http://www.psiquiatriainfantil.com.br/congressos/uel2007/073.htm | 
     | 
  

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
 
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E A UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES MODELOS 
DE PRANCHAS DE BAIXA TECNOLOGIA
Cláudia Miharu Togashi 
Leila Regina d’Oliveira de Paula Nunes 
Daniele Abranches Brito
Alzira Brando 
Maria Cristina Danelon
RESUMO
O presente trabalho é fruto da pesquisa: “Dando a voz através de imagens: comunicação alternativa 
para indivíduos com deficiência”, que vem sendo desenvolvida desde 2005 em uma escola especial 
municipal do Rio de Janeiro em parceria da UERJ com o Instituto Helena Antipoff da Secretaria 
Municipal de Educação do Rio de Janeiro. O objetivo mais geral do estudo foi investigar os efeitos 
da introdução dos recursos de comunicação alternativa na interação de alunos com paralisia 
cerebral e deficiência mental oralizados e não oralizados. No presente estudo, o objetivo específico 
foi descrever o desempenho de alunos especiais no uso de dois modelos diferentes de pranchas de 
comunicação alternativa: a caixa e o álbum de comunicação. O estudo foi desenvolvido em três 
fases: linha de base, intervenção e pós-intervenção. Foram realizadas seis sessões de registro de 
observação ao vivo da interação dos alunos e da professora em sala de aula em diferentes 
atividades na fase de linha de base, ou seja, antes da introdução das pranchas de comunicação e  
três sessões após a intervenção. A intervenção, conduzida em 12 sessões de uma hora de duração 
ao longo de quatro meses, consistiu de varias etapas: levantamento do vocabulário e de temas, 
seleção dos pictogramas, confecção da caixa e do álbum de comunicação, emprego das pranchas 
de comunicação em sessões conduzidas na sala de aula. Para cada um dos modelos propôs-se 
diferentes atividades, de modo que os sujeitos pudessem se familiarizar e se apropriar desses 
recursos de baixa tecnologia. As sessões de intervenção foram videografadas e depois transcritas 
verbatim.. Todos os participantes - falantes e não falantes – alunos e assistentes de pesquisa - 
utilizaram ambos os modelos de pranchas com pictogramas, mesmo quando verbalizavam.  Os dois 
modelos distintos de pranchas de comunicação alternativa e as atividades propostas para o emprego 
de cada um deles afetaram a freqüência de mensagens enviadas, a freqüência de respostas do 
interlocutor (para quem a mensagem foi destinada), assim como as funções comunicatvas e a 
topografia das mensagens construídas. 
Introdução
Comunicação refere-se a comportamentos sinalizadores que ocorrem na interação de duas ou mais 
pessoas e que proporcionam uma forma de criar significados entre elas (Bryen e Joyce, 1985). 
Neste sentido, percebe-se a importância de se estabelecer comunicação entre as pessoas, na 
medida em que constitui-se no vínculo para se viver em sociedade. A comunicação para ocorrer de 
fato deve afetar tanto quem produziu a mensagem quanto aquele a quem esta se destina, em outras 
palavras, é preciso que ambas as partes sejam capazes de receber esta mensagem e compreendê-la. 
A linguagem oral é um importante instrumento de comunicação, o mais freequentemente usado, 
embora não seja o único (Nunes, 2003). Há, entretanto, indivíduos que por algum motivo são 
desprovidos de fala, dificultando assim a sua comunicação com as pessoas e o mundo em que 
vivem. 
A Comunicação Alternativa e Ampliada emerge neste âmbito como um instrumento de promoção 
da acessibilidade comunicativa, ou seja, meio de proporcionar comunicação aos indivíduos não-oralizados, em substituição e/ou suplementação das funções da fala (Glennen, 1997). Os gestos 
manuais e corporais, as expressões faciais, o uso de cartões pictográficos, a voz digitalizada são 
alguns exemplos de meios alternativos de comunicação. Tais recursos podem ser classificados como 
sem tecnologia, de baixa tecnologia e de alta tecnologia. Os primeiros caracterizam-se por envolver 
apenas o corpo do indivíduo como forma de comunicação, já o segundo envolve recursos não 
eletrônicos que vão além do corpo da pessoa, como pranchas acopladas ou não à cadeira de rodas, 
albuns, cadernos, figuras fixadas em chaveiros e em pochetes, etc. e o último grupo inclui as 
pranchas eletrônicas de comunicação e vozes digitalizadas (Hanline, Nunes e Worthy, 2007). É 
importante destacar que acessibilidade comunicativa não se restringe à disponibilização de recursos, 
sejam eles de alta ou baixa tecnologia. Tão ou mais importante do que isso, é a presença de 
interlocutores interessados em interagir e acolher as mensagens da pessoa não falante. Assim, são 
fundamentais a aceitação e o incentivo ao emprego de formas alternativas de comunicação, inclusive 
pelo próprio grupo social. Isto implica em que o sistema alternativo de comunicação seja utilizado, 
naturalmente, pelo membro não oralizado, como também por todos os seus potenciais interlocutores 
(Nunes e Nunes Sobrinho, 2007; von Tetzchner e Grove, 2003) 
Em que pese a extrema relevância do acesso a esses recursos e a necessidade de interlocutores 
receptivos, observa-se emprego bastante restrito desses sistemas nas escolas que abrigam alunos não 
