http://www.psiquiatriainfantil.com.br/congressos/uel2007/288.htm |
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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
MERCADO DE TRABALHO E O CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM
EDUCAÇÃO ESPECIAL DA UEL
Maria Cristina Marquezine
Universidade Estadual de Londrina – Londrina-PR
Viviane Maroneis Tramontina
APAE – CAPSi- Cambé-PR
RESUMO
O curso de pós-graduação lato-sensu Especialização em Educação Especial – Deficiência Mental da
Universidade Estadual de Londrina tinha como objetivo a formação continuada e a capacitação de
professores e outros profissionais que atuavam na área. Diante da possível defasagem do curso frente
ao novo documento sobre Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica, elaborou-se um amplo estudo que tinha como um dos objetivos analisar, a partir da percepção dos egressos, a
influência no curso na inserção ou permanência dos egressos no mercado de trabalho, assim como os
seus efeitos secundários no egresso causados pelo Curso de Pós-Graduação em Educação Especial –
Deficiência Mental da UEL. Foram entrevistados 50 egressos, professores da cidade de Londrina, com
idade média de 40 anos. Os instrumentos utilizados foram um roteiro de entrevista semi-estruturado
para a coleta de dados e uma ficha de avaliação da categorização das falas das entrevistas para calcular
o índice de fidedignidade das categorias elaboradas e da distribuição das falas. Os dados coletados
foram submetidos a tratamento estatístico e análise de conteúdo e armazenados em um banco montado
no Access 2003, que foi alimentado com as falas dos participantes, as quais foram distribuídas
categorias de análise. Os resultados indicaram que o Curso teve grande influência na área profissional
dos participantes, visto que a maioria dos entrevistados foi inseridos no mercado de trabalho ou
mudaram de emprego.
Palavras-chave: Educação Especial; Formação de Professores; Pós-Graduação Lato-Sensu
INTRODUÇÃO
Após ter constado à defasagem do Curso de Especialização em Educação Especial da UEL, e diante
do aparecimento do novo documento sobre Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação
Básica (BRASIL, 2001a) elaboradas pela Secretaria de Educação Especial, começamos a pensar em
uma maneira viável de reformular o curso. Não se queria que a reformulação fosse feita apenas a partir
do corpo docente. Desejava-se que ela fosse, também, influenciada pela percepção que os egressos
tinham da formação recebida e das novas necessidades e cobranças do mercado de trabalho em
relação a questões advindas do movimento inclusivo (UNESCO, 1994). Já se sabia que a reformulação
não poderia ser feita com fundamento em opiniões quer de professores, quer de egressos ou, ainda, de
alguns especialistas. Já havia sido decidido que se trabalharia na reformulação com o suporte de
pressupostos, ancorados em resultados científicos.
O primeiro trabalho sobre formação acadêmica contraposta à atividade profissional foi o de Palmiere
(1996) que estudou a relação entre a formação recebida no curso de Psicologia da UEL e o
desempenho profissional. Esse estudo relacionou as várias alterações curriculares do curso com a
entrada dos egressos no mercado de trabalho. O segundo trabalho que se teve contato foi o estudo de
Mendes et al. (1998) que havia sido apresentado em um evento internacional e tratava da
caracterização do perfil do profissional formado pelo programa de pós-graduação em Educação
Especial da Universidade Federal de São Carlos. Esses dois trabalhos sinalizavam o início de alguns
caminhos que poderiam ser percorridos se a idéia da reformulação baseada em dados científicos
continuasse a incomodar o corpo docente. Uma questão dessa magnitude não envolve apenas o como
fazer. Antes de se dar inicio à tarefa propriamente dita, temos que tomar ciência dela, acompanhar sua
evolução e nos situarmos em discussões mais amplas, de abrangência nacional, sobre a formação de
professores em educação especial. Depois da identificação do que estava acontecendo na área,
resolvemos participar, através da avaliação do curso, dessa discussão. Para que a avaliação do curso
sob o ponto de vista do egresso pudesse acontecer, elaboramos um amplo estudo que tem como um
dos objetivos analisar, a partir da percepção dos egressos, quais as influências em relação à inserção ou
permanência dos egressos no mercado de trabalho, assim como outros efeitos causados pelo Curso de
Pós-Graduação em Educação Especial da Universidade Estadual de Londrina. É importante ressaltar,
que o presente trabalho é apenas um recorte de um projeto maior, pois seria impossível apresentá-lo
aqui em sua totalidade.
