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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
A LUDICIDADE NA NATAÇÃO PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA
BECCHI, Anne Cristine*; LIMA, Sonia Maria Toyoshima**
*Acadêmico DEF/UEM; **Prof. Drª.DEF/UEM
Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, Paraná, Brasil
RESUMO
Os últimos anos tem sido de progressos e evolução para melhor entender o comportamento humano
nas ciências sociais, na área da saúde, entre outros. Avanços que contribuem para o
desenvolvimento de vários processos de intervenção. O objetivo desta pesquisa foi propor
atividades lúdicas na natação para crianças com deficiência física no projeto de extensão intitulado
Programa de Educação Física para pessoas com necessidades especiais oportunizado pelo curso de
Educação Física da Universidade Estadual de Maringá. A metodologia utilizada foi uma pesquisa
ação com vivências lúdicas na natação realizadas durante oito meses, com cinco indivíduos
participantes, sendo um do sexo masculino e quatro do sexo feminino, com idade entre 7 a 12 anos
que tinham comprometimento motores nos membros superiores e inferiores tais como: Encefalopatia
Crônica Não Progressiva da Infância mais conhecido como Paralisia Cerebral (PC) em três
indivíduos e, a Mielomeningocele em dois indivíduos. O instrumento para coleta dos resultados foi
realizar atividades lúdicas com a natação por meio de uma pesquisa ação. Realizamos também uma
entrevista semi-estruturada sobre o parecer dos alunos sobre as atividades lúdicas desenvolvidas.
Constatou-se que as atividades lúdicas na água com a natação foi um meio eficaz para superar e
vencer as dificuldades do próprio corpo tanto no meio líquido, quanto no solo. Conferimos uma
melhor locomoção e obtenção de força e equilíbrio nos movimentos e no momento da
deambulação, assim como, maior segurança e independência em suas atividades como trocar suas
vestimentas. Quanto às respostas obtidas constatou-se que a pratica das atividades lúdicas lhes
propuseram prazer, alegria e felicidade, mencionando também sobre o convívio que as atividades
lhes propuseram junto aos seus colegas. Concluímos que ao desenvolver as atividades lúdicas com
jogos, brincadeiras e movimentos corpóreo-sensoriais foi possível desvelar emoções e sensações
entre os praticantes. E que, a intervenção vivida alcançou dimensões tanto para as pessoas que as
executavam, quanto para a mediadora do processo pedagógico, pois a medida que aconteciam as
melhoras nas execuções das atividades aquáticas se observa paralelamente uma segurança no andar,
nas atividades da vida diária e na socialização para com o outro.
Palavras chaves: atividades lúdicas, pessoas com deficiência, natação.
Introdução
No Brasil estudos apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2000,
destacaram que 169 milhões de habitantes, 14,5% da população têm algum tipo de deficiência com
uma alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o
comprometimento da função física. Ao identificar esse histórico social verifica-se que dependendo
da gravidade do comprometimento o mesmo levava o individuo a morte. Com a evolução da
ciência, sobretudo na área da saúde, se constata que nos últimos anos ocorreram inúmeros
progressos, entre eles a melhor capacidade na qualidade de vida das pessoas com deficiência. Um
dos fatores de contribuição está à prática da atividade física e esportiva que busca auxiliar no
homem seus aspectos biofisiológicos, psicológicos, sociais e motores.
O esporte, de certa forma, complementa o processo de reabilitação, no auto-conhecimento e nos
aspectos psicológicos da pessoa auxiliando na liberação de angustias, tensões, agressividade, entre
outros. Dentre as atividades físicas destaca-se a natação, tanto na decorrência desportiva quanto
recreativa. Quanto à última, ressaltamos as atividades lúdicas como fonte primária à intenção do
movimento para proporcionar prazer, alegria e convívio onde a criança é levada a participar,
assimilar e reformular conhecimentos para a construção da autonomia e da criatividade.
Os jogos na água constituem um meio para vencer as dificuldades e combater a monotonia de
aprendizagem das diferentes fases do ensino da natação. Frente a tais considerações, surgiu a
necessidade de realizar um trabalho de intervenção-ação junto as pessoas com deficiência no
projeto de extensão intitulado Programa de Educação Física para pessoas com necessidades
especiais (PROEFA) oportunizado pelo curso de Educação Física da Universidade Estadual de
Maringá, para ampliar o conhecimento das questões norteadoras e contextualizadoras na natação.
