicidade foram estar longe da família, as doenças e brincar sozinho (Dimensão Bem estar Físico e Emocional), e que a dimensão Òcio e Atividades Recreativas foi a mais citada como geradora de satisfação. Os resultados indicam que, mesmo atingindo um nível bom de QV é necessário que a escola, como ambiente que deve promover a saúde, desenvolva ações visando trabalhar a promoção da saúde, para que possa refletir-se em outras dimensões e na QV total da criança.  

Palavras-Chaves: qualidade de via, escola, crianças.   

 

 

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RELATO DE EXPERIÊNCIA:

A IMPLEMENTAÇÃO DO SERVIÇO DE TERAPIA OCUPACIONAL NAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO- MG

*BARROS CANDIANI; JOYCE

Prefeitura Municipal de São Sebastião do Paraíso, MG

As Unidades de Saúde da Família (USF) é uma estratégia que prioriza as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e da família, de forma integral e contínua. A atenção está centrada na família, entendida e percebida a partir do seu ambiente físico e social, o que vem possibilitando às equipes de Saúde da Família uma compreensão ampliada do processo saúde/doença e da necessidade de intervenções que vão além de práticas curativas. Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência da implementação de um serviço de Terapia Ocupacional em duas Unidades de Saúde da Família do Município de São Sebastião do Paraíso – MG. Este serviço vem sendo realizado desde Setembro de 2005, onde se iniciou o atendimento terapêutico ocupacional com grupo de agentes comunitárias de saúde, para posteriormente atingir a população alvo do bairro. No processo das atividades realizadas nos grupos das ACS, foram discutidas questões relacionadas sobre o que é o serviço da T. O em uma unidade e para que servem as atividades desenvolvidas. A partir daí foram realizadas inicialmente visitas domiciliares com a equipe, o qual foram encaminhados pacientes de diversas patologias, sendo um maior número de transtornos depressivos graves e acamados portadores de AVC. Foi feita uma entrevista inicial com cada paciente, estabelecendo o contrato terapêutico, sendo que, o atendimento é realizado tanto na unidade quanto domiciliar. As atividades utilizadas nos atendimento são escolhidas pelos pacientes e trabalhadas dentro da relação triádica (paciente - t.o- atividade). Observou-se que muitos destes pacientes não conheciam o serviço, porém com a interação e divulgação das agentes, o trabalho pode ser desenvolvido e hoje apresenta resultados significativos quanto à prevenção de doenças, diminuição de medicamentos e melhora no cotidiano e na sua qualidade de vida.

 

Palavras-Chaves: Unidade Saúde da Família; Relato de Experiência; Terapia Ocupacional

* Terapeuta Ocupacional formada pelo Centro Universitário Claretiano; responsável pelos Programas de Saúde da Família do Município de São Sebastião do Paraíso - MG

 

 

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VOLUNTARIADO NA ENFERMARIA DE CLÍNICA MÉDICA DO HOSPITAL ESTADUAL DE DIADEMA (HED)

FUKUJIMA, Marcia Maiumi; DOMINGOS, Adriana Santana; ROCHA, Elaine Gimenez; MATHIAS, Deise; pela Comissão de Humanização do HED

Hospital Estadual de Diadema – enfermaria de Clínica Médica

 

INTRODUÇÃO: o sofrimento humano que a doença causa é inestimável, com impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes internados, que acaba interferindo na qualidade de vida das pessoas socialmente relacionadas. OBJETIVO: apresentar o projeto de Humanização Hospitalar “Voluntariado na Clínica Médica”, que foi criado para amenizar o sofrimento dos pacientes internados. MÉTODO: elaboração e apresentação de projeto. RESULTADO: o Projeto “Voluntariado na Clínica Médica” iniciado em 2004, conta com oito voluntárias, selecionadas na comunidade pela Comissão de Humanização Hospitalar do HED, através de preenchimento de ficha de interesse no próprio hospital, seguido de entrevista. Os voluntários selecionados recebem treinamento específico que envolve Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Unidade de Alimentos e Nutrição, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho e Serviço Social; recebem também treinamento da Comissão de Humanização Hospitalar. As atividades desenvolvidas pelas voluntárias com os pacientes são jogos de tabuleiro, leitura de revistas, jornais e livros, conversa à beira do leito, trabalhos manuais, entre outras. Existem alguns projetos específicos que também contam com a atuação das voluntárias, entre eles o projeto “Cantinho da Beleza”, onde profissionais como cabeleireiros e maquiadores realizam trabalho voluntário nos pacientes internados e o projeto “Cinema no Hospital”, onde os pacientes deambulantes são convidados para assistir a uma sessão de filme cuidadosamente selecionado, que é exibido no saguão da enfermaria. O impacto é medido através de questionários aplicados pelo Serviço de Atendimento ao Cliente. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A Comissão de Humanização Hospitalar do HED tem desenvolvido projetos para amenizar o impacto da internação na qualidade de vida durante a estada no hospital. Conseqüência disso é melhora da auto-estima, maior tolerância da dor e redução de quadros depressivos comuns em doenças crônicas, resultando em qualidade do atendimento humanizado durante a internação.

PALAVRAS-CHAVE: voluntariado; clínica médica; humanização

 

 

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POSIÇÕES PSICANALÍTICAS NEO-KLEINEANAS, DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL E RELAÇÃO HUMANA

MELLO, Paulo de.; LEITE, José Roberto; ROSA, José Tolentino; MELLO, Cecília Fialho de, MONSON, Carlos Alberto; COSTA, Roney Ribeiro Paulino da & FARAONE, Maria Vicentina M.

Grupo de Estudos e Pesquisa em Psicoterapia Cognitivo Analítica

Unidade de Medicina Comportamental

Depto de Psicobiologia

UNIFESP

                         

             Introdução: A partir dos estudos de Melanie Klein, José Bleger e José Tolentino Rosa (1995), desenvolvemos elementos que nos permite classificar o indivíduo de acordo com a "posição psicanalítica" a qual ele se encontra, o que nos possibilitou realizar um estudo estatístico da representação de cada "posição" na população de pacientes que buscam auxílio neuro-psiquiátrico. Objetivos: Avaliar a distribuição percentual de indíviduos nas seguintes posições psicanalíticas neo-kleineanas: Viscocárica, Esquizo-paranóide e Depressiva (e em Boa Relação Objetal – BRO); e suas implicações na qualidade das relações humanas. Material e métodos: Coleta de dados à partir da análise de prontuário sob atendimento semi-dirigido desde 2003 até 2006. Sujeitos anônimos (N: 260), com idades entre 17 e 74 anos, em atendimento médico ambulatorial. Síntese dos resultados: Pudemos observar a seguinte distribuição quanto as posições: Viscocárica (72,2%), Esquizo-paranóide (17%), Depressiva (7,8%) e BRO (3%). Discussão: Do total de sujeitos do estudo (n: 260), apenas 54 (20,8%) necessitavam apenas de cuidados médicos, o restante, 206 (79,2%), necessitavam de cuidados psicoterapêuticos associados ou não à psicofarmacoterapia. A posição Viscocárica predominou com 72,2% da população que procurou auxílio médico neuro-psiquiátrico. Desse modo, entendemos que tal população estabelece como modo de relação, aquela com Objeto Parcial, apresenta como desejo a fusão e como angústia a defusão, apresenta uma maior possibilidade de desenvolver transtornos somatoformes, incluindo as doenças psicossomáticas e "fala" de seus sintomas emocionais através de queixas clínicas. Conclusões: Os dados apontam a importância da aplicação de um modelo psicoterápico, que considere imprescindível o desenvolvimento de habilidades mais específicas para uma melhor qualidade de vida pessoal e de relação, tais quais: flexibilidade de percepção de um fato, de si mesmo e do Outro, percepção do Outro como Objeto Total, maior controle de impulsos e maior predisposição ao perdão.

 

Palavras chaves:

Psicanálise

Psicoterapia Cognitivo Comportamental

Qualidade de Vida

 

 

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DORIAN GRAY: A METÁFORA DA RECUSA

PENNACHIN, Flávia

Hospital Nossa Senhora da Penha

 

Este trabalho foi desenvolvido a partir de uma metáfora entre a obra de Oscar Wilde, “O retrato de Dorian Gray” e a dificuldade em se enfrentar o envelhecimento e, conseqüentemente, a morte. Há muito tempo o homem tenta burlar a finitude. O envelhecer e o morrer se aproximam muito, tornando o medo de morrer o próprio medo de envelhecer. Porém, morte e envelhecimento são sinônimos apenas no âmbito social; sob o plano psico-filosófico, é preciso pensar a velhice utilizando um outro olhar, diferente da somente aproximação do fim. No romance, a única preocupação do jovem era com sua beleza, sua juventude e suas capacidades físicas, ou seja, evitar o seu envelhecimento. Ao se fixar nesta questão, o personagem deixa de se perceber como ser total, integrado; não é capaz de se conscientizar acerca de si e de seu entorno e, desta forma, torna-se impossível viver seu próprio futuro, já que sua intenção é manter-se na imagem presente: sua única circunstância. Transpondo esta situação para o idoso, pode-se pensar em uma intervenção onde haja a possibilidade de conscientização das circunstâncias que o cercam, maximizando assim os planos de ação para a vida. Poder fazer com que o idoso repense suas possibilidades de vida, trazendo novas perspectivas a partir desta mobilização, fará com que haja mais vida em um tempo que é destinado para a espera da morte. É importante notar que quanto mais a pessoa estiver ligada a sua vida, menos estará ligada a sua morte, e é este o caminho que deverá ser trilhado para que se possa alcançar o idoso, promovendo assim uma maior aderência à sua integridade e à própria vida, com qualidade.

 

PALAVRAS-CHAVE: Gerontologia, Resiliência, Qualidade de vida.

 

 

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ATENDIMENTO DOMICILIAR EM PSICOLOGIA: UMA ESTRATÉGIA DE

AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO VISANDO A QUALIDADE DE VIDA EM

PACIENTES IDOSOS COM DEFICITS FUNCIONAIS.

SOUTO, Ana Cristina.

Psicóloga Clínica, anacristinasouto@yahoo.com.br

Introdução: Investigar a incapacidade funcional na velhice é de grande interesse não apenas porque esta é influenciada por condições médicas, mas também porque é influenciada por fatores psicológicos e sociais. A deficiência na competência comportamental e social tem impacto no bem-estar, refere-se às competências no dia-a-dia, refletem o grau de autonomia e independência do idoso, manifestam-se na vivência e na atuação em contextos cotidianos, abrangem aptidões físicas, cognitivo-emocionais e sociais em inter-relação com as possibilidades do ambiente (Rabelo e Neri, 2005).

Objetivos: Divulgar a prática da psicologia domiciliar no fomento da qualidade de vida e bem estar de idosos em situação de exclusão ou restrição social devido a perdas em funções físicas e/ou de papéis sociais.

Métodos e Resultados: Amostra de conveniência, composta por idosos (65 a 75 anos), em psicoterapia domiciliar. No processo psicodiagnóstico utilizou-se MMSE, GDS e avaliação por observação direta da capacidade funcional. Resultados identificaram boas condições de

saúde geral e cognitiva, episódios depressivos em 35% dos casos e redução no sentimento de auto-eficácia, autonomia e independência.

Discussão e Conclusões: A psicoterapia oferece suporte para que o idoso venha a disponibilizar recursos psicológicos e sociais, que auxiliam na manutenção de estados emocionais positivos, na regulação afetiva, no senso de auto-eficácia percebida e na mobilização de recursos adaptativos que capacitam o idoso à manutenção de ajustamento pessoal, autoconceito e identidade pessoal positivos. Quanto mais desenvolvidos os mecanismos de ajustamento psicológico, maior a chance de adaptação aos eventos relacionados à saúde, sem grande declínio na qualidade de vida do idoso. A psicoterapia de idosos visando evitar efeitos iatrogênicos deve estar focada em apoio e inserida na realidade social própria de cada indivíduo, com o objetivo de promover qualidade de vida. A abordagem domiciliar possibilita diagnóstico e intervenção direta no cotidiano do idoso e também a observação direta dos recursos psicológicos e da rede de suporte social, de que dispõem os pacientes.

