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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2

A FORMAÇÃO DOCENTE FRENTE AOS DESAFIOS DA INCLUSÃO 
Olga Solange Herval Souza  

RESUMO

O presente trabalho é um recorte da minha Tese de Doutorado, que se constituiu em   estudo e  análise de  práticas pedagógicas de um grupo de dezoito  professores atuantes no ensino fundamental e médio que tinham  alunos com necessidades educacionais especiais.  A pesquisa realizou-se em 2002,em POA, RS. Em parceria com o grupo, de trabalho, objetivei construir subsídios curriculares visando a qualificação dos professores.

INTRODUÇÃO

 Sendo este trabalho um recorte de minha tese, trago algumas considerações extraídas da análise de práticas pedagógicas dos 18 professores, distribuídos em quatro escolas, três públicas e uma privada que, na época, tinham em suas salas de aula, alunos com necessidades educacionais especiais.

Para planejar e executar a investigação a que me propus, utilizei como suporte os  estudos de Michel Thiollen,  fundamentados na pesquisa-ação. Apresentei aos sujeitos da pesquisa alguns aspectos conceituais significativos para a análise como: Integração/inclusão e alunos com necessidades educacionais especiais.  Apoiei tais reflexões em autores como: César Coll, Ramón Vallejo, Rafael Bautista, Willian Stainback e Susan Stainback, Miguel Chacon,  Cláudio Baptista, Carlos Skliar, Rosita Carvalho e Rosana Glat. Tomei para análise algumas relações inter-pessoais estabelecidas em sala de aula, que foram trazidas pelos professores, para tanto, utilizei como suportes os pressupostos de: Philippe Perrenoud, Ramón Vallejo, Mário Osório Marques, Marisa Eizirik e outros.

Abordei o desenvolvimeento de competências e a formação docente, à luz das contribuições de Philippe Perrenoud, Rosita Carvalho, entre outros. Também levei à discussão as formas utilizadas no processo ensino-aprendizagem para acompanhamento e avaliação dos alunos. Fundamentei a necessidade de uma formação continuada aos professores que atuam no ensino regular frente ao desafio da inclusão escolar. Por fim, arrolei alguns subsídios curriculares e propostas metodológicas que surgiram, ao longo dos encontros, e foram sugeridos no questionário sendo este considerado o principal instrumento de coleta de dados. 


MÉTODO: Da trajetória da Pesquisa à análise dos dados.

Para transformar a realidade é preciso conhecê-la e, para conhecê-la, é necessário estar ativamente empenhado em transformá-la. (MARQUES,1995)

A escolha do método prendeu-se ao fato de que, como pesquisadora não limitei-me a uma investigação teórica e documental, mas realizei uma pesquisa na qual as pessoas implicadas tiveram algo, parafraseando Thiollent (2000) “a dizer” e “a fazer”.  Procurei desempenhar um papel ativo dentro da realidade em que os fatos foram observados. Deste contexto interativo, decorreram as prioridades do problema a ser investigado e as sugestões possíveis de serem encaminhadas sob forma de ação concreta, ou seja, o resultado final do estudo.

Segundo Thiollent, a participação das pessoas implicadas nos problemas investigados é absolutamente necessária, para que não haja ambigüidade. Pode-se pensar em pesquisa-ação quando a investigação envolve as pessoas ou grupos implicados no problema em observação. É preciso que a ação em estudo seja relevante e problemática, merecendo investigação para ser elaborada e conduzida. Tomei como objeto de análise a prática pedagógica de um grupo de professores em situações de inclusão escolar, com o objetivo de extrair propostas e elaborar subsídios curriculares para a formação de docentes nas diferentes áreas do conhecimento. Para atender esse objetivo, procurei inteirar-me das carências, e das dificuldades encontradas pelos sujeitos no cotidiano, bem como as alternativas buscadas por eles ao dar encaminhamento ou solução aos problemas surgidos. Estudamos e buscamos juntos alguns indicadores que consideramos úteis como ferramentas em momentos de tomada de decisão em prováveis situações inesperadas.  Parafraseando Perrenoud (2001), o professor precisa ser competente para lançar mão de ferramentas próprias e ter a possibilidade de “agir na urgência”. Um trabalho pedagógico muitas vezes significa “agir com urgência e decidir na incerteza” quando se trata de alunos com necessidades educacionais especiais.

