http://www.psiquiatriainfantil.com.br/congressos/uel2007/016.htm


Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2

DO UNIDIMENSIONAL AO MULTIDIMENSIONAL NA IDENTIFICAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM ALTAS HABILIDADES

Autores: Bárbara Martins de Lima Delpretto1
Anelise dos Santos da Costa2
Karine Sefrin Speroni3
Miriam de Oliveira Maciel4
Renata Gomes Camargo5
Orientadora Profª.drª. Soraia Napoleão Freitas6

1  Autora. Acadêmica de Graduação em Educação Especial – Universidade Federal de Santa Maria.
2  Co-autora. Acadêmica de Graduação em Educação Especial – Universidade Federal de Santa Maria.
3  Co-autora. Acadêmica de Graduação em Educação Especial – Universidade Federal de Santa Maria.
4  Co-autora. Acadêmica de Graduação em Educação Especial – Universidade Federal de Santa Maria.
5  Co-autora. Acadêmica de Graduação em Educação Especial – Universidade Federal de Santa Maria.
6  Orientadora do Projeto. Doutora em Educação e Professora do Departamento de Educação Especial / UFSM. soraianf@ce.ufsm.br


RESUMO

Atualmente várias mudanças ligadas à temática das altas habilidades têm surgido e inspirado novos conceitos e novas formas de identificação, entre elas, a alteração do conceito unidimensional, medido por apenas um único modelo de testes de Q.I., para o multidimensional que emprega diversos instrumentos para identificação de tais sujeitos. A visão multidimensional da inteligência colocou, também, segundo Gardner (1994), os testes psicométricos numa posição coadjuvante neste processo de reconhecimento: ele ampliou a noção de talentos observando que o tempo para classificar e rotular indivíduos deveria ser menor do que o destinado a ajudar e estimular suas competências e habilidades naturais. É, portanto, com o objetivo de proporcionar oportunidades para crescimento cognitivo e auto-realização para com isto obter a produção de conhecimento na sociedade atual que o projeto desenvolvido na Universidade Federal de Santa Maria intitulado ‘‘Da identificação à orientação de alunos com características de altas habilidades’’ visa identificar e orientar alunos com características de altas habilidades, preferencialmente, na faixa etária de 6/7 anos, matriculados em escolas da Rede Estadual de Santa Maria/RS. Pretende-se, assim, conscientizar os professores e os sobre a importância de valorizar potencialidades de seus respectivos alunos e filhos, melhorando assim as relações sociais da criança consigo bem como com a comunidade na qual está inserida. Considerando os benefícios da multidimensionalidade e na ausência de um perfil único de aluno superdotado, o processo de reconhecimento destes alunos constituir-se por diversas etapas, e ambas possuem como objetivo principal o encaminhamento à um programa de enriquecimento escolar, o PIT – Programa de Incentivo ao Talento, que tem como finalidade assistir de forma diferenciada os discentes com características de altas habilidades, e de forma a proporcionar-lhes a ampliação, o aprofundamento e o enriquecimento dos conteúdos curriculares trabalhados pela escola, além de estimular o desenvolvimento do potencial de cada aluno, o convívio entre seus pares com o intuito de fortalecer as relações sociais destes e orientar os professores e os familiares destes alunos. Esta fase que concerne aos estudos da multidimensionalidade quanto à identificação e a valorização das habilidades superiores reiniciam um período de discussões quanto a eficácia dos testes psicométricos e a questionar a eficácia de técnicas voltadas para diagnosticar. Quando se adota a unidimensionalidade, deixa-se de evidenciar habilidades e também de investir em iniciativas que combatam o empobrecimento no processo educacional para o avanço tecnológico e cultural do país (Virgolim, 1997). Dessa forma, as habilidades não representam uma medida observável somente através de testes de QI, mas representam um fenômeno multidimensional que envolve operações diversas como memória, cognição, pensamento convergente, pensamento divergente e avaliação e que devem ser valorizadas para cumprir uma função extremamente importante: o de conscientizar as pessoas com altas habilidades do valor de seus traços e peculiaridades, para que elas lutem por seu pleno desenvolvimento e por seu engajamento no grupo social e, para que desejem compartilhar os resultados de suas habilidades com as pessoas que estão à sua volta, bem como seu país.