Palavras Chaves: ajustamento psicológico, idosos, qualidade de vida.

 

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Desafio Saudável: Ampliar a  consciência frente ao impacto da degradação AMBIENTAL.“O pássaro de Minerva levanta vôo no crepúsculo”( Hegel)

Pascalicchio AE *,** MD homeopata e acupunturista MsC, PhD Saude Ambiental, Beringhs-Bueno LA *, MD, MsC em Homeopatia

* Instituto Brasileiro de Pesquisas e Pesquisas Louis Blanc (ILB)

** Instituto de Saúde de São Paulo (IS)

 

Introdução: Brasil vive transição epidemiológica incompleta. Associadas ao aumento da mortalidade ligada à violência,as doenças crônicas convivem com morbi-mortalidade por doenças infecto-contagiosas e carenciais.A  maioria dos profissionais da saúde não recebe treinamento acadêmico na área ambiental (resulta em pouco envolvimento com pesquisa e ativismo).Estes  problemas colocam um grande desafio às políticas públicas e ao meio ambiente.

Objetivos: demonstrar a importância da mudança de atitudes frente aos agravos ambientais e seu impacto na saúde humana.

Metodologia: reflexão a partir de pesquisas em bases de dados e experiências profissionais associadas.

Resultados Culturas hegemônicas  reagem mal  á expressão de idéias diferentes.

Conhecimento entendido como reconstrução situa informações históricas, geográficas,  e sócio-culturais.O Sistema Educacional ainda dificulta conceber a complexidade,do latim “aquilo que é tecido” ,das ligações entre diferentes aspectos.Dados de vários países associam mortes com as grandes mudanças ambientais e padrões/condições de vida e atividade física individual.Sedentarismo, tabaco, poluição, mudanças alimentares, acesso difícil a serviços de saúde, mudanças climáticas, falta de acesso à saneamento,

perda de áreas verdes,urbanização descontrolada,mudanças demográficas (aumento e envelhecimento da população).Populações com estilo de vida  tradicional(população

 indígena,seringueiros,caboclos da Amazônia ou caiçaras da Mata Atlântica) tem maior  dependência do ambiente natural para sua sobrevivência  sendo mais vulneráveis a riscos ambientais (contaminação de água e alimentos por mercúrio e agrotóxicos, doenças respiratórias no período das queimadas e malária,febre amarela e outras doenças devido ao desmatamento).Dados não são coletados tendo como perspectiva pesquisas e ações pro ativas dificultando promoção da saúde no contexto das mudanças ecológicas.As principais causas de morbi-mortalidade no Brasil e suas relações ambientais colocam um desafio para o século XXI : necessidade de mudar. Mas a consciência chega sempre atrasada. O pássaro de Minerva é a coruja, pássaro da razão e inteligência. È sempre tarde, pois com o mundo acelerando, nossa consciência está sempre atrasada ( Morin ).

Palavras chave Qualidade de Vida; Impacto Ambiental; Consciência.

 

 

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AUTO-EFICÁCIA, ATIVIDADE FÍSICA E ENVELHECIMENTO

BORGES, Lucélia Borges; NOVAIS, Francini Vilela; COSTA, Geni de Araújo

Universidade Federal de Uberlândia - UFU

 A auto-eficácia tem sido estudada como determinante do comportamento para a atividade física ou tem sido identificada como mecanismo mediador potencial que pode explicar os efeitos dessa prática em seus vários aspectos psicológicos. Diante disso, o objetivo desse estudo foi verificar o sentido de auto eficácia para idosos praticantes de atividade física em seis Projetos Sociais de Uberlândia – MG. A amostra foi composta por 420 idosos, sendo 366 do sexo feminino e 54 do sexo masculino, com idade entre 60 a 96 anos. O instrumento utilizado foi Escala de auto-eficácia (Ryckman, 1982), que avalia 2 aspectos: habilidade física percebida e confiança na auto-apresentação. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva, por meio do Programa SPSS 11.0. Verifica-se na tabela 1 os resultados encontrados.

Tabela 1: Auto-eficácia de idosos praticantes de atividade física em  Projetos Sociais de Uberlândia - MG

 

AFRID

CEAI 1

CEAI 2

Conviver

Lar

SESC

A

50,7 %

 (4)

53,1 %

(2)

37,1 %

(2)

44,9 %

(2)

37,1 %

(2)

49 %

 (2)

B

46,3 %

 (2)

39,0 %

 (2)

60 %

 (2)

44,2 %

(2)

47,7 %

(2)

33,9 %

(5)

 

 

 

 

 

 

A- Habilidade física percebida                 B- Confiança na auto-apresentação

(1)- concordo totalmente (2)- concordo (3)- nem concordo, nem discordo (4)- discordo (5)- discordo totalmente

Observa-se que somente a população do Projeto AFRID não apresentou percepção positiva das suas habilidades físicas. A população do SESC foi a única que apresentou confiança na sua auto-apresentação, pois esse grupo de afirmações requer discordância para avaliação positiva da confiança na auto-apresentação. Pode-se inferir que os programas de atividade física desses Projetos Sociais têm conseguido manter e/ou aumentar a percepção da eficácia, porém não tem conseguido aumentar satisfatoriamente a crença na confiança dos indivíduos na sua auto- apresentação.

 

Palavras-chave: envelhecimento, atividade física, auto-eficácia.

 

 

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ESCULPINDO O BELO

FARIAS, J. A.; GARCIA, D.; PEREIRA, E.C.A. ; PATUTTI, C.A.O.B.; EZEQUIEL, C.

Universidade Paulista UNP – Instituto de Ciências Humanas – Curso de Psicologia, Campinas/SP

 

INTRODUÇÃO

O tema qualidade de vida (QV) tem sido objeto de pesquisa em diversas áreas do conhecimento, como na Sociologia, Psicologia, Medicina, entre outros. De modo geral, os conceitos referentes à QV levam em consideração o funcionamento das esferas mental, fisica e social, relacionadas ao bem-estar e, os níveis de percepção e satisfação alcançados pelos indivíduos. Quanto aos aspectos emocionais observa-se que cuidar da doença mental vai além da análise clínica, do diagnóstico. O doente mental é um ser humano que está em conflito consigo e com sua desordem. A Lei 10.216 aponta como finalidade do tratamento a re-inserção social e uma das propostas de tratamento destacam-se as Oficinas de Criatividade (OC).

OBJETIVOS

Este projeto buscou o resgate da identidade, auto-estima, da cidadania, através do contato com outras pessoas e com materiais, como a argila, que podem ser transformados em construções concretas.

METODOLOGIA

Trata-se de projeto de pesquisa/acadêmico qualitativo, realizado em 2006. As OC foram desenvolvidas junto aos usuários do serviço de saúde mental (SM) de Campinas/SP. Participaram da OC seis pessoas, ambos os sexos, com idades entre 18 e 60 anos, diagnosticadas com quadros psicóticos.

CONCLUSÃO

Os resultados preliminares obtidos através do desenvolvimento das OC e pelas produção verificou-se o impacto positivo na rotina destes indivíduos no que tange seu contato com o outro, com suas dificuldades e formas criativas para superá-las. Além disso, observou-se a integração da rede de serviços de SM à formação de profissionais de saúde na graduação e a desmistificação de determinados estereótipos que impedem a escolha por essa área de atuação. Apesar dos constantes esforços em busca da melhoria dos serviços de SM, ainda há um certo distanciamento entre a população e os usuários desses serviços. Através de projetos como este, é possível estreitar este distanciamento, revelando-se cidadão com direito à liberdade, ao respeito.

Palavras chaves: Qualidade de Vida / Oficina de Criatividade / Saúde Mental

 

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ATIVIDADES LÚDICAS EM PISCINA E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES IDOSOS

 

Ribeiro, N.C. T.

DCM – FCM / UNICAMP

 

Introdução: Atividades realizadas na água possibilitam, através das propriedades físicas, grande benefício nas funções: motora, metabólica e emocional dos idosos. A água é lúdica, o que gera prazer, que é o meio mais eficaz de se conseguir estímulo e motivação para se atingir o bem estar geral, melhor qualidade de vida e resgatar o sentido de velhice. Objetivos: Observar a adesão de pacientes idosos ao programa de atividade física em piscina; promover mudanças no estado de humor desses pacientes; propiciar um ambiente em que o idoso seja o agente das atividades.

Material e Métodos: Participaram do estudo 05 pacientes idosos do Ambulatório de Geriatria do Hospital das Clínicas, em piscina de 12m x 6m, à 30ºC, com 1,10m a 1,60m de profundidade, durante 2 meses, com 2 sessões semanais de 60 minutos cada.  As sessões estruturaram-se da seguinte forma: 5 minutos de alongamento, 15 minutos de aquecimento com breves deslocamentos, 35 minutos de exercícios de adaptação ao meio líquido e de conscientização corporal com atividades lúdicas e 5 minutos de alongamento.

Resultados: Houve adesão de todos os pacientes idosos. Os resultados mais significativos relacionaram-se à melhoria do estado de humor dos idosos, facilmente identificada nos auto-relatos dos pacientes e cuidadores e no convívio com os mesmos. Também se observou diminuição das queixas de dor muscular e osteo-articular.

Conclusões: A adesão ao programa, a melhora do estado de humor, a melhora do quadro de dor muscular e osteo-articular observadas, bem como a melhora da postura, são sinais que evidenciam a importância de se desenvolver um programa mais abrangente, com parâmetros avaliativos que permitam quantificar os benefícios desse tipo de atividade, inclusive na qualidade de vida.

Palavras-chaves: qualidade de vida, idosos, água.

 

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PROJETO DE OUVIDORIA - CUIDANDO DA RELAÇÃO PACIENTE RENAL CRÔNICO - INSTITUIÇÃO

C. Hoette, A. Alverca   - CDR Clínica de Doenças Renais – Unidade Botafogo RJ

 

INTRODUÇÃO: Baseados na premissa de que a satisfação do paciente com seu centro de hemodiálise é fator de fundamental importância para melhor adesão ao tratamento e conseqüente melhora da qualidade de vida iniciamos o Projeto de Ouvidoria em nossa unidade.

 

OBJETIVOS: Oferecer um espaço destinado a ouvir o paciente e seus acompanhantes, avaliando as expectativas e atendendo, quando possível, as reivindicações pertinentes. Incentivar um papel mais ativo (contribuinte) do paciente junto à instituição, valorizando a sua participação. Promover um grupo de troca e acolhimento do sofrimento causado pela demanda do tratamento.

 

METODOLOGIA: As reuniões de Ouvidoria são realizadas pela assistente social e psicóloga, inicialmente, de 15 em 15 dias e depois mensais. Durante as reuniões inclui-se o ouvinte na elaboração de soluções. No intervalo das Ouvidorias há atendimento individual mediante solicitação, incentivando assim que ele nos procure, seja participativo. As Ouvidorias com os pacientes são realizadas durante as sessões de hemodiálise e com os acompanhantes na sala de espera.

 

CONCLUSÃO: A criação desse projeto trouxe benefícios para paciente e funcionários. A medida em que o projeto foi se concretizando a relação de confiança deles com a instituição fortaleceu-se, o que consideramos de extrema relevância para o tratamento. O impacto da Ouvidoria foi também sentido pelos funcionários que deixaram de receber reclamações, trazendo benefício para o desenvolvimento do trabalho. Esse projeto tornou-se mais uma ferramenta no cuidado com o paciente.

 

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Seguimento de uma criança: do tratamento dialítico ao transplante renal.

Correia, Carolina Camilo 1; Paula, Érica Simpionato de 2; Nascimento, Lucila Castanheira 3; Rocha, Semiramis Melani Melo 4.

