http://www.psiquiatriainfantil.com.br/congressos/uel2007/007.htm |
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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.
Susana Teresinha Moraes Hillig,
Ana Flavia Hansel, Nelsi Antonia Pabis,
Mailde A.Casagrande, Maeby Caseker
Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO
RESUMO
Nesse artigo, pretende-se relatar a experiência de educação inclusiva de alunos portadores de Síndrome
de Down, em uma escola particular de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio do Estado do
Rio Grande do Sul. Trabalhou-se, num período de três anos, com duas crianças portadoras de síndrome
de down que ingressaram na educação infantil. Embora sabendo que, segundo alguns autores, o
desenvolvimento mental e as habilidades intelectuais dessas crianças seja variado, e que isso reforça a
importância da educação especial nesse contexto, verificou-se nesse caso plena possibilidade de inclusão.
A importância da família, o comprometimento e envolvimento dos professores e funcionários da escola, as
dificuldades encontradas e as atitudes dos colegas considerados normais são relatos e discutidos à luz dos
conhecimentos teóricos do assunto. O principal fator que contribuiu para o processo de inclusão foi a
crença de que, apesar de serem crianças com limitações, necessitam de um convívio social. Esse convívio,
certamente contribuirá para o desenvolvimento dessas crianças, que fazem parte da nossa realidade e que
devem ter oportunidade de se tornarem cidadãos, pessoas independentes.
1. Introdução
Embora o conceito de inclusão não seja novo, sua prática exige uma discussão atualizada e uma
conceituação ampla. Questões como cidadania, políticas públicas, movimentos sociais e interesses
econômicos devem ser considerados, pois a inclusão não significa apenas uma tendência evolutiva, mas um
movimento sociopolítico que evidencie o quanto a sociedade é excludente.
Falar sobre inclusão é considerar um tema atual e, em particular, a inclusão escolar para aqueles que são
considerados deficientes diante das exigências da escola. É preciso que o ponto de partida seja a
constatação de que existe uma cultura histórica de resistência às mudanças e que mantém arraigada a
discriminação.
O decreto número 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que regulamentou a Lei no 7.853, de 24 de
outubro de 1989, foi um marco para a integração da pessoa portadora de deficiência, compreendendo o
conjunto de orientações normativas que objetiva assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e
sociais dessas pessoas.
Entre os diversos instrumentos propostos pelo decreto para proporcionar o acesso, o ingresso e a
permanência da pessoa portadora de deficiência em todos os serviços oferecidos à comunidade, está a
escolarização em estabelecimentos de ensino regular com a provisão dos apoios necessários. Este
instrumento trata da equiparação de oportunidades e, conforme o Art. 15., diz que os órgãos e as
entidades da Administração Pública Federal prestarão direta ou indiretamente à pessoa portadora de
deficiência esses serviços.
Muitas instituições, com isso, passaram a adequar suas instalações de modo a garantir o acesso e a
permanência das pessoas portadoras de deficiências em suas dependências, independente de serem
instituições públicas ou não. Essas medidas, no entanto, embora contribuam para inclusão e livre acesso de
alunos portadores de deficiências físicas em instituições de ensino regulares, pouco faz para inclusão de
pessoas portadoras de deficiências mentais.
De acordo com Educação (2007), o Seminário Internacional
do Consórcio da Deficiência e do
Desenvolvimento (International Disability and Development Consortium - IDDC) sobre a educação
inclusiva, realizado em março de 1998 em Agra, na Índia, define um sistema educacional como inclusivo
quando abrange a definição ampla deste conceito, ou seja, quando reconhece que todas as crianças
podem aprender, quando respeita diferenças individuais como idade, sexo, etnia, língua,
deficiência/inabilidade, classe social e estado de saúde, quando permite que as estruturas, sistemas e
metodologias de ensino atendam as necessidades de todas as crianças, e quando se constitui num
processo dinâmico que está em evolução constante.
