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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
 
UM ESTUDO DAS MULTIPLAS CAPACIDADES DE CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES COM PARALISIA CEREBRAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO 
FISICA
Lilian Ravazzi   
Universidade Estadual de Londrina
RESUMO
Quando se fala em Paralisia Cerebral, muitas imagens vêm a mente, e a grande maioria delas é 
pejorativa e discriminatória. Acaba-se formando, no imaginário, uma visão dos Paralisados 
Cerebrais com total impotência, muitas vezes chamados de retardados, bobos, ou outros 
nomes que formam um pré-conceito sobre essa pessoa. Eles têm capacidades muitas vezes 
desconhecidas por eles próprios e cabe ao professor, amparado por um diagnóstico médico, 
tentar estimular essas capacidades. Entretanto, será que as pessoas, nesse caso específico, as 
crianças, tem tido nas aulas de Educação Física das escolas regulares, as suas capacidades 
motoras e mentais, mais ressaltadas do que suas limitações? Este trabalho, ao buscar 
conhecer mais sobre a realidade do paralisado cerebral nas aulas regulares visa incentivar a 
real inclusão de pessoas com essa deficiência nas aulas de Educação Física. Tem como 
objetivo, analisar os diversos modos de aplicação das atividades para os alunos portadores 
de Paralisia Cerebral, e para os alunos que não apresentam essa deficiência em aulas de 
Educação Física. E também descrever como são preparadas as atividades, se visam ou não a 
real inclusão do aluno com Paralisia Cerebral. Serão analisados alunos com Paralisia Cerebral 
e professores que lecionam a disciplina de Educação Física para os mesmos, nas escolas 
públicas na Cidade de Londrina – Paraná. No final desse trabalho, ao analisar as respostas 
dos questionários, espera-se obter resultados referentes ao ensino nas aulas de educação 
física para pessoas com paralisia cerebral, como esse ensino acontece e se ele realmente 
acontece.
Introdução
A Paralisia Cerebral não pode ser considerada como uma doença, ela 
consiste em “ uma desordem do movimento e da postura devido a um defeito ou lesão do 
cérebro imaturo” Bax (1964, p.1) (Projeto Maxwell – PUC –Rio de Janeiro). Segundo 
Gorgatti e Costa (2005, p.200)   “ As palavras ‘Paralisia Cerebral’ são utilizadas para 
descrever uma condição clinica que afeta o controle do músculo. ‘Cerebral’ significa que o 
problema tem origem no cérebro, e ‘paralisia’ refere-se a dificuldade em controlar os 
músculos ou articulações.” Paralisia Cerebral é o termo utilizado para definir um conjunto de 
distúrbios motores decorrentes de lesão no cérebro durante os primeiros estágios de 
desenvolvimento. Pode ocorrer também alteração mental, visual, auditiva, da linguagem e do 
comportamento. A lesão é estática: não muda e não se agrava, ou seja, o quadro não é 
progressivo. No entanto, algumas características podem mudar com o tempo. As instituições 
de curso superiores, que têm entre seus cursos, os que capacitam profissionais na área da 
educação, muitas vezes não se preocupam com a disciplina de Necessidades Especiais. 
Outras vezes, oferecem essa disciplina, mas apenas como matéria complementar, não 
objetivando a formação, mesmo que básica, de profissionais aptos a trabalharem com essas 
pessoas. Quando esses profissionais não são formados a trabalharem com deficientes de 
maneira adequada, acabam não sabendo lidar com essa clientela, quando a mesma chega nas 
escolas. Por outro lado, é cada vez mais freqüente o número de crianças com paralisia 
cerebral que freqüentam as escolas regulares do ensino público e privado. E, com o aumento 
dessa população nas escolas regulares, cresce também o número de dúvidas sobre como as 
aulas devem ser preparadas e ministradas. É necessário nunca rotular um aluno portador de 
paralisia cerebral e, muito menos, limitar as tarefas a serem realizadas por ele. Somente o 
próprio aluno, dentro dos seus padrões motores, poderá identificar quais tarefas poderá ou 
não realizar. Limitar o aluno, decidir até que ponto ele pode ir, apenas por achar que ele não é 
capaz, seja talvez mais preconceituoso do que não deixá-lo fazer a atividade. Eles têm 
capacidades muitas vezes desconhecidas por eles próprios e cabe ao professor, amparado 
por um diagnóstico médico, tentar estimular essas capacidades e fazer com que elas sejam 
realmente valorizadas. Entendemos que a Paralisia Cerebral não é algo que tenha que ser 
deixado de lado, ou excluído em um canto da quadra. Ao contrário disso, deve ser vista sem 
o olhar do preconceito e da limitação. A atividade física e o esporte adaptado para pessoas 
com Paralisia Cerebral (PC), além de terem como objetivos o lazer e a competição, são tidos, 
além disso como aceleradores do processo de reabilitação, principalmente das crianças. 
Método
O trabalho consiste em uma pesquisa de campo, na qual primeiramente, haverá um 
levantamento das principais referências a respeito das crianças com Paralisia Cerebral nas 
escolas regulares. Durante o levantamento bibliográfico, será utilizado o acervo da Biblioteca 
da Universidade Estadual de Londrina. Para a maior credibilidade da pesquisa, será realizado 
um questionário com questões abertas, direcionado aos professores de Educação Física das 
escolas regulares, que atuam com crianças com Paralisia Cerebral. Optou-se por um 
questionário aberto, por entender que os pesquisados, destinam maior atenção a resposta 
dessas perguntas. Para isso, foi realizado um estudo piloto com três professores que seguem 
as características procuradas para responder as questões. A pesquisa de campo consistirá de 
um questionário com cinco questões que serão entregue aos professores que lecionam 
Educação Física à crianças e adolescentes portadoras de Paralisia Cerebral. Para a 
identificação desses professores, será necessário entrar em contato com a Secretaria 
Municipal de Ensino de Londrina, para obter uma listagem com as escolas que atendem 
crianças com essa deficiência. De acordo com a quantidade de escolas encontradas, será feita 
uma análise das respostas para a conclusão do trabalho.
Resultado
O trabalho ainda não possui resultados concretos, pois está em fase de iniciação. Após serem 
identificadas as escolas onde existam alunos com Paralisia Cerebral, e for exposto aos 
professores de Educação Física, o objetivo desse estudo, serão entregue os questionários, e 
assim que forem completamente respondidos, uma análise será feita baseando-se nas 
respostas encontradas, e os resultados serão divulgados. Espera-se encontrar uma 
aceitabilidade por parte dos professores de Educação Fisica, e também que possamos 
encontrar aulas sendo ministradas sem preconceitos e sem minimizar o potencial das pessoas 
com paralisia cerebral.
Referências Bibliográficas
CARVALHO, Rosita E. A nova  LDB e a educação especial.  Rio de Janeiro, RJ: WVA, 
1997.
CRUZ, Gilmar de C. Classe especial e regular no contexto da educação física: Segregar ou 
Integrar?. Londrina, PR: Editora da UEL, 1997.
DUARTE, Edison; LIMA, Sonia M. T. Atividade física para pessoas com necessidades 
especiais: Experiências e intervenções pedagógicas. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 
2003.
GORGATTI, Márcia G.; Costa, Roberto F. Atividade física adaptada. Barueri, SP: Manole, 
2005.