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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
 
A DEMOCRACIA, EMANCIPAÇÃO E AUTONOMIA: CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA 
CRÍTICA DA SOCIEDADE PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A INCLUSÃO 
ESCOLAR
DAMASCENO, Allan Rocha1
(Faculdade de Educação – UFF, Niterói, RJ &
 Instituto de Educação – UFRRJ, Seropédica, RJ)
COSTA, Valdelúcia Alves da2
(Faculdade de Educação – UFF, Niterói, RJ)
PAGAN, Janaína Vaz Candela3
(Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e 
Faculdade de Educação – UFF, Niterói, RJ)
1 Professor Substituto do Instituto de Educação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Mestre em 
Educação pela Universidade Federal Fluminense. Especialista em Educação Especial pela Universidade Federal 
Fluminense. E-mail: allan_damasceno@hotmail.com
2 Professora Doutora do programa de pós-graduação stricto sensu em Educação da Universidade Federal Fluminense. 
E-mail: valdelucia2001@uol.com.br
3 Promotora de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e Mestranda do programa de pós-graduação stricto sensu em 
Educação da Universidade Federal Fluminense. E-mail: janavaz03@terra.com.br
RESUMO
Este estudo se baseou, sobretudo, no pensamento de Theodor Adorno, representante da Teoria Crítica 
da Escola de Frankfurt e de alguns de seus comentadores, onde procuramos discutir a formação 
docente possível, no atual estágio civilizatório, que não dá conta do atendimento da diversidade dos 
estudantes com deficiência, pois sua dimensão unicamente adaptativa não vem sendo ainda capaz de 
possibilitar aos professores a reflexão necessária para o desenvolvimento de sua autonomia, com vistas 
à sua emancipação. Portanto, embora a formação docente possível não contemple as diferenças dos 
estudantes, pensando-as, sobretudo, como inerentes à condição humana, logo se faz necessário 
atualmente pensar para além dessa, na busca da superação dos limites impostos pelo desconhecimento 
acerca das necessidades educacionais especiais dos estudantes com deficiência. 
Introdução
Iniciamos o nosso debate ressaltando o conceito de democracia, onde destacamos o papel da escola 
como local da democratização do saber. Adorno (1995, p. 169) esclarece que a exigência de 
emancipação parece ser evidente nesta perspectiva. Assim: 
A democracia repousa na formação da vontade de cada um em particular, tal 
como ela se sintetiza na instituição das eleições representativas. Para evitar um 
resultado irracional é preciso pressupor a aptidão e a coragem de cada um em 
se servir de seu próprio entendimento.
No que se refere à democracia, entendemos que a criação de uma sociedade onde as escolas sejam 
democratizadas demanda indivíduos que sejam emancipados, autônomos. O chamamento feito por 
Adorno é importante uma vez que pensando que vivemos em um Estado democrático, vivemos sob a 
tutela das escolhas das minorias dominantes. Ou seja, um falseamento da democracia, uma 
pseudodemocracia. 
No pensamento de Adorno, está presente a idéia de que democratizar significa formar indivíduos com 
autonomia. Sem a constituição das subjetividades, o que temos é a massificação, ou seja, alguns poucos 
indivíduos pensam por uma maioria, e se impõe o que os primeiros exigem, independente das 
necessidades da totalidade dos indivíduos. Isso é pseudodemocracia. Os sujeitos que se submetem a 
essa lógica são os que se identificam cegamente com o coletivo. O indivíduo crítico é capaz de se 
perceber participante da cultura, até porque não existem indivíduos sem a cultura, mas é importante que 
não se confundam com ela. 
O que nos é trazido à reflexão por Adorno é que a democracia constitui-se no desejo de libertar a 
consciência dos domínios ideológicos sociais, ou seja, significa reconhecer que só através da reflexão e 
auto-reflexão crítica, da luta pela libertação do pensar é que nos tornaremos “iluministas” de nossa 
própria consciência. E, podemos acrescentar que aquele que consegue vencer as suas próprias amarras 
do pensamento, é capaz de se tornar um libertador de outras consciências, sobretudo na relação entre 
professores e estudantes.
