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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2

UMA ABORDAGEM PSICODRAMÁTICA: ATRAVÉS DO OLHAR DE ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA MENTAL.
Sade, Rossana.
Professora Universitária. 
Universidade Estadual Paulista (UNESP) –  Marília


RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo investigar os efeitos do Psicodrama, como um método de intervenção nas relações inter e intra pessoais do indivíduo com deficiência mental.
Após diversas análises e pelas características do estudo, considerou-se que a abordagem que melhor preenchia os requisitos da pesquisa era a etnográfica.
Foram selecionadas cinco participantes que preenchiam os requisitos.   Os encontros foram semanais, sendo a duração duas horas, no período de um ano e meio. O grupo propunha o assunto a ser trabalhado no dia ou no próximo encontro.
Os resultados visam mostrar o emprego do Psicodrama e as vivências psicodramáticas, a partir dos relatos das atividades desenvolvidas através dos temas propostos. Os caminhos percorridos na pesquisa permitiram analisar e tentar descortinar os meandros pelos quais estas jovens estão envoltas.
Rearticulando a sua trajetória de vida, recontada pelas próprias personagens desta peça,  resgatando auto-estima e uma nova visão de suas limitações, muitas vezes imposta pela sociedade.
As técnicas Psicodramáticas auxiliaram estas jovens nas reflexões sobre sua Identidade e seu papel social. 
As suas histórias foram revistas através de todo o processo dramático, estabelecendo novos padrões e revendo sua condição, valorizando seu eu. Procurando um lugar e um destino, descortinando a máscara da deficiência, buscando reencontrar um novo lugar na sociedade, onde o diferente não represente o espelho da imperfeição e das limitações.

       “O que seria de TI se EU não existisse”.
E o que seria de MIM se TU não existisses?”“.              (Moreno, 1984)

