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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
AVALIAÇÃO DE PROBLEMAS POSTURAIS EM RESPIRADORAS ORAIS:
UM ESTUDO COM ALUNOS DE 5ª SÉRIE
Josiane Fujisawa Filus – Universidade Adventista de São Paulo (UNASP)
Olinda Teruko Kajihara – Programa de Pós-graduação em Educação Universidade Estadual de
Maringá
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi analisar os problemas posturais característicos da população
respiradora oral. Para tanto, foi realizado uma avaliação de postura em 36 respiradores orais e 18
respiradores nasais, alunos de 5ª série do Ensino Fundamental. Após a análise estatística foi
observado que o grupo de crianças respiradoras orais demonstrou um maior número de segmentos
corporais alterados do que o grupo de controle. Além disso, o grupo experimental apresentou maior
freqüência de desvios no segmento pescoço do que o grupo de controle. Este estudo corrobora
com a literatura apontando a anteriorização da cabeça como um dos problemas posturais
característicos da criança respiradora oral. As alterações causadas pela respiração oral ao
desenvolvimento infantil necessitam, além do atendimento interdisciplinar, começar a ser uma
preocupação da área da Educação Física, uma vez que estes profissionais que estão na escola têm
muito a contribuir para a qualidade de vida dessas crianças.
Palavras-chave: Respiração oral. Problemas de postura. Educação Física. Atendimento
multidisciplinar
Introdução
A respiração oral, causada pela ocorrência de doenças obstrutivas das vias aéreas
superiores como rinite alérgica e hipertrofia das adenóides, provoca alterações no crescimento
crânio-facial, na oclusão dentária, no sono, no comportamento social e no desempenho escolar da
criança respiradora oral.
As primeiras conseqüências da respiração oral decorrente de obstrução nasal são as
alterações no desenvolvimento da face da criança (GANANÇA et. al., 2000). A boca
constantemente aberta favorece o deslocamento da mandíbula para baixo e para trás, e a inclinação
da cabeça. Em conseqüência, toda a musculatura da face precisa se adaptar, o que acarreta
modificações nas arcadas dentárias e no posicionamento dos dentes, assim como nos lábios, na
língua, no palato e na mandíbula (MOTONAGA; BERTI; ANSELMO-LIMA, 2000).
O desuso das narinas faz com que elas percam volume e elasticidade A boca
constantemente entreaberta leva ao estiramento do músculo orbicular. Isso faz com que ele deixe de
cumprir a sua função de selamento labial e contribui para o estreitamento e o menor
desenvolvimento dos maxilares. A língua passa a repousar sobre o assoalho da boca, e como deixa
de pressionar o palato mole, este adquire a forma ogival. Essa posição da língua acentua a
permanência da boca em aberto e força a mandíbula para baixo. O vedamento labial só é possível
com a elevação do lábio inferior, o qual é realizado com a tensão do músculo da mandíbula. Como
essa musculatura se apóia na coluna cervical, é comum a queixa de dor nessa região. Quando os
lábios são selados é formada uma curva para baixo na boca, o que confere uma expressão facial de
“mau humor” ao respirador oral. Esse conjunto de alterações contribui para tornar a face alongada e
estreita, ou seja, dolicofacial (ARAGÃO, 1988; CARVALHO, 2003; EMERSON; CORDEIRO,
1993).
Ao falar, a criança respiradora oral projeta sua língua para frente, por entre as arcadas, o
que favorece a protusão dos dentes e a mordida aberta anterior (CARVALHO, 1998). A criança
com essas características faciais tem dificuldade em produzir fonemas que requerem o uso da ponta
da língua, como, por exemplo, /t/, /d/, /n/, /l/, /s/ e o /z/ (WECKX; WECKX, 1995). A diminuição
da passagem de ar pelo nariz acarreta alterações na voz, que se torna surda e anasalada pela falta
de ressonância, principalmente nos seios maxilares (SÁ FILHO, 1994).