É nesse movimento que apresentamos as contribuições dos pensadores da Teoria Crítica da Sociedade, 
da Escola de Frankfurt, destacando o pensamento de Theodor Adorno, para a construção de escolas 
mais acolhedoras, portanto democráticas, respeitando e considerando a diversidade não como marca 
para a diferenciação entre os indivíduos, mas como condição humana, onde as diferenças se constituem 
em importantes elementos para a construção das subjetividades, para a constituição da autonomia. 
Método
Adotamos como abordagem teórico-metodológica desta pesquisa a Teoria Crítica da Sociedade, onde 
apresentamos as concepções presentes nessa corrente filosófica que balizarão este estudo.
O que destacamos inicialmente refere-se às idéias de muitos cientistas sociais que, “mobilizados pelas 
críticas à ciência tradicional apresentadas pela Escola de Frankfurt, buscavam caminhos para a 
efetivação de uma ciência mais comprometida com a transformação social”, como afirmado por Alves-Mazzoti (1999, p. 32). Desta forma, a abordagem teórico-metodológica presente neste estudo é a 
crítico-dialética. Segundo Gamboa (1997, p.97), quanto às pesquisas crítico-dialéticas, afirma que:
Sua postura marcadamente crítica expressa a pretensão de desvendar, mais que o 
‘conflito de interpretações’, o conflito dos interesses. Essas pesquisas manifestam um 
‘interesse transformador’ das situações ou fenômenos estudados, resgatando sua 
dimensão sempre histórica e desvendando suas possibilidades de mudança. As 
propostas nelas contidas se caracterizam por destacar o dinamismo da práxis 
transformadora dos homens como agentes históricos. Para isso, além da formação da 
consciência e da resistência espontânea dos sujeitos históricos nas situações de 
conflito,  propõem a participação ativa na organização social e na ação política.
Desta forma, neste estudo sobre as contribuições da Teoria Crítica da Sociedade para a formação de 
professores com vistas à inclusão escolar, nos colocamos no movimento crítico-dialético, tendo como 
componente do método a perspectiva da práxis teórico-metodológica.
Resultados
Analisando a concepção dos teóricos da Escola de Frankfurt, podemos inferir que a 
pseudodemocratização é o estágio vivido na contemporaneidade, daí decorrendo a marginalização e a 
segregação existentes no atual estágio civilizatório, apontando a compreensão dos processos de 
exclusão.  Segundo Becker, in Adorno (1995, pp. 169-170), essa pseudodemocratização fundamenta-se na concepção educativa de cada país, pois: 
Parece-me ser possível mostrar claramente a partir de toda a concepção 
educacional até hoje existente na Alemanha Federal que no fundo não somos 
educados para a emancipação, pois a possibilidade de levar cada um a 
‘aprender por intermédio da motivação’ converte-se numa forma particular do 
desenvolvimento da emancipação. 
Na realidade educacional, quando à época foi escrito o trecho citado, Becker destaca-nos que a 
educação ofertada não dava conta do desenvolvimento do sentimento da autonomia nos sujeitos. Ou 
seja, se não educamos para a emancipação, então educamos para a reprodução. Daí ratificarmos o 
caráter da falsa democracia, uma vez que a verdadeira demanda sujeitos autônomos. 
Com isso, o referido pensador reconhece a necessidade de se ofertar propostas diversas de 
escolarização para que sejam atendidas as diferentes demandas presentes na diversidade dos sujeitos 
que constituem a coletividade, superando assim os processos pseudodemocráticos. Quanto a isso 
Becker (1995, p. 170), afirma que:
Para nos expressarmos em termos corriqueiros, isto não significa emancipação 
mediante a escola para todos, mas emancipação pela demolição da 
estruturação vigente em três níveis e, por intermediário de uma oferta formativa 
bastante diferenciada e múltipla em todos os níveis, da pré-escola até o 
aperfeiçoamento permanente, possibilitando, deste modo, o desenvolvimento 
da emancipação em cada indivíduo, o qual precisa assegurar sua emancipação 
em um mundo que parece particularmente determinado a dirigi-lo 
heteronomamente, situação que confere uma importância maior ao processo.
Como está posta, a formação possível é a que prioritariamente conduz os indivíduos a um estado 
heterônomo. Com isso, fica clara a intenção do sistema em se servir do processo educativo para 
perpetuar a ideologia avassaladora que se fixa em seus ideais, atendendo assim à demanda de mercado 
posta no sistema neoliberal.
