http://www.psiquiatriainfantil.com.br/congressos/uel2007/117.htm |
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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
AGILIDADE EM PARATLETAS DE BASQUETEBOL DE LONDRINA1.
Guilherme Sanches Valverde2
Fernanda Pereira de Souza3
Rosangela Marques Busto4
Abdallah Achour Junior4
Fausto Orsi de Medola4
1 Projeto Integrado O Esporte na Saúde e na Qualidade de Vida de Pessoas com Paraplegia por Lesão Medular
2 Acadêmico do Curso de Licenciatura em Educação Física, membro do Grupo de Estudos Dimensões do Esporte Adaptado.
3 Acadêmica do Curso de Esporte, membro do Grupo de Estudos Dimensões do Esporte Adaptado
4 Docente da Universidade Estadual de Londrina, membro do Grupo de Estudos Dimensões do Esporte Adaptado
RESUMO
Este estudo tem como objetivo avaliar a agilidade de Paraplégicos praticantes do “Projeto
Integrado: “O Esporte na Saúde e na Qualidade de Vida de Pessoas com Paraplegia por
Lesão Medular”, desenvolvido pelo Departamento de Ciências do Esporte no Centro de
Educação Física e Esportes da Universidade Estadual de Londrina, Participam deste estudo
12 sujeitos do gênero masculino, diagnosticados como paraplégicos por lesão medular, com
idades de 19 a 40 anos”.Os dados foram obtidos com a aplicação do Teste do Quadrado ( )
. Os resultados demonstraram que os paratletas apresentam níveis de lesão que variam de L2
a T4 e que o tempo utilizado para realização do teste variou de 21,2 segundos e desvio
padrão de 2,0 e tendo realizado um tempo mínimo de 18,4 segundos e máximo24,7
segundos
Palavras Chave: Esporte, Basquetebol, Agilidade, Deficiência Física, Paratletas
INTRODUÇÃO
Em 1960, em Roma, foram realizadas a primeira Paraolimpiada, com cerca de 400 atletas
com algum tipo de deficiência, representando 23 países. Após 44 anos a paraolimpiada de
Atenas, levou 4.449 paratletas de 129 países para participarem das competições.
Um dos primeiros esportes a ser adaptado para a prática de deficientes físicos foi o basquete,
pelo fato de não exigir muitas adaptações nas regras do jogo, a única adaptação foi o uso de
cadeiras de rodas pelos atletas.
O basquete em cadeira de rodas foi adaptado do basquete convencional para ser jogado por
atletas com diferentes deficiências físicas, especialmente por lesão medular, amputados e por
pessoas com seqüelas de poliomielite.
Igualmente nos jogos de basquete convencional, o jogo de basquete em cadeira de rodas
pode trazer vários benefícios para os atletas com a prática sistematizada da modalidade, por
parte dos atletas com deficiências físicas.
Segundo Teixeira e Ribeiro, (2006) o basquetebol traz benefícios motor, cognitivo e afetivo. (
quadro 1)
Nível Motor
|
Nível Cognitivo
|
Nível afetivo
|
· Velocidade
|
· Raciocínio
|
· Socialização
|
· Agilidade
|
· Atenção
|
· Espírito
de luta
|
· Força
|
· Melhora a percepção
|
· Controle
de
ansiedade
|
· Equilíbrio
|
· Aumenta o poder de
concentração
|
· Auto-Estima
|
· Coordenação
|
|
|
· Ritmo
|
|
|
· Flexibilidade
|
|
|
· Capacidades
cardiorrespiratórias
· (aeróbia e
anaeróbia)
|
|
|
No quadro acima iremos focar nossos estudos para o aspecto motor, mais especificamente
para a Agilidade. Para Barbanti (2003), agilidade é a capacidade de se movimentar com
velocidade coordenando mudanças bruscas de direção. Levando em consideração essa
definição de agilidade, no basquete a agilidade é fundamental, pelo fato de ser um jogo veloz
ao qual necessita de mudanças bruscas de direção, sem perder velocidade, como no caso do
drible, em que o paratleta passa pelos adversários em velocidade.
No basquete em cadeira de rodas existem poucos testes de agilidade, especializados para
avaliar os paratletas de diferentes níveis de lesão medular. Na maioria é usado teste do
basquete convencional. Além disso, existe a necessidade de que tais protocolos sejam
validados, a fim de que possam ser utilizados em trabalhos futuros envolvendo avaliação física
em esporte adaptado.