Os lábios superior e inferior do respirador oral, por serem hipofuncionais, tornam-se
respectivamente, retraído e evertido. A constante passagem de ar pela boca resseca e cria fissuras
nos lábios. As gengivas, por estarem expostas ao ar frio e desprotegidas pelos lábios, sangram com
facilidade (MARCHESAN, 1998; SÁ FILHO, 1994; WECKX; WECKX, 1995).
Mudanças nas funções de mastigação e de deglutição também são observadas no respirador
oral. Ele não consegue coordenar a mastigação e a respiração, e por isso se sente sufocado durante
a alimentação. A dificuldade de deglutir faz com que prefira massas, por causa da consistência
pastosa, e necessite de líquidos nas refeições. Ao invés de apoiar a língua no palato para deglutir,
pressiona-a na parte interna dos dentes anteriores, o que também acarreta problemas no
posicionamento dos dentes (KOHLER; KOHLER; KOHLER, 1995; TOMÉ; MARCHIORI;
PIMENTEL, 2000).
No âmbito intestinal, o respirador oral tem problemas na eliminação do bolo fecal por causa
da flatulência causada pela ingestão de ar durante a respiração e, também, pela dieta pobre em
fibras (ARAGÃO, 1998). A diminuição da passagem de ar pelas vias aéreas superiores contribui
para a obstrução das tubas auditivas e para a ocorrência de otites. Com isso, a secreção provocada
pela inflamação permanece no ouvido por longos períodos, o que pode ocasionar perda auditiva
(ARAGÃO, 1988; CARVALHO, 1998). A olfação da criança respiradora oral também pode ser
comprometida, pois a redução da corrente aérea prejudica a estimulação dos receptores envolvidos
na percepção de odores. Em conseqüência, o paladar também é comprometido (PAZ; PINTO;
SILVA, 2003).
Por causa da hipotonia dos músculos da face, o respirador oral tem os cantos dos olhos e
os músculos das bochechas caídos, o que resulta em expressão facial de tristeza (CINTRA;
CASTRO; CINTRA, 2000). A obstrução nasal dificulta a circulação de sangue na órbita ocular, e
por isso ocorre a formação de “olheiras” nessa região (KING, 1993). A má qualidade do sono
predispõe, também, à formação dessas bolsas na região inferior dos olhos. A língua hipotônica
atrapalha a respiração da criança deitada em decúbito dorsal, pois obstrui a passagem do ar pela
boca. Dessa forma, o respirador oral movimenta-se na cama em busca de uma postura que não o
sufoque (CARVALHO, 1998).
Problemas no desenvolvimento postural também são comuns no respirador oral. A postura
ideal é aquela em que o indivíduo, em posição lateral, apresenta-se da seguinte forma: 1) cabeça
alinhada, sem inclinação para frente e para trás; 2) colunas cervical e lombar com curvatura convexa
anterior; 3) coluna torácica com curvatura convexa posterior; 4) escápulas achatadas; 5) espinhas
ilíacas ântero-posteriores da pelve no mesmo plano vertical que a sínfise púbica; 6) perna em
posição vertical formando um ângulo reto com a planta do pé. Além disso, o quadril e os joelhos
não podem estar flexionados ou estendidos, ou seja, devem estar em posição “neutra” (KENDALL;
McCREARY; PROVANCE, 1995).
Portanto, a postura corporal ideal é aquela em que, estando a pessoa em posição lateral, é
possível ao avaliador traçar uma linha vertical imaginária do meato auditivo externo até a parte
anterior do maléolo lateral, passando, sucessivamente, pela articulação do ombro e pelas partes
posterior e anterior, respectivamente, dos eixos de articulação do quadril e do joelho. Na vista
posterior, a linha vertical imaginária deve iniciar-se no ponto médio entre os calcanhares e estender-se, sucessivamente, pela linha média da pelve, pela coluna, pelo esterno e pelo crânio (KENDALL;
McCREARY; PROVANCE, 1995).