O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial, a qual se apresenta numa grande
variedade de formas incluindo escolas especiais, unidades pequenas e principalmente a integração das
crianças com apoio especializado. O ensino especial é desde sua origem um sistema separado de
educação das crianças com deficiência, fora do ensino regular, baseado na crença de que as necessidades
das crianças com deficiência não podem ser supridas nas escolas regulares.
Também não se deve confundir educação inclusiva com educação integrada. O ensino integrado visa
proporcionar às crianças com deficiência um aprendizado de forma eficaz quando freqüentam as escolas
regulares, tendo como instrumento a qualidade do ensino. No ensino integrado, a criança é vista como
sendo portadora do problema e necessitando ser adaptada aos demais estudantes, na esperança que se
reabilite e possa ser integrada, ou não obterá sucesso. O ensino inclusivo toma por base a visão
sociológica de deficiência e diferença, reconhecendo que todas as crianças são diferentes, e que as escolas
e sistemas de educação precisam ser transformados para atender às necessidades individuais de todos os
educandos, tenham esses ou não necessidades especiais. Assim, a inclusão não significa tornar todos
iguais, mas respeitar as diferenças.
Algumas instituições já vinham se preocupando com esse fato e desenvolvendo projetos e metodologias
para a verdadeira inclusão dessas pessoas. Nessa época, algumas instituições comunitárias já
desenvolviam experiências práticas de educação inclusiva, de pessoas portadoras de deficiências mentais
no ensino regular, e obtendo resultados positivos no estado do Rio Grande do Sul.
Entre essas experiências está a inclusão de alunos portadores de Síndrome de Down. Essa, decorre de um
acidente genético que ocorre em média em 1 a cada 800 nascimentos, aumentando a incidência com o
aumento da idade materna. Atualmente, é considerada a alteração genética mais freqüente e acomete
todas as etnias e grupos sócio-econômicos igualmente. É uma condição genética conhecida há mais de um
século, descrita por John Langdon Down e que constitui uma das causas mais freqüentes de deficiência
mental. No Brasil, de acordo com as estimativas do IBGE realizadas no censo 2000, existem 300 mil
pessoas com Síndrome de Down. As pessoas com a síndrome apresentam, em conseqüência, retardo
mental (de leve a moderado) e alguns problemas clínicos associados.
Esse artigo pretende relatar a experiência de educação inclusiva de alunos portadores de Síndrome de
Down, em uma escola particular de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio do Estado do
Rio Grande do Sul. Nessa escola, acompanhou-se duas crianças portadoras de Síndrome de Down,
durante três anos, que ingressaram na educação infantil. Esse acompanhamento permitiu verificar como
as crianças com síndrome de down se relacionaram com as outras crianças da educação infantil e como se
deu seu desenvolvimento escolar e social nesse período.
2. A Síndrome de Down e as dificuldades do portador
Por muitos anos a criança Dowm era considerada como a retardada, a incapaz e em algumas sociedades
era até mesmo considerado como monstro ou filho do demônio. Atualmente, ainda, encontramos algumas
confusões sobre o conceito de Down, que é confundido com deficiente mental.
"A síndrome de down é decorrente de um erro genético presente desde o momento da concepção ou
imediatamente após (...)" (SCHWARTZMAN, 1999, p. 3). No entanto, como descreve Schwartzman
(1999), sabemos atualmente que a síndrome se trata de uma alteração genética e que os portadores da
síndrome, embora apresentem algumas dificuldades, podem ter uma vida normal e realizar atividades
diárias da mesma forma que qualquer outra pessoa. Não se nega a afirmação de que o Down apresenta
algumas limitações e até mesmo precise de condições especiais para aprendizagem, mas enfatizamos que
estes através de estimulações adequadas podem se desenvolver.
Devido ao material genético no cromossomo 21 extra, crianças com síndrome de Down também têm
características corporais que lhes dá uma aparência diferente de seus pais, irmãos e outras crianças sem
deficiência. “Como o cromossomo 21 se encontra nas células de toda criança com síndrome de Down, ele
exerce uma influência na formação do corpo em todas essas crianças de forma semelhante” (PUESCHEL,
1995 p.77).
