http://www.psiquiatriainfantil.com.br/congressos/uel2007/072.htm |
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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
AVALIAÇÃO DE HABILIDADES RELATIVAS AO ALFABETO DIGITAL
Dariel de Carvalho
Programa de Pós-Graduação em Educação - UNESP/Marília
Deisy das Graças de Souza
Programa de Pós-Graduação em Educação Especial – UFSCar/São Carlos
RESUMO
Este estudo teve como objetivo caracterizar o repertório de crianças surdas em uma série de
tarefas de seleção e de construção de relações entre diferentes conjuntos de estímulos visuais,
relacionados ao alfabeto digital. Para isto, foi conduzido um estudo com 12 crianças surdas,
com idades entre sete e 12 anos, que freqüentavam uma instituição de apoio ao surdo, em
uma cidade no interior de São Paulo. No Estudo foram avaliadas as habilidades relativas ao
alfabeto digital, por meio de tarefas de seleção e tarefas de construção. Os estímulos eram
figuras e palavras representadas em alfabeto digital ou em alfabeto arábico. Os resultados
mostraram muitas variações individuais, com alunos apresentando um certo grau de acertos
em todas as relações avaliadas, enquanto outros apresentando porcentagens baixas de
acertos, e apenas para algumas das relações; porém, a maioria apresentou dificuldades na
tarefa de nomear uma figura (compor o nome, selecionando letra a letra, na seqüência correta,
em qualquer um dos alfabetos). A discussão focaliza a importância da análise dos repertórios
para a programação de ensino das habilidades envolvidas no uso do alfabeto digital por parte
de alunos surdos.
INTRODUÇÃO
Partimos do pressuposto de que a língua oral é a língua materna de uma criança
ouvinte e, por conseguinte, a língua de sinais é a língua materna de crianças surdas, por não
necessitarem de um ensino sistemático, como no caso do aprendizado do português para
crianças ouvintes (BERNARDINO, 1998).
Segundo Sacks (1998) e Domingues (1996) a época e a extensão em que a surdez
ocorre são fatores de suma importância para o desenvolvimento do sujeito, pois interferem
diretamente na aquisição de sua linguagem.
Para Goldfeld (1997) a linguagem é tudo que envolve significação, tem um valor
semiótico e não se restringe apenas a uma forma de comunicação. É por meio dela que se
constitui o pensamento do individuo, assim, ela está sempre presente no sujeito, mesmo nos
momentos em que este não está se comunicando com outras pessoas. A linguagem constitui o
sujeito, a forma como este recorta e percebe o mundo e a si próprio.
No caso de crianças surdas as trocas existem, mas a criança identifica-se inicialmente
com sinais feitos pela mãe, e a troca se dá pelos sinais. Sendo assim, a língua de sinais fica
sendo a língua natural, porque como as línguas orais, a língua de sinais surge espontaneamente
da interação entre pessoas, e porque, devido à sua estrutura, permite a expressão de qualquer
conceito – descritivo, emotivo, racional, literal, metafórico, concreto, abstrato – enfim, permite
a expressão de qualquer significado decorrente da necessidade comunicativa e expressiva do
ser humano (BRITO, 1997, p.32).
O desenvolvimento da linguagem humana (do social para o individual), é explicado
nos estudos de Vygotsky (1979) como o estabelecimento de relações de interdependência
entre os processos de desenvolvimento do pensamento e da linguagem. A comunicação é
considerada como uma primeira instância social, importante para o estabelecimento das trocas
que só ocorrerão após a internalização e significação pelo sujeito. Estas trocas, por sua vez, é
que se constituirão como base para a organização mental dos indivíduos.
Essa concepção de desenvolvimento de linguagem mostra que a linguagem gestual dos
surdos constitui-se numa língua de fato e valoriza a língua dos sinais, na sua forma genuína,
como primeira língua (SKLIAR,1999).
Pesquisadores da área são contrários à prática de ajuste dos sinais à estrutura da
língua majoritária (falada), pois ela viria a negar à língua de sinais o estatuto de língua.
A língua de sinais apresenta características bastante próprias. Uma das partes
constitutivas da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) é o alfabeto digital, também
referenciado como alfabeto manual ou datilológico. Este compõe, por sua vez, a parte
morfológica da estrutura da língua de sinais. A LIBRAS possui uma estrutura lingüística, assim
como outras línguas orais. Possui uma gramática construída a partir de elementos constitutivos
das palavras ou itens lexicais e de um léxico (o conjunto das palavras da língua). Segundo
Brito (1997), o léxico pode ser definido como o conjunto de palavras de uma língua; no caso
da LIBRAS, as palavras ou itens lexicais são os sinais.