Dessa forma, Adorno (1995, p. 168) acaba por concluir que “(...) o mero pressuposto da emancipação 
de que depende uma sociedade livre já se encontra determinado pela ausência de liberdade da 
sociedade, o que reforça a idéia anterior”.
Fazendo um cotejamento com a formação dos professores, podemos afirmar ante o exposto, para que 
minimizemos, até o total desaparecimento, que é o que desejamos, do sentimento de exclusão e do 
preconceito, como sendo um dos principais promotores dessa segregação, precisamos de professores 
que se constituam livres pensantes, educando para a liberdade e para a emancipação como proposto 
por Adorno. 
Nesse contexto emerge um debate importante, onde Adorno (1995, p. 139) apresenta uma questão 
epistemológica da formação docente, ao afirmar que “Nesta medida parece-me urgente incluir na 
discussão a questão do o que é e a questão do para que é a educação (...)”.
Isto nos leva a pensar qual a formação que desejamos e a possível para o desenvolvimento da 
autonomia dos professores atuantes na escola inclusiva. Não é suficiente apenas afirmarmos que os 
cursos oferecidos nas esferas municipais, estaduais e federais serão capazes de dar conta da demanda 
humana dos estudantes deficientes. São esforços que se constituem em ações no processo de 
organização da escola acolhedora e democrática. Entretanto, há de se questionar essa formação, até 
para verificarmos seu potencial, e não cairmos no erro de que estamos desenvolvendo o melhor, ou se é 
possível avançar ainda mais.
Adorno (1995, p. 140), ainda nos esclarece quanto à pertinência do debate sobre o educar: para quê?, 
afirmando:
Quando sugeri que conversássemos sobre: ´Formação – para quê?´ ou 
Educação – para quê?´, a intenção não era discutir para que fins a educação 
ainda seria necessária, mas sim: para onde a educação deve conduzir? A 
intenção era tomar a questão do objetivo educacional em um sentido muito 
fundamental, ou seja, que uma tal discussão geral acerca do objetivo da 
educação tivesse preponderância frente à discussão dos diversos campos e 
veículos da educação.
Está posto em Adorno que antes de desenvolvermos ações despropositadas, porque na verdade não 
dão conta das questões para as quais foram pensadas, devemos refletir no significado das questões, no 
seu real entendimento e dimensão, para que sejam desenvolvidas estratégias políticas e atitudinais que se 
aproximem criticamente das questões sobre inclusão escolar de deficientes. Ou seja, temos que ter 
clareza sobre qual o sentido de educar, o que desejamos atingir e como podemos atingir nossos 
objetivos de uma educação democrática e inclusiva.
Analogamente, podemos ponderar sobre a questão do professor que está (vai) atuando (atuar) na 
escola inclusiva. A provocação feita por Adorno nos faz pensar em questões do tipo: Onde queremos 
incluir estudantes deficientes? Estamos incluindo para quê? Quem é o responsável por essa inclusão? 
O(s) responsável(is) têm sido ouvido(s)? Participam na tomada de decisões? Como o professor tem se 
percebido frente a esse processo de mudança da inclusão escolar? Ele quer participar dessa mudança? 
Qual o sentido de incluir educandos deficientes para o professor? Enfim, essas são apenas algumas 
questões presentes neste estudo, apontando-nos a necessidade de refletir sobre elas.
Nesse movimento, Costa (2002, p. 41) destaca que:
Considerando a importância atribuída por Adorno à auto-reflexão crítica, essa 
representa um elemento fundamental na luta pela emancipação das pessoas 
com deficiência, pois, tomando por base à auto-reflexão, essas pessoas podem 
ser esclarecidas a respeito de sua situação como diferentes, no contexto de 
exploração e subordinação burguesa. Não apenas as pessoas deficientes, mas, 
também, aquelas que segregam precisam de auto-reflexão. Portanto, a auto-reflexão torna-se uma ferramenta para iluminar os dominados (no caso, os 
deficientes) no resgate dos elementos de classe, contidos em suas próprias 
culturas e no saber acumulado pelos homens, no decorrer dos tempos. Serviria, 
também, para orientá-los à conseqüente ação transformadora, exigência da 
própria reflexão crítica.
Discussão
Adorno (1995, p. 141) acrescenta sobre a educação que “Eu diria que atualmente a educação tem 
muito mais a declarar acerca do comportamento no mundo do que intermediar para nós alguns modelos 
ideais preestabelecidos”.