A agilidade é importante para uma equipe de basquete em cadeiras de rodas, mas ainda falta
pesquisas sobre testes específicos que reflitam a realidade do jogo. Pode ocorrer que os
atletas tenham explorado pouco seu potencial por falta de estudos que atendam a diversidade
dos praticantes do basquetebol em cadeira de rodas. Mas o que se espera é que com essa
crescente participação dos deficientes, aumente o número de estudos, para que o esporte
adaptado se desenvolva cada vez mais.
Objetivo
Este estudo tem como objetivo avaliar a agilidade de Paraplégicos praticantes do “Projeto
Integrado: O Esporte na Saúde e na Qualidade de Vida de Pessoas com Paraplegia por
Lesão Medular”, desenvolvido pelo Departamento de Ciências do Esporte no Centro de
Educação Física e Esportes da Universidade Estadual de Londrina, contando com dois dias
semanais perfazendo duas horas de treino diário, durante seis meses.
Método
Sujeitos:
Participaram deste estudo 12 sujeitos do gênero masculino, diagnosticados como
paraplégicos por lesão medular, com idades de 19 a 40 anos ( média)
Instrumento para coleta de dados
Os dados foram obtidos com a aplicação do Teste do Quadrado.
Protocolo do Teste
Ao sinal, o avaliando começa o teste de trás da linha de início e impulsiona a cadeira através
do percurso tão rápido quanto possível. Se o avaliando bater em um marcador ou errar o
percurso, poderá repetir a tentativa. O resultado do teste será expresso através do tempo
utilizado para percorrer o circuito, com precisão de décimos de segundos. Foram efetuadas
cinco tentativas. A primeira é para o reconhecimento do percurso e devera ser realizada em
velocidade lenta. A segunda é para o reconhecimento do percurso em alta velocidade e as
três seguintes serão consideradas válidas para o teste. O resultado final será a melhor dessas
três últimas tentativas. (GORGATTI & BÖHME, 2003)
GORGATTI & BÖHME, 2003,
RESULTADOS
Todos os participantes do projeto são do gênero masculino, sendo que 42% estão na faixa
etária de 31 a 40 anos, 33% na faixa etária de 21 a 30 anos e 25% na faixa etária até 20
anos.
Tabela 1 – Idade dos Participantes
Variável
|
Nº
|
%
|
< ou = 20 Anos
|
3
|
25
|
21 a 30anos
|
4
|
33
|
31 a 40 anos
|
5
|
42
|
Total
|
12
|
|
Com relação ao nível de lesão apresentada pelos participantes, 82% estão na região torácica,
sendo que 50% na T12, 17% na T10 e T5 e 8% na T4. Destes 75% apresentam controle
abdominal (lesão abaixo de T10).
Tabela 2 – Nível Motor da Lesão
Variáveis
|
Nº
|
%
|
T4
|
1
|
8
|
T5
|
2
|
17
|
T10
|
2
|
17
|
T12
|
6
|
50
|
L2
|
1
|
8
|
Total
|
12
|
100
|
Figura 2 – Distribuição da porcentagem por nível
de Lesão.
Os participantes realizaram o teste do quadrado com o objetivo de avaliar a agilidade, em
estudo realizado por Gorgati e Böhme (2003) quando validaram este teste em 20 indivíduos
adultos do gênero masculino com lesão medular variando da 10ª. vértebra torácica (T10) até
a 4ª. vértebra lombar (L4) obtiveram 14,8 segundos (dp=1,1 ) em média para atletas
(paraplégicos) e 25,4 segundos (dp=3,3) para sedentários (paraplégicos).
Na avaliação dos participantes deste projeto alcançaram Média de 21,2 dp de 2,0 tendo
realizado o tempo mínimo de 18,4 e o máximo de 24,7 .
Tabela 3 – Tempo utilizado na realização do teste do quadrado
Figura 3 – Distribuição do tempo utilizado pelos paratletas na realização do teste do quadrado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a aplicação do Teste do Quadrado em paratletas com níveis de lesão que variam de
L2 a T4 houve variação de 21,2 segundos e desvio padrão de 2,0 e tendo realizado um
tempo mínimo de 18,4 segundos e máximo24,7 segundos
BIBLIOGRAFIA
BARBANTI, Valdir J. Dicionário de Educação Física e Esporte. Editora Manole, SP.
2003.
GORGATTI, Márcia Greguol & BÖHME, Maria Tereza Silveira. Autenticidade científica
de um teste de agilidade para indivíduos em cadeira de rodas. Rev. paul. Educ. Fís.,
São Paulo, 17(1): 41-50, jan./jun. 2003.