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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
ASPECTOS EDUCACIONAIS E DESENVOLVIMENTAIS DE CRIANÇAS COM
IMPLANTE COCLEAR
Celeste Azulay Kelman (Professora Adjunta da FE/UnB)
Patrícia Oliveira de Lima (Aluna da FE/UnB)
Débora Pereira Machado (Aluna da FE/UnB)
RESUMO
O implante coclear iniciou-se nos anos 80, realizado em adultos surdos pós-linguais.
Gradativamente, crianças com surdez pós-lingual também foram implantadas. Hoje o implante está
autorizado em crianças pré-linguais, a partir de um ano, com surdez neurosensorial bilateral
profunda ou com dois anos com surdez neurosensorial bilateral severa. Esse estudo buscou
conhecer aspectos educacionais e desenvolvimentais de pré-escolares implantados, entrevistando-se os responsáveis. Um perfil foi traçado, avaliando-se faixa etária, ambiência educacional, idade de
realização do implante, efeitos cognitivos, uso prévio de prótese auditiva, língua utilizada, co-existência de língua de sinais, melhor e pior qualidade do implante. Também se verificou como a
educadora se relaciona com o aluno e como contribui para o letramento. Resultados apontam para
uma antecipação na faixa etária do diagnóstico, da intervenção e para percepção de
relacionamentos mais ativos e interativos da criança com familiares e colegas. Há relatos de que
está mais atento, mais calmo e com melhor compreensão do que ocorre ao seu redor.
Palavras-chave: Surdez. Implante coclear. Educação de surdos.
Introdução
O primeiro implante coclear foi realizado em 1980, nos Estados Unidos. As primeiras cirurgias
envolviam pacientes adultos que haviam perdido a audição, denominados surdos pós-linguais.
Gradativamente, cirurgias passaram a ser realizadas em crianças com surdez pós-lingual, adquirida
após o desenvolvimento da fala, até se chegar a realizá-las em crianças que já nasceram surdas, ou
seja, com surdez pré-lingual. No Brasil, a história do implante coclear iniciou-se na década de 90,
com a primeira cirurgia realizada em Bauru, no Centro de Pesquisa Audiológicas do Hospital de
Reabilitação e Anomalias Craniofaciais, da Universidade de São Paulo. Hoje o Brasil conta com
dez pólos autorizados pelo SUS para a realização da cirurgia. Pesquisas realizadas no Brasil
analisam os efeitos do implante coclear em seus usuários e focalizam a produção e percepção da
fala (BEVILACQUA et alii, 2003; SCARANELLO, 2005), bem como no papel do psicólogo nos
períodos pré e pós-cirúrgico, no ambiente hospitalar (YAMADA; BEVILACQUA, 2005). Muito
ainda necessita ser investigado sobre crianças surdas com implante coclear na dimensão
educacional, sob a ótica evolutiva, para além do campo da “audição”.
A filosofia oralista, dominante no Brasil e em outros países nas décadas de 70 e 80, considerava o
aprendizado da fala como pré-requisito para se educar os surdos. As possibilidades para uma
criança que não ouvisse apresentar um bom desempenho na escola ou ser um sujeito ativo
socialmente eram muito limitadas. Em decorrência, muitos abandonavam a escola. Do ponto de
vista dos próprios surdos, havia baixa estima em comparação com os ouvintes. Este “déficit” trouxe
um efeito negativo em aspectos relativos à própria identidade surda. A partir da década de 90, o
aprofundamento de estudos sobre a língua de sinais, sobre multiculturalismo e culturas minoritárias
(GARCIA, 1999; KELMAN, 2005) e sobre identidade de grupos surdos (GESUELI, 2006;
PERLIN, 2006; SOARES, 2004) contribuíram para a auto-estima dos surdos. A surdez passou a
ser vista como característica de um grupamento humano com cultura, língua e identidade próprias.