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa teve o intuito de investigar, tão rigorosamente quanto possível, os efeitos do Psicodrama, como um método de intervenção e pesquisa nas relações inter e intra pessoais com indivíduos com deficiência mental e avaliar a percepção dos mesmos sobre sua deficiência.
Para a realização desta pesquisa foram analisados o perfil dos participantes com as seguintes características: idade acima de quatorze anos, boa memória, nível razoável de linguagem, compreensão e elaboração. Foram selecionadas cinco participantes com deficiência mental.
Que segundo a descrição do DSM.IV, a característica essencial de deficiência Mental é quando a pessoa tem um “funcionamento intelectual significativamente inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, auto-cuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança”. 
Essa é também a definição de Deficiência Mental adotada pela AAMR (Associação Americana de Deficiência Mental).
A abordagem utilizada neste trabalho, é uma adaptação da abordagem psicodramática moreniana (Andrade, 1991), para uma situação de trabalho não terapêutico e sim educacional, com vistas à promoção das habilidades de relacionamento interpessoal. Esta estratégia é um desenvolvimento da abordagem proposta por Narvaez (1976-77), na qual a liberdade de escolha das brincadeiras ou jogos é muito importante, para se promover um vínculo melhor.
A abordagem utilizada na condução dos grupos que se apresentará em seguida poderia ser classificada como Moreniana. Pois, seus propósitos são: promover a liberação da espontaneidade, dos jogos, representações e outras atividades escolhidas livremente por elas; facilitar a estruturação sociométrica.
Na primeira reunião a Diretora diz: “estamos aqui para fazermos atividades, jogos e brincdeiras juntos”, o propósito foi criar um clima amigável, a fim de garantir um maior envolvimento com a pesquisadora, que assumiu o papel de diretora e dos 5 estagiários: 1 homem e 4 mulheres todos, alunos do Curso de Pedagogia. Eles assumiram o papel de egos auxiliares e participaram de forma ativa nas atividades, inseridos como membros do grupo, assim delimitando seus papéis neste contexto.
O conceito de papéis, para Moreno, que cunhou a expressão ‘role-playing” foi usada em dois sentidos.  Em sentido estrito, Moreno a utiliza para diferenciar as três etapas da estruturação de papel:
“...pode ser útil distinguir entre role-taking (recebimento de um papel) – com o que nos referimos à adoção de um papel acabado, plenamente estabelecido, que não permite ao indivíduo qualquer variação, qualquer grau de liberdade – role-playing (interpretação de papel) – o que permite ao indivíduo um certo grau de liberdade – e role-creatingn (criação de papéis) – o que permite ao indivíduo um alto grau de liberdade, como, por exemplo, o ator espontâneo (Moreno, 1987, p.413-414)
O método do “role-playing”: interpretação de papéis, transformados posteriormente por uma certa prática ideológica em “treinamento de papéis” busca, enquanto método, uma pesquisa, explicitação e transformação dos papéis, tornando em sua dimensão dinâmica ou interativa. Pode-se dizer que ele representa uma derivação do teatro terapêutico, visando à educação e ao desenvolvimento da espontaneidade de uma forma mais global enquanto que o psicodrama e o sociodrama especificavam-se no “tratamento” das patologias.  Por isso o “role-playing” tornou-se o método central do psicodrama.
Para realização deste trabalho o “role-playing” fez-se necessário como auxiliar na integração e criação de vínculos com os indivíduos do grupo, através da interpretação de papéis, houve melhor elaboração e percepção dos processos inter grupais, facilitando o processo reflexivo, sendo que a linguagem nestes indivíduos com deficiência mental apresenta-se com defasagens significativas. 
Para Luria (1971 e 1979a) a característica fundamental do transtorno dos sistemas funcionais nas crianças com deficiência mental reside precisamente no fato de que este predomínio de conexões verbais eletivas (abstratas e gerais) não é suficientemente forte. Por conseqüência, começam a dominar com facilidade as funções primitivas e não específicas da linguagem.
Oliver Sacks (1988a, b, c, e 1990), neurologista e neuropsicólogo britânico, grande admirador dos trabalhos de Luria, ao relatar quatro casos de deficiência mental com os quais trabalhou (Sacks, 1988c, p. 165-216), e sobre os quais trocou correspondência com Luria,  propõe que o trabalho com estes pacientes deva basear-se nas outras qualidades de suas mentes que, provavelmente por não necessitarem do papel direto da linguagem, se mantém preservadas e até mesmo acentuadas. No pós-escrito do capítulo onde apresenta o caso "Rebeca", uma garota de dezenove anos com deficiência mental, defende o poder da música, da narrativa e do drama no trabalho com deficiência mental.
Sobre o drama diz: "E na arte dramática ainda temos mais - o poder que o role tem de organizar, de conferir, em sua duração, toda uma personalidade. A capacidade de atuar, de representar, de ser, parece um "dom gratuito" na vida humana, de uma forma que nada tem a ver com diferenças intelectuais. Pode-se observar isso nas crianças, nos velhos e, de modo comovedor, nas Rebecas que encontramos pelo mundo." (p. 175, grifos do autor)
"Retiramos Rebeca da oficina que ela detestava e conseguimos inscreve-la num grupo especial de teatro. Ela adorou - isto a coordenou e ela se saiu surpreendentemente bem: tornou-se uma pessoa completa, equilibrada, fluente, com estilo, em todos os papéis. E, se alguém a vir no palco, pois sua vida passou a ser o teatro e o grupo, jamais desconfiará que é uma deficiente mental." (p.174)
Esta é a proposta do Psicodrama, cuja aplicação à educação tem sido geralmente referida como Psicodrama Pedagógico. Desde as colocações de Moreno (1987, p. 197-205), sob o título "O Psicodrama na educação" diversos psicodramatistas têm se dedicado ao desenvolvimento desta área de aplicação, entre eles se destacou M. A. Romaña cujo livro "Psicodrama Pedagógico" (1987), e que posteriormente publicou outras duas obras sobre o assunto (Romaña, 1992 e 1996).