falantes. Assim, o presente estudo teve por objetivos a) introduzir recursos de comunicação 
alternativa em uma sala de aula de uma escola especial do município do Rio de Janeiro b) analisar o 
processo comunicativo de alunos com deficiência severa de comunicação oral com seus 
interlocutores na escola e descrever seu desempenho no uso de dois modelos diferentes de pranchas 
de comunicação alternativa: a caixa e o álbum de comunicação.
Método
Participantes. A investigação teve como sujeitos cinco alunos de uma mesma turma de uma escola 
especial municipal do Rio de Janeiro, com paralisia cerebral e deficiência mental, dois do sexo 
feminino e três do masculino, dois oralizados e três não oralizados. A idade desses alunos variou 
entre 13 e 26 anos, e cada um deles possui diferentes níveis de comprometimento motor, sendo 
quatro cadeirantes. Participaram também a professora da turma e quatro assistentes de pesquisa.
Local, material e instrumentos: O estudo foi realizado em sala de aula de uma escola 
especial 
do Rio de Janeiro, mediante autorização do Instituto Helena Antipoff, da direção da escola, dos 
responsáveis dos alunos, dos próprios alunos e a da professora da turma. Nas dependências da 
Oficina Vivencial do Instituto Helena Antipoff foram realizadas as reuniões do grupo de pesquisa 
com a professora da turma assim como a confecção das pranchas. Os equipamentos e materiais 
usados constituíram de: câmera filmadora e fitas de VHS fichas de registro de observação e diário 
de campo; um quadro de comunicação para a professora da turma de aproximadamente 1m por 2 
m afixado próximo ao quadro negro da sala de aula. Nesse quadro, os pictogramas eram dispostos 
em colunas que representavam as diversas categorias semânticas e onde havia um espaço na parte 
inferior coberto com velcro para que ali fossem formadas as sentenças com a seqüência dos 
pictogramas. Dois modelos de pranchas de comunicação foram produzidos. O primeiro foi 
denominado de caixa de comunicação por ter uma aparência similar a uma caixa comprida 
contendo seis divisórias e uma alça para facilitar o transporte da mesma. As divisórias foram 
pensadas para comportar separadamente os pictogramas pertencentes a seis diferentes categorias 
semânticas: assim, os cartões amarelos continham as fotos/figuras de pessoas, os verdes 
representavam os verbos, os cartões cor de laranja sinalizavam os substantivos, os azuis eram os 
adjetivos, os cor de rosa representavam as saudações sociais (por exemplo, “bom dia”) e os 
brancos continham, as figuras diversas (miscelâneas). Tal divisão de cartões por cores facilitava o 
manuseio dos sujeitos e a estruturação das sentenças produzidas por eles. A tampa da caixa era 
triangular, formando um plano inclinado, com um velcro para que ali pudessem ser afixados os 
cartões com pictogramas para formar as sentenças. O segundo modelo de prancha de 
comunicação foi o álbum de comunicação no qual se utilizou as mesmas cores e figuras dos 
cartões pictográficos da caixa de comunicação. As imagens foram impressas em uma folha de 
papel tamanho A4, em duas colunas e três linhas e inseridas em páginas plastificadas de uma pasta 
catálogo. 
Procedimentos. O estudo foi desenvolvido em três fases: linha de base, intervenção 
e pós-intervenção. Foram realizadas seis sessões de observação da interação dos alunos e da  professora 
na fase de linha de base, ou seja, antes da introdução das pranchas de comunicação e três sessões 
após a intervenção. Essas sessões tinham a duração média de 60 minutos e foram conduzidas em 
diferentes períodos do dia escolar. A intervenção compreendeu vários procedimentos a saber:
 a) Levantamento do vocabulário. Foram selecionados 
junto à professora e aos alunos os temas 
e o vocabulário que seriam empregados nas sessões de introdução das pranchas em atividades 
conduzidas com todos os alunos da turma.
b) Seleção dos pictogramas. Os alunos foram consultados 
para a seleção dos pictogramas a 
serem colocados nos cartões de comunicação e foram tiradas fotografias dos alunos, assistentes, 
professora para integrar os cartões.
c) Confecção dos dois modelos de pranchas de comunicação.
d) Emprego das pranchas de comunicação em atividades na sala de aula. 
Foram realizadas 12 
sessões ao longo de quatro meses nas quais a caixa e o álbum de comunicação foram usadas pelos 
alunos, assistentes de pesquisa e professora. Foi combinado com os alunos que todos – alunos, 
assistentes e professora – iriam usar esses recursos de comunicação pictográfica. A fala teria que 
ser sempre acompanhada pela construção de mensagens simbólicas . Inicialmente foram 
introduzidos os cartões com fotos de todos os presentes – professora, alunos e assistentes – e 
cartões de saudação (BOM DIA , BOA NOITE, COMO VAI, ESTOU BEM, TCHAU, etc). Nas 
sessões subseqüentes foram introduzidos pictogramas com ações (PEGAR, BEBER, CAIR, 
ESCREVER, etc) e objetos (BOLA, TELEFONE, LIVRO, BISCOITO, etc). Assim, nas primeiras 
sessões, todos – alunos, professora e assistentes de pesquisa – usavam os cartões para fazer e 
responder a saudações. Depois os pictogramas foram usados para descrever ações 