Instituição: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

A Insuficiência Renal Crônica (IRC) infantil é uma síndrome associada a múltiplas disfunções hereditárias, a detecção precoce e atitudes positivas podem proporcionar melhor qualidade de vida para a criança e sua família. A hemodiálise, a diálise peritoneal e o transplante renal são os tratamentos de escolha para manter o equilíbrio hidroeletrolítico do sangue. Em qualquer destes tratamentos é fundamental a participação e envolvimento da família. Esta investigação trata do seguimento de uma criança com IRC e sua família, cujo objetivo é identificar as transformações na família, durante o tratamento dialítico e após o transplante renal, compreendendo um período de 18 meses. O referencial teórico utilizado foi a Promoção da Saúde em Enfermagem Familiar e a estratégia foi o estudo de caso. Participaram do estudo todos os familiares que atuaram no cuidado da criança e que consentiram livremente em participar. Os dados foram coletados e atualizados através de genograma, ecomapa e entrevista em profundidade; analisados por hermenêutica e agrupados em: história da família, a criança doente, processo de decisão, sentimentos e mudanças de papéis na família. Nestes meses de acompanhamento, a mãe casou-se novamente e teve mais uma filha, que estava com quatro meses na época do transplante da irmã. A criança doente mostrou-se mais amadurecida, verbalizando suas necessidades, satisfações e assumindo riscos. A mãe relutou na aceitação do transplante, relatando medo de uma possível rejeição do rim; a criança manifestou satisfação pela mudança na qualidade de vida após o transplante, especialmente pela diminuição de restrições alimentares e de atividades de lazer. A avó atribuiu grande valor à religiosidade, como forma de apoio. As necessidades identificadas requerem intervenções que aumentem a autonomia e independência dos indivíduos em expressar seus sentimentos e medos, bem como auxiliar a família na manutenção de padrões saudáveis nos ambientes intra e extra familiar.

Palavras-chave: Enfermagem, Família, Insuficiência Renal Crônica.

 

1-Graduanda em Enfermagem.  Bolsista de Iniciação Científica CNPq. EERP-USP.

2- Enfermeira. Mestre em Enfermagem em Saúde Pública. EERP-USP.

3- Enfermeira. Professor Doutor. EERP-USP.

4- Enfermeira. Professor Titular. EERP-USP

 

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PÂNICO E DESAMPARO: IMPACTOS NA SAÚDE DO SUJEITO CONTEMPORÂNEO.

MENEZES, Lucianne Sant’Anna de

Instituto de Psicologia – USP / SP

 

Introdução: Este trabalho ressalta aspectos da pesquisa sobre pânico e psicanálise desenvolvida pela autora no IP–USP, que culminou no livro Pânico: efeito do desamparo na contemporaneidade. Um estudo psicanalítico (2006). Parte da idéia do pânico como uma das psicopatologias contemporâneas, no sentido de expressões dos modos de subjetivação emergentes, portanto, como uma das expressões do mal-estar que marca na atualidade a relação do sujeito com a cultura. Há um processo de produção social de determinadas psicopatologias, como é o caso do pânico, que encontra suas condições de possibilidade no espectro de valores que sustenta a sociedade atual. Tendo em vista que as condições atuais do mal-estar dizem respeito ao vazio existencial produzido pela destruição da narrativa, o desamparo do sujeito tornou-se agudo, assumindo formas radicais como é o caso do pânico. A hipótese inicial foi que o pânico seria expressão de um modo que o sujeito encontrou de se organizar na sociedade contemporânea, respondendo aos subsídios que a organização social atual oferece para que ele se sustente para além da cena familiar. Nesse sentido, o pânico seria entendido como um dos efeitos do desamparo na contemporaneidade.

Objetivos: 1)Contextualizar o pânico, na atualidade, a partir do referencial psicanalítico freudiano; 2)Articular o que Freud denominou de “mal-estar na civilização” às psicopatologias contemporâneas, examinando a relação da incidência da sintomatologia do pânico com os modos de subjetivação na atualidade.

Método: Análise de conteúdo por meio de trabalho comparativo entre textos de Freud, relativos ao objeto de investigação. Interlocução deste repertório conceitual com sociólogos que trabalham a temática das novas formas de subjetivação produzidas pela contemporaneidade e de seus efeitos nos sujeitos e nos laços sociais. Em seu conjunto, o material foi remetido aos objetivos da pesquisa.

Resultados: Os objetivos foram atingidos e foi demonstrada a pertinência da hipótese inicial, na medida em que Freud (1921) se refere ao fenômeno do pânico, por um lado, como um fenômeno do campo da angústia e, por outro, como algo advindo de uma estrutura de relação de grupo.

Discussão e Conclusões: Na atualidade, diante do deslocamento do modelo soberano como referencial central, o sujeito pode, na tentativa de proteção contra o desamparo radical, fazer uso de modalidades subjetivas que privilegiam o masoquismo, a servidão e a violência. Isso implica em efeitos sob a forma de um pacto: “você me protege do desamparo e em troca eu me submeto a qualquer coisa”. Nesse sentido, há um pacto masoquista subjacente à experiência do sujeito contemporâneo, portanto, subjacente às formas de sofrimento, ao mal-estar atual. Sob esse ângulo, a pesquisa culminou em duas articulações metapsicológicas que se complementam: 1) situou-se o pânico como efeito de um aumento do sentimento de culpa que o sujeito não pôde tolerar; e 2) no pânico está em jogo o masoquismo como figura de servidão.

 

Palavras-chave: Psicanálise; Pânico; Desamparo.

 

 

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CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DO PERFIL DE PAIS DE CRIANÇAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS

SANTOS, V.M.O.; ROCHA, K. A.; SILVA, A.; LIMA, S. C. C. R.

Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)

 

Os cuidados necessários às crianças portadoras de necessidades especiais são realizados pelos seus cuidadores que, na maioria das vezes, são seus pais. A qualidade de vida desses cuidadores pode sofrer prejuízo advindo do desgaste físico e emocional pelo qual estão submetidos.

Objetivo: Caracterizar o perfil de pais de crianças portadoras de necessidades especiais, atendidas na Clínica-Escola da UNICSUL e avaliar a relação entre atividades exercidas e qualidade de vida.

Métodos: Trata-se de um estudo transversal com 30 pais de crianças portadoras de necessidades especiais que são atendidas numa clínica-escola. Houve um interrogatório sobre dados sócio-demográficos e aplicação dos intrumentos Job Sress Scale(ALVES et al., 2004), Escala de Fageström(FAGESTROM, 1978) e o Nordic Musculoskeletal(BARROS et al.2003).

Resultados: Cerca de 60% dos pais das crianças que apresentam algum grau de dependência não apresentaram níveis de stress prejudiciais à saúde. Apenas 13,4% apresentaram um nível de stress que pode ser prejudicial à qualidade de vida.

Discussão: Estudos que abordam as relações familiares de crianças com problemas no desenvolvimento apontam um alto nível de estresse nos pais, em especial nas mães, de crianças com deficiência. Observamos que a maioria dos pais não apresentou nível de stress significativo, porém, observaram-se níveis elevados referente às mães. De acordo com Lipp (1997), um estado prolongado de stress pode interferir no bem-estar psicológico e na qualidade de vida das pessoas.

Conclusão: Não houve relação entre o nível de stress dos pais e o grau de dependência da criança, sugerindo que o fato de ter uma criança portadora de deficiência não influencia, necessariamente, na qualidade de vida desses pais.

Descritores: Qualidade de vida, pais, crianças portadoras de deficiência.

 

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A TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO À PACIENTES EM ESTADO DE TERMINALIDADE

AMOROSO, Caroline da Silva; JUNQUEIRA, Taísa

Centro Universitário Claretiano de Batatais - SP

 

O processo de morrer é uma das mais profundas experiências da existência humana, envolvendo numerosos fatores de ordem biológica e psicológica, os quais implicam em uma série de ações e mudanças que conduzem o paciente a vivenciar as fases finais de sua vida, acompanhadas de muita dor e sofrimento. Além disso, o paciente ao reconhecer a inevitabilidade de sua morte, desencadeia algumas reações que devem ser consideradas durante o cuidar, que objetiva, além de minimizar seu sofrimento, proporcionar a este uma morte mais digna, bem como ajudar seus familiares a enfrentarem todo esse processo. Este estudo tem como objetivo conhecer e descrever a importância da assistência da Terapia Ocupacional junto à pacientes em estado de terminalidade que, por meio de conhecimentos, habilidades e intervenções específicas, auxilia esses pacientes durante o processo de morrer. Para isso, o perfil metodológico empregado foi pesquisa qualitativa, utilizando como técnica de coleta de dados, uma entrevista semi-estruturada elaborada pelas pesquisadoras. A entrevista foi enviada por correio eletrônico para seis terapeutas ocupacionais que assistem pacientes terminais em clínicas e hospitais de todo Brasil. Os resultados foram analisados segundo a Análise de Conteúdo Temática, para posteriormente serem discutidos. Ao longo desse estudo pôde-se compreender a atuação do terapeuta ocupacional junto a esses pacientes, que além de ajudá-los na passagem entre a vida e a morte, contribui no alívio de suas dores e sofrimentos, proporcionando uma morte mais digna. Verificou-se também, a necessidade de maiores estudos da Terapia Ocupacional nessa área de atuação.

 

Palavras-chave: Terapia Ocupacional. Terminalidade. Morte digna.

 

 

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TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA MISTA ATRAVÉS DA CINESIOTERAPIA DO ASSOALHO PÉLVICO E SEU IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA: ESTUDO DE CASO

RIVITTI, D.P.S.; GUERREIRO, V.C.; MORENO, A. L.

Centro Universitário São Camilo

Introdução: A incontinência urinária (IU) é um problema mundialmente freqüente na população feminina, aproximando-se de 10% da população geral e superior a 30% nas mulheres acima de 60 anos. Na mulher, a IU determina significativas mudanças na sua qualidade de vida, sendo responsável pelo aumento da incidência de distúrbios psicossociais como perda da auto-estima e depressão. Os questionários específicos de qualidade de vida para IU permitem ao profissional mensurar o impacto desta afecção, permitindo medir o resultado da intervenção terapêutica. Objetivo: O objetivo deste trabalho visa mensurar e melhorar a qualidade de vida desta paciente, através da cinesioterapia do assoalho pélvico. Métodos: O presente estudo consiste em um estudo de caso, de uma paciente de 59 anos, escolhida aleatoriamente, com diagnóstico urodinâmico prévio de IU mista. Inicialmente, a paciente submeteu-se a uma avaliação completa, seguindo o protocolo fisioterapêutico do Setor de Uroginecologia UNIFESP – EPM. Ao início e ao final do tratamento foi aplicado o King's Health Questionnaire. Ao final do tratamento, a paciente foi avaliada, subjetivamente, sendo questionada de como se sente no momento: curada, melhorada ou com sintomatologia inalterada. Resultados: A avaliação dos resultados demonstrou que após a cinesioterapia para o assoalho pélvico, houve melhora nos aspectos: saúde geral, de 75%, limitações físicas, de 50%, limitações sociais, de 100% e sono/disposição, de 50%. Aspectos como impacto da IU, limitações/ atividades diárias, emoções e medidas de gravidade, não se evidenciou alteração, permanecendo 33.33%. Conclusão: Os resultados permitem-nos concluir que a paciente sentiu-se curada à avaliação subjetiva final. A cinesioterapia, em conjunto com a terapêutica comportamental, foi um recurso fisioterapêutico eficaz no tratamento da IU mista desta paciente.

 

 

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GESTÃO E PROGRAMAS DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA IMPLEMENTADOS EM INDÚSTRIAS DA REGIÃO DE CAMPINAS

LIMA, JULIANE ANGELINA FÁVERO.

FERNANDES, ANGELA CRISTINA PUZZI.

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM DO TRABALHO – UNIP – CAMPINAS.