Quando a língua de sinais começou a ser difundida, respeitada e ensinada nas escolas, este
processo de inferiorização ou desvantagem em relação aos ouvintes mudou radicalmente.
Principalmente após o reconhecimento da língua de sinais como a língua oficial da comunidade
surda, em 2002. O ensino especial para crianças surdas adaptou-se e hoje vários sistemas
educacionais públicos oferecem uma educação bilíngüe, que conta eventualmente com a
participação de educadores surdos ou com dois professores atuando em regime de co-docência.
Nesta nova ótica, a língua de sinais começou a ser usada para efeitos de ensino e comunicação em
turmas de pré-escolares e no ensino fundamental. Surdos começaram a aprender sua língua natural,
paralelamente à língua portuguesa.
Kluwin e Stewart (2000) conduziram um estudo sobre o processo decisório dos pais a respeito de
implante coclear em seus filhos. Encontraram que o fator mais importante era o desejo dos pais que
a criança funcionasse como uma criança ouvinte. A frustração dos pais acerca da dificuldade de
comunicação era o segundo fator mais importante. Já na Suécia, Preisler, Tvingstedt e Ahlström
(1999) conduziram um estudo longitudinal sobre o desenvolvimento psicossocial de crianças surdas
com implante coclear. Nenhum dos pais entrevistados considerava que a dificuldade de
comunicação fosse a causa da decisão pelo implante. Até porque, na Suécia, os pais são
estimulados a aprenderem língua de sinais e se comunicarem com seus filhos nessa língua. Para isso,
o sistema público oferece regularmente cursos. O que influenciou na decisão dos pais foi que seus
filhos pudessem efetivamente, no futuro, ser bilíngües.
Para que a criança surda possa se tornar um ser ativo e interativo, ela necessita estar apta a criar
contextos significativos, entender o significado dos símbolos e estar apta a criar símbolos a serem
compartilhados com os outros. Para isso, ela necessita de uma língua. Tradicionalmente, a
psicologia do desenvolvimento achava que a criança construía significados e conhecimento de forma
individual. Pesquisas interdisciplinares, entretanto, têm demonstrado que processos
desenvolvimentais, como aprendizado de língua e comunicação interpessoal, envolvem não apenas
a criança, mas outras pessoas importantes em sua vida, como pais, família e professores. Para que
a criança surda possa interagir de forma mais expressiva com seus cuidadores primários, torna-se
necessário que ela e seus pais aprendam a língua de sinais e/ou que a criança compreenda a língua
falada desde a tenra idade, tanto por meio de aparelho de amplificação sonora de uso individual –
AASI -, quando esta alternativa é viável, quanto por meio do implante coclear. Yoshinaga-Itano
(1998) realizou estudo comparativo relativo à diferença no desempenho escolar em crianças surdas
que começaram a usar o AASI antes e depois dos seis meses de idade. Encontrou que as crianças
surdas identificadas mais precocemente adquiriram habilidades comunicativas e lingüísticas em uma
idade similar às dos cinco ouvintes pesquisados e bem antes das crianças surdas diagnosticadas
tardiamente.
Esta pesquisa tem o objetivo de investigar o desenvolvimento psicossocial de pré-escolares e
escolares surdos, com implante coclear, através da fala de seus responsáveis, notadamente no que
se refere aos aspectos comunicativos, sociais e de início de escolarização.
Método
A pesquisa ocorreu em um centro educacional de orientação oralista do Distrito Federal, que
proporciona o bem-estar de crianças surdas e suas mães em diferentes dimensões de educação e
lazer: reforço escolar, atendimento fonoaudiológico, dentário, neurológico, prática esportiva,
oficinas e cursos para as mães, como confecção de almofadas e de bijuterias. As crianças
freqüentam o centro educacional três vezes por semana. Os sujeitos participantes foram vinte
responsáveis de crianças com implante coclear, sendo dezoito mães e dois pais. Uma das
responsáveis era mãe de duas das crianças implantadas e ela também era surda bilíngüe, o que
possibilitou a comunicação com a entrevistadora. Na instituição encontram-se trinta e nove crianças
com implante coclear. A seleção da amostra representativa de vinte responsáveis (51%) teve como
critério a indicação pela orientadora educacional em função da disponibilidade de horário. Todos os
responsáveis autorizaram a divulgação dos resultados obtidos em ambientes científicos.