MÉTODO
DESCRIÇÃO DOS PARTICIPANTES
Participaram do estudo 50 egressos que eram professores na cidade de Londrina, dos quais 03 (6%)
eram do gênero masculino e 47 (94%) do gênero feminino. A idade média dos participantes, na época
da coleta de dados, era de 40,08 anos, com desvio padrão de 7,38, mínimo de 27 e máximo de 59
anos.
INSTRUMENTOS E MATERIAIS
Roteiro Semi-estruturado de Entrevista
Foi elaborado, inicialmente, um roteiro semi-estruturado constituído de 15 questões subjetivas ou
abertas, que buscavam informações mais específicas ou precisas sobre o curso. Com esse roteiro
inicial, realizamos um estudo-piloto com 03 egressos que haviam terminado o curso com uma diferença
de 04 anos entre eles. O estudo piloto mostrou que as questões que envolviam nomes de disciplinas,
datas, nome do corpo docente poderiam sofrer interferências do tempo, pois os egressos alegaram
dificuldades para lembrar dados relacionados a essas perguntas. O roteiro foi refeito e o instrumento
definitivo foi composto por 14 questões que tinham como eixo a percepção do participante quanto à
relação existente entre sua formação acadêmica e a atuação profissional, ou seja, a percepção da
proposta de formação acadêmica do curso diante das necessidades encontradas no campo de atuação
profissional.
Ficha de Avaliação da Categorização das Entrevistas
Utilizamos este instrumento para calcular o índice de fidedignidade da elaboração das categorias e da
distribuição das falas das entrevistas realizadas com os participantes como foi mostrado por Silva
(2005). Foram inseridas algumas questões que não se enquadravam nas categorias, que denominamos
de erro intencional. O critério de concordância estabelecido entre os juízes e o pesquisador foi de, no
mínimo, 90%.
Materiais
Como material, utilizamos um gravador tipo repórter com slide microphone, da marca Panasonic,
e
fitas de gravação tipo cassete, para registro das entrevistas.
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Após a localização e identificação dos egressos que estavam atuando como professores de alunos com
deficiências na cidade de Londrina, iniciamos a coleta de dados por meio de entrevista. Utilizamos um
procedimento padrão a fim de que, no início do contato, fosse pedido a autorização para fazer a
gravação da sessão de coleta de dados e assinado o termo de consentimento. O tempo médio de
realização das entrevistas foi de 30 minutos. Após o término da coleta de dados, as entrevistas foram
transcritas e revisadas. A seguir, realizamos o tratamento e análise dos dados.
TRATAMENTO DOS DADOS
Os dados coletados receberam tratamento estatístico e análise qualitativa denominada análise de
conteúdo (BARDIN, 1977, MANZINI, 2004; OLIVEIRA, 2003) e foram agrupados em categorias
de análise, criadas por exigência do conteúdo dos dados coletados através da entrevista. Para esta
pesquisa utilizamos a conceituação de categorias de Silva (2005, p. 65) para quem “As categorias de
análise se definiram por um conjunto, um grupo ou uma divisão que apresentou características
semelhantes, mas que se distinguiam pela natureza”.
Todos os dados coletados na entrevista foram armazenados em um banco que foi montado no Access
2003 e alimentado com as falas dos participantes, as quais foram distribuídas categorias de análise.