A relação que os seres vivos estabelecem entre si e com o meio ambiente é de suma importância no processo de adoecimento. Deste modo, as ações da equipe multiprofissional através de gestão e programas de promoção e preservação da saúde para o trabalho podem contribuir significativamente para a saúde e qualidade de vida dos indivíduos.Este estudo tratou de uma investigação de natureza quantitativa do tipo descritivo-analítica, de diagnóstico, com interesse nas ações e gestão de programas de saúde e qualidade de vida implementados nas organizações empresariais da região de Campinas, São Paulo. A coleta de dados foi realizada através da aplicação do instrumento Limongi-França (2003) adaptado. Os questionários eram semi-estruturados e divido em três partes, a primeira, consta de questões referentes à empresa; a segunda, dados pessoais dos sujeitos; e finalmente, a terceira sobre a gestão e os programas de saúde e qualidade de vida nas organizações. Dos resultados encontrados nas empresas o número de profissionais de saúde inseridos nos seu quadro de empregados foram: 63,3% assistente social; 54,5% de nutricionistas; 45,4% enfermeiro do trabalho aparece em 45,4%; 27,2% educador físico; 18,1% terapeuta ocupacional e 9,0% odontólogo e os médicos tinham duplicidade de profissionais em 54,5% das organizações; 54,5% dos entrevistados possuuem um método de gestão em saúde estruturado e eficiente; 63,6% não exerce cargo de chefia do serviço de saúde. Dentre os integrantes da equipe de saúde os mais envolvidos no planejamento e execução dos programas estão o enfermeiro (45,4%) e o médico (36,3%). A maior parte das empresas (63,6%) não realizam estudo epidemiológico para identificação das prioridades para ações de promoção de saúde. Infere-se que é grande o número de profissionais que reconhecem a importância destas ações para a saúde do trabalhador, porém muitas vezes faltam-lhes apoio empresarial ou conhecimento para sua implementação.

Palavras Chave: saúde ocupacional; enfermagem; planos e programas de saúde;

 

 

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ACOLHIMENTO A PORTADORES DE ESQUIZOFRENIA: UMA NOVA PERSPECTIVA PARA MELHOR QUALIDADE DE VIDA

GRINSPUN, Débora Rotband Berenstein; ORSI,José Alberto; SPINOLA, Priscilla Feres; PIMENTEL, Fernanda

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO-UNIFESP ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-EPM

 

            Os transtornos mentais e comportamentais causam inúmeros distúrbios na vida dos portadores e familiares, tendo a esquizofrenia um lugar importante, como um dos mais graves, acometendo aproximadamente 1% da população mundial. Além do sofrimento causado pelas questões clínicas intrínsecas à doença, portadores sofrem também com o impacto que essa causa em suas vidas, implicando em uma diminuição da qualidade de vida, mesmo após tratamento adequado. Fatores sociais, como a persistência do estigma e discriminação, favorecem para isso. Pensando nisso, o Grupo de Acolhimento surge como iniciativa do Serviço de Orientação à Esquizofrenia (S.O.eSq), constituindo-se como um espaço acolhedor no qual portadores, a partir da própria experiência e da escuta da experiência do outro, possam discutir questões relativas não só à vivência do adoecimento, mas também suas conseqüências no cotidiano e em suas relações. É um espaço potencial para trocas, reflexões e busca de alternativas, onde cada participante se apropria de suas vivências e se fortalece frente às adversidades. O grupo é coordenado por terapeutas ocupacionais em parceria com portadores que, assumindo um papel de facilitadores nas discussões, auxiliam para que as trocas ocorram a partir das experiências dos participantes, e não das respostas dos coordenadores. O grupo acontece semanalmente, com uma hora de duração. O perfil dos pacientes se constitui por portadores de ambos os sexos, com idades variadas e em diferentes estágios da doença, o que contribui para uma maior diversificação e enriquecimento das trocas. Verifica-se que o grupo auxilia os pacientes na diminuição do sofrimento decorrente da esquizofrenia, deixando-os mais confortáveis e esperançosos quanto aos desdobramentos da doença e suas perspectivas vivenciais. Torna-se possível a melhor compreensão da doença e tudo o que a mesma envolve, facilitando a busca de alternativas para uma melhor qualidade de vida e conseqüente re-inserção social.

Palavras chaves: Esquizofrenia; qualidade de vida; grupo

 

 

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CURSO DE ORIENTAÇÃO AOS FAMILIARES CUIDADORES DE IDOSOS E SUA REPERCUSSÃO NA QUALIDADE DE VIDA DE AMBOS – UMA EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL (HSPE) FRANCISCO MORATO OLIVEIRA (FMO)

Autores: HASSEN, Vivian Garcia; MACHADO, Raíssa Ducatti Lino; FATIGATI, Rosana Rita Laurenza; SANTOS, Maria Fernanda; COUTO, Tatiana Vieira; PERRACINI, Ney Geraldo Ribeiro.

Instituição: Hospital do Servidor Público Estadual - Francisco Morato Oliveira.

Tendo em vista o aumento da população idosa no Brasil, e com isso, uma maior incidência de patologias crônicas, há necessidade de cuidados e assistência a esta população. O responsável por tal assistência é na maioria das vezes, um familiar denominado na literatura como cuidador. Objetivos: Verificar a repercussão do curso de orientação na qualidade de vida do idoso e seu cuidador. Método: Foi realizado um levantamento dos dados obtidos em três questionários aplicados aos cuidadores que freqüentaram o curso no ano de 2006. Resultados: A amostra de cuidadores foi composta em sua maioria por mulheres com média de idade de 56 anos, sendo a maioria filhas; 63% residiam com o idoso e a metade deles eram cuidadores há mais de 5 anos; 53% relatam que possuem algum problema de saúde. Em relação aos idosos, a média de idade foi de 82 anos. Quanto ao perfil funcional, as maiorias dos idosos eram independentes para alimentação e comunicação, necessitando de auxílio parcial ou total para vestir-se, banhar-se e para uso do banheiro. Discussão: Os dados podem ser relacionados com a literatura, sendo atribuída à mulher a tarefa de cuidar, devido a influência da cultura ocidental. A sobrecarga de cuidados faz com que os cuidadores tenham pouco tempo para cuidar de si, inclusive dos problemas de saúde identificados nos resultados. A falta de informação e o preparo para cuidar fazem com que a qualidade de vida tanto do idoso quanto do cuidador estejam prejudicadas. Conclusões: Foi possível identificar uma melhora na qualidade de vida do cuidador e conseqüentemente do idoso, visto que estes afirmam melhor organização de sua rotina, mudança de hábitos e melhora no investimento pessoal, ou seja, lazer, auto-cuidado e socialização.

Palavras-chaves: Qualidade de vida - idoso - cuidador.

 

 

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QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER

SILVA, CARLOS H.M.; CUNHA, CRISTIANE M.; FERREIRA, THAÍS C.; MORALES, NÍVEA M. O.; MORALES, ROGÉRIO R; PINTO, ROGÉRIO M. C..                           

GRUPO DE ESTUDO DE QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE - FAMED –UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

Introdução: o câncer infantil pode repercutir negativamente na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) do portador e do cuidador. Contudo, pouco se conhece sobre a magnitude dessa repercussão no cuidador e se as variáveis clínicas influenciam na QVRS. Objetivo: avaliar a QVRS de cuidadores de crianças/adolescentes com câncer. Material e método: o 36-item Short Form Healthy Questionnaire (SF-36) foi respondido por 73 cuidadores de crianças/adolesecentes com câncer e 218 cuidadores de crianças/adolescentes saudáveis. Os escores obtidos dos cuidadores foram correlacionados com o tempo de diagnóstico (correlação de Spearman) e comparados com os dos controles e segundo a fase de tratamento (teste de Mann-Whitney), o tipo de tumor (teste de Kruslall-Wallis) e a presença de disforia (Inventário de Depressão de Beck) (teste de Mann-Whitney). Resultados: os escores do grupo de estudo foram menores que os do controle em todos os domínios e componentes (p<0,006). Não ocorreram diferenças significativas segundo a fase de tratamento e o tipo de tumor. O tempo de diagnóstico não se correlacionou com os escores do SF-36. Cuidadores com disforia apresentaram escores menores (p<0,05). Discussão e Conclusão: a QVRS dos cuidadores de crianças/adolescentes com câncer apresenta prejuízo nos construtos físico e psicossocial, com maior repercussão naqueles com disforia. O tipo de tumor, a fase de tratamento e o tempo de diagnóstico não influenciaram na QVRS dos cuidadores.

Palavras-chave: adolescentes, câncer, crianças, cuidadores, qualidade de vida

 

 

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QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE EM IDOSOS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: AVALIAÇÃO COM INSTRUMENTO GENÉRICO*

SACCOMANN, Izabel C.R.S.1

CINTRA, Fernanda A. 2

GALLANI, Maria Cecilia B.J.2

INTRODUÇÃO: Vários instrumentos de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) têm sido utilizados em pacientes com Insuficiência Cardíaca (IC), embora poucos sejam específicos à população idosa. Dentre os instrumentos genéricos utilizados para a IC, o The Medical Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36) é mais empregado atualmente.

OBJETIVO: Avaliar a QVRS em idosos com IC por meio do instrumento genérico SF-36.

MÉTODO: Uma amostra de 170 idosos, com idade ³ 60 anos, diagnóstico médico de IC e em seguimento ambulatorial, foi selecionada em dois hospitais universitários. A estatística descritiva foi usada para apresentar a distribuição de freqüência e calcular a média, o desvio padrão, a mediana e a variação do SF-36. A confiabilidade da consistência interna foi avaliada por meio do coeficiente alfa de Cronbach.

RESULTADOS: O SF-36 demonstrou escores mais elevados, e que indicam melhor qualidade de vida, nas dimensões aspecto emocional, aspecto social e saúde mental, e escores mais baixos nas dimensões relacionadas ao estado geral de saúde, capacidade funcional e vitalidade. Entretanto, esse instrumento apresentou itens não respondidos (responses missing), especialmente nas questões relacionadas à capacidade funcional. A consistência interna da maioria das dimensões foi alta, indicando confiabilidade satisfatória (a >0,77).

CONCLUSÃO: O SF-36 demonstrou que os idosos apresentavam maior comprometimento da qualidade de vida nos aspectos relativos à sua capacidade funcional e saúde física. Recomenda-se considerar certos aspectos relacionados ao número de itens não respondidos na aplicação desse instrumento.

 

Palavras Chave: Idoso. Insuficiência Cardíaca. Qualidade de Vida.

 

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Avaliação do estado de humor e da qualidade de vida em pacientes masculinos com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise

Weber Garcia Thales; Casulari Luiz Augusto; dutra de moura Flávio José;  PAULO russomano veiga Joel.

Área de Clínica Médica, Serviço de Nefrologia do Hospital Universitário de Brasília, Universidade de Brasília.

 

Introdução. Alterações do estado de humor são comuns nos pacientes em hemodiálise e parecem influenciar a qualidade de vida desses indivíduos.

Objetivos. Avaliar o estado de humor e a qualidade de vida de pacientes masculinos em tratamento hemodialítico e correlacionar as alterações observadas no humor com os diferentes domínios do questionário de qualidade de vida.

Material e Métodos. Foram incluídos 47 pacientes adultos, masculinos, submetidos à hemodiálise há mais de seis meses, estáveis no tratamento e em condições de participar ativamente da pesquisa, incluindo-se a alfabetização, e boa capacidade de entendimento, avaliadas por entrevistas e exame do estado mental. Após consentimento livre e informado, foi aplicada a escala de depressão de Hamilton e o questionário de qualidade de vida relacionada à saúde KDQOL-SFTM, em sua forma traduzida e adaptada para a língua portuguesa por Duarte e col., 2003. Os escores de cada domínio do questionário de qualidade de vida foram calculados utilizando-se planilha específica disponível em endereço eletrônico na Internet. Resultados. 32 (68%) dos pacientes apresentaram alteração do humor, a maioria com distúrbio leve (distimia). Foram observadas correlações significativas e negativas entre o escore de depressão de Hamilton e os seguintes domínios do KDQOL-SFTM (teste de Spearman): Lista de sintomas e problemas (rs= -0,399, p=0,005); Qualidade da Interação Social (rs=0,433, p=0,002); Sono (rs=-0,585, p=0,0001); Saúde Geral (rs=-0,475, p= 0,0001); Bem-Estar Emocional ( rs= - 0,582, p= 0,0001); Função Social (rs=- 0,354, p= 0,015); e Energia e Fadiga (rs=-0,518, p= 0,0001). Conclusões. Na amostra de pacientes avaliados o estado de humor apresentou correlação negativa com diversos escores de qualidade de vida avaliados pelo KDQOL-SFTM, sugerindo possível influência do estado de humor na qualidade de vida dos pacientes renais em hemodiálise. Palavras Chave: Estado de humor. Qualidade de vida. Hemodiálise.

 

 

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ATENDIMENTO DOMICILIAR: O RESGATE DA QUALIDADE DE VIDA EM GERONTOLOGIA.