Os implantes cocleares foram realizados, em sua maioria (75%) no Rio Grande do Norte (Hospital
do Coração). Os 25% remanescentes foram feitos em São Paulo nos pólos da UNICAMP, do
Hospital de Reabilitação e Anomalias Craniofaciais (USP/Bauru) e da Santa Casa. Em Brasília não
existe ainda um pólo cirúrgico autorizado pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Apenas em um
caso, a cirurgia foi paga pelo convênio particular do pai, no Hospital Samaritano de São Paulo.
A amostra foi equilibrada em termos de gênero: 60% do sexo masculino e 40% do sexo feminino.
No quesito escolarização, 25% das crianças freqüentam apenas o centro educacional em questão
três vezes por semana, 10% estudam em escola religiosa particular, 45% estudam em escola
particular laica e 20% em escolas públicas. Algumas das escolas localizam-se em cidades satélites
de Brasília, bem distantes do centro educacional pesquisado (Gama, Santa Maria, São Sebastião,
Ceilândia, Águas Lindas, Estrutural). A idade das crianças varia entre três e oito anos de idade,
assim distribuídas: 30% entre três e quatro anos; 60% entre cinco e seis anos e 10% entre sete e
oito anos. Em 10% dos casos, o implante foi realizado quando a criança tinha dois anos de idade,
em 30% aos três anos, 45% aos quatro, 15% aos cinco e 5% aos seis anos de idade.
Os responsáveis foram entrevistados pelas duas alunas de graduação em Pedagogia, co-autoras
desse trabalho. Algumas questões eram abertas, no sentido que os entrevistados podiam discorrer
livremente, e outras fechadas. As entrevistas tiveram em média vinte minutos de duração.
Resultados
Algumas perguntas foram de caráter qualitativo como, por exemplo: “De que maneira você acha
que o implante ajudou na escola?” Todas as respostas foram positivas, considerando que o
implante ajuda em muito a “ouvir” os professores, a ter compreensão do que é dito. Algumas
respostas se voltam para alterações nas características psicológicas dos filhos, decorrentes do
implante coclear: “Ele ficou mais atento”, “Menos ansioso”, “Antes era isolado, agora não”,
“Interage mais e se comunica melhor com os colegas”. Duas respostas especificam aspectos
relativos à audição: “Agora ele atende pelo nome”, “Melhorou a percepção”.
Para que a cirurgia do implante coclear seja realizada, exige-se que a criança tenha feito uso prévio
de AASI por, no mínimo, seis meses. Pressupõe-se, portanto que para que a criança comece a
usar o AASI, o diagnóstico de surdez tenha sido feito. Neste quesito, encontramos dados que
mostram a precocidade do diagnóstico. Quando perguntados sobre a idade em que os filhos
iniciaram o uso do AASI, foi encontrado início do uso com idade variando entre três e seis meses
de vida em dois casos (10%) até a idade mais tardia, entre três anos e meio e quatro anos de idade
(5%). Entre sete meses e um ano de idade, 10%; entre um ano e um ano e meio, 25%; entre ano e
meio e dois anos de idade, 20%; entre dois anos e dois anos e meio, 30% e 5% entre três anos e
três anos e meio. A maior concentração acerca do início do AASI se dá, portanto, entre um e dois
anos e meio de idade (75%).
Os pais foram perguntados sobre o conhecimento e uso de língua de sinais por seus filhos. Dado
que o centro educacional é de orientação oralista, foi perguntado se as crianças entram em contato
com a língua de sinais. As respostas foram variadas, com reações altamente contrárias: “Não, os
médicos proíbem”, “Não, a mãe não deixa. Força a fala.”. Mas também foram encontradas
respostas que mostram que a criança está em contato com a língua de sinais, seja porque os pais
também são surdos (10% dos casos), seja porque esteve em contato com outros surdos mais
velhos, dentro e fora do centro educacional (20%).