O alfabeto digital é definido por Deliberato (1998) como uma substituição das letras
escritas por sinais realizados com os dedos das mãos. Não é espontâneo, nem natural. É um
recurso que precisa ser aprendido. As letras devem ser corretamente formadas e a utilização
delas pode dar grande precisão à comunicação com os surdos. Mesmo uma palavra não
sendo constituída pelos sinais a partir do alfabeto manual, como na língua oral, em LIBRAS a
palavra recebe um sinal que a representa, mas a soletração manual das letras é a transposição
para o espaço, através das mãos, dos grafemas da palavra da língua oral.
A soletração é empregada em várias ocasiões, durante a comunicação, como a
soletração do nome próprio de uma pessoa. Sendo assim, quando uma pessoa é apresentada
a outra, primeiramente ela utiliza a soletração no alfabeto manual para dizer seu nome, e em
seguida, para que esse nome possa existir na Língua de Sinais, é criado um sinal específico
para designar a pessoa que foi apresentada.
Outro exemplo é o uso de uma palavra em português, para a qual não há um sinal
correspondente; neste caso, a palavra escrita em português será transposta para o espaço por
meio da soletração manual. Caso uma palavra tenha um sinal em LIBRAS, mas esse não seja
muito conhecido, utiliza-se a soletração por meio do alfabeto manual, para mostrar para outra
pessoa como se escreve, ou também, o alfabeto manual pode ser utilizado para verificar a
ortografia de uma palavra em português (BRITO, 1997).
O canal visual parece ser uma das mais importantes fontes de acesso do surdo às
informações que virão a servir de base para a formação de seus conceitos. Torna-se então,
primordial, a utilização desta função da melhor forma possível, para garantir assim a aquisição
de uma linguagem.
Fonseca (1997) propôs uma análise do diagnóstico de repertórios iniciais de leitura e
escrita baseada no paradigma de equivalência de estímulos, buscando encontrar alguns
indícios de como eram desenvolvidos os repertórios de leitura e escrita, bem como as
relações que uma programação de ensino deveriam enfatizar para desenvolver a leitura e
escrita de alunos do ciclo básico. Os resultados apontaram que a análise experimental do
comportamento serviu de auxílio na elaboração de programas de ensino, visto que permitiu
definir com clareza todas as etapas de aprendizagem da leitura e da escrita. O estudo chama a
atenção também para a caracterização do repertório inicial dos participantes, pois possibilita
um diagnóstico e detecta habilidades ausentes e bem estabelecidas nos repertórios dos
mesmos, fornecendo condições para planejar o ensino.
A etapa descrita a seguir foi realizada com o objetivo de caracterizar o repertório de
crianças surdas em uma série de tarefas de seleção e de construção de relações entre
diferentes conjuntos de estímulos visuais, relacionados ao alfabeto digital.
A avaliação mediu o desempenho em diferentes tarefas, que utilizavam diferentes
estímulos e constituíam diferentes relações entre figuras, palavras impressas em alfabeto
arábico e em alfabeto digital.
MÉTODO
Participaram deste estudo 12 crianças surdas com idades entre sete anos e oito meses
a 12 anos e cinco meses, alunos de classe comum de escolas públicas e particulares. Os
critérios para a seleção dessas crianças foram, além da surdez, a idade (de sete a 14 anos) e
serem participantes de uma instituição de apoio à criança surda.
Este estudo foi realizado em uma instituição de habilitação e reabilitação do surdo,
localizada em uma cidade do interior de São Paulo, que tem como objetivo atender crianças
surdas, fornecendo apoio necessário para o desenvolvimento de repertórios de comunicação,
incluindo habilidades de leitura e escrita, favorecendo sua inserção no ensino regular.
Para a coleta dos dados foi construído um teste impresso em papel sulfite que
continha tarefas que o aluno deveria realizar circulando figuras ou colando letras impressas do
alfabeto digital ou do alfabeto arábico. As letras do alfabeto digital eram impressas em
minúsculas, fonte Libras2002 (tamanho 24) em negrito; as do alfabeto arábico eram
impressas, também em minúsculas em fonte Times New Roman (tamanho 35). Empregou-se
cola bastão para facilitar o trabalho do aluno.
