http://www.psiquiatriainfantil.com.br/congressos/uel2007/328.htm

Imprimir

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO AOS DEFICIENTES AUDITIVOS E VISUAIS
Adriana da Silva Lourenço


RESUMO

O objetivo da Educação Inclusiva é uma inclusão pautada em princípios éticos, políticos e estéticos de modo a assegurar, não apenas a processo de escolarização, como também a melhoria da qualidade de vida. Este trabalho mostra o trabalho que vem sendo desenvolvido a três décadas pela Educação Inclusiva. O que a Terapia Ocupacional contribui, sua história; conceito; atuação na Educação Inclusiva; a contribuição com Deficientes Visuais e Auditivos; a história e conceitos da Educação Inclusiva; O que são Necessidades Educacionais Especiais, assim como quem são os Portadores de Necessidades Educacionais.

Introdução
A Inclusão Social teve seu inicio a três décadas, desde então, a sociedade em todo o mundo vem se reestruturando, buscando mudanças e progressos. O processo de inclusão promove a construção de uma sociedade para todos.
Para que uma sociedade se torne inclusiva, é necessário que se tenha a inclusão em todos os níveis da sociedade, fazendo com que exista trabalho inclusivo, transporte inclusivo, escola inclusiva e assim por diante. E será justamente a Educação Inclusiva o objeto de estudo deste trabalho, pois é através da escola que poderemos construir uma nova filosofia que seja verdadeiramente inclusiva.
Acreditando na construção de uma sociedade onde o “direito a ter direito” é uma questão prioritária justificando, assim, a elaboração deste trabalho como forma de conscientização da existência do portador de Necessidades Educacionais Especiais, bem como de mostrar a importância do conviver com a diversidade, fortalecendo a colocação de todos indiscriminadamente.

Método
Incluir dá trabalho. Portanto na área educacional ela deve ter inicio na educação infantil até a educação superior, passando pelo ensino fundamental e ensino médio. Incluindo as demais modalidades: educação de jovens e adultos e educação profissional. O processo inclusivo significa uma verdadeira revolução educacional e envolve o aparecimento de uma escola eficiente, diferente, aberta, comunitária, solidária e democrática onde a pluralidade leva-nos a ultrapassar o limite da integração e alcançar a inclusão. (CARDOSO, 2003). É necessário capacitar todas as escolas (públicas e particulares) para atender todos os alunos, em particular aqueles que são portadores de Necessidades Educacionais Especiais.Os professores devem ter formação e a capacitação como meta principal, suporte aos professores. O professor contará com o apoio de toda a escola, dos pais dos alunos e de toda a equipe multiprofissional para que ele tenha ”[...] informações apropriadas a respeito das dificuldades da criança, dos seus processos de aprendizagem, do seu desenvolvimento social e individual.” (MRECH, 2003).
A escola deve oferecer apoio multiprofissional com reuniões freqüentes com a presença de toda a equipe para discutirem suas práticas e trocarem informações, as escolas devem promover adaptações e a participação da família.
A Terapia Ocupacional é muito importante devido trabalharem diretamente com as AVD´S (Atividades da Vida Diária) e AVP´S (Atividades da Vida prática). Assim poderá disponibilizar de seus conhecimentos, analisando e identificando as mudanças necessárias, com isto sugestionará e confeccionará adaptações para minimizar o processo de inclusão do aluno com Necessidades Educacionais Especiais no ensino regular.
A Terapia Ocupacional contribui com a Educação Inclusiva oferecendo uma visão ampla dos sujeitos envolvidos no processo do ensinar e do aprender, entendendo este processo como algo muito singular. O trabalho da Terapia Ocupacional na escola inclusiva está ligado no interesse em observar e agir em relação ao desenvolvimento global dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais e possibilitar e articular a inclusão destes alunos no ensino regular. (SCHÖER, 2003). A aproximação da Terapia Ocupacional permite compreender como o aluno se relaciona com os outros e com os objetos do conhecimento. É necessário que o terapeuta ocupacional utilize seu maior recurso terapêutico, a atividade, analisando, desenvolvendo e aplicando estas atividades para que facilitem  o aluno a participar de forma “plena” das atividades de sala de aula, adaptando o material para uso de cada aluno. A Terapia Ocupacional juntamente com a equipe multiprofissional irá verificar as possibilidades de adaptações curriculares estruturais e de pessoal, que dêem conta de atender com qualidade a demanda escolar.

Resultado
A Terapia Ocupacional busca como resultado no processo da Educação Inclusiva, uma sociedade realmente para todos. Assim a sociedade toda ganha: professores, terapeutas ocupacionais, profissionais e diretores, os estudantes com deficiência, os alunos sem deficiência. Com a inclusão todas as áreas usufruem de ganhos, sendo assim, adquirem vantagens sociais: a sociedade é mais humana se for mais inclusiva; em termos educativos: a escola inclusiva responde melhor às exigências dos seus clientes; e em termos econômicos; os recursos em equipamentos são distribuídos de forma mais sustentada e eqüitativa a toda a população. (STOLÄUS e MOSQUERA, 2003).
Finalizando Sassaki (2002), a Educação Inclusiva fornece um “senso de comunidade” na sala de aula, por toda a escola e envolvendo pais e atendentes pessoais. Fazendo com que se tenha na escola o estudo e a celebração da diversidade.
Fortalecendo as atitudes de aceitação das diferenças individuais e valorização da diversidade humana e enfatizando a importância do pertencer, da convivência, da cooperação e da contribuição que todas as pessoas podem dar para construirmos uma sociedade mais justa, mais saudáveis, mais satisfatória e principalmente com todos e para todos, acrescenta Sassaki (2002).