MÉTODO
 
Após diversas análises e pelas características do estudo, considerou-se que a abordagem que melhor preenchia os requisitos da pesquisa era a etnográfica. Nesta abordagem o pesquisador mantém contato direto com o cotidiano institucional e com os integrantes, realizando ai a coleta de dados através da observação participante. Esta postura é definida por SCHWARTZ e SCHWARTZ, (apud Cicourel, 1980, p.96) como:

“Um processo pelo qual mantém-se a presença do observador numa situação social com a finalidade de realizar uma investigação científica. O observador está em relação face a face com os observados e, ao participar da vida deles no seu cenário natural, colhe dados. Assim, o observador é parte do contexto sob observação, ao mesmo tempo modificado por este contexto”. 

Ainda segundo BOGDAN e BIKLEN (apud André, 1986, p.30-31),
“as observações devem envolver uma parte descritiva e uma parte mais reflexiva. A parte descritiva compreende um registro detalhado do que ocorre (no campo), ou seja:
1.   descrição dos sujeitos.
2.   reconstrução de diálogos.
3.   Descrição de locais.
4.   Descrição das atividades.
5.   Os comportamentos do observador. Sendo o principal instrumento da pesquisa, é importante que observador inclua na suas anotações as suas atitudes, ações e conversas com os participantes durante o estudo.
Ø   Parte reflexiva das anotações
Ø   Mudanças na perspectiva do observador. É importante que sejam anotadas as expectativas, opiniões, preconceitos e conjecturas do observador e sua evolução durante o estudo.
Ø   Esclarecimentos necessários. As anotações devem também conter pontos a serem esclarecidos, aspectos que parecem confusos, relações a serem explicitadas, elementos que necessitam de maior exploração”.
Foi utilizado como material de registro: gravador e relatos que foram escritos por auxiliares de pesquisa, que participaram  como ego-auxiliar.
Na coleta e análise dos dados, a abordagem é qualitativa, envolvendo dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatizando mais o processo que o produto.
Como instrumentos foram utilizados: observações participantes, trabalhos com grupos.            
A partir dos registros do diário de campo, a analise dos dados formulou-se categorias inicias. Para tanto foi necessário ler e reler o material ate se chegar a uma espécie de “impregnação” do conteúdo
As colocações dos autores que tratam de pesquisa etnográfica coincidem com o psicodrama e a sociometria. Na qual, a principal preocupação refere-se as relações do observado-observador, promovendo a liberação da espontaneidade através de  brincadeiras, jogos, representações e outras atividades livremente escolhidas  facilitando a estruturação sociométrica do grupo e promovendo o desenvolvimento da “tele-relação” entre os participantes.
Os encontros foram semanais, sendo a duração duas horas, totalizando 30 horas, no período de 6 meses.
A primeira fase do trabalho foi 3 meses e a segunda fase no segundo semestre mais 3 meses. Nesta primeira etapa houve a interrupção das atividades no período de férias. 
Na primeira etapa trabalhou-se um conteúdo mínimo e fundamental sobre o Psicodrama, focalizando-se suas possibilidades de aplicação, tanto na transmissão de conhecimentos, como no enfrentamento de situações conflitivas, típicas da relação aluno-aluno.  Na apresentação deste conteúdo, em cada uma das reuniões, utilizou-se das próprias técnicas do Psicodrama.  Esta etapa compreendeu de 11 encontros com o grupo e de 12 supervisões quinzenais com os estagiários.                         
Os temas trabalhados foram:
a) Introdução: Entrosamento dos elementos do grupo e coordenadora; apresentação do conteúdo e objetivo.
b) Psicodrama: Teatro/Educação, Jogos dramáticos. Técnicas Psicodramáticas.
c) Criatividade e Espontaneidade: conceitos; diferença e bloqueios.
Os jogos dramáticos: contribuição dos jogos dramáticos para o desenvolvimento da espontaneidade e criatividade. Técnicas de jogos dramáticos.
Avaliação: Oral objetivando os participantes avaliarem os encontros.
Para processar psicodramaticamente as situações, os grupos passaram por três momentos: aquecimento, dramatização e comentários.
Na Segunda etapa  do trabalho não se estabeleceu nenhum tema a ser tratado, todo o período de atividade de cada reunião foi reservado à reflexão em grupo sobre os temas trazidos pelas participantes, a partir de suas vivências, considerando-se os princípios e temas discutidos na primeira etapa do trabalho. A passagem à dramatização, dos temas trazidos pelos integrantes do grupo, ocorreu sempre que o coordenador julgou conveniente para uma melhor compreensão dos mesmos, através das vivências o subjetivo passou para o concreto facilitando a elaboração dos temas tratados pelas participantes.                                                                  
RESULTADOS