O que é expresso em Adorno é que o homem deve se libertar da heteronomia, se realmente desejar 
assumir para si a direção de sua vida. Por isso, atentamos para o debate onde apresentamos o 
professor como àquele que é capaz de buscar por si, o que não foi a ele possibilitado pelo sistema 
social e educacional, como alternativas e estratégias de inclusão que não estão postas em receituários e 
manuais de instruções pedagógicas e metodológicas. O movimento é ir além do como fazer? Migrando 
para com base em minhas reflexões desenvolver o fazer. Em outras palavras, os professores deverão 
prescindir dos modelos pedagógicos e assumir a autonomia de seus fazeres pedagógicos junto com seus 
estudantes em sala de aula.
Muitos professores pensam que para efetivar a inclusão de deficientes em suas salas regulares, basta 
conhecer e aplicar as mais diversificadas tecnologias assistivas e, pronto, em um passe de mágica, a 
inclusão escolar se efetivará. 
Adorno (1995, p. 132) nos apóia a compreender que essa ênfase no discurso dos professores na 
realidade tem sua origem ligada à própria ideologia dominante, que é muito sutil, e acaba por impedir ou 
dificultar as experiências formativas dos professores, decorrente do empobrecimento da reflexão crítica 
desses, afirmando que:
No que diz respeito à consciência coisificada, é preciso examinar também sua 
relação com a técnica. Um mundo em que a técnica ocupa uma posição tão 
decisiva como acontece atualmente gera pessoas tecnológicas, afinadas com a 
técnica. Na relação atual com a técnica existe algo de exagerado, irracional, 
patogênico. Isto se vincula ao ‘véu tecnológico’. Os homens se inclinam a 
considerar a técnica como sendo algo em si mesma, um fim em si mesma, uma 
força própria, esquecendo que ela é a extensão do braço dos homens.
Com isso, é possível afirmar que as tecnologias, de modo geral, não podem e nem precisam ser 
desconsideradas. Elas têm importância. Entretanto, seu uso e adequação estão vinculados à mediação 
humana. No que se refere à inclusão escolar de deficientes, apenas o uso das tecnologias chamadas 
assistivas não serão capazes, por si só, de efetivar a inclusão. A autonomia docente deverá estar 
presente nesse processo escolar democrático e inclusivo. 
E, sobre o sentido que admite, inicialmente, para educação, Adorno (1995, p. 141), afirma:
A seguir, e assumindo o risco, gostaria de apresentar a minha concepção inicial 
de educação. Evidentemente não a assim chamada modelagem de pessoas, 
porque não temos o direito de modelar pessoas a partir do seu exterior; mas 
também não a mera transmissão de conhecimentos, cuja característica de coisa 
morta já foi mais do que destacada, mas a produção de uma consciência 
verdadeira. Isto seria inclusive da maior importância política; sua idéia, se é 
permitido dizer assim, é uma exigência política. Isto é: uma democracia com o 
dever de não apenas funcionar, mas operar conforme seu conceito, demanda 
pessoas emancipadas. Uma democracia efetiva só pode ser imaginada 
enquanto uma sociedade de quem é emancipado1.
Dessa maneira, Adorno ratifica considerações desenvolvidas neste estudo, e reitera a necessidade da 
autonomia dos professores para a constituição verdadeira de uma sociedade democrática. 
Todavia, em diálogo com Adorno, Becker esclarece que o conceito de homem emancipado deve ser 
utilizado com cuidado para não convertê-lo em ideal orientador. E, com base na concepção de 
emancipação, Adorno (1995, p. 143), justifica isso da seguinte maneira:
A própria organização do mundo em que vivemos e a ideologia dominante (...) 
exerce uma pressão tão imensa sobre as pessoas que supera toda a educação. 
De um certo modo, emancipação significa o mesmo que conscientização, 
racionalidade2. Mas a realidade sempre é simultaneamente uma comprovação 
da realidade, e esta envolve continuamente um movimento de adaptação. A 
educação seria impotente e ideológica se ignorasse o objetivo de adaptação e 
não preparasse os homens para se orientarem no mundo. Porém ela seria 
igualmente questionável se ficasse nisto, produzindo nada além de well 
adjusted people, pessoas bem ajustadas, em conseqüência do que a situação 
existente se impõe precisamente no que tem de pior. Nestes termos, desde o 
início existe no conceito de educação para a consciência e para a racionalidade 
uma ambigüidade. Talvez não seja possível supera-la no existente, mas 
certamente não podemos nos desviar dela.