O estudo foi realizado em duas sessões de avaliação, com duração
de
aproximadamente 45 minutos cada. Em cada sessão foi aplicado um conjunto de tarefas que
visavam avaliar o controle de estímulos por figuras e palavras impressas nos dois alfabetos
sobre o comportamento do aluno. As tarefas foram aplicadas em sessões coletivas, mas cada
criança deveria resolver sua própria tarefa. Elas eram supervisionadas pelo professor e pelo
experimentador.
A primeira tarefa constituiu-se em nomear figuras. O objetivo destas tarefas foi avaliar
se diante de uma figura o participante nomeava adequadamente tanto em alfabeto arábico,
quanto em alfabeto digital. Para isto, foram utilizadas quatro figuras (uva, cavalo, boneca e
apito) como modelo para a resposta de construção da palavra em alfabeto arábico e em
alfabeto digital, por meio das letras recortadas. O critério da seleção das palavras foi reunir
diferentes vogais e consoantes.
Foram empregadas duas figuras coloridas por folha, uma centralizada na parte
superior da folha e outra centralizada na parte inferior. Abaixo de cada figura eram
apresentados dois traços - espaços em branco - onde a criança deveria construir o nome da
figura nos dois alfabetos.
O segundo conjunto de tarefas foi aplicado uma semana após a aplicação do primeiro.
Esse conjunto teve como objetivo avaliar as relações de construção de palavras sob controle
da palavra impressa arábica ou da palavra impressa em alfabeto digital, e se o aluno era capaz
de relacionar uma figura e a palavra impressa correspondente, e vice-versa (tarefas de
seleção), em cada um dos alfabetos.
Foram selecionadas dez palavras distintas para serem empregadas em tarefas de
seleção e construção. Duas dessas palavras já haviam sido aplicadas na avaliação anterior e
foram repetidas nessa avaliação para verificar as respostas dos participantes diante da mesma
palavra empregada agora em outras relações, que não exigiam a nomeação da figura, mas sim
a transposição entre os alfabetos. As cinco palavras (boneca, apito, mula, carro e elefante)
foram aplicadas nas tarefas de construção (palavra em alfabeto arábico-letra em alfabeto
digital) e (palavra em alfabeto digital-letra em alfabeto arábico). Na relação, diante da palavra
apresentada em alfabeto arábico, a criança deveria construir a palavra em alfabeto digital,
colando as letrinhas recortadas. Na relação, diante da palavra digital ela deveria construir a
palavra em alfabeto arábico. As outras cinco palavras (árvore, telefone, tulipa, livro e bota)
foram empregadas para as tarefas de seleção: (figura-palavra em alfabeto arábico), (palavra
em alfabeto arábico-figura), (figura-palavra em alfabeto digital) e (palavra em alfabeto
arábico-figura). A tarefa da criança, diante da figura ou das palavras impressas em alfabeto
digital ou arábico como estímulo-modelo, era selecionar entre os dois estímulos de
comparação o estímulo correspondente. Os estímulos-modelo e de comparação foram
randomizados entre as cinco palavras apresentadas. As posições da apresentação dos
estímulos de comparação corretos também foram variadas, para que a posição não fosse um
indicativo de resposta correta.
RESULTADOS
A análise permitiu traçar o perfil das habilidades de cada participante, identificando os
níveis de competência na realização de cada uma das tarefas envolvendo alfabeto digital,
alfabeto arábico e as figuras apresentadas nos testes.
Todos os participantes apresentaram escores positivos em alguma das tarefas, mas
observou-se ampla variabilidade entre indivíduos.
Abordaremos aqui, especificamente, os resultados e discussão dos erros dos
participantes ocorridos durante a pesquisa. Para facilitar a análise, os erros identificados foram
categorizados em: trocas, omissões, seleção aleatória e combinados.
A ocorrência de “trocas” foi definida como a troca de grafemas ocorrida durante a
composição da palavra; exemplo, a troca de {i} por {l} na palavra “mula”, que, ao invés do
participante escrever “mula”, escreve “muia”. Para os erros aqui chamados de “omissões”,
convencionou-se a falta de grafemas na composição da palavra; um exemplo é a composição
da palavra “elefante”, o participante respondeu “eefante”. Seleção aleatória ficou definida para
as respostas apresentadas aleatoriamente, exemplo: para a palavra “boneca”, escreveu-se
”moeqce”. E para “combinados” definimos ser a combinação de dois ou mais erros; exemplo:
para a palavra “apito”, o participante escreveu “auio”, ocorrendo, assim, a troca do grafema
{p} por {u} e a omissão do grafema {t}.