PALAVRAS CHAVES: Altas habilidades – Identificação – Educação Especial

Introdução

Na história de educação de superdotados, ou pessoas com altas habilidades como atualmente são nomeados, sempre se discutiu a importância bem como a validade dos testes psicométricos na identificação de tais pessoas. Atualmente, diante da difícil e complexa tarefa de reconhecer alunos com superdotação sabe-se que este processo envolve muito mais que a mensuração da inteligência por testes.
Analisando os vários estudos realizados sobre inteligência, nota-se que a principal mudança verificada nos conceitos desses estudos, desde a invenção no século XX dos testes de quociente intelectual (Q.I.) por Binet e Simon (1905), na França, até os estudos mais recentes de Gardner, com a teoria das Inteligências Múltiplas (1994) foi a alteração do conceito unidimensional, medido por apenas um único modelo de testes de Q.I. para o multidimensional, que torna o processo de identificação um momento no qual são utilizados vários instrumentos para avaliação. Apesar de esta mudança paradigmática ter ocorrido há muitos anos atrás até 1991, de acordo com Anache (1997), o diagnóstico baseava-se nos resultados de testes aplicados na própria escola e os testes mais usados eram Bender (apud Kroeff, 1988) e WISC – Weschersler Inteligence Seale for Childrem (1997).
É considerando que os testes apresentam, diante da multidimensionalidade atual, mais dificuldades e erros que benefícios concretos que SANTOS (1988) expõe:

‘‘Em termos de identificação do superdotado inserido em um grupo, os traços que o separam daqueles ditos normais muitas vezes não são percebidos pelo professores ou pela equipe pedagógica de determinada escola. Esta falta de percepção pode ser devida, dentro outros motivos, à inexistência de uma divisão clara entre as categorias superdotado e não superdotado.’’ (SANTOS, 1988, p. 22-23).

Piaget (1958) em defesa da utilização dos testes psicométricos, especificadamente o teste Binet- Simon (1905), serviria para ‘‘determinar a freqüência de êxitos em função da idade: a inteligência é então avaliada pelos avanços e retardamentos relacionados com a idade estatística média das soluções justas’’, entretanto, embora Piaget tenha relatado que a inteligência representa um complexo comportamento, continuou defendendo a utilização do teste psicométrico Binet- Simon e, conseqüentemente, desconsiderou as demais habilidades que não poderiam ser detectadas neste mesmo teste, priorizando essencialmente as habilidades lingüísticas e matemáticas.
Pessoas com altas habilidades possuem capacidade para o desempenho superior ao da média comparável, aliado à criatividade e ao envolvimento persistente com o que se gosta de fazer. Os talentos destes podem manisfestar-se em áreas diferentes (capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento crítico ou produtividade, capacidade de liderança, talento especial para artes e capacidade psicomotora), isoladas ou combinadas. Dessa forma, além das desvantagens da utilização dos testes psicométricos no processo de identificação de superdotados exemplificados, ressalta-se ainda que testes como estes podem desconsiderar até mesmo uma das características mais marcantes nestas pessoas: a criatividade. A ênfase em uma única resposta certa, na reprodução de conhecimento e a baixa ou nenhuma expectativa quanto ao potencial criativo do educando são alguns exemplos.
Atualmente várias mudanças ligadas à temática das altas habilidades têm surgido e inspirado novos conceitos e novas formas de identificação. A visão multidimensional da inteligência colocou, segundo Gardner (1994), os testes psicométricos numa posição coadjuvante no processo de identificação dos indivíduos superdotados: ele ampliou a noção de talentos observando que o tempo para classificar e rotular indivíduos deveria ser menor do que o destinado a ajudar e estimular suas competências e habilidades naturais.
Dessa forma, quando se discute o processo de reconhecimento de pessoas com altas habilidades torna-se necessário delinear quais são os objetivos desta identificação para, assim, utilizar os métodos mais apropriados. Renzulli (1999) sobre este assunto concluiu:

‘‘A literatura sobre superdotados e talentosos indicava que havia duas finalidades geralmente aceitas para oferecer Educação Especial para os jovens de elevado potencial. A primeira finalidade é fornecer aos jovens oportunidades para um maior crescimento cognitivo e auto-realização, através do desenvolvimento ou uma combinação delas, nas quais o potencial superior pode estar presente. A segunda finalidade é aumentar a reserva social de pessoas que ajudarão a solucionar os problemas da sociedade contemporânea, tornando-se produtores de conhecimento e arte e não apenas consumidores das informações existentes. ’’

Método

É com o objetivo de proporcionar oportunidades para crescimento cognitivo e auto-realização para com isto obter a produção de conhecimento na sociedade atual que o projeto desenvolvido na Universidade Federal de Santa Maria intitulado ‘‘Da identificação à orientação de alunos com características de altas habilidades’’ visa identificar e orientar alunos com características de altas habilidades, preferencialmente, na faixa etária de 6/7 anos, matriculados em escolas da Rede Estadual de Santa Maria/RS. Pretende-se, assim, conscientizar os professores e os pais da referida localidade sobre a importância de valorizar potencialidades de seus respectivos alunos e filhos, melhorando assim as relações sociais da criança consigo bem como com a comunidade na qual está inserida.
Além do objetivo geral, o projeto de pesquisa tem como objetivos específicos oportunizar discussões sobre as altas habilidades incentivando a conscientização da comunidade envolvida quanto à relevância da temática; levantar dados sobre a história de vida escolar dos alunos indicados pelos professores; apresentar a pesquisa aos pais destes alunos, com a finalidade de esclarecer os objetivos do trabalho; avaliar pedagogicamente os alunos previamente indicados pelos professores; encaminhar estes alunos para uma avaliação psicológica e finalmente orientar estes alunos identificados, familiares e professores de forma que essas crianças continuem desenvolvendo suas potencialidades.
Considerando os benefícios da multidimensionalidade citados anteriormente e na ausência de um perfil único de aluno superdotado o processo de reconhecimento destes alunos constituir-se-á pelas etapas:
■ Preparação da comunidade envolvida no trabalho através de leituras discutidas, palestras de conscientização e esclarecimentos sobre a temática das altas habilidades, ressaltando, também, os objetivos e a metodologia do mencionado projeto ministradas pela equipe executora da pesquisa;
■ Com a finalidade de identificar os alunos com características de altas habilidades nas salas de aula é disponibilizado aos professores um Guia de Observação que contempla as características comumente observáveis no dia a dia escolar nos alunos com características de altas habilidades, no qual se enfatiza o posicionamento destes alunos em diversas situações de aprendizagem. Este Guia é de autoria da pesquisadora Zenita Guenther (2000);
■ Posteriormente são levantados os dados sobre a história de vida escolar dos alunos previamente indicados pelos professores, e em seguida, são realizadas entrevistas semi-estruturadas com os professores das séries atuais e anteriores destes alunos com vistas a verificar a intensidade, a freqüência e a consistência dos traços de altas habilidades presentes nestes alunos ao longo de seu desenvolvimento escolar. Tais entrevistas são elaboradas pela Equipe Executora da pesquisa;
■ Apresentação da pesquisa aos pais dos alunos para assim conscientizá-los sobre a importância de estimular e desenvolver as habilidades de seus filhos, e para obter consentimento livre e esclarecido para trabalhar diretamente com estas crianças;
■ Com o propósito de obtermos mais um dado significativo para a pesquisa, contamos com o apoio de uma psicóloga que realizou uma avaliação psicométrica dos alunos, o Teste Wisk III (Weschersler Inteligence Seale for Childrem). É importante destacar que está avaliação não tem como finalidade identificar o Quociente Intelectual, o Q.I., mas sim avaliar os alunos de uma forma global.
■       Após as etapas anteriormente citadas os alunos selecionados são encaminhados à um programa de enriquecimento escolar, o PIT – Programa de Incentivo ao Talento, que tem como finalidade assistir de forma diferenciada os discentes com características de altas habilidades, e de forma a proporcionar-lhes a ampliação, o aprofundamento e o enriquecimento dos conteúdos curriculares trabalhados pela escola, além de estimular o desenvolvimento do potencial de cada aluno, o convívio entre seus pares com o intuito de fortalecer as relações sociais destes e orientar os professores e os familiares destes alunos.