A respiração oral é um fator que pode comprometer a postura ideal. A permanência da
boca em aberto provoca a retroposição da mandíbula e o seu baixo desenvolvimento. Essa
alteração estrutural provoca a posteriorização do centro de gravidade da cabeça, o que obriga o
respirador oral a anteriorizá-la para manter o equilíbrio estático do corpo. A alteração da postura da
cabeça aumenta o espaço oro-naso-faríngeo e facilita a respiração pela boca, mas provoca lordose
cervical e cifose dorsal. Em decorrência, ocorre a rotação dos ombros para frente, o que dificulta a
expansão da caixa torácica e modifica o equilíbrio das escápulas, que se tornam aladas
(CARVALHO, 2003).
A retração do tórax promove o relaxamento do músculo diafragma e a redução do ar
inspirado, o que força a criança a respirar de forma rápida e curta, por isso ela suporta pouco
esforço físico e se cansa com facilidade. O relaxamento do músculo reto-abdominal e a constante
ingestão de ar tornam o abdome da criança proeminente (ARAGÃO, 1988; SÁ FILHO, 1994;
WECKX; WECKX, 1995).
Como o respirador oral tende a inclinar-se para frente e para baixo, ele posterioriza os
braços para manter o equilíbrio do corpo. Dessa forma, ao tropeçar e cair, bate primeiro o rosto no
chão (ARAGÃO, 1988). Na sala de aula, a tentativa de manter o equilíbrio respiratório faz com que
permaneça em posição semideitada na carteira e com a boca aberta (LUSVARGHI, 1999).
O conhecimento sobre os problemas posturais do respirador oral é fruto de observação
clínica realizada, há várias décadas, pelos profissionais da área médica. Somente nos últimos anos
foram iniciadas pesquisas, nas áreas da fisioterapia e da fonoaudiologia, sobre os problemas
posturais de respiradores orais. A revisão bibliográfica evidencia que esse tema ainda não foi objeto
de estudo dos profissionais da área de Educação Física. Krakauer (1997) comparou as posturas
frontal, sagital e dorsal de cinqüenta respiradores orais com as de trinta respiradores nasais. Na
faixa etária de cinco a oito anos houve diferenças nas posturas sagital e dorsal: no grupo dos
respiradores orais foi encontrado maior número de alterações do que no grupo de respiradores
nasais, como anteriorização da cabeça e escápulas assimétricas. Na faixa etária de oito e dez anos
foram observadas diferenças nas posturas frontal e sagital: no grupo dos respiradores orais houve
uma maior porcentagem de crianças com assimetria dos ombros e alterações na postura da cabeça,
do que no grupo de respiradores nasais.
Yi e colaboradores (2003) avaliaram 176 respiradores orais de cinco a doze anos,
atendidos no Centro do Respirador Bucal da Universidade Federal de São Paulo. As crianças
foram divididas em quatro grupos, de acordo com a etiologia da respiração oral: rinite alérgica,
hipertrofia das adenóides, rinite associada com hipertrofia das adenóides e respiração oral funcional
decorrente de hábitos deletérios. As crianças foram avaliadas nas posições anterior, lateral e
posterior, e as alterações mais freqüentes foram: protusão da cabeça (80% nos quatro grupos);
protusão dos ombros (100% no grupo com respiração oral funcional e 80 a 90% nos demais
grupos); anteversão da pelve (85% no grupo com rinite e no grupo com “adenóide”, 70% no grupo
com rinite e “adenóide” e 60% no grupo com respiração oral funcional); abdução das escápulas
(100% no grupo com respiração oral funcional e 75% nos demais grupos).
Breda e Moreira (2003) também realizaram um estudo sobre os desvios de postura de 15
respiradores orais, de cinco a dez anos, que apresentavam rinite alérgica, hipertrofia das tonsilas
faríngeas e/ou síndrome do respirador oral. Elas examinaram as posturas anterior, posterior, laterais
esquerda e direita e verificaram que as crianças apresentavam aumento da lordose lombar
(66,67%), lordose cervical (53,33%), retificação da coluna cervical e torácica (33,33%), cifose
torácica (26,67%), escoliose torácica (13,33%), hiperextensão dos joelhos (13%) e pés planos
(20%).