 A meta foi elaborar um instrumento útil, que pudesse servir para qualificar  sobretudo aos  que estão envolvidos diretamente, na convivência e no trabalho pedagógico com  os alunos que sugerem    estratégias diferenciadas. Primei por uma “atitude de escuta” e de empenho para a elucidação de algumas situações-problema que foram surgindo nos encontros, sem impor unilateralmente as minhas concepções particulares, retomando os objetivos da pesquisa sempre que necessário, relacionando-os à meta final, Realimentando os debates em grupo. Portanto, o resultado da análise das práticas pedagógicas frente ao desafiador trabalho com esses alunos, sob o olhar dos próprios professores nada mais foi do que uma contribuição às reflexões acerca desta realidade. Como pesquisadora, senti a necessidade de conhecer a dinâmica das relações que se estabeleciam na comunidade escolar quando havia alunos com necessidades educacionais especiais, inseridos no contexto, e ainda compreender como a construção do conhecimento era viabilizada a eles. Para isso, utilizei um diário, onde registrei o cotidiano da pesquisa e, a partir destes registros destaquei  aspectos relevantes ao estudo.

Em decorrência de dificuldades institucionais e de disponibilidade dos professores,  os grupos de estudo constituíram-se em números distintos, e os encontros realizaram-se conforme acOrdo e organização dos mesmos. Houve a adequação dos objetivos, procedimentos e aplicação dos instrumentos de coleta de dados, respeitando a realidade de cada escola. A opção por um estudo qualitativo e pela participação dos professores em todas as etapas da pesquisa foi por acreditar que a qualidade da formação docente desempenha um papel significativo no sucesso ou fracasso de qualquer proposta pedagógica.


Análise e Discussão dos dados

n                   No entendimento da maioria dos sujeitos, os conceitos integração/inclusão funcionam como sinônimos.Questão1: Em poucas palavras o que você entende por integração/inclusão escolar e alunos com NEES? Definiram como: “onde não exista distinção entre alunos que estudem no mesmo estabelecimento de ensino devem ter o mesmo tratamento e atenção”; “Significa ter na mesma sala de aula alunos “normais” e alunos com NEEs”; “ Quer dizer vivência da aprendizagem em comum, independente das diferenças individuais. É a mistura.”
    Essas falas parecem impregnadas pela visão da normalização, definindo o processo como uma possibilidade de todos serem colocados dentro de um mesmo espaço físico, recebendo a mesma atenção. Predomina a idéia de que o indivíduo deve adaptar-se ao meio. Pode-se entender como a forma de tratar igualmente seres desiguais, tornar iguais seres naturalmente diferentes.
“Alunos com NEEs são aqueles que fogem ao padrão, ao chamado normal.;São aqueles que apresentam uma necessidade maior do que em algum aspecto de sua vida escolar.”Questão 2: Quantos alunos com NEES você tem em sua sala de aula? “Somente dois.Um aluno é surdo-mudo e uma aluna é cega”;”Três portadores de NEEs, uma com deficiência visual, outra com deficiência de andar ( tem uma perna mecânica) e o último com deficiência auditiva.” Com estes dados, pude observar as distintas formas como  os sujeitos referem as necessidades dos seus alunos. Durante os encontros, as concepções e terminologias foram discutidas.
Questão 3: – Levando em conta sua experiência como professor, relacione alguns aspectos que no seu entendimento levam um aluno a ter NEEs?
n       Desestruturação familiar: 50%;
n      Doenças degenerativas: 27,7%
n    - Problemas psicológicos, orgânicos e emocionais : 22,2%
n    - Problemas genéticos: 22,2%
n    - Abuso sexual e acontecimentos traumatizantes: 11,1%
n    - Doenças na gestação e intoxicação medicamentosa durante este período: 11,1%
n    - Deficiências: 11,1%
n    - Deficiências físicas: 11,1%
n    - Acidentes de várias ordens: 11,1%
n    -  Outras considerações: 11,1%
n    Não responderam:5,5%
Questão 4:Aspectos  considerados importantes nas relações psicossociais na sala de aula:
n                   relações psicossociais >>> processo relacional que se estabelece na sala de aula;convivência prática pedagógica entre professor/aluno >>> afetos e desafetos; atitudes docentes >>> percepção que o professorado tem das capacidades e comportamentos do alunado com NEEs; expectativas e estereótipos: fatores consistentes na aceitação e não-aceitação de alunos com necessidades educativas especiais.
 As necessidades educacionais especiais com um desafio á formação docente
     Na mediação da docência se configura o compromisso social básico do profissional da educação. É ela responsabilidade social muito concreta do professor que tem na sala de aula seu campo eminente de participação política. (MARQUES, 1995, p.104)
Questão 5: Quais as alternativas que você buscou para superar as dificuldades no desenvolvimento do seu trabalho? Onde você buscou este suporte? “Busquei alternativas como suporte em órgãos responsáveis como: a SEC, CEE – Conselho Estadual de Educação (acréscimo da autora da tese), instituições especializadas. Único respaldo foi o encontro por acaso com uma doutoranda em meu caminho; Para a aluna cega, como suporte, conto com apoio das colegas. Com o aluno surdo-mudo, ele tem um intérprete que o acompanha em todas as aulas; Suporte nas conversas informais com colegas e professores troca de informações sobre estratégias utilizadas com esses alunos, reuniões com o SOE e a Olga tem auxiliado bastante.”

