SAÚDE MENTAL INFANTIL

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A QUESTÃO DA INTIMIDADE ENTRE PAIS E FILHOS



Francisco B. Assumpção Jr.

Publicado em 2 de maio de 2007


A QUESTÃO DA INTIMIDADE ENTRE PAIS E FILHOS

 

Francisco B. Assumpção Jr.

 

 

 

                Ao redor dos 3-4 anos de idade a criança, por seu desenvolvimento cognitivo, inicia a explorar seu próprio corpo visando estabelecer sua própria identidade sexual e, consequentemente, seu próprio papel sexual, com significado eminentemente social.

                Assim, paralelamente a essa auto-exploração, estabelece-se uma exploração em relação ao corpo do outro, quer seja de idade semelhante a sua, quer seja adulto.

                Dessa maneira, quando a criança nessa idade procura um familiar pedindo para tomar banho junto, em verdade  procura inicialmente motivos para conhecer seu corpo e o do outro.

                Entretanto, o adulto ao ser indagado, traz consigo uma série de valores éticos e morais, adquiridos no passar dos anos que, são normalmente, difíceis de ser enfrentados.

O fato de ser questionado pela criança não implica que ele deva ceder e, com isso, desrespeitar seus valores e suas convicções.

O negar-se a proporcionar tais situações não implica obrigatoriamente em dificultar o desenvolvimento da criança, da mesma maneira que o permiti-las não garante um melhor desenvolvimento.

                Mais importante do que as questões relacionadas a permissividade maior ou menor é a necessidade de coerência na educação infantil, coerência essa que para ser mantida deve respeitar ao sistema de valores da própria família, da mesma forma que deve adequar gradativamente a conduta infantil a sociedade na qual a criança se insere.

                Assim, a intimidade entre pai e filha nessa idade deve considerar os valores paternos, o desenvolvimento da criança e a adequação social, sem, é claro, ignorar-se que esse relacionamento deve sempre ser pautado pelorespeito mútuo e pela defesa da criança que, em hipótese alguma, deve ser levada à práticas ou atitudes que podem prejudicá-la em seu desenvolvimento posterior.

                Assim, em casos de dúvidas, a conduta mais adequada é a mais conservadora, aquela que não oferece a criança nenhuma possibilidade de que venha a ser abusada ou mesmo, mal orientada pelo adulto.

                A sua defesa, como ser em desenvolvimento, deve se constituir no fator básico de preocupação de pais e educadores.

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