Os resultados visam mostrar o emprego do Psicodrama e as vivências psicodramáticas, a partir dos temas propostos, trabalhados através dos encontros semanais com alunas do CEES, consideradas com deficiência mental.

Tabela 1: Caracterização da Clientela
Participantes: 5 alunas do CEES , 5 estagiários,  1 diretora
 Jovens com idades de 15 a 27 anos.
  
Idade
Nome
Numero de irmãos
Tempo na
instituição
Formação
acadêmica
Estado civil
Local de nascimento
Parecer Diagnóstico
27
MT
4 irmãos
11 anos
Classe especial
solteira
Marília
Deficiência Mental moderada
26
RA
3 irmãos
6 anos
Fundamental completo
solteira

Marília
 
Síndrome de Down

22
 

MP

1 irmão

8 anos
Classe especial
solteira

Marília
 
Síndrome de Down

22

DS

2 irmãos

12 anos
Segunda série do fundamental
solteira
Marília
Síndrome de Down

15
 
CA
1 irmão
5 anos
Segunda série do fundamental
solteira

Vera Cruz
 
Deficiência Mental Leve

Não é tarefa fácil, relatar as vivências, pois raramente se consegue transmitir a dinâmica do grupo ou a intensidade das manifestações pessoais, a intenção é fornecer apenas a idéia dos assuntos vivenciados e das reflexões que foram levantadas, pelos grupos.

O Psicodrama deve ser vivido, como pede seu criador:
“...vivam tudo isso, não deixem em livros mortos” (Moreno).
Serão apresentados alguns temas tratados e um relato parcial de um encontro que foi elaborado a partir das temáticas e atividades desenvolvidas.  Para as categorias, procedeu-se a uma classificação de todos as situações  que ocorreram em cada uma das sessões, o resultado é apresentado a seguir. Na classificação, o autor contou com a colaboração de duas estagiárias que, após lerem as transcrições das sessões, procediam à identificação das categorias que melhor expressassem as suas dificuldades em conviver com o conceito de deficiência e  descritos em cada segmento desta.
Temas:
O olhar e a escuta Psicodramática
Apresentação do trabalho 
Percepção sobre a síndrome de down
Máscaras Sociais.
 Jogos dramáticos.     
O psicodrama no universo lúdico                   
Identificando as partes do corpo e suas preferências
Aquecimento: brincadeira do “STOP” – com partes do corpo. As letras que saíram foram as seguintes: p, v, a, b (foi citado como parte do corpo o Brasil – por M.P) e q. C. tem dificuldades na ortografia. É feita a contagem dos pontos e, M.P fica irritada por não ter ganhado.
Atividade – contornar o corpo no papel. Deitar no papel e uma contorna o corpo da outra. Cada um escolhe seu parceiro. C./M.P – M./R.. C. quer desenhar M.P que não aceita e diz: “Eu quero é a R.”. C. termina de desenhar M. e fica fazendo carinho em M.P, que se queixa por ter tirado sangue, para fazer exame de tireóide. Após o término do contorno no chão, completar o desenho com cabelo, rosto, roupas...