Algumas características físicas ficam evidentes como: a cabeça menor, parte posterior da cabeça
levemente achatada, osso nasal afundado dando a impressão de que o nariz é menor, olhos com formato
amendoado, orelhas pequenas, o quinto dedo das mãos é levemente curvado para dentro, entre outras.
Porém, nem toda criança Down apresenta todos esses aspectos e, tais aspectos, não são fatores que
interferem no desenvolvimento e na saúde global da criança. São sim importantes no momento do
diagnóstico médico, principalmente na busca de intervenções precoces quanto à condição da criança.
Quanto aos aspectos cognitivos das crianças com síndrome de Down, Canning e Pueschel (1995, p. 105)
dizem que “o desenvolvimento mental e as habilidades intelectuais dessas crianças abrangem uma larga
extensão entre retardo mental severo e inteligência próxima à normal (...) algumas crianças podem ser
plácidas e inativas, enquanto outras podem ser hiperativas.”
3. Educação Especial para portadores de Síndrome de Down
Antes de falar em educação especial, deve-se citar como alternativa do trabalho com a criança com
síndrome de Down os programas de Estimulação Precoce, tão logo ocorra o diagnóstico da síndrome, ou
até mesmo antes disso, a partir do momento em que se verifique que a criança faz parte de um grupo de
risco para o seu desenvolvimento.
Podem ser considerados como fatores de risco para o desenvolvimento o baixo peso ao nascer,
prematuridade, anóxia, síndromes, entre outros fatores. Como a presença de fatores de risco ao
nascimento podem acarretar em problemas do desenvolvimento, o acompanhamento dessas crianças
torna-se indispensável. O acompanhamento deverá acontecer como dito por Vaz (1996, p. 23) “a fim de
dar continuidade ao tratamento iniciado no período neonatal, assim como avaliar de forma sistemática o
seu desenvolvimento para detectar possíveis desvios; esse acompanhamento é realizado pela equipe
multidisciplinar em conjunção com a família”.
Em relação à possibilidade de trabalho com crianças sindrômicas dentro de programas para Estimulação
Precoce, Zausmer (1995, p. 116) diz que “as limitações físicas e intelectuais da criança com síndrome de
Down podem ser modificadas por meio do manejo competente e do treinamento precoce”.
O trabalho realizado na escola especial tem grande valor, quando consideramos que há algum tempo as
crianças com síndrome de Down eram consideradas “mongolóides”, “débeis-mentais”, entre outros termos
pejorativos, e que, com o surgimento do ensino focado na estimulação, acredita-se na potencialidade
dessas crianças e investe-se em um ensino especializado buscando o desenvolvimento escolar dos
mesmos.
Sabendo-se ainda, que a criança portadora de Síndrome de Down, provavelmente, apresentará algum
déficit cognitivo e atraso no desenvolvimento motor, o trabalho da escola especial será de grande valia
para o desenvolvimento de tal criança.
4. Educação Inclusiva e portadores de Síndrome de Down
Para entender a educação inclusiva é necessário voltar um pouco no tempo e nesta retrospectiva ver
como eram tratadas as pessoas com necessidades especiais.
→ Fase da exclusão: indignas da educação escolar (escondidas ou sufocadas}
→Fase da segregação: educação especial sem ligação com o ensino regular.
→Fase da integração: acesso ao ensino regular desde que se ajustasse a esse contexto.
→Fase da inclusão: direito a educação e a necessidade de participar, de ser considerado membro legitimo
e ativo no interior da comunidade.
Percebe-se que a caminhada é longa e que a educação inclusiva não deve ser apenas para as pessoas
portadoras de deficiência, mas para todas as pessoas que tenham necessidades educativas especiais, em
caráter provisório, intermitente ou permanente. A deficiência não deve ser interpretada como falta de
alguma coisa ou com origem social, mas a própria heterogeneidade que constitui as pessoas.
Ao entender o educando, a pedagogia deve ajustar-se às suas necessidades e, assim, implantar a prática
da inclusão de todos, independente do talento, da deficiência, da origem socioeconômica ou da origem
cultural. A educação inclusiva deve valorizar a adversidade existente, repensando os rótulos, as categoria e
os déficits, permitindo aflorar as potencialidades da pessoa.