Ocorreram muitas manifestações de destaque aos aspectos positivos do implante: “Pode ouvir cada
vez mais” (75%); “Implante é melhor do que aparelho”. A possibilidade de assistir a programas de
televisão e entender também foi citada. Particularmente, uma resposta chamou atenção: “Ter a
noção de todos os barulhos diminuiu o stress do meu filho.”
Quanto aos aspectos negativos, destacaram-se as respostas referentes a custos operacionais e de
manutenção, bem como a preocupação quanto à fragilidade da cirurgia: “O fio quebra fácil”;
“Tenho medo que ele machuque a cabeça”. Os responsáveis têm sempre a preocupação de ter
cuidados especiais para que o aparelho não molhe, não quebre. Uma mãe disse que tem que ter
cuidado “para ele não levar choque”. Outra reclamou que quando tira ele para de escutar.
Quando perguntados sobre atitudes da professora que contribuem para melhor acompanhamento e
compreensão das aulas, algumas respostas merecem ser destacadas: “Já não é tão necessário o
recurso visual.”; “A professora coloca ela sentada na frente” (25%); “A professora fala do lado do
implante” (10%); “A professora vai na mesa e dá explicação individual.” (10%).
Discussão
Em primeiro lugar, vale destacar que o envolvimento com a tarefa de levar o filho surdo para o
reforço escolar é uma atribuição essencialmente da mãe (90% dos entrevistados). Este dado
evidencia a função da mulher como responsável pela assistência e cuidados com a educação dos
filhos, e também por ser a pessoa que melhor se comunica com os mesmos, tanto pelas
características próprias do contato materno, quanto pela atribuição social e cultural do gênero.
O fato de muitas crianças pesquisadas viverem em cidades
satélites de Brasília e buscarem o
atendimento neste centro educacional, conforme mencionado anteriormente, revela a importância e
valorização que estes responsáveis dão ao atendimento de seus filhos em entidade especializada.
Ao mesmo tempo, mostra o quanto as mães vivem em função de seus filhos surdos, não medindo
esforços para que seus filhos possam se desenvolver de forma análoga às crianças ouvintes.
Fenômeno semelhante foi descrito anteriormente em um estudo realizado em dinâmica de grupo
com mães de crianças surdas (KELMAN; FARIA, no prelo).
Um aspecto interessante encontrado refere-se à diminuição na idade em que o diagnóstico de
surdez é feito. Provavelmente, isso se deve, em parte, pela aplicação da triagem auditiva neonatal
universal (TANU), popularmente conhecido como o “teste da orelhinha”. Mas certamente, um
maior contingente de informações veiculadas pela mídia, também contribui para que os pais tenham
uma sensibilidade maior aos indicadores da ausência do sentido da audição em seus bebês. O uso
precoce de AASI implica em que o diagnóstico foi realizado precocemente, mas o diagnóstico
precoce não implica necessariamente no uso imediato da AASI. Muitos pais dependem da doação
do aparelho por instituições assistenciais, o que não ocorre de imediato. Neste sentido, o fato de
que a maioria das crianças pesquisadas iniciou o uso do AASI entre dois anos e dois anos e meio
de idade (75%) revela a detecção da surdez nesta faixa etária ou em período anterior a ela.
O conhecimento e uso de língua de sinais por parte de alguns dos filhos dos entrevistados (30%)
mostram a facilidade e naturalidade com que surdos aprendem a língua de sinais, língua da
modalidade espaço-visual. Apesar de não receberem o ensino da língua de forma sistemática, a
simples convivência com surdos maiores que freqüentam o mesmo centro educacional, faz com que
as crianças a aprendam. Por sua vez, os surdos maiores têm mobilidade própria e provavelmente
freqüentam outros ambientes onde se comunicam através da língua de sinais, incluindo os próprios
espaços escolares.