Questão 6: – Com a sua formação profissional você se considera capacitado para desenvolver o seu trabalho tendo alunos com NEEs incluídos em sua sala de aula?
    a)Sim.Porquê?
    b)Não.Porquê?
     c)Em parte.Porquê?
      Do total dezoito sujeitos 44% =8 responderam que não se consideram preparados, supondo situações que, segundo eles, seriam bem mais difíceis que as atuais, por exemplo:”Por mais boa vontade que tenha, creio que não estou preparado. Exemplo 1: Numa turma de 30 alunos (aula de Educação Física), como farei se eu tiver um aluno com deficiência visual? Há exercícios que ele, evidentemente fará, mas no caso de uso de deslocamentos de bola (quicar, receber a bola em movimento – ele correndo). Haverá uma série de exercícios que ele não conseguirá fazer. E daí? O que ele sentirá? Frustração? Rejeição?O que será que eu sentirei? Todo professor está frente aos alunos para ajudá-los, mas, sinceramente, eu me sentirei frustrado em não poder ajudar alguém a se desenvolver.”Exemplo 2: “Se eu tiver um aluno com a síndrome de Down, sei que muitos correm, pulam, jogam. Mas, será que eles são capazes de uma atividade física constante? Será que são capazes de exercícios motores de complexibilidade razoável? São perguntas que, realmente, não sei como responder; Cheguei à conclusão que, na verdade, os alunos com os quais eu tento trabalhar de maneira produtiva são alunos com problemas de Distúrbios de Hiperatividade por Déficit de Atenção, e isto justifica o meu sentimento de impotência diante do problema. [...] Perco a paciência e me desiludo diante da volubilidade destes alunos, que nunca querem de mim aquilo que eu tenho para dar; Não. Sinceramente, acredito que não. E tem mais: não sei se algum dia haverá um profissional com tantas formações quantas seriam necessárias para atender às variadas necessidades especiais. Além disso, é importante lembrar que, além do aluno com NEEs, há mais trinta que também são diferentes e cada um requer sua atenção; Se for no aspecto motor, sim. Caso tenha alunos com problemas visuais, audição, não fui capacitado para isto. [...] Infelizmente, as faculdades, em geral, não ofereciam subsídios necessários (pelo menos no meu tempo) para o atendimento especializado às pessoas que possuem NEEs; Em outra escola que trabalhei, as alunas com dificuldade de visão  procuravam soluções alternativas para as aulas e apresentavam aos professores. Como a inclusão de alunos com  NEEs  nas escolas é recente, a minha formação profissional não deu qualquer capacitação para este trabalho.”
Competência docente e resgate dos saberes no contexto escolar:
n                   COMPETÊNCIA >>> “uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação.” (PERRENOUD, 2000, p. 15)
n                   INCLUSÃO ESCOLAR >>> Quais as competências que o professor deve reunir?
A competência docente diante da inclusão escolar do alunado com NEEs supõe:
   não só competências mais precisas em didática e em avaliação, mas também capacidades
   relacionais que permitam enfrentar, sem se desestabilizar, nem desencorajar, resistências,
  medos, re­jeições, mecanismos de defesa, [...], bloqueios, [...] no decorrer dos quais
  dimensões afetivas, cognitivas e relacionais conjugam-se para impedir que aprendizagens
  decisivas comecem ou prossigam normalmente. (PERRENOUD, 2000, p. 61)
  A complexidade  da formação docente posta em xeque pela proposta da inclusão escola
  Currículo aberto à diversidade >>> caráter flexível, capaz de atender às demandas
 diferenciais do alunado, de modo a oferecer-lhes através de experiências possibilidades de
 construção individual e de realização humana.