desempenhadas por um aluno, uma assistente ou a professora (exemplo: CLAUDIA CAI DA 
CADEIRA, YAGO JOGA BOLA PARA FERNANDO”), para solicitar que um dos presentes 
realizasse alguma tarefa (ALZIRA ESCREVE, PROFA. IEDA DERRAMA ÁGUA, LEONARDO 
LÊ, FERNANDO PEGA CHOCOLATE, etc) e para informar sobre pessoas ausentes (INES 
DOENTE). O álbum de comunicação foi usado, em três sessões, através do apontar cada 
pictograma desejado ou através de varredura feita pelas assistentes para os alunos que estavam 
impossibilitados de fazê-lo.A atividade principal desenvolvida com os alunos com o recurso do 
álbum foi interpretação de textos lidos. Nas duas primeiras sessões, as assistentes liam em voz alta 
três pequenas historias que tinham como personagens os próprios alunos da turma e cada um deles 
era convidado a responder as perguntas sobre a história lida. Na ultima sessão, uma das alunas 
contou oralmente sua própria história e os colegas responderam as questões formuladas pelo ela. 
Em todas as sessões as assistentes de pesquisa funcionavam como interlocutoras do alunos, mas os 
auxiliavam igualmente a construir suas sentenças pictográficas, através de varredura simples dos 
pictogramas para que o aluno sinalizasse a figura desejada e varredura verbalizada, quando além da 
varredura, a assistente verbalizava cada figura apontada por ela. 
Análise dos dados. As sessões de introdução e emprego dos recursos de comunicação 
alternativa 
foram todas videografadas e transcritas verbatim. Assim foram identificados os episódios 
interativos efetivados, o interlocutor que realizou a iniciativa de interação, o que respondeu à 
iniciativa de interação, a extensão média dos episódios interativos, a topografia das ações 
comunicativas e as funções comunicativas. Abaixo seguem as definições dos termos. 
a) Episódio interativo efetivado. O episódio é iniciado com um ato ou comportamento 
comunicativo de uma pessoa claramente dirigido a outra pessoa, produzindo um efeito sobre o 
interlocutor sob a forma de uma resposta verbal ou não verbal. Um episódio interativo termina de 
duas formas: 1-quando o foco comum de atenção dos interlocutores é substituído por outro foco 
comum, 2-quando a iniciativa de interação, verbal ou não-verbal, não é seguida de qualquer 
resposta do interlocutor, nem mesmo um olhar dirigido ao iniciador, sendo, neste caso o episódio 
classificado como não efetivado, 3- quando o aluno iniciador após a resposta do interlocutor, dirige 
sua atenção para outra pessoa, excluindo o primeiro interlocutor da interação.
b) Iniciativa e resposta na interação. O iniciador 
refere-se ao elemento do díade ou tríade que 
emite o primeiro comportamento da seqüência interativa, podendo ser o professor/pai, o aluno ou 
outro (adulto ou colega). A iniciativa refere-se a um comportamento emitido, por uma pessoa, 
claramente direcionado ao estabelecimento de uma interação com o outro membro do grupo. Em 
resposta à iniciativa da interação foram considerados os comportamentos apresentados pelo aluno 
a quem a iniciativa era dirigida, a partir do estabelecimento de um foco comum de atenção com o 
iniciador, podendo ser apenas olhar para o iniciador ou para o objeto mediador da interação 
(Nunes, 1995; Souza, 2000). 
c) Extensão média  dos episódios interativos. Cada episódio interativo efetivado pode ser 
classificado quanto à sua extensão, podendo conter um ou mais elos comunicativos. Um elo 
comunicativo compreende o comportamento do iniciador dirigido ao interlocutor e a resposta deste 
ao iniciador. Para calcular a extensão media dos episódios interativos, em cada sessão, dividiu-se o 
número de mensagens construídas pelo número total de elos comunicativos computados naquela 
sessão. 
d) Topografia das ações comunicativas. Topografia 
refere-se à forma observável assumida pelo 
comportamento comunicativo dos parceiros. Assim as mensagens podem se apresentar nas 
seguintes modalidades: verbal (fala inteligivel), gráfica (pictogramas) gestual (gestos 
manuais/corporais e expressões faciais), ou mistas (uso simultâneo de duas modalidades).
e) Funções comunicativas. Sob o aspecto pragmático da linguagem, funções comunicativas referem-se às intenções aparentes ou aos efeitos aparentes sobre o interlocutor, em consonância com o 
desejado (McCormick e Schiefelbusch, 1984). Há uma diversidade de taxonomias, as quais variam 
quanto ao nível de análise (dos enunciados simples, da relação entre enunciados, da conversação, 
do contexto da interação social) e quanto à adequação à idade dos sujeitos e à forma da 
comunicação (verbal ou não verbal) (Chapman, 1981). Assim, para classificar funções 
comunicativas em crianças pequenas e não verbais, pode-se utilizar as taxonomias propostas por 
Dore1 (conforme citado por Chapman, 1981) e Coggins e Carpenter (conforme citado por 
Chapman, 1981)2 e para analisar comunicação de crianças no período pré-escolar, há as propostas 
por Dore (conforme citado por Chapman, 1981) 3 e por Tough (conforme citado por Chapman, 
1981)4.
Resultados
A figura 1 apresenta a freqüência média de iniciativas de interação dos alunos, das assistentes e da 
professora utilizando os dois modelos de prancha de comunicação. 
  