Observações:
R.
M.P
M.
C.
Contorna o desenho todo com a canetinha
Quer o espelho de frente só pra ela
Detalhista
Fez olhos e boca nos lugares errados diz: “assim tá bom!”
 
 
 
Não quer desenhar as roupas, “como cansa”
 
 
 
“vou fazer uma aliança de casamento no meu dedo”

Em seguida marcar a parte do corpo que mais gosta e a parte que menos gosta:
  
 
Parte que mais gosta
Parte que menos gosta
M.
Sobrancelhas, olhos, cabelo
Pé, vagina
R.
Olhos, orelha
Vagina, virilha, coxa
M.P
Olhos, boca
Coxa, vagina
C.
Cabeça

Diretora: M.P porque você não gosta de sua vagina?
M.P: Porque ela sangra e dóiR: Quando menstruo!
Todas concordam com o que M.P fala, menos C. que não se manifestou. 

DISCUSSÃO

Percebeu-se através das análises das categorias, que estas jovens que participaram do trabalho, não conseguiam interagir de igual para igual, como podemos constatar nos relatos.   São pessoas tratadas pela sociedade como indivíduos sem voz, sem escuta, apenas um ser patológico, não respeitada muitas vezes como um cidadão, capaz de dialetizar com o mundo.
Constatando em que extensão esses valores auxiliam na formação da identidade e na totalidade dessas pessoas, sua auto-imagem é estabelecida pelo padrão imposto pelo social. Em um dos encontros onde  o corpo e as partes que mais gostava e não gostava foram tratados, três das participantes colocaram a vagina, justificando que não gostavam da menstruação. 
O papel, no fundo, nada mais é do que uma armadura invisível que recobre o corpo e o faz funcionar segundo direções predeterminadas, um conjunto de normas, de regras, de prescrições
que modela a ação do corpo, operando na sua superfície e a partir das marcas que a história aí
inscreveu. Pesquisar a proveniência de certas estruturas e de certas cristalizações de papéis pode
significar, pois, trabalhar nessa conjunção entre corpo e história. (Naffah Neto, 1989, p. 46.)
As histórias desses indivíduos são verificáveis em suas anamneses, nos relatórios escolares, são histórias de suas deficiências, dificuldades, fracassos, crises emocionais e atitudes sociais inadequadas.  Na vida, nada são, nada valem, pouco representam.
Como ser mulher; em um mundo estabelecido por padrões de estética e de desenvoltura cognitiva.  Neste mundo ser adulto, é ser capaz de viver por si mesmo a sua cotidianidade. 
Como se incluir em um mundo excludente? 
Em conclusão, a abordagem do Psicodrama Pedagógico que aqui apresentamos, além de seus efeitos terapêuticos e educativos, mostrou-se bastante útil na investigação dos processos de como se estabelece os papéis. O Grupo apresentou significativos progressos quanto à: criatividade, interesse maior pelos colegas, falam com menos timidez sobre sua deficiência.   Como constatamos na fala de uma participante para a sua professora: “Eu sou Sindrome de Down”, mais sei fazer muitas coisas, como pintar. 
Hoje estas jovens não negam a deficiência, conforme vimos acima, apenas procuram seu lugar dentro de sua história.

Histórias duram mais que homens, pedras mais que histórias, estrelas mais que pedras.
Mas mesmo as noites de nossas estrelas têm limites e com elas passará esta história modelo para uma terra há muito morta. (...) ser a história que eu conto àqueles com olhos para ver e compreensão para interpretar: despertá-la sempre e saber que nossa história jamais será interrompida, mas recontada a cada noite, enquanto homens e mulheres lerem as estrelas. 
                                                                                     (John Barth, Chimera)



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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