CÁLCULO DE FIDEDIGNIDADE DA DISTRIBUIÇÃO DAS FALAS DA ENTREVISTA
EM CLASSE E SUBCLASSE
O cálculo da fidedignidade inicial foi influenciado pelo trabalho de Silva (2005) e foi desenvolvido para
avaliar a categorização das falas da entrevista realizada com os participantes. Para desenvolvermos
nossa proposta, utilizamos 06 profissionais ou juízes para efetuarem a análise da divisão que
realizamos, com um registro equivalente ao registro utilizado na técnica ‘ponto a ponto’. Cada um dos
temas do instrumento denominado ficha de avaliação da categorização das entrevistas foi distribuído
aos juízes através de sorteio. Além disso, cada um dos temas foi avaliado por dois juízes diferentes,
sendo que o primeiro era pesquisador com experiência em estudos que utilizam a análise de conteúdo
como método de análise das informações e o outro possuía experiência em pesquisas que utilizavam a
abordagem quantitativa. O índice de concordância da análise dos juízes com a distribuição realizada
pelo pesquisador ficou em 91,29%. Bauer e Gaskell (2002) afirmaram que fidedignidade é geralmente
considerada muito alta quando é maior que 90%. O índice 91,29% pode ser visto, portanto, como um
índice muito elevado de fidedignidade.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Analisando os dados referentes à mudança de emprego ou à entrada dos participantes no mercado de
trabalho vamos encontrar a seguinte situação: (a) 26% foram contratados pela escola especial; (b) 22%
foram aprovados em concurso para escola regular, (c) 8% iniciaram a carreira como professores
estatutários cedidos para escola especial; (d) 8% iniciaram a carreira no ensino superior e (f) 4%
iniciaram a carreira docente. Esta exposição dos dados mostra-nos que 68 % dos participantes foram
inseridos no mercado de trabalho ou mudaram de emprego por terem feito o curso de especialização da
UEL. Esta seria a influência determinante ou direta do curso, visto que os dados são provenientes de
relatos de entrevista. Nas entrevistas, esses participantes afirmaram que a alteração funcional pela qual
passaram foi resultado da certificação do curso. Alguns desses profissionais prestaram concurso público
e foram aprovados para o exercício do magistério em Educação Especial nas redes de escolas públicas.
O que não se pode esquecer é que um critério valorizado na seleção foi o vínculo que o candidato
deveria ter com a pessoa portadora de deficiência. Portanto, vários candidatos aprovados já
trabalhavam, anteriormente, com pessoas especiais. Tratando especificamente desse grupo professores
vamos encontrar a seguinte situação: 38% confirmaram que adquiriram estabilidade e progressão
funcional por terem feito o curso; 16% afirmaram que, através do curso, conseguiram permanecer na
função, visto que cumpriram a exigência legal para o exercício do cargo. Examinemos, a seguir os
ganhos secundários.
TABELA 1 - Influência do Curso de Especialização em Educação Especial da UEL na inserção e
permanência no mercado de trabalho.
Categorias
|
N
|
%
|
Estabilidade no emprego e progressão funcional
|
19
|
38
|
Inserção em escola especial
|
13
|
26
|
Ingresso em escola regular
|
11
|
22
|
Ampliação de conhecimento
|
09
|
18
|
Exigência legal para permanecer na função
|
08
|
16
|
Promoção a cargo de chefia em atuação com portador de deficiência
|
07
|
14
|
Convite para a participação e/ou elaboração de projetos inclusivos e para realização
de reformulação do setor em que trabalhava
|
06
|
12
|
Aprovação em concurso público para a carreira como professor estatutário cedido
para a escola especial
|
04
|
08
|
Inicio de carreira docente no ensino superior
|
04
|
08
|
Inicio de atividade profissional na carreira docente
|
02
|
04
|
Aprovação na seleção de cursos de pós-graduação stricto sensu
|
02
|
04
|
Influência em organizações em nível nacional
|
01
|
02
|
Demissão do emprego por seguir os princípios teóricos ensinados no curso
|
01
|
02
|
Não houve alteração funcional
|
03
|
06
|
Dos participantes, 18% afirmaram que a ampliação de conhecimentos melhorou o nível de segurança na
manutenção do emprego, já que trabalhavam em escolas particulares. Outros 26% atribuíram ao curso
a nomeação para cargo de chefia, o convite para reformulação do setor em que trabalhavam e para
projetos inclusivos, já graças à formação recebida, tinham desenvolvido um desempenho profissional de
boa qualidade. Além disso, 4% deles tinham ainda sido aprovados em programas de pós-graduação
stricto sensu, visto que haviam começado a pesquisar por conta do curso. Os demais afirmaram que
não tinha havido alteração funcional (6%) e, finalmente, 2% perderam o emprego por terem defendido
os princípios ensinados pelo corpo docente do curso.