    
        
    
    
    | 
    
     | 
    
    | 
     Figura 1 Freqüência média de iniciativas de interação dos alunos, das assistentes e da professora 
    utilizando os dois modelos de prancha de comunicação.  
     | 
 
Observa-se que com o álbum de comunicação, a freqüência média de iniciativas de interação foi 
maior, tanto para os alunos quanto para as assistentes de pesquisa. Houve uma necessidade maior 
das assistentes em iniciar as mensagens no álbum de comunicação devido à atividade proposta, que 
foi a leitura e solicitação de respostas dos alunos às questões de interpretação de texto.
Na figura 2 é possível visualizar a freqüência média das respostas às iniciativas dos participantes 
utilizando os dois modelos de prancha de comunicação.
    
        
    
    
    | 
    
     | 
    
    | 
     Figura 2. Freqüência média das respostas às iniciativas dos participantes utilizando os dois modelos 
    de prancha de comunicação 
     | 
 
1  Funções; rotulação, repetição, resposta, solicitação, solicitação de atenção, chamada, saudação, protesto, 
simples prática.
2  Funções: solicitação de objetos, de ação, de informação, saudação, transferência, exibição, reconhecimento e 
resposta. 
3  Funções: solicitação (de informação, ação e reconhecimento), resposta a solicitação, descrição de fatos 
passados e presentes, afirmativa (de fatos, regras, atitudes, sentimentos e crenças), reconhecimento, recursos de 
organização, performativa, mista. 
4  Funções: diretiva (auto-dirigida, dirigida a outros), interpretativa (narrativa de experiências presentes e 
passadas, raciocínio), projetiva (predição, empatia, imaginação), relacional (manutenção de si, interacional)
A utilização do álbum de comunicação possibilitou maior freqüência de respostas às iniciativas de 
interação tanto nos alunos, quanto nas assistentes de pesquisa. A participação da professora foi 
inexpressiva em ambas as situações. 
A figura 3 mostra a freqüência de mensagens elaboradas com diferentes topografias nas sessões em 
que se utilizava cada um dos modelos de prancha. 
    