Neste contexto, tivemos como conseqüências descobrir as diferentes possibilidades que a natação
poderia proporcionar para as pessoas com necessidades especiais, centralizando o estudo nas
atividades lúdicas e sua identificação para a prática e ensino na natação infantil, considerando que
cada pessoa com deficiência tem suas especificidades.
Metodologia
A metodologia utilizada foi uma pesquisa ação com vivências lúdicas na natação realizadas durante
oito meses para proporcionar a construção da autonomia e criatividade. Tivemos cinco pessoas
escolhidas de forma intencional, pois as mesmas teriam que ter o interesse em participar de
atividades lúdicas com a natação. Assim, obtivemos uma pessoa do sexo masculino e quatro do
sexo feminino, com idade entre 7 a 12 anos que tinham comprometimento motores nos membros
superiores e inferiores tais como: Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância mais
conhecido como Paralisia Cerebral (PC) em três pessoas que a partir desse momento estaremos
denominando de aluno A. (7anos), B. (9anos) e C. (8anos) e a Mielomeningocele em duas pessoas
sendo o aluno D.(10anos) e E.(12anos).
O instrumento para coleta dos resultados além do acompanhamento de cada aula, foi uma entrevista
semi-estruturada sobre o parecer das atividades lúdicas desenvolvidas com cada aluno praticante.
As entrevistas foram realizadas no próprio lócus de trabalho, ou seja, no local onde as atividades
foram desenvolvidas. Essa forma utilizada nos permite segundo Minayo (2004, p.121) “[...]
enumerar de forma mais abrangente possível às questões que o pesquisador quer abordar no campo
[...]”.
Enquanto procedimentos a pesquisa foi pautada no termo de consentimento dos pais e/ou
responsável e no roteiro propostos por Minayo (2004), que sugere: apresentação; menção do
interesse da pesquisa; explicação dos motivos da pesquisa; justificativa da escolha do entrevistado;
garantia de anonimato da entrevista e garantia de sigilo sobre a autoria das respostas; conversa
inicial. E, em seqüência a realização da entrevista.
Resultado e Discussão
Para que possamos conhecer sobre as pessoas que realizaram as atividades lúdicas na natação,
estaremos descrevendo sobre os comprometimentos motores do aluno que denominamos de A, B e
C que tinham a encefalopatia não evolutiva da infância mais conhecido como PC, e que Leonard,
Hirschefeld, Moritani et al. (1991, p.379-82) descrevem como “uma seqüela que se caracteriza,
primordialmente, por um transtorno persistente, mas não invariável, do tono, da postura e do
movimento, que aparece na primeira infância e que não só é diretamente secundário a está lesão não
evolutiva do encéfalo, senão devido, também, a influencia que tal lesão exerce na maturação
neurológica”.
Comentam Vecchierini-Blineau e Ghiheneuc (1991) e Rotta (2005) que a lesão interfere no
desenvolvimento ordenado sofrendo alterações na diminuição e na intensidade da resposta reflexa
durante o desenvolvimento. Ao ocorrer às lesões corticais ou subcorticais, explica Halpern (1994)
que esse fato pode acontecer retenção da exuberância sinápticas que associados com a deficiência
de entradas supraespinais poderá se deprimir as atividades reflexas, fatos que contribuirão para a
alteração do equilíbrio, resultando na modulação inadequada dos reflexos e das reações do controle
tônico e postural.
O alunos D e E possuíam Mielomeningocele que segundo Rodrigues (2003) é uma das formas de
disrafismo espinhal, ocasionada por uma falha de fusão dos arcos vertebrais posteriores e displasia
(crescimento anormal) da medula espinhal e das membranas que a envolvem. Comentando que as
meninges vão formar um saco dorsal, o qual no seu interior contém líquido e tecido nervoso,
provocando uma deficiência neurológica (sensitiva e motora) abaixo do nível da lesão, podendo
gerar paralisias (principalmente flácidas) e hipoestesias dos membros inferiores.