Questão 7 – Na sua opinião, a escola como um todo está preparada para assumir o compromisso de receber, atender com eficiência e proporcionar uma efetiva inclusão escolar de alunos com necessidades especiais?
a)  Sim.Porquê?
b)  Não.Porquê?
c)   Em  parte. Por quê?
Do total de dezoito sujeitos, 83% = 15 responderam que a escola não está preparada para receber este alunado. 16,6% = 3 consideram que a escola está parcialmente preparada para tal desafio. Mas, os fatores elencados por este percentual de sujeitos não diferiram do percentual maior Isto é utopia. Desafio as autoridades a tomar o nosso lugar com sucesso nas condições em que trabalhamos, com 30-40 alunos numa sala de aula em que dois ou três sejam portadores de NEEs. Alguém sempre sai perdendo, inclusive o professor que, no decorrer do processo, a maioria das vezes perde o elã e deixa tudo como está, em nome da paz. O professor cansa e desiste, salvo raras exceções; A escola não está preparada. Os professores não foram e nem estão sendo preparados para tal, os outros alunos também não, assim como a estrutura física da escola não sofreu modificações para facilitar o acesso e a locomoção deles. Os PNEEs são colocados nas escolas... contando apenas com a possível sensibilidade e boa vontade dos professores e colegas. “Muitos fatores foram relacionados e servem com indicadores de ima falta de apoio de todo sistema educacional. Se pode perceber como é desestimulante trabalhar sem apoio político, pedagógico e material.”

n    Questão 8 – Como você acompanha e avalia o processo de aprendizagem do seu aluno com NEEs? Quais os critérios que você utiliza?” Uso o mesmo critério para todos, com raras exceções. Eles não estão incluídos na mesma turma para serem iguais? ; Trabalhos e testes orais para a aluna cega, e visuais para o surdo-mudo; A diferença da avaliação está nos instrumentos utilizados. Mas os critérios e o nível de exigência são os mesmos. A aluna cega é avaliada oralmente mas as questões são as mesmas.”
    Apenas sete do total de dezoito, referiram-se ao processo de acompanhamento e avaliação, isto pode ser reflexo da falta de clareza em diferenciar critérios, instrumentos e processos de acompanhamento, ou por que não adotam tais procedimentos.
Questão 9: – Pensando na prática pedagógica em sua disciplina ou área de atuação, quais os conceitos, conteúdos e aspectos que você considera difíceis para serem apreendidos pelos seus alunos com NEEs? Por quê? “Conceitos abstratos, difíceis de serem mostrados concretamente; Gramática, acho que deve ser muito abstrato para um surdo entendê-la; Na parte teórica não há o que um aluno com NEEs não possa aprender; vejo dificuldades  para realizar monitorias, a prática docente que realizamos bimestralmente.  Para o aluno surdo-mudo não há problema pois ele realiza em uma escola especial. Quanto a aluna cega ela não encontra condições de realizar o trabalho como as demais alunas.”Questão 10 – Suponhamos que você foi convidado para contribuir na elaboração do currículo para formação de professores na sua disciplina ou área de atuação. Quais são as suas sugestões em termos de objetivos, disciplinas, conteúdos, metodologias, etc., que podem contribuir na prática dos professores em sala de aula junto aos alunos com NEEs, e favorecer o processo de ensino-aprendizagem dos mesmos? Prof. Matemática: “Muita metodologia, leituras com debates; Disciplina sobre avaliação, psicologia e didática”;Prof. Língua Portuguesa e Literatura: “Professores preparados para lidar com NEEs, com especialização, e turmas menores é o ideal. Não precisa um currículo especial para eles, até porque seria pouco justo com os outros. A minha sugestão se contrapõe à questão n.º 1, porém é o meu ponto de vista. Integrar, até ali. Incluir todos num mesmo rol não ajuda os alunos portadores de NEEs e prejudica os alunos normais, aqueles que têm direito a conquistar o que buscam, pela sua boa vontade, interesse, disciplina, atenção, trabalho.No momento que o aluno portador de NEEs exige atenção especial, o aluno comum é prejudicado. É justo isso? E eles são a minoria. É a maioria sufocada pela minoria.” Prof. Orientadora Educacional: “Inclusão no currículo de disciplinas que abordem de forma objetiva e prática as NEEs em sua maior abrangência possível.” Prof.  Didática Geral: “Os NEEs não devem ter currículo diferente dos demais, sendo a formação pretendida a mesma.”Prof. Educação Física:“Deveria iniciar na formação de educadores nas universidades, com disciplinas voltadas para esses alunos, assim como a metodologia. Na área da educação física, conteúdos específicos para cada deficiência. Atividades voltadas para desenvolvimento dos segmentos corporais ativos e também adormecidos. Metodologia específica para cada deficiência encontrada.”Prof. Ciências:“Os professores devem estar preparados  para trabalhar com a diversidade de pensamento, ação, relacionamento, percepção do mundo; o professor deve se preparar, aceitar este aluno e adaptar algumas formas de trabalhar os conteúdos. Sugiro que no magistério este tema seja amplamente  abordado e que no estágio  se procurem escolas que trabalhem com PNEEs  para ajudar a desmistificar.” Prof. Orientadora Educacional: “É complicado estabelecer uma estrutura pedagógica voltada para as NEEs, considerando que cada uma das necessidades exige uma especificidade. [...]  Na formação dos professores de qualquer área de conhecimento, é importante noções de Psicologia Geral, Psicologia do Desenvolvimento, Psicologia Evolutiva, Psicopatologia, Neurologia e Psicopedagogia, além de Didática (metodologia voltada para as NEEs).”Prof. Língua Portuguesa:“Acredito que a melhor forma de contribuir para a formação de professores seria cada universidade atender alunos com NEEs e colocar um grupo de profissionais especiais para trabalhar com esse educando, juntamente com o professor em formação. Além de juntar teoria e prática, importantíssimo para o professor, a escola e a família também estariam sendo auxiliadas, pois ambas têm dificuldades em tratar desse assunto. E o melhor de tudo: o aluno teria mais chances de ser integrado ao restante do grupo na escola, superando suas necessidades especiais.”
     Formação Continuada: Subsídios extraídos dos grupos de estudo: Não estudar uma categoria das NEEs (deficiência) como um fenômeno isolado do processo educacional;formação com caráter eminentemente educacional; formação polivalente;tomar as NEEs como base para a consideração de outros conteúdos; uma formação que integre teoria e prática, pensamento e ação. Objetivos que devem ser perseguidos: Ser consciente das próprias crenças, preconceitos,sentimentos e valores com relação às situações de inclusão escolar; Adquirir atitude de abertura e postura positiva frente às diferenças humanas; Adquirir atitudes favoráveis em relação às situações em que os alunos com NEEs necessitarão de auxílio; Ser disponível à investigação de novos recursos que contribuam para uma melhora do processo ensino-aprendizagem em situações de inclusão. Propostas Metodológicas para a formação docente a partir das reflexões: De acordo com as necessidades pedagógicas dos professores frente aos alunos com NEEs, podem ser realizadas: Oficinas e cursos de curta duração, dirigidos a aprendizagens específicas; Formação compartilhada; Formação modular.
 Finalmente, posso dizer que foi uma longa trajetória. Sobram razões para propor que unamos nossos esforços, discutamos idéias, caminhemos em busca de alternativas que  qualifiquem as respostas educacionais das nossas escolas, beneficiando a todos.
     Com certeza, a história requer tempo e as instituições evoluem lentamente. Com certeza, aquele que tenta fazer alguma coisa avalia rapidamente o quanto as coisas resistem e, sem dúvida, deve, às vezes, contentar-se com um gesto apenas esboçado, com uma palavra apenas enunciada, com um olhar fugaz, mas onde transparece a confiança... quase nada e, no entanto, quase tudo. Uma pegada no caminho, o sinal de uma presença, a trilha de uma passagem onde outros reconhecerão que não mais estão totalmente sozinhos. (MEIRIEU, 1998, p. 165)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS e BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