Discussão
A sociedade como um todo tem muito ainda a fazer para que se torne inclusiva. Mas, a boa notícia é que estamos caminhando para a conclusão do objetivo da inclusão social.
Nessa perspectiva, enquanto profissionais da área da saúde e da educação, temos que considerar nossos alunos com Necessidades Educacionais Especiais, que antes de tudo sujeitos, suas necessidades são especiais porque a sociedade assim as considera. Portanto, podemos ainda desenvolver com eles habilidades essenciais para a conquista de uma maior autonomia e também a possibilidade de poder contribuir com a sua evolução como pessoas.
A inclusão de pessoas com deficiência nas escolas de ensino regular vem sendo implementada no Brasil há pouco tempo, com muitas falhas e dificuldades, como temos visto neste trabalho, mas também é certo que está ocorrendo um avanço neste sentido, principalmente na questão de incentivo e necessidade de especialização dos profissionais da área, sendo realizadas várias discussões sobre este tema em congressos, seminários e encontros de entidades. Além de especializações em diversos graus de conhecimentos. (SASSAKI, 2002).




Referência Bibliográfica
AUGUSTO, S. do R. da S., Avaliação Diagnóstica dos Portadores de Deficiência. Apostila da pós graduação de Transtornos do Desenvolvimento Humano – das Deficiências as Psicoses, Disciplina: Modalidades de Atendimento na Educação Especial, 2004.

AUGUSTO, S. do R. da S., Características dos Portadores de Necessidades Educacionais Especiais. Apostila da pós graduação de Transtornos do Desenvolvimento Humano – das Deficiências as Psicoses, Disciplina: Modalidades de Atendimento no Educação Especial, 2004.

BRUNO, M. M. G., O Desenvolvimento Integral do Portador de Deficiência Visual: da intervenção precoce à integração escolar. São Paulo: Newswork, 1993.

CAMACHO, O. T., Atenção à diversidade e Educação Especial IN Educação Especial: em direção a educação inclusiva. STOBÃUS, C. D. e MOSQUERA, J. J. M. (org.). Porto Alegre: Edipucrs, 2003.

CARDOSO, M. da S., Aspectos históricos da Educação Especial: da exclusão a inclusão IN Educação Especial: em direção a educação inclusiva. STOBÃUS, C. D. e MOSQUERA, J. J. M. (org.). Porto Alegre: Edipucrs, 2003.

CARLO, M. M. R. P. D.; BARTALOTTI, C. C. Caminhos da Terapia Ocupacional IN CARLO, M. M. R. P. D.; BARTALOTTI, C. C. Terapia Ocupacional no Brasil. São Paulo: Plexus, 2001.

CLEMENTE, C. A., Trabalho e Inclusão Social de Portadores de Deficiência. São Paulo: Peres, 2003.

CORDEIRO, M.T., Módulo: Projeto Pedagógico em Educação Inclusiva

D’ANGELO, C., Crianças Especiais: superando a diferença. São Paulo: EDUSC – Universidade do Sagrado Coração, 1998.

FONSECA, V. da, Tendências futuras da Educação Inclusiva IN Educação Especial: em direção a educação inclusiva. STOBÃUS, C. D. e MOSQUERA, J. J. M. (org.). Porto Alegre: Edipucrs, 2003.

KANAR, M. de C. M., Ciência e Senso Comum no Cotidiano das Classes Especiais. São Paulo: Papirus, 19--. (Série Educação Especial).

KLEINUBING, D. N. Terapia Ocupacional. Anoticia, Joinville, 14-out.-1999. Cadrerno A, Opinoão, p. 03.

LARA, A. T. S., Processo formal de educação de pessoas surdas: subs[idios para a (re)construção do espaço educacional para portadores de surdez IN Educação Especial: em direção a educação inclusiva. STOBÃUS, C. D. e MOSQUERA, J. J. M. (org.). Porto Alegre: Edipucrs, 2003.

MIN, H. Y.; SAMPAIO, M. W.; HADDAD, M. A. O., Baixa Visão: conhecendo mais para ajudar melhor. São Paulo: Laramara, 2001.

MONTOAN, E. Y. E., Uma escola de todos, para todos e com todos: o mote da inclusão IN Educação Especial: em direção a educação inclusiva. STOBÃUS, C. D. e MOSQUERA, J. J. M. (org.). Porto Alegre: Edipucrs, 2003.

NAKAHARA, E. E.; MOLTA, M. P.; TRIÑANES, M. T. R.; FURTADO, R. S. de A. S., Manual para Creche - a integração da criança portadora de deficiência visual: intervenção precoce. São Paulo: Laramara.

SASSAKI, R. K., Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 4 ed. Rio de Janeiro: WVA, 2002.

SCHRÖER, C. M., Uma inclusão da Terapia Ocupacional na Educação. CREFITO, Porto Alegre, v. 01, p. 05-06, mar. 2003.

STALÃUS, C. D., MOSQUERA, J. J. M. et al, Educação Especial: em direção a educação inclusiva. Porto Alegre: Edipucrs, 2003.

UNESCO, Declaração de Salamanca – Linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: Corde, 1994.