Como os alunos chegaram para a prática da atividade física com a natação? Inicialmente
informamos para algumas pessoas sobre o interesse com esse tipo de trabalho. E, nessa perspectiva
as mesmas nos procuraram para realizar a proposta de desenvolver as atividades lúdicas como
processo de ação para contribuir com o processo de ampliar seus movimentos de sustentação,
deslocamento e manutenção na água. Informamos as pessoas, pais e/ou responsáveis que o
conhecimento e a movimentação de braçadas e pernadas no meio líquido seriam uma conseqüência
do processo de intervenção.
Nesse contexto, utilizamos como procedimento as atividades lúdicas com objetivo de ampliar os
movimentos neuromusculares, realizar a socialização, manutenção corporal no meio líquido de forma
dorsal, frontal, lateral direita, lateral esquerda e outras formas próprias e específicas de todas as
pessoas, assim como, oportunizarem possibilidades do nado crawl, costa, peito e borboleta.
Para tanto, foi utilizado elementos dos jogos interpretativos para que a pessoa pudesse conhecer e
se reconhecer corporalmente na água, bem como atividades que possibilitasse fortalecer a
capacidade muscular. Winnick (2004) descreve que ao fortalecermos os músculos, teremos como
conseqüência uma melhora na estabilidade postural, sendo essa, necessária para as habilidades de
locomoção e controle de objetos.
A contração muscular ocorre com a saída de um impulso elétrico do sistema nervoso central que é
conduzido até ao músculo através de um nervo. E, que esse estímulo elétrico do sistema nervoso
central que é conduzido até ao músculo através de um nervo. Esse estímulo elétrico por sua vez,
desencadeia o potencial de ação que resulta na entrada de cálcio (necessário à contração) dentro da
célula, e a saída de potássio da mesma. Como órgãos ativos do movimento, salientamos sua
importância na postura, pois, para pessoas com comprometimentos motores de membros superiores
e inferiores esse fortalecimento permite ampliar sua força para caminhar no solo.
Quanto às propriedades físicas da água (densidade, pressão hidrostática, viscosidade, entre outras),
são aspectos influenciadores tanto no aspecto fisiológico como psicológico. Com a contração e
relaxamento muscular, haverá estímulos necessários para o desenvolvimento do controle respiratório
e da aptidão cardiorespiratória, consequentemente existirá o auxilio no desenvolvimento da fala.
Para Tsutsumi, Cruz, Chiarelo et al. (2007) o processo de aprendizagem e o exercitar dos
movimentos solicitados pelo meio líquido, o sistema nervoso central automaticamente é chamado
para intervir e responder aos estímulos requeridos. Comentando que a repetição desses estímulos
modificará as estruturas do corpo, advindas, principalmente, da intervenção do sistema nervoso.
Burkhardt (1985) sintetiza os benefícios da atividade aquática em três aspectos: físicos ou
fisiológicos (cardiovascular, circulação sanguínea), psicosociais (interações, trabalho em grupo) e
cognitivos. Para Adams et al. (1985) há também o objetivo interpretativo que se refere à
consciência do próprio corpo, pois o aluno se vê confrontando com um meio multidimensional, no
qual ele pode explorar, descobrir e realizar diversas habilidades motoras ainda desconhecidas.
Segundo Freire e Schwartz (2007) o elemento lúdico é utilizado como recurso didático-pedagógico
sendo empregado como facilitador do processo de apropriação das habilidades motoras aquáticas
básicas. Ressalta Brougère (1998) que o lúdico na relação pedagógica em meio líquido alcança uma
dimensão humana que vai além do simples entretenimento ou como recompensa por cumprimento
de tarefas durante as aulas de natação, ele possibilita desvelar emoções e sensações que são
aspectos relacionados à afetividade.
Desta forma, menciona o autor que a atividade provoca prazer, satisfação, liberação de sensações e
emoções representando um diferencial nas experiências vivenciadas em meio líquido. E, que as
crianças ao serem motivadas a participar de determinada brincadeira, essa apresenta uma relação
com a experiência anteriormente vivida, citando como exemplo o conflito pelo qual as crianças se
sentem na possibilidade de resolver, mas que o sentimento de medo acaba em alguns momentos por
se estampar no rosto quando em contato com a água. Dessa forma, a brincadeira e o lúdico na água
parecem minimizar o medo, desvelando emoções e sensações que esse contato possa gerar,
configurando-se num dos principais motivos da realização ou não da brincadeira.