O centro educacional dá orientação às professoras das escolas freqüentadas pelas crianças. Por
essa razão, entende-se quando a professora vai à carteira do aluno ou fala em seu ouvido onde foi
feito o implante. Apesar de que o implante coclear não elimina a surdez da criança, alguns
responsáveis se queixam que o filho deixa de “ouvir” quando vai dormir, nadar ou mesmo viajar.
Mas uma mãe se mostrou bem satisfeita porque considera que agora pode conversar com seu filho.
Os casos investigados aparentam ser bem sucedidos, mas como muitas das crianças ainda não
estão em fase escolar, é necessário fazer um acompanhamento longitudinal destas crianças ou
investigar crianças mais velhas, para se ter informações dos próprios usuários, sobre as implicações
do implante coclear no letramento das crianças surdas. Um jovem surdo narra o fato de estar
tentando fazer o terceiro implante. O primeiro quebrou e o segundo foi mal posicionado. Ainda há
muito o que investigar, além de que a própria biotecnologia avança e hoje alguns países estão
tentando fazer implante nos dois ouvidos, de forma a aperfeiçoar a percepção do som.
O implante coclear ainda é visto com muita ressalva, principalmente pela comunidade surda. É
compreensível. Afinal, foi árdua a luta para elevar a auto-estima dos surdos, principalmente por
meio do reconhecimento e evolução da língua de sinais. Todavia, é preciso não menosprezar a
possibilidade de interagir no mundo dos ouvintes, onde a maioria não domina a língua dos sinais. Ou
seja, a melhor compreensão do mundo sonoro e seus significados devem ser valorizados porque
facilitam a aquisição do conhecimento e a inclusão social do surdo. A língua de sinais e o implante
coclear não são mutuamente exclusivos. Podem ser complementares, no sentido que podem ser
utilizados em ambientes distintos. Da mesma maneira que uma pessoa bilíngüe fala português com
os brasileiros e inglês com os americanos.
Na Suécia, onde a língua de sinais é uma condição totalmente digerida pela sociedade, no sentido
que não apenas os surdos, mas seus pais a utilizam, ainda assim muitos querem fazer o implante em
seus filhos, pois acreditam que estes se tornarão bilíngües com eficiência. Sem dúvida, uma pessoa
que “fale” as duas línguas, de sinais e português, estará mais habilitada a transitar nos dois
grupamentos humanos com eficiência, sem ter a perda da identidade, que é reafirmada pelo uso da
língua de sinais. A dicotomização de escolhas, tornando-as mutuamente excludentes empobrece a
questão e tangencia o fundamentalismo lingüístico. Ao contrário, é preciso investigar de que forma
implante e língua de sinais podem conviver na escolarização da criança surda.
Uma possibilidade é expor as crianças surdos a aulas sobre um determinado assunto, primeiro em
língua de sinais numa classe especial, e depois em português numa classe comum, com alunos
surdos e ouvintes. Assunto para uma futura pesquisa.
Referências Bibliográficas
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KELMAN, C.A.; FARIA, C. B. de. Mães de surdos e suas percepções (no prelo).
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SOARES, F.M.R. O (não) ser surdo em escola: um estudo sobre a construção da identidade. In
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Washington: Gallaudet University.
Não foi possível investigar casos mal-sucedidos de implante, uma vez que neste centro educacional
não existem crianças surdas nesta condição. É preciso se fazer mais pesquisas para detectar os
efeitos do implante coclear em crianças e adolescentes em fase escolar e quais as razões, se
existentes, do insucesso de implantes no que se refere aos aspectos comunicativos, cognitivos e
sociais. Para isso, torna-se necessário continuar investigando os processos de significação e
escolarização de crianças e adolescentes com implante coclear, do ponto de vista do próprio
sujeito implantado, bem como de seus responsáveis, familiares e professores.