FERREIRA, Ana Maria; PENNACHIN, Flávia Andréa Velasco.

Universidade São Marcos.

 

Partindo das proposições da Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade” (OMS, 1946). Considerando esta afirmação, pode-se pensar a condição de grande parte da população idosa, cujas perdas acontecem, trazendo modificações para as quais nem sempre estas pessoas estão preparadas. O processo de envelhecimento implica em limitações, lutos, aposentadoria e quando acometido pelo adoecimento, pode ser sentido de forma ainda pior, pois a perda de autonomia remete o sujeito à dependência do outro em seus cuidados. Dificuldades para o deslocamento, sentimentos de ansiedade, angústia e dúvidas quanto ao futuro permeiam e interferem nas relações sócio-familiares, levando o sujeito ao isolamento, à quebra de laços afetivos e até ao abandono do tratamento, o que provoca prejuízos na sua qualidade de vida. Neste sentido, o atendimento psicológico domiciliar aos idosos impedidos de se locomover, tem contribuído de forma ativa ao proporcionar a estes pacientes uma maior compreensão e aceitação da sua fragilidade, desenvolvendo recursos pessoais para que possam lidar com as perdas e, principalmente, preservar laços afetivos e sociais. Este trabalho tem como objetivo discutir a atuação do psicólogo em atendimento domiciliar e a sua participação na promoção da qualidade de vida em saúde.

Palavras-Chave: Atendimento domiciliar; Gerontologia; Qualidade de vida. 

 

 

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ANÁLISE PRELIMINAR DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS EM PROGRAMAS DE HEMODIÁLISE EM DOIS CENTROS DE TRATAMENTO NO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS

VIEIRA Milady Cutrim; BUI Débora Serra Sousa; FRANÇA Ana Karina Teixeira da Cunha, CALADO Isabela Leal; LAGES Joyce; MIRANDA Ana Teresa Mendes; ARAÚJO JÚNIOR Renato; SALGADO FILHO Natalino.

INSTITUIÇÕES: Hospital Universitário Presidente Dutra – Universidade Federal do Maranhão e Centro de Nefrologia do Maranhão, Brasil.

INTRODUÇÃO: Qualidade de vida (QV) tornou-se tema de muitos estudos na área da saúde. A Nefrologia, especialmente a terapia dialítica, tem despertado grande interesse devido às repercussões físicas e bio-psiquico-sociais que o tratamento impõe aos pacientes. OBJETIVO: Realizar análise preliminar da qualidade de vida de idosos portadores de doença renal crônica em tratamento hemodialítico em dois centros de São Luís – MA. MÉTODOS: A amostra foi composta por 41 pacientes em programa regular de hemodiálise. Foram aplicados, nos meses de janeiro e fevereiro de 2007, os questionários SF-36 e socioeconômicos.  A análise dos dados foi realizada através do software Epi-Info 2003. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os pacientes estudados estavam inseridos nas classes socioeconômicas D e E (70,7%). A média de idade da população estudada foi de 69,2±7,0 anos, com predominância do gênero masculino (70,7%). O tempo médio de hemodiálise foi de 45,6±41,5 meses, com maior freqüência entre 1 a 3 anos de tratamento. Apresentaram diabetes 41,5% dos idosos. As distribuições dos quartis para cada dimensão dos pacientes avaliados foram mais prevalentes: no quarto quartil (melhor qualidade de vida) as dimensões aspectos físico, emocional, dor e saúde mental; no terceiro quartil foram encontradas as dimensões estado geral de saúde, vitalidade e aspectos sociais; no segundo quartil, apenas a capacidade funcional. Esta capacidade funcional indicando comprometimento importante na qualidade de vida (segundo quartil), pode ser justificada pelas limitações impostas pelo acesso de diálise. De modo geral observou-se, ainda que de forma irregular, que os pacientes se encontraram em todos os quartis das dimensões estudadas, com exceção do aspecto emocional, que não apresentou pacientes no primeiro quartil. CONCLUSÃO: O grupo amostral estudado apresentou, em algumas dimensões, qualidade de vida comprometida, manifestando maior intensidade em relação à capacidade funcional. O aspecto emocional foi a dimensão que revelou melhor qualidade de vida.

UNITERMOS: Qualidade de vida. Idosos. Hemodiálise. SF-36.

 

 

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PROCEDIMENTOS INICIAIS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE RECURSOS DE COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E/OU ALTERNATIVA PARA AMPLIAR A QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS COM PARALISIA.

DELGADO, Andrea Schäfers; DELIBERATO, Débora – DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL - Universidade Estadual Paulista – UNESP/MARÍLIA).

APOIO: PIBIC/CNPq

 

A participação da família no processo de avaliação, seleção e implementação dos recursos de comunicação suplementar e/ou alternativa tem sido discutida amplamente pelos profissionais e pesquisadores da área. A família, especificamente a mãe pode dar informações significativas a respeito das habilidades comunicativas de seus filhos não-falantes nas situações naturais. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo investigar as habilidades comunicativas de crianças com paralisia cerebral não-falantes por meio do relato de mães para selecionar e implementar recursos de comunicação suplementar e/ou alternativa na rotina familiar. Participaram cinco mães de crianças não-falantes que estavam em processo de implementação de recursos de comunicação suplementar e/ou alternativa em ambientes naturais. Como instrumento de coleta foi utilizado o protocolo de identificação de habilidades comunicativas no contexto familiar. Como resultados foram estabelecidas as categorias de análise: rotina de atividades; formas de expressão não-verbal; formas de expressão oral; compreensão do interlocutor. Na categoria rotina das atividades foi possível estabelecer as subcategorias: local de preferência; objetos e brinquedos mais utilizados; parceiros de comunicação; adaptações. Na categoria de expressões não-verbais foi possível identificar as subcategorias: gestos com as mãos; expressões faciais, movimento ocular e movimentos com a cabeça. O uso de sons de vogais, choro, grito, sorriso foram subcategorias identificadas na categoria de expressão oral. As mães também relataram o uso de comportamentos de birra quando os filhos percebem que não são compreendidos por interlocutores não conhecidos e percebem que seus filhos têm facilidade em reconhecer e utilizar fotos e figuras. Os resultados indicaram necessidades de recursos de comunicação suplementar para ampliar as situações de trocas comunicativas entre os filhos e suas mães na tentativa de garantir melhora de qualidade de vida.

Palavras-chaves: Habilidades comunicativas, interação, ambiente natural

 

 

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O DESEJO DE ACEITAÇÃO SOCIAL: UTILIZAÇÃO DE RECURSOS ADAPTATIVOS NA AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA POR AUTO-RELATO EM IDOSOS BEM SUCEDIDOS.

Souto, Ana Cristina 1; Grassmamm, Viviane 2; Hanna K.M. Antunes, Hanna K.M. 2,3;  De Mello, Marco T.1,2.

1- Departamento de Psicobiologia, UNIFESP; 2- Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício, CEPE; 3- Departamento de Ciências da Saúde, UNIFESP.

Introdução: Vários fatores influenciam as escolhas dos indivíduos no modo de se apresentar e agir no meio social. Pressões sociais e motivação, em determinadas situações, influenciam o auto-relato de bem estar subjetivo (BES), levando o indivíduo a adotar comportamentos e respostas socialmente aceitas. Objetivos: Verificar se existe alguma correlação entre Qualidade de Vida e Desejo de Aceitação social em idosos. Métodos: Participaram desse estudo 22 voluntários saudáveis do gênero masculino com idade entre 65-75 anos. Os voluntários responderam aos seguintes questionários: Qualidade de vida relacionada à saúde (SF-36) e a Escala Marlowe-Crowne de Desejo de Aceitação Social (DS). Resultados: O resultados revelaram que a média das dimensões obtidas com o SF-36 atingiu um escore de 81,14±16,14 %, já o DS atingiu um escore de 20,30±4,88 sendo esse resultado indicativo de forte desejo de aceitação social. Não foram observadas correlações entre as variáveis estudadas. Discussão: Idosos que utilizam experiências anteriores de sucesso e fracasso, para ajustar suas condutas e objetivos às suas realidades, são capazes de administrar suas vidas com eficácia, de se perceber positivamente. Lançar mão de recursos internos leva à manutenção e reestruturação do bem estar psicológico e subjetivo, define inteligência emocional; recurso relacionado a automotivação e à capacidade do indivíduo reconhecer os sentimentos próprios e o dos outros. A literatura aponta que idosos apresentam escores mais elevados de DS que indivíduos mais jovens, estes resultados sugerem que a maturidade possibilita o aperfeiçoamento de habilidades sociais, o que auxilia a adaptação ao processo do envelhecimento, favorecendo a percepção de satisfação com a vida e sentimento de bem estar subjetivo. Conclusão: Não existe correlação entre qualidade de vida e desejo de aceitação social na amostra estudada, entretanto sugere-se cautela na interpretação desse dado uma vez que é possível que o idoso utilize mecanismos adaptativos distintos para responder os questionários.

Palavras Chave: Bem estar subjetivo, Desejo de aceitação social, Idosos.

 

 

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O IDOSO EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO: A RELAÇÃO ENTRE A SEVERIDADE DA DOENÇA E SUA QUALIDADE DE VIDA

ORLANDI, Fabiana S.; CINTRA, Fernanda A.; GALLANI, Maria Cecília .J. – Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP.

 

A Insuficiência Renal Crônica Terminal (IRCT) afeta diretamente a qualidade de vida do paciente renal, em especial do idoso. Torna-se importante a investigação das complicações físicas trazidas por essa afecção, ou seja, a severidade da IRCT, que podem comprometer ainda mais a QV dos pacientes. Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi verificar, numa população de idosos com IRCT em hemodiálise, a relação entre uma medida genérica de qualidade de vida (WHOQOL-breve) e a medida da severidade da IRCT (ESRD-SI – Índice de Severidade da IRCT). Trata-se de um estudo correlacional de corte transversal, realizado em duas clínicas de terapia renal substitutiva, com 100 idosos com IRCT, em tratamento hemodialítico há pelo menos seis meses. Por meio do ESRD – IS observou-se que 87,0% dos casos de IRCT foram categorizados como sendo de grau suave;  12,0% como grau suave e moderado, e somente 1,0% como grau moderado. A média do escore do ESRD-SI foi de 14,0 (± 9,9), apontando para um grupo homogêneo de gravidade da doença renal, configurada como suave para a maioria dos casos, de acordo com a avaliação médica. Por meio do WHOQOL-breve, observou-se um maior comprometimento da QV no domínio físico [média = 51,2 (± 18,0)], e melhor pontuação nos domínios: psicológico e relações sociais [média = 60,8 (± 14,4) e 64,5 (± 11,9)], respectivamente. O WHOQOL-breve correlacionou-se negativamente com a severidade da IRCT (ESRD-SI), e distinguiu os sujeitos em relação à severidade da IRCT. Concluímos, portanto, que a QV dos idosos renais crônicos estava comprometida principalmente no domínio físico e que os idosos com maior a severidade da IRCT obtiveram menores escores de QV.

Palavras-chave: insuficiência renal crônica; qualidade de vida; idoso.

 

 

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A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO RENAL CRÔNICO: O IMPACTO DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA TERMINAL EM SUA VIDA

ORLANDI, Fabiana S.; CINTRA, Fernanda A.; GALLANI, Maria Cecília .J. – Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP.