Podemos verificar os tipos de erros mais freqüentes nas duas relações (alfabeto
arábico - alfabeto digital) e (alfabeto digital – alfabeto arábico), na Tabela 1, observando-se
que as omissões de letras nas respostas foram maiores (68%) na relação que apresentava
como modelo palavra impressa em alfabeto arábico, do que na relação em que o modelo
empregado era a palavra impressa em alfabeto digital (23%).
Verificamos que os resultados nos tipos de erros (trocas e omissões) sofreram
inversões quando comparados às duas relações. Na relação alfabeto digital – alfabeto
arábico, a porcentagem na ocorrência de trocas nas letras foi maior (63%), ao contrário da
relação em que o modelo era alfabeto arábico (24%), e a seleção aleatória foi apresentada
pelo mesmo participante nas duas relações, com ocorrência maior na relação em que o
modelo era o alfabeto-digital e a resposta deveria ser contruída em alfabeto arábico. Os erros
combinados acompanharam a mesma porcentagem que a seleção aleatória e foram maiores
na relação alfabeto digital – alfabeto arábico, apresentando uma ocorrência de erros
combinados para uma participante na palavra elefante e por outro participante na palavra
boneca.
Tabela 1
Distribuição percentual dos tipos de erros das relações.
Tipos de Erros
|
alf. arábico / alf. digital
|
alf. digital / alf. arábico
|
Omissões
|
68%
|
23%
|
Trocas de letras
(na topografia e não na
seqüência)
|
24%
|
63%
|
Seleção Aleatória
|
4%
|
7%
|
Combinados
(trocas e omissões)
|
4%
|
7%
|
DISCUSSÃO
A maioria dos participantes foi capaz de realizar tarefas de seleção. Os resultados
mostram que, em diferentes graus. As diferenças encontradas sugerem que os participantes
desconhecem alguns dos estímulos apresentados, ou palavras empregadas nas avaliações,
mas a habilidade em si (fazer o tipo de relação medida) está presente no repertório de
comportamentos dos participantes.
Dentre as relações testadas com as tarefas de seleção as que apresentaram melhores
resultados em média, mesmo que com pouca diferença, foram as relações (figura-palavra
impressa em alfabeto digital) e sua simétrica (palavra em alfabeto digital-figura), com média de
68,3% e 63,3% de acerto, respectivamente. Já nas relações que envolvem figuras e os nomes
impressos em alfabeto arábico, e nomes impressos em arábico e figura as médias foram de
55% e 60% de acertos, respectivamente, o que sugere controle de estímulos baixo. Por outro
lado, as médias próximas sugerem que as relações de controle entre estímulos eram simétricas
(isto é, diante da figura como modelo o aluno era capaz de identificar a palavra digital
correspondente e diante da palavra impressa no alfabeto digital, era capaz de identificar a
figura correspondente).
Se tomarmos os dados médios para as relações figura-alfabeto arábico e figura-alfabeto digital e suas simétricas,
os resultados nas tarefas envolvendo o alfabeto digital
parecem sutilmente melhores do que nas tarefas com o alfabeto arábico. Essa diferença pode
ocorrer em função da criança surda ter mais contato com o alfabeto digital do que com o
arábico. Mas as diferenças na média são pequenas e a variabilidade individual foi grande, o
que impossibilita uma afirmação mais categórica a esse respeito.
Os resultados obtidos nas tarefas de construção, nas quais foram testadas,
apresentaram, em geral escores inferiores aos de seleção. Tais resultados confirmam outros
relatos encontrados na literatura pertinente, que afirmam que o grau de dificuldade para
executar tarefas de resposta construída é maior do que para realizar tarefas que apenas
envolvam a seleção de comparações entre estímulos (Michael, 1997).
No caso das relações que o participante deveria escrever o nome das figuras,
selecionando, respectivamente, letras do alfabeto arábico e do alfabeto digital, a dificuldade
encontrada pelos participantes foi bem maior. Essa dificuldade pode ser atribuída ao não
conhecimento da figura, ou conhecer a figura, mas não conhecer suas representações, seja em
alfabeto arábico, seja no digital.