Para atingir este tipo de educação, o sistema educacional necessita conscientizar a sociedade, investir na
preparação da equipe pedagógica, na pesquisa e na ação educativa clara, objetiva e empreendedora.
“Cada ser humano é essencialmente singular pelas suas diferenças” (FIGUEIREDO, 2002, p. 69). A
semelhança nos une e as diferenças nos tornam especiais, aos olhos dos outros, na convivência. Enquanto
diferentes, as pessoas são únicas e, embora para o convívio social sejam ressaltados os seus pontos em
comum, qualquer pessoa difere nos interesses, saberes, habilidades, competência, contexto
socioeconômico, contexto sócio-emocional, história potencial e outros. Assim, é preciso reconhecer esta
realidade e o valor de cada pessoa como sujeito de uma história e do crescimento da humanidade.
Compreender esta verdade é urgente na formação do educador e base para a verdadeira educação. O
contexto escolar passa a ser lugar de possibilidades, responsabilizando-se com o crescimento de todos.
O individuo tratado e educado como pessoa igual e ao mesmo tempo diferente fará a transformação de si
e de toda a sociedade, respeitando os estilos de cada um. Acontece, então, uma educação capaz de
entender e atender a todos.
Ressalta-se também, a importância da família que deve participar do processo de inclusão, enriquecendo a
inter-relação pessoal, social, humana e emocional dos envolvidos. A escola inclusiva deve aprimorar-se,
com ajuda de toda a comunidade escolar, como aliados na educação da criança especial, construindo
sentimentos e ações de solidariedade e respeito às diferenças e também valorizando a produção cultural.
Neste tipo de sociedade a democracia torna-se verdadeira, pois as leis, regras e ações realizadas pela
maioria respeitam o pleno gozo dos direitos e valores das minorias. “Uma escola básica que se
compromete com a cidadania e com a democracia precisa ter na formação cultural um de seus elementos
básicos.” (KRAMER, 2000, p. 20).
4.1 A Experiência com dois alunos portadores de Síndrome de Down
O principal motivo para inclusão dos dois alunos que trabalhou-se no ensino regular foi a persistência dos
pais, os quais acreditavam que seus filhos poderiam melhor se desenvolver no convívio escolar com outros
alunos considerados normais. Esse fato, além de propiciar o acesso desses alunos ao ensino regular,
mostrava a disposição dos pais na educação e na inclusão de seus filhos. De acordo com Voivodic e
Storer (2002) “A qualidade da interação pais-filhos produz efeitos importantes no desenvolvimento das
áreas cognitivas, lingüísticas e socioemocionais da criança com deficiência mental.... constata-se a grande
importância da interação positiva da família com a criança portadora de SD, no sentido de propiciar não
só o seu desenvolvimento afetivo e social, mas também seu desenvolvimento cognitivo.” Dessa forma,
verifica-se que a família atua de forma decisiva no sucesso da inclusão dos portadores da SD.
Por outro lado, a maior dificuldade encontrada nos trabalhos de inclusão referem- se às atitudes
discriminatórias dos pais dos alunos ditos “normais”, sendo que no trabalho desenvolvido na escola ficou
evidente o progresso destas crianças portadoras da SD. Apresentavam grande interesse no
desenvolvimento das atividades propostas pelo educador e sempre gostavam de participar de
apresentações e de brincadeiras no pátio da escola. Na turma existia um grande empenho pelos colegas
que costumavam colaborar com as atividades em que o colega necessitava de uma maior atenção.
Segundo Rodrigues (2007), o nosso modelo de educação tem um padrão que não contribui muito para a
inclusão. "Mas com freqüência percebemos boas experiências de inclusão em escolas consideradas
‘alternativas’, são as escolas construtivistas, a montessorianas, e outras".
Para Schwartzman (1999) “no ensino regular, a criança deve adequar-se à estrutura da escola para ser
integrada com sucesso. O correto seria mudar o sistema, mas não a criança. No ensino inclusivo, a
estrutura escolar é que se deve ajustar às necessidades de todos os alunos, favorecendo a integração e o
desenvolvimento de todos, tenham NEE ou não”.