A caracterização dos problemas posturais específicos dos respiradores orais é fundamental
para a elaboração de programas de atendimento a essa população, uma vez que a qualidade de vida
dessas crianças acaba por ser prejudicada. Portanto, torna-se necessário analisar os problemas
posturais característicos dessa população.
Métodos
Para a avaliação da postura corporal lateral dos alunos dos grupos experimental e de
controle foi utilizado um tabuleiro de 1,95m de altura por 0,90m de largura, dividido em quadrados
de 0,075m de lado, o qual foi disposto junto a uma parede, de acordo com as recomendações de
Adams e colaboradores (1985). O tabuleiro (“simetógrafo”) continha, em suas partes lateral e
inferior, “níveis de bolha”, para garantir um alinhamento, respectivamente, vertical e horizontal. Para
padronizar o posicionamento da criança, foi colocada no chão, atrás do tabuleiro, uma prancha de
0,48m de largura por 0,36m de altura. A prancha foi dividida em quadrados de 0,05m.
O exame foi registrado por meio de fotografias. A dois metros do tabuleiro foi posicionada,
em um tripé, uma câmera digital Sony para o registro da postura lateral da criança. Os meninos
realizaram o exame vestindo shorts, e as meninas vestiram shorts e blusa de “cotton”. As roupas
foram cedidas pela pesquisadora.
O procedimento proposto por Kendall, Provance e McCreary (1995) foi utilizado para
verificar se a criança apresentava postura lateral normal ou postura com desvio. A postura foi
considerada normal quando foi possível traçar, sobre cada fotografia, uma linha vertical imaginária
do meato auditivo externo até a parte anterior do maléolo lateral, passando, sucessivamente, pela
articulação do ombro e pelas partes posterior e anterior, respectivamente, dos eixos de articulação
do quadril e do joelho. Por meio desse procedimento foi possível avaliar os alinhamentos dos
seguintes segmentos corporais: pescoço, ombros, coluna torácica, tronco, coluna lombar e abdome.
O registro dos resultados foi realizado em uma ficha contendo desenhos da “postura normal”
e da “postura com desvio” de cada segmento corporal, extraídos do instrumento de avaliação
denominado “Método de Nova Iorque” (JOHNSON; NELSON, 1974).
Resultados
Os programas de computador Statistica (2004) e BioEstat (AYRES et. al., 2003) foram
utilizados para a análise quantitativa dos resultados. A postura lateral foi avaliada pelo registro do
total de segmentos alterados, em cada criança, e assim os grupos de respiradores orais e nasais
foram comparados.
A variável “problemas de postura respiradores nasais” não apresentou distribuição normal
(Teste de Shapiro-Wilk, p = 0,013), e por isso foi utilizada a prova não-paramétrica Teste U de
Mann-Whitney, que revelou diferença significativa entre os grupos (soma dos postos do grupo dos
respiradores orais = 1118,000; soma dos postos do grupo dos respiradores nasais = 367,000 U =
196,000; Z = 2,348; p = 0,018), ou seja, o total de segmentos corporais alterados nos respiradores
orais foi superior ao observado nos respiradores nasais.
As freqüências de desvios, em cada segmento corporal, apresentadas pelos dois grupos
foram comparadas por meio da Prova Qui-Quadrado (χ2) para Duas Amostras Independentes, a
qual permitiu avaliar a significância das diferenças intergrupos (SIEGEL, 1977). Considerando que,
na análise dos segmentos corporais, os resultados dos alunos foram classificados em duas categorias
(“segmento normal” e “segmento com desvio”), foi considerado o valor do Qui-Quadrado
submetido à correção de continuidade ou correção de Yates (AYRES et. al., 2003).