4 Grifo nosso.
5 Grifo nosso.
Ou seja, Adorno ao concordar com Becker, esclarece que não é possível, no atual estágio civilizatório, 
negar a adaptação pela educação em prol da emancipação. É necessário primeiramente adaptar-se às 
demandas sociais vigentes para posteriormente emancipar-se, para não se alienar de si mesmo, 
sobretudo por intermédio da reflexão crítica sobre as condições objetivas sociais. 
Contudo, emancipar-se em nossa sociedade não é algo simples. Porém, é possível afirmar que na 
mesma sociedade que existe o aprisionamento das mentes obscurecidas pela ideologia dominante, 
também existe o germe da liberdade humana por intermédio da crítica reflexiva.
Sobre a possibilidade de emancipação dos indivíduos, Adorno (1995, p. 143), afirma que:
(...) a idéia de emancipação, como parece inevitável com conceitos deste tipo, 
é ela própria ainda demasiado abstrata, além de encontrar-se relacionada a 
uma dialética. Esta precisa ser inserida no pensamento e também na prática 
educacional.
Ou seja, a mesma educação que atende à ideologia dominante, pode reorientar-se e ressignificar seus 
objetivos, transformando-se em possibilidade de formação para a contradição e a resistência, para o 
rompimento do controle, para a reflexão e autonomia pela crítica reflexiva. E, é esse movimento que a 
escola deve empreender para o acolhimento da diversidade dos estudantes, deficientes e não 
deficientes. Por outro lado, isso não significa negar todo o processo até então desenvolvido. Deve-se 
sim, reorientá-lo, reestruturá-lo, e, para tal, isso demanda professores com autonomia para perceberem 
a necessidade e estarem sensíveis ao acolhimento das necessidades educacionais especiais dos 
estudantes com deficiência.
Concluindo essa análise, mas longe de encerrá-la, destacamos mais uma afirmação de Adorno (1995, 
pp. 182–183), que ratifica a necessidade de diferenciação na postura e atitudes dos professores 
atuantes nas escolas inclusivas e a conseqüente necessidade de educar para e na diversidade social e 
humana, pois:
Mesmo correndo o risco de ser taxado de filósofo, o que, afinal, sou, diria que 
a figura em que a emancipação se concretiza hoje em dia, e que não pode ser 
pressuposta sem mais nem menos, uma vez que ainda precisa ser elaborada em 
todos, mas realmente em todos os planos de nossa vida, e que, portanto, a 
única concretização efetiva da emancipação consiste em que aquelas 
poucas pessoas interessadas nesta direção orientem toda a sua energia 
para que a educação seja uma educação para a contradição e para a 
resistência3. 
Com o discutido até então, pensamos que pudemos aprofundar nossas reflexões sobre a necessidade 
da organização de escolas inclusivas para o acolhimento de estudantes com deficiência, e 
conseqüentemente, a “(...) educação romper com o ideal de totalidade, de massificação, de controle 
ideológico, onde o indivíduo só sobreviverá enquanto núcleo impulsionador da resistência”, como 
afirmado por Adorno (1995, p. 154).
Referências bibliográficas
ADORNO, T. W. Educação e emancipação. São Paulo, Paz e Terra, 1995.
ALVES-MAZZOTI, A. J., GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais. 
2 
ed. São Paulo: Pioneira, 1999.
COSTA, Valdelúcia A. Formação e Teoria Crítica da Escola de Frankfurt: trabalho, educação, 
indivíduo com deficiência. Niterói, EdUFF, 2005.
_____________. Formação de professores para a educação de alunos com deficiência: questões 
acerca da escola democrática. In: Cadernos de Ensaios e Pesquisas. Niterói, FEUFF, 
ano 3, janeiro/ 
junho, 2002, Caderno n.º 7, pp. 39-43.
GAMBOA, S. A. S. A dialética na pesquisa em educação: elementos de contexto. In: FAZENDA, I. 
(Org.). Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, pp. 91-116, 1997.
6 Grifo nosso.