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EIZIRIK, Mariza Faermann. Distorções perceptuais em situações educacionais: teoria e exemplos. In: Educação e Realidade, Porto Alegre, n.9, (3): set./dez., 1984.
GLAT, Rosana. Inclusão total: mais uma Utopia? In: Integração, Brasília: MEC/Secretaria de Educação Especial, ano 3,n.20, 1998.
MARQUES, Mario Osório. A educação, interlocução de saberes que se reconstroem na aprendizagem. Porto Alegre: UFRGS, 1995. (Projeto de Tese de Doutorado).
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PERRENOUD, Philippe. A pedagogia na escola das diferenças: fragmentos de uma sociologia do fracasso. 2 ed. Porto Alegre: ArtMed Ed., 2001.
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______ ______. Pedagogia Diferenciada: das intenções à ação. Porto Alegre: ArtMed Ed., 2000
Souza, Olga Solange Herval.Tese Doutorado.Universidade Federal do Rio Grande do Sul.Faculdade de Educação.Programa de Pós-Graduação em Educação.Porto Alegre, BR-RS,2002.
_________. A Valorização dos Recursos Didáticos Inovadores na Construção do Conhecimento das Pessoas com Necessidades Educativas Especiais. In: Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul: EDUNISC, v.6, n.2, jul./dez., 1998.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 10 ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 2000.
VALLEJO, Ramón Porras. Una Escuela para la Integración Educativa: una alternativa al modelo tradicional. 1. Ed. Sevilla: Publicaciones M.C.E.P. Sevilla, 1998.(Colação Cuadernos de Cooperación Educativa, v.8)