Dessa forma, o critério adotado pela escola para a inserção dos alunos com SD no ensino regular parte do
princípio de que as turmas que incluam alunos com deficiência devem ser menores do que as turmas que
não possuam esses alunos. O professor que assumia em sua turma um aluno deficiente limitava a turma em
16 alunos, para que a atenção necessária não ficasse prejudicada.
Estas decisões eram colocadas em reunião de equipe onde a coordenadora pedagógica informava quantos
alunos portadores de deficiência seriam recebidas pela escola e quais os professores que estavam
dispostos a trabalhar com estas crianças. Após ocorria a distribuição de turmas. Estes professores
contavam com a colaboração de todos os professores e funcionários da escola que intervinham como
auxiliares da aprendizagem, além de serem professores com vontade e empenho na tarefa de inclusão.
Bastos (2007), num trabalho com professores, diretores e especialistas na inclusão de portadores de
síndrome de down, verificou que “o professor que trabalha no processo de inclusão, não raro, direciona
suas ações em sala de aula por meio de uma vontade enorme de acertar, busca soluções por meios
abstratos e que transcendem alguns limites, é um batalhador que sonha com as transformações. As
carências no tocante a expansão de seu conhecimentos teóricos são muitas, mas ainda sim, consegue lidar
com questões como identificação de limites e alcances cognitivos, motores e afetivos...”.
Apesar destas crianças apresentarem um potencial limitado elas são companhias extremamente agradáveis,
tendem a ser alegres e sociáveis e apresentam grande facilidade para mimicas. Gostam de serem elogiadas
e demonstram grande satisfação em sua vida cotidiana seja no lar ou na escola.
A experiência com os dois alunos, acompanhada durante três anos, confirmou a possibilidade de inclusão
de crianças com síndrome de down no ensino regular. Houve progresso no desenvolvimento de ambas,
além daquele que poderia ser obtido sem a inclusão. Essas duas crianças foram alfabetizadas, seguiram no
ensino fundamental e, atualmente, preparam-se para dar continuidade aos estudos.
5. Conclusões
As escolas precisam de grandes investimentos para que ocorra inclusão, mas fica evidente que o que mais
se precisa é tomar consciência de que estas crianças necessitam de um atendimento normal e de uma
convivência social, sendo necessários boa vontade e interesse dos profissionais em se envolverem com
esta realidade.
Verificou-se, em três anos de experiências na inclusão de crianças com Síndrome de Down numa escola
tradicional, a possibilidade de permitir um melhor desenvolvimento incentivado e, principalmente, facilitado
pelo convívio com crianças consideradas normais. Essa crianças, além disso, tornam-se verdadeiras
aliadas do processo de inclusão pois contribuem auxiliando nas tarefas e na ajuda com as atividades
especiais.
Por outro lado, verifica-se também um aprendizado das crianças consideradas normais perante o processo
de inclusão social. Essas, provavelmente, serão cidadãos engajados no processo de inclusão social,
atuando como colaboradores, facilitadores e disseminadores desse processo.
Verifica-se que o fato da escola trabalhar sob a ótica do método construtivista de ensino facilitou o
sucesso do processo de inclusão dessas crianças. Esse processo não está concluído e não foi completo.
Necessita ainda ajustes e constante evolução, sempre com a participação de todos os professores e
funcionários da escola. É uma ação ainda em fase inicial e que espera-se possa ser referência para outros
educadores e outras instituições de ensino do Brasil.
O principal fator que contribuiu para o processo de inclusão foi a crença de que, apesar de serem crianças
com limitações, necessitam de um convívio social. Esse convívio, mediante acompanhamento adequado,
alicerçado em atitudes de amor, empenho, comprometimento e envolvimento, certamente contribuirá para
o desenvolvimento dessas crianças, que fazem parte da nossa realidade e que devem ter oportunidade de
se tornarem cidadãos, pessoas independentes.
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