Algumas práticas foram desenvolvidas no curso, e pela fala dos participantes percebemos que geraram
efeitos interessantes na sua prática profissional. Depois de olhar, revisar, analisar e voltar a pensar nos
dados trabalhados, resolvemos classificar esses efeitos como outros efeitos do curso, para evitar
discussões sobre a conceituação de efeitos secundários (TABELA 2). O efeito encontrado com maior
freqüência foi a utilização da teoria e prática de Educação Especial e elaboração de projetos de
atendimento ao portador de necessidades educacionais em outras áreas profissionais (40%). Os
participantes introduziram as propostas aprendidas durante o curso no ensino regular com aluno especial
e não-especial, em projetos de atendimento à comunidade pela universidade na área de educação física,
em segurança pública, na delegacia regional do trabalho, em hospital psiquiátrico e em igrejas.
O segundo efeito mais freqüente apontado pelos participantes foi a inserção na pesquisa e a busca de
outros cursos de pós-graduação (30%). É claro que podemos deduzir que a introdução dos
participantes no mundo da pesquisa foi responsável pela busca de outros cursos que trabalhassem
pesquisa, visto que o corpo docente do curso, de acordo com os participantes, conseguiu desmistificá-la, deixando que fosse encarada como uma atividade que podia ser desenvolvida apenas por
profissionais muito capacitados. A utilização que a academia fez dos trabalhos, ao citá-los em outros
projetos, foi muito valorizada pelo autor do estudo, talvez porque tenha sentido que a sua produção foi
valorizada positivamente. Outros participantes parecem ter considerado produtiva a sua participação em
outros projetos de pesquisa e extensão do corpo docente do curso. Alguns consideram muito
importante a reflexão que aprenderam a fazer sobre os dados de sua própria pesquisa e outros
acabaram engajando-se em novos projetos de pesquisa no ensino do aluno especial. Outros, ainda,
passaram a valorizar a busca da pesquisa aplicada na prática profissional (18%) e a aprendizagem do
uso da informática para ter acesso aos trabalhos publicados (2%). Alguns membros do corpo docente
consideravam como importante o envolvimento dos participantes na apresentação de seus próprios
trabalhos nos eventos científicos, uma vez que eles é que os tinham produzido. Era como se, depois de
muito trabalhar, devessem receber os aplausos.
TABELA 2 – Outros efeitos do Curso de Especialização em Educação Especial da UEL, na opinião
dos participantes.
Categorias
|
N
|
%
|
Utilização da teoria e prática de Educação Especial e elaboração de projetos de
atendimento ao portador de necessidades educacionais em outras áreas profissionais
|
20
|
40
|
Inserção na pesquisa e busca de outros cursos de pós-graduação
|
15
|
30
|
Apresentação de trabalho em evento técnico-científico, publicação e divulgação da
monografia pela mídia
|
13
|
26
|
Desmistificação do trabalho de pesquisa, aquisição da capacidade de reflexão e
identificação de seus resultados como fonte de outras pesquisas
|
13
|
26
|
Análise sobre a formação e atuação dos profissionais de Educação Especial na
formação continuada de professores e orientação informal a colegas de trabalho no
ensino regular
|
10
|
20
|
Habilitação do egresso na solução de problemas teórico-metodológicos
|
10
|
20
|
Alteração da postura teórica do egresso com a valorização e busca da pesquisa
aplicada na prática profissional
|
9
|
18
|
Alteração da prática cotidiana da escola a partir dos resultados da monografia
|
8
|
16
|
Divulgação dos dados da monografia em órgãos governamentais e não-governamentais com vistas a melhorias no atendimento do portador de necessidade
especial e elaboração de novos projetos de pesquisa e intervenção
|
6
|
12
|
Identificação com a forma de trabalho dos docentes do curso pelos contatos em sala
de aula, orientação de monografia e projetos docentes
|
6
|
12
|
Consultoria para os profissionais da área de Educação/Educação Especial e inserção
de profissionais da área de saúde em projetos de inclusão escolar
|
4
|
08
|
Orientação de monografia no curso, cursos superiores e inserção da Educação
Especial no currículo de cursos universitários
|
3
|
06
|
Subsídio e base teórica para respaldar atividade profissional futura
|
2
|
04
|
Outros
|
3
|
06
|
Não houve outros efeitos
|
4
|
08
|
Os resultados vieram mostrar que os jovens autores (26%) valorizaram, e muito, essa participação, mas
não se esqueceram de registrar, também, (12%) a divulgação de seus próprios trabalhos pela mídia, em
órgãos governamentais e não-governamentais e até mesmo, posteriormente, em obras técnicas.