        
    
    
    | 
    
     | 
    
    | 
     Figura 3. Freqüência de mensagens elaboradas com diferentes topografias nas sessões em que se 
    utilizava cada um dos modelos de prancha 
     | 
 
As mensagens gráficas e verbais foram as mais frequentemente emitidas sob ambas as condições. 
As gráficas, contudo, ocorreram com igual freqüência nas duas situações: emprego da caixa e do 
álbum de comunicação. As mensagens verbais foram, contudo, mais numerosas quando se 
empregava o álbum de comunicação.  
Na Figura 4 está apresentada a freqüência das mensagens com diferentes funções comunicativas por 
sessão sob as duas condições – caixa e álbum de comunicação. 
    
        
    
    
    | 
    
     | 
    
    | 
     Figura 4. Freqüência das mensagens com diferentes funções comunicativas por sessão sob as duas 
    condições – caixa e álbum de comunicação 
     | 
 
Nitidamente fazer e responder saudações, descrever eventos e emitir comandos para os demais 
interlocutores foram mais freqüentes quando se utilizava a caixa de comunicação. O álbum foi 
empregado basicamente para fazer e responder perguntas relacionadas à interpretação de textos 
lidos pelas assistentes ou construídos por uma das alunas falantes.   
Na Figura 5 está apresentada o numero médio de elos dos episódios interativos por sessão sob as 
duas condições – caixa e álbum de comunicação.
    
        
    
    
    | 
    
     | 
    
    | 
     Figura 5. Número médio de elos dos episódios interativos por sessão sob as duas condições – 
    caixa e álbum de comunicação 
     | 
 
Pode-se afirmar que a grande maioria dos episódios interativos teve entre um e dois elos 
comunicativos em ambas as situações. Ou seja, a iniciativa de interação foi respondida e a interação 
foi prolongada com nova iniciativa e nova resposta. 
Conclusões
Pode-se com base nos dados analisados que:
-     Os dois formatos de prancha de comunicação foram empregados em 
funções comunicativas 
distintas: saudação, descrição de eventos e comandos mais freqüentes com a caixa e 
interpretação de texto com o álbum.  
-     Maior densidade de iniciativas e de respostas por parte dos alunos e das 
assistentes com o 
uso do álbum.  
-     Mensagens gráficas emitidas com freqüência similar com o 
uso de ambos os formatos de 
prancha.
-     Mensagens verbais emitidas mais frequentemente na situação de 
emprego do álbum.
-     Episódios interativos tiveram entre um e dois elos comunicativos em 
ambas as situações
-     Pouca participação da professora em ambas as situações.
Referências Bibliográficas:
BRYEN, D. N. & JOYCE, D.S. Sign language and severely handicapped. Journal of Special 
Education 20: 1985, pags.183-194
CHAPMAN, R. S. Exploring children’s communicative intents. 
IN: MILLER J. F. (Org.), 
Assessing language production in children: experimental procedures. Baltimore, University Park 
Press: 1981
GLENNEN, S. L. Introduction to augmentative and alternative communication. 
IN: 
GLENNEN, S. L & D. DeCoste (Org). The handbook of augmentative and alternative 
communication. San Diego, Singular: 1997
HANLINE, M. F.; NUNES, D. R. e WORTHY, M. B. Augmentative nad alternative 
communication in the early childhood years. IN: Young Children on the Web, July 2007
MCCORMICK, L. & SCHIEFELBUSCH, R. An introduction to language intervention. IN L. 
McCormick & R. Schiefelbusch (Org) Early language intervention: An  introduction Columbus: 
Chales E. Merrill, 1984
NUNES, L.R.. Capacitação de recursos humanos em Educação Especial. Treinamento de pessoal de 
creche para identificação de bebês de risco e intervenção precoce. Relatório de pesquisa aprovado e 
financiado pelo CNPq (proc. 500237/90). 1995
NUNES, L.R.P. Favorecendo o desenvolvimento da comunicação em crianças e jovens 
com 
necessidades especiais. Rio de Janeiro, Dunya: 2003 
NUNES, L. R. O. P. e Nunes Sobrinho, F. P. Acessibilidade. 
Manuscrito a ser apresentado no III 
Seminário Nacional de Pesquisa em Educação Especial: diálogo e pluralidade, 27 a 29 de agosto 2007 
em São Paulo
SOUZA , V.L.V. Caracterização da comunicação alternativa: Perfil dos alunos 
com deficiência 
física de uma região do município do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado defendida no 
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2000
VON TETZCHNER, S. & GROVE, N. The development of alternative 
forms. IN: S. von Tetzchner e 
N. Grove (Orgs), Augmentative and alternative development issue. Londres: Whurr, 2003