Já nas relações que requeriam a escrita de uma palavra pela seleção das letras de um
alfabeto, sob controle de uma palavra escrita no outro alfabeto (transposição, que pode
requerer equivalência entre ambos os alfabetos, ou pelo menos a simetria), os resultados
foram muito variados entre os participantes.
Realizando uma análise dos erros ocorridos na relação de compor com letras arábicas
uma palavra correspondente impressa em alfabeto digital, verificamos que em sua maioria,
estes ocorreram em função da similaridade entre os estímulos, principalmente entre letras do
alfabeto arábico. O pouco contato com o alfabeto arábico pode fazer com que as crianças
possam até conhecer todas as letras, mas não conseguem discriminar com exatidão pequenas
diferenças entre elas.
As possíveis trocas foram {e} por {o} em duas das palavras, e o {f} pelo grafema
{t}. No caso de um participante, que apresentou cinco erros na relação alfabeto arábico-alfabeto digital, observou-se somente uma ocorrência de erro na palavra elefante.
Apesar da pouca diferença entre os resultados de transposição dos dois alfabetos,
podemos identificar algumas possíveis trocas, o que sugere, para um próximo estudo, que
sejam empregadas letras do alfabeto arábico em maiúsculas, o que pode facilitar a
discriminação das diferentes letras do alfabeto arábico. Um ponto importante que podemos
identificar com os dados, é que a maioria das trocas envolveram letras relativamente
parecidas, e que os participantes desse estudo possivelmente não dominem todas as formas
em que o alfabeto é empregado, ou seja, confundem bastante quando a representação é
maiúscula e minúscula, possivelmente por estarem expostos a uma única forma de
representação na maioria das vezes.
Com base nos resultados das avaliações individuais, fica evidente a necessidade da
implementação de atividades de ensino, com o objetivo não só de fortalecer as relações que
constituem as tarefas de seleção, para alguns participantes que ainda apresentam dificuldades,
como também ensinar novas relações que não fazem parte do repertório dos alunos, como
identificado nas tarefas de construção. A detecção das relações nas quais o indivíduo
apresenta baixos escores ou nem sequer realiza a tarefa, permite que o professor planeje,
para cada um, condições de ensino condizentes com suas necessidades. Isto é exatamente o
que preconiza a Educação Especial (Stainback, 1999).
REFERÊNCIAS
BERNADINO, E. L. Bilingüismo. Programa comunicar – José
Carlos Lassi Caldeira
[et. al.] Belo Horizonte: clínica Escola Fono, 5, 1998. 15 –18
BRITO, L. F. Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
in Brasil, Secretaria de Educação
Especial Língua Brasileira de sinais / Organizada por Lucinda F. Brito at. Al – Brasília:
SEESP, 1997. V.III. – (Série atualidades pedagógicas, Nº4).
DELIBERATO, D. Ensino do aluno surdo: um esboço sobre métodos e técnicas
empregadas na área. Linguagem, cognição e ensino do aluno com deficiência.
Organizado por Eduardo José Manzini. Marilia.Unesp, 1998.13-53
DOMÍNGUEZ, M. E. La familia y el bebe sordo – algunos fundamentos lingüísticos
y
psicopedagógicos para decisiones difíciles. Ministério de Educación Nacional: INSOR.
V.1, n.2, 1996.
FONSECA, M. L. Diagnóstico de repertórios iniciais de leitura e escrita: Uma análise
baseada na concepção de relações de equivalência. Dissertação de mestrado. Programa
de Pós Graduação em Educação Especial – Universidade Federal de São Carlos, 1997.
GOLDFELD, M. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio-interacionista. São Paulo: Plexus, 1997.
MICHAEL, J., POTTER, B., & HUBER, S. The role of mediating verbal behavior in
selection-based responding. The Analysis of Verbal Behavior, 14, 1997. 41-56.
SACKS, Oliver W. Vendo vozes. Uma viagem ao mundo dos surdos.
São Paulo:
Companhia das Letras, 1998.
SKLIAR, C. Atualidade de educação bilíngüe para surdos.
Porto Alegre: Artes
Médicas, 1999.
STAINBACK, S, & STAINBACK, W. Inclusão: um guia para educadores.
Porto
Alegre: ARTMED, 1999.
VIGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. Lisboa: Antídoto, 1979.