Do total dos participantes, 34% perceberam que algumas portas foram abertas com a divulgação de
seus trabalhos, porquanto foram chamados por outros organismos com vistas ao desenvolvimento ou
participação em projetos em áreas correlatas, assessorias, consultorias, participações em equipes
multidisciplinares, etc.
Quanto aos outros efeitos, ou efeitos secundários propriamente ditos, que começaram a aparecer na
escola de forma positiva, estes foram a habilitação do egresso para solucionar problemas teórico-metodológicos e de atendimento ao aluno especial (20%), seguida, de perto, pela alteração do
cotidiano da escola a partir do resultado da monografia (16%). Relacionados a esta questão da
alteração do cotidiano da escola apareceram o subsídio e a base teórica para respaldar as
reivindicações de atividades técnicas ausentes da escola e, ainda, a alteração da postura teórica do
participante professor (10%). Para culminar, a monografia trouxe de volta um aluno especial (2%) que
tinha abandonado a escola.
Surgiram efeitos que se manifestaram fora da atividade original do participante professor. O primeiro
deles foi o envolvimento de alguns com a formação de professores; outros relacionaram-se à
orientação informal dos colegas na escola (20%). O segundo foi o desenvolvimento de atividades
profissionais no ensino superior (10%), tais como a orientação de monografias, a elaboração de
disciplina com conteúdos de educação especial e até o desejo de deixar a área correlata e passar a
atuar na área da especialização. Houve quem afirmasse que essas atividades identificavam-se com a
forma de trabalho dos docentes do curso. Em meio a todos esses efeitos, houve quem mencionasse a
ausência de outros (8%).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados apontados pelo estudo, observa-se que o Curso de Especialização em Educação
Especial – Deficiência Mental da UEL, teve grande influência na área profissional dos participantes,
visto que 68 % dos entrevistados foram inseridos no mercado de trabalho ou mudaram de emprego por
terem feito o Curso. Além das influências diretas relatadas pelos participantes, outros efeitos causados
pelo curso, de acordo com as falas das entrevistas, também foram considerados importantes na vida
profissional desses professores, como a possibilidade de fazer uso da teoria e prática de Educação
Especial e elaboração de projetos de atendimento ao portador de necessidades educacionais em outras
áreas profissionais, assim como a inserção na pesquisa e a busca de outros cursos de pós-graduação.
Tais resultados nos indicam a valorização por parte dos participantes em relação a necessidade da
aplicação da teoria em práticas profissionais e a importância da formação continuada na área da
Educação Especial.
REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1977.
BAUER, Martin W.; GASKELL, George (Orgs.). Pesquisa qualitativa com textos, imagem e som.
Petrópolis: Vozes, 2002.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes nacionais
para a Educação Especial na Educação básica. Resolução n.º 2 de 11 de setembro de 2001. 2001.
Disponível em:
MANZINI, Eduardo José. Entrevista semi-estruturada: análise de objetivos e de roteiros. In:
SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA E ESTUDOS QUALITATIVOS: A PESQUISA
QUALITATIVA EM DEBATE, 2., 2004, Bauru: Anais... Bauru: SIPEQ, 2004.
MENDES, Enicéia Gonçalves; NUNES, Leila Regina D’Oliveira Paula; FERREIRA, Júlio Romero;
GLAT, Rosana. O programa de pós-graduação em Educação Especial da UFSCar na perspectiva dos
egressos. In: Congresso Ibero-Americano de Educação Especial, 3., Foz do Iguaçu. Anais... Foz
do Iguaçu: [s.n.], 1998. v. 3, p. 270-273.
OLIVEIRA, Elaine Tereza Gomes. Acessibilidade na Universidade Estadual de Londrina:o ponto
de vista do estudante com deficiência. 2003. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de
Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Filosofia e Ciências. Universidade de Estadual Paulista,
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PALMIERE, Marilicia Witzler Antunes R. Da sala de aula ao mercado de trabalho: o que estão
fazendo os psicólogos egressos da UEL? 1996. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade
Estadual de Londrina, Londrina.
SILVA, Andréia Parente. Ponto de vista dos professores de Educação Especial a respeito da atuação
e da formação do educador, relacionado ao contexto da comunicação. 2005. Dissertação (Mestrado
em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Marília.
UNESCO. Declaração de Salamanca e linhas de ação sobre necessidades educativas especiais.
Brasília: CORDE, 1994.