 

Vários estudos relatam que a percepção do paciente acerca de sua condição clínica é determinante para sua qualidade de vida (QV) e adaptação ao tratamento. O presente trabalho visa: determinar a percepção do idoso sobre as conseqüências que a insuficiência renal crônica terminal (IRCT) traz à sua vida, utilizando uma escala padronizada (IEQ – Questionário sobre as Conseqüências da Doença) e indicar a relação existente entre a percepção do idoso acerca de sua doença e sua QV. O estudo foi desenvolvido em uma Unidade de Terapia Renal Substitutiva da cidade de Campinas, São Paulo.  Foram sujeitos desta pesquisa pessoas acima de 60 anos, com IRCT em hemodiálise há pelo menos seis meses. Utilizamos o IEQ para avaliar a percepção dos pacientes acerca da doença e o WHOQOL-breve, para avaliar a QV dos idosos. Avaliamos 60 idosos, cuja faixa etária variou entre 60 a 86 anos, sendo 51% do sexo masculino, 77% brancos, 70% casados e 55% residem em Campinas. A pontuação do IEQ variou de 22 a 120 e a média do IEQ foi de 79.2, indicando que os idosos, em sua maioria, consideram que a IRCT traz de média a moderadas conseqüências as suas vidas. Além disso, os resultados obtidos pelo WHOQOL-breve foram de 50.3 para o domínio físico, 52.7 para o domínio psicológico, 64 para o domínio relações sociais e 54.3 para o domínio meio ambiente. Se relacionarmos os resultados obtidos pelos IEQ e WHOQOL-breve, observamos que os domínios físico e psicológico são os mais afetados nos idosos que percebem maiores prejuízos trazidos pela doença à sua vida. Concluímos, portanto, que o idoso portador de IRCT sofre, em sua maioria, prejuízos em sua vida e que simultaneamente estas alterações interferem em sua QV.

Palavras-chave: insuficiência renal crônica; qualidade de vida; idoso.

 

 

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Função sexual e qualidade de vida em pacientes masculinos com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise

Weber Garcia Thales; Casulari Luiz Augusto; dutra de moura Flávio José;  russomano veiga Joel Paulo.

Área de Clínica Médica, Serviço de Nefrologia do Hospital Universitário de Brasília, Universidade de Brasília.

 

Distúrbios da função sexual são comuns nos pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento dialítico. A qualidade de vida aferida parece ser melhor nos indivíduos que mantém atividade sexual do que naqueles que não a têm.

Objetivos. Avaliar a função sexual e a qualidade de vida de pacientes masculinos em hemodiálise crônica e correlacionar a presença de disfunção sexual com os escores  da qualidade de vida observados. Material e Métodos. Foram incluídos 47 pacientes adultos, masculinos, submetidos à hemodiálise há mais de seis meses, estáveis, em condições de participar ativamente da pesquisa, alfabetizados e com capacidade de entendimento, avaliadas por entrevistas e exame do estado mental. Após consentimento livre e informado, foi aplicado o Índice Internacional de Função Erétil (IIEF) e o questionário de qualidade de vida relacionada à saúde KDQOL-SFTM, em sua forma traduzida e adaptada para a língua portuguesa, por Duarte e col., 2003. Os escores de cada domínio do questionário de qualidade de vida foram calculados por meio de planilha específica disponível em endereço eletrônico na Internet. Resultados: Observou-se que 80 % dos pacientes referiram disfunção erétil. Os seguintes domínios do IIEF apresentaram correlações positivas e significativas com os escores obtidos no KDQOL-SFTM (teste de Spearman: p<0,005): função erétil, função orgástica, desejo sexual, satisfação na relação, satisfação com a vida sexual e soma total do IIEF. Os principais domínios do KDQOL-SF que apresentaram correlações significativas com o IIEF foram função sexual, funcionamento físico, saúde geral sono, bem-estar emocional e energia e fadiga. Conclusões: Observou-se correlação positiva e significativa entre os índices de disfunção sexual e os escores da qualidade de vida, sugerindo que a presença de disfunção sexual pode afetar negativamente a qualidade de vida. Palavras Chave: Função Sexual. Qualidade de Vida. Hemodiálise.

 

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A influência do trabalho realizado no CCA (Centro de Convivência de Afásicos) na qualidade de vida dos sujeitos cérebro-lesados

Novaes-Pinto, Rosana do Carmo

Departamento de Lingüística - Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) - UNICAMP

 

Introdução: O Centro de Convivência de Afásicos (CCA) nasceu do convênio firmado em 1989 entre o Depto. de Lingüística do IEL e a UNNE – Unidade de Neuropsicologia e Neurolingüística, FCM/UNICAMP. Conta, atualmente, com três grupos, um deles sob minha coordenação. Os encontros ocorrem semanalmente e participam sujeitos afásicos, pesquisadores da Neurolingüística e áreas afins, estagiários e alunos de Graduação e Pós-Graduação. Objetivos: Esta participação objetiva, primeiramente, divulgar a contribuição do CCA enquanto lócus para pesquisas na área da linguagem, cérebro e cognição e como campo de estágio para futuros terapeutas. O objetivo principal, entretanto, é o de depor sobre a influência do trabalho do CCA para a qualidade de vida de seus participantes e para a sua re-inserção social. Metodologia adotada para as análises: Serão apresentados dados de sujeitos com diferentes tipos de afasia e diferentes graus de severidade, quando falam sobre suas próprias dificuldades e quando se referem ao trabalho realizado no grupo. Serão apresentados também depoimentos de familiares, nos quais sobre falam sobre as mudanças observadas na linguagem e na participação mais ativa em outros grupos sociais, o que atribuem ao trabalho do CCA. Conclusões: Por meio da análise qualitativa e longitudinal dos enunciados dos sujeitos, conclui-se que o trabalho realizado, por meio de práticas significativas de linguagem, contribui sensivelmente na reconstrução do sujeito e de seu papel social, uma vez que os sujeitos desenvolvem estratégias alternativas de significação (verbal e não-verbal), aprendendo a conviver com os limites impostos pela afasia.

Palavras-chave: afasia;  qualidade de vida; CCA

 

 

 

 

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AS POSSIBILIDADES  DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM UMA ENFERMARIA PEDIÁTRICA

CREPALDI, M. A.,LINHARES, M.B.,PEROSA,G.; ANGERAMI-CAMON, V. A.; ALAMY. S.;  GORAYEB, R.;  RAMOS-CERQUEIRA, A. T. A. ROMANO, B. W. AS POSSIBILIDADES  DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM UMA ENFERMARIA PEDIÁTRICA. Psicologia Hospitalar , Curso de Psicologia, Instituto de Ciências Humanas, UNIP - Universidade Paulista. São Paulo – Campinas, 2006.

 

Pretendeu-se com este trabalho, abordar as possibilidades de  atuação  do psicólogo em uma enfermaria pediátrica e as possíveis  contribuições dos atendimentos psicológicos  realizados com  acompanhantes ou familiares para a hospitalização dos pacientes.  Objetivou-se observar as atuações de um psicólogo dentro da enfermaria pediátrica   averiguando se  os atendimentos  realizados com acompanhantes ou familiares  contribuíram  para a evolução e elaboração  do processo de hospitalização. O trabalho foi realizado  em um período de 8 meses,  com 25 acompanhantes ou familiares na enfermaria e destes atendimentos, 05  foram escolhidos, tendo em média 5 retornos, possibilitando  um acompanhamento detalhado sobre o trabalho realizado.  As escolhas dos acompanhantes ou familiares foram aleatórias.  Utilizou-se entrevista psicológica aberta para a coleta de dados e teve como base o referencial teórico psicanalítico.  Os resultados da pesquisa foram concluídos a partir dos atendimentos psicológicos e dos relatórios que foram gerados dessas.

Pretendeu-se também mostrar como a atuação do psicólogo no contexto hospitalar  pode influenciar para a elaboração das angústias despertadas nos acompanhantes ou familiares durante a internação e a necessidade do profissional ter que  trabalhar em  equipe  para obter bons resultados.

Concluiu-se que mesmo sem o conhecimento efetivo das atribuições do psicólogo, a  população assistida com este trabalho, foi beneficiada pelos atendimentos e foi possível diminuir as angústias despertadas com a hospitalização, confirmando uma das hipóteses. Contudo, percebemos que os acompanhantes ou familiares não se mostraram ansiosos ou preocupados com a falta de atendimento psicológico para os pacientes, o que refutou  a segunda hipótese da pesquisa.

E-mail: ltrangel@hotmail.com

Descritores: atuação  do psicólogo, enfermaria pediátrica, acompanhantes, familiar, angústia.

 

 

 

 

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PROJETO “BRINCAR É SAUDÁVEL” DO HOSPITAL ESTADUAL DE DIADEMA (HED)

DOMINGOS, Adriana Santana; PASCHOIN, Fernanda Maciel; MATHIAS, Deise; FUKUJIMA, Marcia Maiumi; pela Comissão de Humanização do HED

Hospital Estadual de Diadema – brinquedoteca

 

INTRODUÇÃO: brincar é direito de toda criança, inclusive as hospitalizadas. A criança hospitalizada tem sentimentos de medo e abandono ao ser afastada do seu meio, mesmo tendo internação conjunta com a mãe e esteja em ambiente agradável. A criança se torna triste, apática, recusa alimentação, apresenta insônia, se torna muito agressiva, mostrando sinais de carência afetiva, podendo em grau extremo parar de crescer e ter seqüelas psíquicas permanentes. A lei federal 11.104/2005 propõe brinquedotecas em diferentes ambientes, tendo fundamental importância dentro dos hospitais. O brinquedista, profissional formado pela Associação Brasileira de Brinquedotecas é o responsável pelo serviço. OBJETIVO: apresentar o projeto “Brincar é saudável” e avaliar a utilização pelos pacientes na enfermaria de pediatria. MÉTODOS: descrição do serviço e estatística do atendimento nos meses de dezembro/2006 e janeiro/2007. RESULTADO: o projeto é desenvolvido na brinquedoteca, localizada na enfermaria de pediatria, por três pedagogas, sendo uma brinquedista, e uma voluntária. Tem como objetivos principais permitir a interiorização e expressão de vivência da criança doente por meio de brincadeiras, amenizar o trauma e sofrimento da hospitalização, auxiliar na recuperação, enriquecer relações familiares, desenvolver hábitos de responsabilidade e trabalho. As atividades desenvolvidas são empréstimo de brinquedos nos leitos para os pacientes que não podem por motivo médico usufruir da brinquedoteca, atividades livres e dirigidas na brinquedoteca, de acordo com interesse das crianças e acompanhantes. Nos meses de dezembro de 2006 e janeiro de 2007 o projeto contemplou 301 pacientes internados, em 2776 atendimentos (média de 9,2 atendimentos por criança internada, sendo que as crianças são atendidas pelos membros do projeto duas vezes ao dia). Houve adesão de 100% das crianças ao programa. DISCUSSÃO E CONCUSÃO: o projeto “Brincar é saudável”, desenvolvido na Comissão de Humanização Hospitalar garante a qualidade de vida durante a internação da criança na enfermaria de pediatria, amenizando seu sofrimento.

PALAVRAS CHAVE: brinquedoteca, pediatria, humanização.

 

 

 

 

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PROTOCOLO DE ALTA HOSPITALAR INTERDISCIPLINAR E INTEGRADA NA ENFERMARIA DE CLÍNICA MÉDICA DO HOSPITAL ESTADUAL DE DIADEMA (HED)

FUKUJIMA, Marcia Maiumi; SCHIAVON, Camila Alberto; SILVA, Tatiana Alves de Arapujo; AMON, Gabor Matias; HENRIQUES, André Luís de Camargo; MATHIAS, Deise, pela Comissão de Humanização do HED

Hospital Estadual de Diadema – enfermaria de Clínica Médica

 

INTRODUÇÃO: O sucesso do tratamento intra-hospitalar está relacionado principalmente à correta administração dos medicamentos, dietas e cuidados multiprofissionais. No entanto, todo trabalho interdisciplinar não terá sucesso se não garantirmos a continuidade do tratamento após a alta hospitalar, especialmente em doenças crônicas, afetando diretamente a qualidade de vida. OBJETIVO: apresentar o protocolo de alta hospitalar interdisciplinar e integrada da enfermaria de clínica médica. MÉTODO: elaboração de protocolo para processo de alta hospitalar, com base na demanda dos pacientes em relação às informações necessárias para garantir a continuidade do tratamento. RESULTADO: a alta hospitalar é decidida pela equipe médica, que comunica ao paciente e familiares a condição da alta, orienta diretrizes do tratamento e importância da atenção à saúde, e, simultaneamente aciona toda equipe interdisciplinar. Na alta da enfermagem são orientados cuidados gerais de higiene, curativos se houver, além de aspectos administrativos como local e data para retirada de exames e retorno ambulatorial, e cuidados específicos individualmente. Na alta da fisioterapia, são orientados aspectos relacionados à mobilidade, e suporte ventilatório, com orientação e suporte para progressão monitorada ambulatorialmente. A farmácia atua orientando o uso correto das medicações, informando os melhores horários, levando-se em conta a biodisponibilidade, interações das drogas, e rotina do paciente e sua família. O serviço de nutrição orienta preparo e administração de dietas específicas. O serviço social avalia condições sócio-econômicas para manutenção do paciente após a alta hospitalar, orienta e providencia oxigenioterapia domiciliar, medicamentos de alto custo e atendimentos em serviços especializados, faz  encaminhamentos para previdências, seguros e outros. DISCUSSÃO /CONCLUSÃO: a eficiente orientação e educação dos pacientes e familiares garante a manutenção do tratamento, com impacto direto sobre a qualidade de vida dos indivíduos, evitando-se reinternações ou desconfortos por descompensação da doença de base. Estudos com indicadores de qualidade devem ser elaborados para avaliação do impacto deste protocolo.