Os resultados da Prova Qui-Quadrado não indicaram diferenças significativas entre os
grupos, nos seguintes segmentos: ombro (correção de Yates = 2,68, p = 0,101), tronco (correção
de Yates = 0,38, p = 0,535), coluna torácica (correção de Yates = 3,35, p = 0,067), abdome
(correção de Yates = 0,01, p = 0,922) e coluna lombar (correção de Yates = 0,23, p = 0,629).
Houve diferença intergrupos no segmento pescoço (correção de Yates = 4,90, p = 0,026), sendo
mais freqüente o desvio nos respiradores orais. Esse desvio, que os levou a anteriorizarem a cabeça,
foi observado em 64% do grupo.
Discussão
Uma conseqüência da respiração oral observada no grupo experimental de 36 crianças
avaliadas neste estudo foi a alteração no segmento pescoço, observada em cerca de 64% (23) das
crianças. A anteriorização da cabeça ocorre por causa da retroposição da mandíbula e constitui
uma adaptação do organismo, pois o aumento do espaço oro-naso-faríngeo facilita a respiração
pela boca. Essa modificação da postura da cabeça é responsável pelas demais alterações corporais
que ocorrem no respirador oral, pois a inclinação da cabeça para frente desequilibra o corpo,
obrigando os músculos ligados ao pescoço e ao dorso a se ajustarem à nova posição
(CARVALHO, 2003).
O desvio na postura da cabeça também foi observado em outros dois estudos. Krakauer
(1997) verificou que a anteriorização da cabeça ocorreu com maior freqüência nos grupos de
respiradores orais de cinco a oito anos, e de oito anos e um mês a dez anos, do que nos grupos de
respiradores nasais das mesmas faixas etárias. No estudo de Breda e Moreira (2003), a alteração
na postura da cabeça foi uma das características observadas no grupo de 15 respiradores orais de
cinco a dez anos.
Este estudo demonstrou que os respiradores orais, já aos 11 anos de idade, apresentam
problemas de postura que, se não tratados nessa fase, podem se agravar na idade adulta. Má
oclusão dentária, dificuldades de alimentação, pouca resistência física, dificuldade para dormir e
desatenção são algumas das alterações orgânicas observadas nos respiradores orais e que
necessitam de atendimento especializado. O tratamento médico precoce da doença obstrutiva das
vias aéreas superiores teria evitado a instalação desses problemas e o comprometimento da
qualidade de vida dessas crianças.
A respiração oral é um problema que exige atendimento interdisciplinar. O
otorrinolaringologista ou o alergologista devem ser procurados pela família, pois poderão atuar na
remoção da causa mecânica ou no controle medicamentoso da obstrução nasal. Uma vez tratado o
fator causal da respiração oral, é necessário que a família procure a ajuda de profissionais que
possam contribuir no atendimento dos problemas de postura, dentários, alimentares, de sono,
psicológicos etc, da criança respiradora oral.
Considerando-se que na escola o professor de Educação Física é o profissional mais bem
preparado para realizar avaliação da postura corporal dos alunos e atuar em programas de
intervenção destinados à reeducação da postura do respirador oral, etc pode, em suas aulas,
trabalhar a correção da postura desse aluno. A atuação interdisciplinar dos professores de Ciências
e de Educação Física poderá auxiliar o escolar a compreender a importância da respiração nasal e
da postura corporal correta para a melhoria de sua qualidade de vida.
Nariz congestionado, ocorrência de “resfriados” freqüentes, boca permanentemente aberta,
má oclusão dentária, olheiras profundas, desatenção, baixa resistência física e respiração ofegante
após um pequeno esforço físico, anteriorização da cabeça, cifose dorsal, lordose lombar, abdome
protuso etc são problemas a que o professor de Educação Física deve estar atento, pois podem ser
indícios de que o aluno é um respirador oral. Portanto, esse profissional pode desempenhar um
importante papel na identificação precoce e no encaminhamento de crianças com possíveis sintomas
de doenças obstrutivas das vias aéreas superiores e de respiração oral aos especialistas.
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