As atividades aquáticas realizadas duas vezes na semana com duração de uma hora cada, foram no
primeiro momento planejadas pelo acadêmico de Educação Física da Universidade Estadual de
Maringá, no segundo momento estudado e discutido em grupo pelos acadêmicos do Programa de
Educação Física para pessoas com necessidades especiais (PROEFA) e a professora
coordenadora pelas atividades acadêmicas com a realização de alterações quando necessário, e no
terceiro momento a aplicação do plano de aula aos indivíduos. E, para que as atividades propostas
se tornassem motivadoras em nossas atividades, foram utilizados:
- Brincadeiras cantadas andando e mergulhando na água;
- Atividades que imitassem animais com deslocamentos de um determinado material a outro;
- Montagem de figuras, animais e objetos juntamente com mergulhos e deslocamentos com
variação de planos corporais;
- Acompanhar com movimentos corporais uma determinada história contada;
- Dramatizações com realização de movimentos e cópia de movimentos do colega;
- Deslocar-se em diferentes planos como encima, embaixo, sobre e sob determinados objetos;
- Atividades propostas por eles que permitisse a criança imaginar e criar movimentos com e
sem deslocamentos e;
- Atividades cooperativas.
Utilizar materiais alternativos e didáticos estimula a criatividade e desafios aos professores e alunos.
Alguns materiais didáticos podem ser utilizados durante o processo pedagógico como o pé de pato,
a mascara, tapetes flutuantes, o espaguete, a mesa ou a cadeira que servem de plataforma,
bamboles, argolas, canudos, palmar, garrafas pet, entre outros, segundo LIMA(2000).
O professor pode também, sugerir ou criar com o auxilio dos alunos materiais novos,
utilizando materiais alternativos, recicláveis ou até estimular que os alunos
confeccionem materiais para serem empregados nas atividades. E, para o
desenvolvimento do processo pedagógico é fundamental que o professor mergulhe na
aventura dessa emoção em meio líquido, entrando na piscina e participando com as
crianças das brincadeiras. Bem como não deixar de observar o sucesso que cada
uma delas conquista e descobre durante a realização dos eventos. Outro aspecto a ser
destacado é que a criança identifique e conheça os processos orgânicos que vai
acontecendo no desenvolvimento de cada fase que se executa.
Na entrevista, identificamos os relatos com citação de exemplos de algumas brincadeiras que
estavam em suas memórias como: mulher-do-bolinha, pega- argolas, liquidificador, tira- rabo, duro-mole, macaquinho, basquete, mundo-animal, pólo-aquático, bandeirinha, imita-animal, mãe-da-piscina e o ensino dos estilos da natação (crawl, peito, costas e borboleta) na perspectiva lúdica.
Descrição de algumas brincadeiras relatadas:
· Mulher- do- bolinha: duas equipes ficam dispostas aleatoriamente
na parte mais rasa da
piscina, na parte funda espalham-se materiais e ao sinal do professor os alunos devem se deslocar
até o lado oposto pegando o máximo de objetos. Quando todos os materiais forem recolhidos faz-se a contagem e será vencedor a equipe que reunir maior número de peças. Os vencedores se
abraçam e deverão abraçar a equipe que ficou com menos materiais.
· Pega argolas: por um determinado percurso espalham-se argolas
que fiquem no fundo da
piscina, a cada instrução o aluno deverá se deslocar como conseguir e/ou nadar um estilo e pegar a
argola trazendo até a borda da piscina.
· Liquidificador: em circulo na parte rasa da piscina, todos
os alunos correm pelo mesmo
sentido, mantendo a formação em circulo, criando-se assim uma correnteza. Ao sinal do professor
os alunos flutuam de costas, ou de frente ou invertem o lado da corrida.
· Tira-rabo: o material utilizado são tiras de plástico
de 25 X 3 cm, as tiras são enroscada na
parte de traz dos maiôs como se fosse rabinho, ao sinal do professor os alunos tentarão roubar os
rabinhos dos colegas e ao mesmo tempo proteger o seu, ao final quem conseguir maior números de
rabos ganhará um beijo de todos os participantes.
· Duro-mole: jogo de pegador onde quem for pego fica estático,
e as outras crianças tentarão
salvar este que está duro. Quem for pego três vezes será o vencedor.