PALAVRAS-CHAVE: alta hospitalar; clínica médica; qualidade de vida.

 

 

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PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO ESCOLAR PARA CRIANÇAS INTERNADAS NO HOSPITAL ESTADUAL DE DIADEMA (HED).

DOMINGOS, Adriana Santana; PASCHOIN, Fernanda Maciel; MONTEIRO NETO, Henrique; MATHIAS, Deise; FUKUJIMA, Marcia Maiumi; pela Comissão de Humanização Hospitalar do HED.

Hospital Estadual de Diadema – Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica

 

INTRODUÇÃO: Toda criança ou adolescente hospitalizado sofre grande impacto psicológico, social e cultural, saindo de seu meio e entrando em outro desconhecido e temeroso. A hospitalização interfere negativamente na qualidade de vida, sendo mais catastrófica quando ocorre por motivo grave acompanhado de tempo prolongado. Com o objetivo de causar menor perda de conteúdos escolares, criou-se o “Programa de Acompanhamento Escolar”. OBJETIVO: relatar um caso onde o Programa de Acompanhamento Escolar tem sido decisivo na qualidade de vida de uma criança. MÉTODO: relato de caso e considerações sobre o programa. RESULTADOS: criança RER de 12 anos, internada na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica em fevereiro de 2005, com diagnóstico de fibrose cística do pulmão, evoluiu com dependência de oxigenioterapia por ventilação mecânica, sem prognóstico de progressão da assistência ventilatória. Frente a impossibilidade da criança freqüentar escola de ensino regular, o conteúdo programático escolar é ministrado no leito por pedagogas do setor. Os conteúdos das atividades desenvolvidas para RER são: ortografia, interpretação de texto e conhecimento de vocabulário, literatura infantil, raciocínio lógico matemático (operações básicas), inglês básico e conhecimentos gerais. Segundo avaliação das pedagogas, a criança apresentava vocabulário restrito, que tem sido sistematicamente ampliado, além de melhorar a linguagem escrita; apresenta progresso satisfatório no raciocínio lógico. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: o “Programa de Acompanhamento Escolar” tem benefício evidente para pacientes com internações prolongadas, no caso de RER mais que 2 anos, mas também pode se estender para internações a partir de 5 dias, onde o hospital entra em contato com a instituição de ensino freqüentado pelo paciente para informar-se sobre os conteúdos trabalhados em classe; esses conteúdos são trabalhados durante a internação para que não haja defasagem após a alta hospitalar. Consideramos que este programa interfere decisivamente na qualidade de vida das crianças hospitalizadas, amenizando o impacto na vida escolar.

PALAVRAS CHAVE: pediatria; escolaridade; humanização.

 

 

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PANORAMA DOS ÚLTIMOS ANOS DOS ESTUDOS INDEXADOS SOBRE A TEMÁTICA QUALIDADE DE VIDA ATRAVÉS DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DO SCIELO

BASTOS,Graziela Macedo; BARBOSA, Juliana de Assis Novais; ARAÚJO Elisabete Regina.

Universidade federal do Espírito Santo - UFES

 

Introdução: O interesse pelo constructo qualidade de vida têm aumentado paralelo ao número de instrumentos para mesurá-la. Acredita-se que as informações acerca da mesma servem de indicadores para avaliar o impacto de determinados tratamentos como para monitorar a qualidade de vida dos pacientes. Objetivos: Conhecer a população e distúrbios enfocados na produção científica indexada sobre qualidade de vida. Métodos: Revisão sistemática do banco de dados Scielo, no período de janeiro de 2001 á dezembro de 2006. A amostra foi constituída por 70 artigos, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão e analisada através de freqüência relativa e absoluta. Resultados: A análise preliminar resultou em 180 artigos com 77,4% da produção nos últimos 3 anos, com crescimento de 32,4 % de 2001 para 2006. Dos 70 artigos selecionados o Medical Outcomes studies 36 short-form foi o instrumento mais utilizado. 61,4% dos estudos foram desenvolvidos na saúde do adulto, com maior enfoque (18,6%) nos distúrbios do sistema visual; 14,2% saúde da mulher; 10% saúde da criança e do adolescente; 8,6% saúde do trabalhador e 5,8 % saúde do idoso. Discussão: Contrariando a tendência esperada com a implantação do programa saúde da família, com foco nas populações mais suscetíveis, houve um predomínio dos estudos acerca da saúde do adulto sobre saúde da criança e adolescente, mulher e idoso. Conclusão: É necessário pesquisas dentro da temática, sobretudo nas populações mais suscetíveis, gerando norteadores para tornar as políticas de saúde mais diretivas.

Palavras-chaves: Qualidade de vida; sistemas de informação; armazenamento e recuperação da informação.

 

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IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE CUIDADORES DE CANDIDATOS A TRANSPLANTE DO CORAÇÃO DA UNIFESP

Rafael Fagionato Locali, Regimar Carla Machado; João Nelson Rodrigues Branco; Jeanne Liliane Marlene Michel; Enio Buffolo; Edmo Atique Gabriel.

Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina

Departamento de Cirurgia – Disciplina de Cirurgia Cardiovascular

 

Introdução: O cuidador é peça fundamental no transplante cardíaco, uma vez que participa, diretamente, na reabilitação do paciente e estabelece o contato com a equipe multiprofissional. Objetivos: Identificar e caracterizar o cuidador dos pacientes candidatos a transplante do coração da UNIFESP. Método: De outubro de 2004 a março de 2005 foram selecionados 21 pacientes candidatos a transplante do coração e seus cuidadores, para responder um questionário estruturado. Resultados: Foi encontrado que o cuidador é um membro da família (95%), na maioria das vezes o cônjuge. Dos cuidadores, 81% eram mulheres e 19% homens, com idade variando de 24 a 65 anos. Em relação à escolaridade, 29% cursaram o ensino fundamental, 24% ensino médio e 14% o superior. A atividade profissional é desenvolvida por 68,8% dos cuidadores e 81,4% têm renda própria. Por meio de um escore, 50% dos cuidadores foram classificados como “bom”; 43,7% avaliados como “regulares” e 6,3% “ruim”. A correlação estatística entre a classificação do escore com a escolaridade, a atividade profissional e a renda, não foi significante. Discussão: Observa-se a necessidade de focar o bem estar, físico e mental, do cuidador, como sendo um fator essencial para o sucesso do transplante cardíaco.  Conclusão: Foi possível caracterizar o perfil dos cuidadores de pacientes candidatos a transplante do coração. Entretanto, há necessidade de realizar novos estudos, para subsidiar o planejamento de estratégias que ofereçam melhores condições para estas pessoas.

Palavras-chave: Cuidador; Família; Transplante do Coração

 

 

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QUALIDADE DE VIDA E TOXICIDADE AGUDA DA RADIOTERAPIA

 EM MULHERES COM  CÂNCER GINECOLÓGICO:

UM ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO

VAZ Ana Francisca¹; PINTO-NETO Aarão Mendes2; CONDE Délio Marques3;

COSTA-PAIVA Lúcia2; MORAIS Sirlei Siani4; ESTEVES Sérgio Barros5

Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – Campinas (SP) – Brasil

Introdução: A radioterapia pélvica pode interferir na qualidade de vida (QV). Objetivos: Investigar a incidência da toxicidade aguda da radioterapia, avaliar a QV e identificar seus preditores em mulheres com câncer ginecológico. Métodos: Estudo de coorte prospectivo com 107 mulheres (câncer cervical ou endometrial) e idade entre 18 a 75 anos. Toxicidade aguda avaliada através da escala Common Toxicity Criteria e Radiation Therapy Oncology Group Toxicity Criteria. QV mensurada com o questionário da Organização Mundial de Saúde - (WHOQOL-bref) antes, no final da radioterapia e no primeiro retorno. Escores de QV avaliados através de ANOVA. A variação percentual dos escores de QV obtidos entre antes da radioterapia e no primeiro retorno foi comparada com as variáveis de controle através do teste Wilcoxon. Utilizou-se regressão linear múltipla para identificar preditores da QV. Resultados: A incidência de toxicidade aguda foi 93.5%, a mais comum gastrintestinal baixa (79.6%). A mediana da idade das mulheres 60 anos. Observou-se aumento significativo dos escores dos domínios físico, psicológico e para a questão relacionada à saúde e QV geral. Toxicidade gastrintestinal alta (p=0.043) e cirurgia (p=0.027) interferiram negativamente na saúde e melhora do sangramento vaginal (p=0.047) positivamente. Discussão: Os resultados sugerem que a melhora da QV está associada à melhora de determinados fatores pré-tratamento e interferência negativa da toxicidade aguda e cirurgia na QV. Conclusões: A incidência de toxicidade aguda foi alta e a QV melhorou após a radioterapia. Mulheres com toxicidade gastrintestinal alta e antecedente de cirurgia são de risco para pior QV.

Palavras chaves: Toxicidade aguda da radioterapia; Câncer ginecológico; Qualidade de vida.

 

 

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA

EM PACIENTES PORTADORES DA DOENÇA DE CHAGAS

OZAKI Yaeko; ALMEIDA, Eros Antonio de; GUARIENTO, Maria Elena

GEDoCh – Grupo de Estudos em Doença de Chagas – Departamento de Clínica Médica

Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP

                       

Introdução: A doença de Chagas, causada pelo Trypanosoma cruzi, constitui um problema social e de saúde pública. É uma doença estigmatizante que pode envolver mudanças significativas na vida de seus portadores, com sérias repercussões na estrutura psíquica e na qualidade de vida. O interesse pela avaliação da qualidade de vida tem sido crescente na literatura médica porque valoriza a perspectiva do paciente em relação a várias dimensões de sua vida. Objetivo: Avaliar a percepção da qualidade de vida em pacientes portadores da doença de Chagas. Métodos: A pesquisa descritiva foi realizada, entre abril/2005 a setembro/2006, no ambulatório do GEDoCh – Grupo de Estudos em Doença de Chagas. Aplicou-se o instrumento de avaliação da qualidade de vida da OMS - WHOQoL-bref, que investigou os domínios físico, psicológico, relações sociais e ambiente, em 54 homens e 56 mulheres.  Resultados: Dos 110 entrevistados, 85 (77%) tinham idade inferior a 60 anos e 25 (23%) acima de 60 anos.  A forma clínica da doença de Chagas mais encontrada foi a cardiopatia chagásica (49%), seguida da forma indeterminada (26%), forma digestiva (13%) e forma mista (12%).  Considerando uma escala de 0-100, as médias dos escores de cada domínio são: físico – 59,9;  psicológico –60,3; relações sociais – 64,6 e domínio ambiente – 52,9 na amostra de pacientes com idade inferior a 60 anos e domínio físico – 55,7; psicológico – 64,1; relações sociais – 64,0 e ambiente – 54,2 para os maiores de 60 anos. Conclusões: Maiores índices representam percepção de melhor qualidade de vida. Os maiores prejuízos aparecem no domínio ambiente nos dois grupos.

Palavras-chave: qualidade de vida, portadores da doença de Chagas, WHOQoL-bref.

 

 

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ACUPUNTURA NA QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES DA SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS

SILVA FILHO RC1 , PRADO GF2

1 CIEFATO / EBRAMEC – Escola Brasileira de Medicina Chinesa, São Paulo, SP.

2 UNIFESP – Departamentos de Neurologia e Medicina Interna, São Paulo, SP

e-mail: regis@ciefato.com.br

 

INTRODUÇÃO: A Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é um distúrbio do sono que causa grande desconforto em seus portadores e diminuição na qualidade de vida, que ainda não possui um tratamento definitivo e a acupuntura apresenta-se como uma opção para o seu tratamento.