Resultados

A referida pesquisa foi realizada em quatro escolas estaduais de Santa Maria que demonstraram interesse prévio em participar. A abordagem inicial, com o Conselho Escolar das respectivas escolas teve por objetivo o agendamento de palestras para os professores e interessados, a fim de esclarecer os tópicos principais da temática das Altas Habilidades, como características, reconhecimento e mitos. 
Em seguida os docentes receberam, neste primeiro contato, o Guia para Observação proposto por Guenther (2000) na qual são contemplados os traços comumente observáveis em sala de aula. Este é um questionário composto por vinte e seis itens e as escolas recebem um prazo de cerca de duas semanas para a entrega do mesmo à Equipe do Projeto. Nesta etapa uma das escolas não entregou o Guia e desvinculou-se, portanto, da pesquisa.
Após a entrega de todas as fichas, nas três escolas participantes, chegou-se ao total de duzentos e quatro alunos indicados pelos docentes. Todos os alunos indicados tiveram seus dados do histórico de vida escolar levantados por meio de entrevistas semi-estruturadas com os professores das séries atuais e anteriores.
Dentre as quatro escolas participantes da pesquisa, em virtude da quarta escola ter demonstrado interesse em participar do presente trabalho no mês de maio de 2007 e, devido ao período de férias previsto no calendário letivo de Santa Maria/RS, a etapa posterior que diz respeito às entrevistas com os professores dos alunos indicados será realizada a partir de agosto no presente ano.
Nas demais escolas e nas entrevistas realizadas, utilizou-se cinco perguntas padrões que representaram características comportamentais presentes em alunos com altas habilidades, independente da habilidade anteriormente apontada no Guia para Observação. As demais perguntas variam de acordo com o talento e, depois de realizadas as entrevistas, confirmaram-se sessenta e sete alunos com as mais diversas habilidades.
Após esta confirmação, os pais foram contatados e conscientizados da importância de reconhecer e valorizar as habilidades de seus filhos em reuniões agendadas nas escolas em que se encontram matriculados os respectivos alunos. Dessa forma, autorizaram a realização de duas avaliações: a pedagógica proposta por Virgolim (2002) e a psicométrica, com uma psicóloga vinculada ao projeto utilizando o Teste Wisk III (Weschersler Inteligence Seale for Childrem).
Ao final de todas as etapas anteriores citadas, os alunos serão encaminhados para o Programa de Incentivo ao Talento, o PIT. Este programa tem por objetivo proporcionar experiências e atividades propositalmente elaboradas para expor estes alunos a uma ampla variedade de disciplinas, tópicos e assuntos de modo a aprofundar o currículo escolar trabalhado pelas respectivas escolas.

Discussão

Esta nova fase que concerne aos estudos da multidimensionalidade quanto à identificação e a valorização das habilidades superiores reiniciam um período de discussões quanto à eficácia dos testes psicométricos e conclui-se que, de maneira geral, técnicas voltadas para diagnosticar não são certamente seguros e não fornecem dados totalmente confiáveis, seja pelo caráter provisório dos estados psicológicos ou pela limitação e controvérsia em torno dos instrumentos disponíveis. Quando se adota a unidimensionalidade, deixa-se de evidenciar habilidades não valorizadas no sistema escolar e também de investir em iniciativas que combatam o empobrecimento no processo educacional para o avanço tecnológico e cultural do país (Virgolim, 1997). Sendo assim, o preparo dos profissionais da educação para levantar aspectos e dados mais amplos sobre seus alunos é imprescindível para a organização e concretização de um trabalho extra escolar direcionado a atender as necessidades educacionais, sociais e culturais dos alunos com altas habilidades.
Dessa forma, as habilidades não representam uma medida observável somente através de testes de QI, mas representam um fenômeno multidimensional que envolve operações diversas como memória, cognição, pensamento convergente, pensamento divergente (habilidade associada à criatividade) e avaliação. Assim, o processo de identificação deve ser visto como um processo contínuo no qual se evidencia diversos aspectos e características das pessoas com altas habilidades, e de modo a proporcionar aos sujeitos identificados um maior ajustamento social e um ambiente favorecedor e enriquecedor de aprendizagens.

Referências Bibliográficas

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