· Macaquinho: as crianças brincam de deslizar na raia. Objetivando
a lateralidade.
· Imita - animal: ao sinal do professor todos imitam um animal
que inicie com a letra uma
determinada letra que deve ser mencionada pelo professor ou por um dos participantes da
atividade.
· Mundo – animal: o professor vai contando uma história,
e durante os relatos vai incluindo
nomes de animais, e estes deverão ser imitados. Exemplo: Um belo dia ensolarado, no céu os
passarinhos estão a voar, escutam um barulho, é o leão fazendo um chamado para uma reunião da
floresta, todos os animais começam a chegar: a cobra, o elefante, a baleia, a coruja, o polvo, a
aranha, a borboleta, entre outras atividades, como essas foram lembradas pelos alunos
participantes, as relacionamos.
Outro aspecto apresentado pelos alunos foi quanto à sensação pessoal comparando o momento
antes de iniciar as atividades, e o momento após oito meses de desenvolvimento nas atividades. As
crianças relataram sobre a importância neuromuscular, visando o equilíbrio, o reconhecimento de
seu corpo e suas possibilidades na água.
Destacaram também sobre a importância social, pelo fato de sair de casa, conviver com as outras
pessoas e as atividades cooperativas comentando “trás muitas melhorias no emocional”. Outro
informe foi sobre à auto-estima, que ao aumentar a capacidade física melhorou as tarefas do seu dia,
e sua habilidade em ficar de pé. Relataram ainda sobre seu medo inicial em se movimentar sozinha
na água, dizendo que essa “firmeza na água dava a sensação de liberdade de movimento, levantando
a moral”, e que assim acrescia seu potencial.
Sendo assim, o processo de ensino e aprendizagem se desenvolveu com atividades lúdicas e as
especificidades do nado foram sendo apresentadas de forma gradativa atingindo os objetivos
propostos pela pesquisa ação.
Considerações Finais
Levando em consideração que o objetivo deste estudo era apresentar a ludicidade na natação,
conseguimos demonstrar com o processo de intervenção ser possível aplicar as atividades lúdicas na
aprendizagem da natação.
Constatamos que as propriedades do meio líquido inicialmente geram medo para as pessoas que
possuem comprometimentos dos membros inferiores e superiores, mas que o processo por meio da
ludicidade permitiu e contribuiu para obtenção de força e equilíbrio.
Constatou-se nas respostas dos alunos que praticaram as atividades lúdicas que as atividades lhes
propuseram um sentimento significativo de prazer, alegria e felicidade por se descobrirem enquanto
possibilidades motoras e pelo convívio com seus pares. Identificamos também que, os jogos na água
foi um meio eficaz para superar e vencer as dificuldades com o próprio corpo em solo,
proporcionando uma melhor locomoção quanto à obtenção de ânimo e estabilização motora.
Foi possível identificar ainda maior segurança e independência no desenvolvimento de suas
atividades pessoais em cada praticante. Lembramos, no entanto que devemos estar atentos a alguns
cuidados como local, acesso e segurança para a realização da prática para evitar escoriações na
saída e entrada da água, a utilização de elevadores (quando necessário) para pessoas com
comprometimentos e dependência para sair da cadeira de rodas, barra de apoio, tanto na piscina,
quanto nos banheiros, piscina coberta e aquecida (de preferência), colchonetes para o
deslocamento da cadeira para água, banheiros adaptados para segurança e comodidade. É
importante salientar que as atividades físicas esportivas são vitais para indivíduos com necessidades
especiais, mas advertimos que os acessos a elas são restritos, em alguns casos pela condição
financeira e, em outros por falta de locais adequados para a pratica esportiva.
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LIMA, Edson Luiz de. Jogos e Brincadeiras aquáticas com materiais alternativos. Jundiaí,
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LIMA, Sonia Maria Toyoshima & DUARTE, Edison. Atividade física para pessoas com
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MINAYO, Maria Cecília. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis-RJ: Vozes,
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Vecchierini-Blineau, M.F.; Guiheneuc, P. Excitability of the Monosynaptic Reflex Pathway in
the Child from Birth to Four Years of Age. Journal of Neurology, Neurosurgery, and
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WINNICK, Joseph P. Educação física e esportes adaptados. Barueri, SP: Manole, 2004.