OBJETIVO: O objetivo principal do presente estudo é verificar os efeitos terapêuticos da acupuntura no tratamento de portadores de Síndrome das Pernas Inquietas (SPI).

MÉTODO: Cinco pacientes, sofrendo de SPI por uma média de 5 anos e piora nos últimos seis meses, receberam tratamento de acupuntura por 10 vezes, duas vezes por semana. Os pontos considerados principais (VC4, VC12, E26, BP10, E36, VG20, R3, Yintang) foram utilizados em todos os pacientes. O desconforto nas pernas foi avaliado antes e após o tratamento, mediante uma escala visual analógica, e a qualidade de vida antes e depois do tratamento através do Instrumento de Avaliação da Qualidade de Vida para SPI (Atkinson, 2004) e quaisquer outras possíveis queixas dos pacientes, direta ou indiretamente relacionadas com a SPI.

RESULTADOS: Todos os cinco pacientes apresentaram uma importante melhora na qualidade de vida em todos os domínios do IAQVSPI, apenas a função social não foi significante. Os resultados pré e pós tratamento respectivamente para cada domínio do IAQVSPI foram: Função social = 63,75–81,25 (p=0,14); Função diária = 60,13–82,79 (p=0,05); Qualidade de sono = 31,12–74,44 (p=0,006); Bem estar emocional = 23,37–68,33 (p=0,002). E indicaram uma expressiva redução no desconforto em suas pernas, na escala visual analógica de 0 à 10 (pré tratamento = 8,2; após 5 sessões 4,6; p=0,003; pós tratamento = 1,0; p<0,0001).

CONCLUSÃO: Dez sessões de acupuntura demonstram oferecer bons resultados em pacientes portadores de SPI, e estudos mais completos, com metodologias mais rigorosas e com um número maior de pacientes são recomendados.

Palavras Chave: acupuntura, sono, qualidade de vida

 

 

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QUALIDADE DE VIDA SEXUAL E REPRODUTIVA DE PRESIDIÁRIAS EM LAGES-SC

BITENCOURT, Karine; SCHWINDEN, Alessandro; MELLO, Thiago; COMNISNKI Rodrigo

Universidade do Planalto Catarinense

 

Introdução: As presidiárias compõem um grupo submetido a vários fatores estressores que aliados à falta de um serviço de saúde voltado a atender as necessidades que um corpo feminino carece, podem fazer com que sua qualidade de vida sexual e reprodutiva (QVSR) seja afetada, podendo com isto despertar até alterações fisiológicas durante e após o cárcere. Objetivo: Verificar se a QVSR das detentas do Presídio Municipal de Lages-SC sofre alterações durante o cárcere. Método: Aplicação de questionário a um grupo aproximado de 18 detentas, composto por 32 questões semi-estruturadas, abertas e fechadas, usando variáveis sexuais e ginecológicas, nas dependências do Presídio Municipal de Lages-SC. Resultados: Foi relatado em 72% das detentas um aumento na quantidade de absorventes utilizados, sem significativo aumento no fluxo menstrual. As queixas dismenorréia e tensão pré menstrual (TPM) aumentaram em 72% e 87% respectivamente. Observou-se que 62% das detentas apresentavam diminuição da libido e da qualidade das relações sexuais. No grupo das detentas foi observado que 28% nunca realizaram o exame preventivo de câncer de colo de útero e que 100% destas não tiveram nenhum atendimento ginecológico durante sua estada no presídio. Discussão: Foi encontrado um aumento de queixas relacionadas ao ciclo menstrual e maior incidência de TPM após o cárcere, sendo explicado devido à exclusão social, falta de higiene e um maior estresse psíquico. Apesar da redução da libido, falta de privacidade e qualidade das relações sexuais, a quantidade de orgasmos não foi alterada, sendo que o maior tempo sem relações sexuais aumenta seu desejo sexual. Conclusão: O cárcere contribui acentuadamente para o declínio na qualidade da saúde sexual e reprodutiva das presidiárias, aumentando o número de queixas ginecológicas e o declínio na qualidade vida.

Palavras chaves: saúde/ sexual/ presidiárias


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QUALIDADE DE VIDA NOS INDIVÍDUOS COM DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO(QVI-DRGE)

COMNISKY Rodrigo; SCHWINDEN Alessandro; BITTENCOURT Karine; MELLO Thiago

Universidade do Planalto Catarinense-UNIPLAC

 

Introdução: Nesse trabalho realizou-se um estudo sobre a Qualidade de Vida (QV) em indivíduos com Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), que atualmente é uma das afecções crônicas mais importantes na prática médica. Objetivos: Avaliar a QV dos portadores de DRGE. Metodologia: Foram entrevistados através de questionário objetivo, com autorização em Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os principais critérios de inclusão foram: regurgitação/pirose recorrentes e associadas; presença de pirose pelo menos duas vezes na semana e por um período mínimo de quatro semanas. Resultados: Alguns dos resultados foram: 80% dos indivíduos de meia idade apresentam três ou mais episódios de azia na semana e 50% desses apresentam três ou mais episódios de regurgitação na semana. 76,67% admitem que essas manifestações interferem no seu dia-dia.Também 76,67% admitem alimentar-se com medo de sentir esses desconfortos. Devido à pirose, por pelo menos uma vez na semana, 80% possuem dificuldades em dormir e 66,67% acordam durante à noite. O uso de chimarrão, elevado nessa população, é um desencadeante de azia/regurgitação em 91,3% das vezes. Foram classificados como constipados 36,67% e 86,67% apresentavam dor, por mais de três meses não consecutivos, no último ano, em andar superior do abdome. Discussão: Foi evidenciado comprometimento nas diferentes dimensões analisadas, confirmando que a presença da DRGE está associada à piora da QV de uma população. Conclusões: Na perspectiva de que avaliar a QV dos indivíduos, indiretamente avalia-se a aderência terapêutica, e que, uma melhor aderência ou não ao tratamento, pode definir o prognóstico que possivelmente interferirá diretamente em sua QV; esse trabalho, na medida do possível, melhorou o estado de vida dessas pessoas, auxiliando-as em modificações do estilo de vida e demonstrando a importância das medidas comportamentais.

Palavras Chave: DRGE/Qualidade/Vida

 

 

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ATENDIMENTO A FAMÍLIA E AO PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE CÂNCER BUCAL NA FOSJC - UNESP. Moreira, Elizete Wenzel; Almeida, Janete Dias; Watanabe, Helena. Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos  - UNESP – elizete@fosjc.unesp.br.

 

O Serviço Social e Fonoaudiologia integram o atendimento à família e ao paciente com diagnóstico de câncer bucal no ambulatório da Disciplina de Propedêutica Estomatológica desta Faculdade, que presta atendimento à comunidade no diagnóstico de doenças que tenham manifestação em estruturas de revestimento da cavidade bucal, dentre elas, o câncer bucal. O diagnóstico de câncer bucal neste ambulatório revela a fragilidade do paciente à busca dos recursos da comunidade para o tratamento, bem como da família. Os hábitos mais relacionados ao diagnóstico de câncer bucal são tabagismo e etilismo que já demonstram desajuste social e familiar, mostrando a importância de atendimento integrado.  Este trabalho surgiu através da observação do impacto que o diagnóstico de câncer bucal causa no paciente e na família. Fica evidente o grande percurso realizado até que o indivíduo venha a conhecer o diagnóstico e ainda, a dificuldade em lidar com o diagnóstico tanto para o profissional quanto para o paciente. O objetivo é proporcionar aos pacientes que tenham o diagnóstico de câncer bucal e aos seus familiares um atendimento psicosocial desde o diagnóstico, durante o processo de tratamento médico e até o seu retorno à sociedade. Quando da informação do diagnóstico é solicitado suporte psicosocial em conjunto com o profissional para, no momento de informá-lo ao paciente e sua família, ambos poderem estabelecer critérios para as necessidades que deverão ser supridas visando apoio social.  O atendimento odontológico pré-tratamento cirúrgico e/ou radioterápico e fonoaudiológico são realizados quando necessários na expectativa de melhor qualidade de vida na sobrevida do indivíduo. Durante o tratamento médico, o paciente é assistido pelos recursos de saúde do município, através do serviço de referência e contra-referência. Observamos uma melhora na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, uma integração dos serviços prestados pela faculdade e a melhor utilização dos recursos na comunidade.

Palavras-chaves: família, câncer bucal, qualidade de vida

 

 

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ABORDAGEM DA SAÚDE DO ADOLESCENTE UTILIZADA PELO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

TEIXEIRA, Jomara R., ESPRINGMAN, Cláudia C., SOARES Selma E. e colaboradores.

 

O Programa de Saúde de Família (PSF) tem como um dos seus objetivos cuidar  das famílias, de forma sistematizada e humanizada. A adolescência é um período de intensas mudanças biopsicossociais e necessita de abordagem estratégica para melhoria da qualidade de vida. Foi realizada pesquisa de campo, abordagem descritiva, com adolescentes de 14 a 17 anos, em uma escola profissionalizante no município de São Paulo, no período de outubro á dezembro de 2006.

Foram abordados 30 alunos que freqüentam a escola profissionalizante no período matutino e vespertino. A primeira ação com os adolescentes com intuito de promover a saúde ocorreu com a atualização da carteira vacinal. Houve reuniões entre o PSF e professores da escola para criar outros momentos de promoção. Decidiu-se que seriam realizadas atividades educativas com variados temas escolhidos pelos alunos. Houve pesquisa de temas como obesidade, câncer, contracepção, aborto, anorexia, DST/AIDS e acne. O trabalho foi desenvolvido por meio de redação e apresentado em forma expositiva. Todos os alunos e funcionários da escola participaram.Houve troca de experiências, indagações e discussões subsidiadas pela equipe do PSF. Os três melhores trabalhos foram premiados.

 Os adolescentes são pouco acessíveis á orientações e muitas vezes distantes da própria família, por esta razão objetivou-se este estudo onde houve a aproximação da equipe de saúde e adolescentes. Foi demonstrado grande interesse em desenvolver a pesquisa relacionada aos diversos temas de saúde.

 

Palavras-chaves:- Programa de Saúde de família

                           -Adolescência

                           -Promoção da Saúde

 

 

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ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL: ATIVIDADES DIÁRIAS E

QUALIDADE DE VIDA

ARRUDA, Sonia Maria Chadi de Paula; MONTILHA Rita de Cássia Ietto;

TEMPORINI, Edméa Rita; KARA-JOSÉ, Newton

Universidade Estadual de Campinas: Faculdade de Ciências Médicas -  CEPRE- Centro de Estudos e Pesquisa em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel de O.S. Porto”

 

Introdução:   A prática de atividades  diárias está implícita nas tarefas básicas do cotidiano, influindo na qualidade de vida de pessoas com deficiência visual.  Objetivo: Investigar percepções de estudantes com baixa visão ou cegueira nas atividades de vida diária e suas contribuições na qualidade de vida. Método: Foi realizado um “survey” analítico. Compô-se uma amostra formada por 109 estudantes, incluídos no ensino regular. Foi construído um questionário e  realizada coleta de dados mediante entrevista individual. Resultado: A amostra foi constituída por 56,9% estudantes com baixa visão e 43,1% com cegueira; 70,6% tinham feito ou estavam fazendo reabilitação. Consideravam-se satisfeitos ou muito satisfeitos na prática das atividades diárias 76,2% e pouco ou nada satisfeitos 23,8%. Houve diferença significativa entre os dois grupos em relação à higiene (p=0,13) e no  vestuário (p=0,003); verificando-se menor conduta nessas atividades (p=0,010). Discussão: A percepção de estar satisfeito com a própria capacidade foi associada com o fato do estudante ter feito reabilitação. Conclusão: A satisfação com conduta independente nas atividades e a realização da reabilitação sugere associação com melhor qualidade  de vida dos sujeitos desse estudo.

Palavras-chave: deficiência  visual, qualidade de vida, atividades diárias

 

 

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