http://www.psiquiatriainfantil.com.br/congressos/uel2007/330.htm |
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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
DANDO VOZ ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA
PARA PROMOVER AS HABILIDADES SOCIAIS NA
CONSTRUÇÀO DA RELAÇÀO COM O OUTRO
Patrícia Lorena Quiterio
Mestranda em Educação Especial – UERJ
RESUMO
O objetivo do presente trabalho está sendo promover através
do uso da Comunicação
Alternativa e Ampliada o desenvolvimento das Habilidades Sociais em um grupo de pessoas
portadoras de paralisia cerebral, a fim de que haja um maior desenvolvimento e autonomia nas
interações sociais. Trata-se de uma avaliação multimodal em que busca-se informações junto aos
cuidadores e a professora, através da entrevista recorrente, do questionário de habilidades sociais
e da observação em sala de aula. Para tanto, foi elaborada uma avaliação de Habilidades Sociais,
priorizando a assertividade, utilizando recursos de baixa tecnologia. A amostra é constituída por
uma turma de seis jovens com paralisia cerebral de uma escola da rede municipal da cidade do
Rio de Janeiro. O inventário que foi aplicado é composto por 20 itens de múltipla escolha. Os
itens relatam uma situação problema, para a qual o sujeito tem três alternativas de escolha: uma
assertiva, uma passiva e uma agressiva. Este inventário tem como base o Sistema Multimídia
elaborado por Del Prette (2004). Após esta avaliação, estará sendo desenvolvido um treinamento
em Habilidades Sociais em contextos funcionais e ao final, o inventário adaptado estará sendo
reaplicado tanto no grupo de amostra como no grupo controle.
Introdução
Na atualidade, faz parte do conhecimento geral que o homem é um ser bio-psico-social. A
educação como processo de formação do ser humano, através da agência de ensino – escola –
deve visar desenvolver uma proposta que atenda aos diversos níveis de interesses e diferenças.
Contudo, apesar da Declaração de Salamanca “afirmar que as escolas se devem ajustar a
todas as crianças, independente de suas condições físicas, sociais, linguísticas ou outras”
(art. 3, 1994), podemos constatar que esta inclusão social – TODOS – ainda não parece ser
regra.
Apesar da grande diversidade de programas na Educação Especial, ela faz parte da
Educação Geral, sendo assim os objetivos no processo ensino – aprendizagem são os mesmos
para todas as crianças: desenvolvimento da linguagem, do raciocínio lógico, da cidadania
propiciando a auto-estima, a auto-realização que fazem parte de uma ação educativa para todos
os alunos, o que varia são as estratégias, os recursos metodológicos e/ou adaptativos para
garantir a esta criança o acesso à educação.
Um dos aspectos que se acredita ser fundamental tanto na perpetuação da dificuldade ou
como promoção da superação das dificuldades da pessoa portadora de necessidade educacional
especial é a comunicação, visto que de maneira geral, o ser humano utiliza a linguagem oral e
escrita como forma de comunicação com o outro, pois de acordo com a teoria de Tomasello
(1999) baseada na funcionalidade, a competência social será muito importante no
desenvolvimento da linguagem da criança.
Os alunos com deficiência podem apresentar dificuldades na linguagem receptiva
(compreensão), na linguagem expressiva (oral e escrita) ou em ambas. O aluno que não possui
habilidades de comunicação eficiente pode ser incapaz de expressar seus sentimentos, e
pensamentos e desta forma, ter seu desenvolvimento acadêmico e social prejudicados, ficando
assim, limitados na participação plena de uma educação inclusiva.
Desta maneira, a pessoa portadora de necessidades educativas especiais pode utilizar uma
forma de linguagem que seja criada a partir de signos, símbolos que proporcionem a comunicação
social entre os indivíduos. E, mais ainda, as pessoas se comunicam pelo olhar, pelo toque, pelo
experimentar, pelo movimento mesmo que não estejam escrevendo ou falando. O ser humano
está em constante processo de comunicação (Glennen, 1997).
Desta forma, vamos destacar a pessoa com paralisia cerebral que em alguns casos traz a
parcial ou total impossibilidade de falar, mas não de comunicação, entendendo a comunicação
como um processo muito mais amplo de trocas sociais.
Segundo a Associação Brasileira de Paralisia Cerebral (ABPC) “Paralisia Cerebral é o
termo usado para designar um grupo de desordens motoras, não progressivas, porém sujeitas a
mudanças, resultante de uma lesão no cérebro nos primeiros estágios do seu desenvolvimento”.
Segundo Oliveira, Pinto e Ruffeil (2004) a criança com Paralisia
Cerebral possui um atraso
de desenvolvimento neuropsicomotor, isto é por uma lesão no sistema nervoso central pode
ocorrer um comprometimento na área motora, sensorial e/ou cognitiva, implicando em alterações
ao nível de tônus muscular, qualidade de movimento, percepções e capacidade de apreender e
interpretar os estímulos ambientais, e muitas vezes as seqüelas da Paralisia Cerebral tornam-se
agravadas pelas dificuldades que essas crianças apresentam em explorar o meio e em se
comunicar com o mundo externo.
Na busca da inserção social e da melhoria da qualidade de vida dos portadores de
deficiência pode-se contar, hoje, com os recursos da Comunicação Alternativa e Ampliada que
possibilitam aos portadores de Paralisia Cerebral ter acesso a dispositivos que favorecem a sua
interação com o outro e com o mundo, permitindo assim, a quebra de um paradigma que toda
criança com deficiência neuromotora também apresenta déficit na área cognitiva.
Definindo, Comunicação alternativa e ampliada como, toda e qualquer
ferramenta ou
recurso utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia à
pessoa portadora de deficiência. Seria a tecnologia destinada a dar suporte (mecânico,
elétrico, eletrônico, computadorizado etc.) a pessoas com deficiência física, visual,
auditiva, mental ou múltipla. Sendo assim, o objetivo da Tecnologia Assistiva, enquanto
área da prática clínica é tentar compensar de modo temporário, ou permanente padrões de
incapacidades ou de perturbações exibidos por pessoas com severos distúrbios de comunicação
expressiva, da fala ou da escrita.
Assim, com o objetivo de possibilitar a comunicação entre todos os sujeitos que surge a
Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA). O termo CAA é utilizado para definir outras
formas de comunicação como o uso de gestos, língua de sinais, expressões faciais, uso de
pranchas de alfabeto ou símbolos pictográficos, até o uso de sistemas sofisticados de computador
com voz sintetizada (Glennen, 1997). A comunicação é considerada alternativa quando o
indivíduo não apresenta outra forma de comunicação e, considerada ampliada quando o indivíduo
possui alguma comunicação, mas esta não é suficiente para as suas trocas sociais.
A introdução da tecnologia no processo de comunicação contribuiu de forma decisiva para
o aumento da integração dos indivíduos não falantes, tornando-os mais independentes e
alargando as possibilidades de desenvolvimento de potenciais cognitivos, favorecendo assim as
suas relações.
Na CAA utiliza-se vários símbolos (representações visuais, auditivas ou táteis de um
conceito). Os sistemas simbólicos que necessitam de recursos externos requerem instrumentos ou
equipamentos além do corpo do aluno para produzir uma mensagem. Esses sistemas podem ser
de baixa tecnologia ou de alta tecnologia (Soro-Camats, 1998). São exemplos de recursos de
baixa tecnologia os objetos reais, objetos em miniatura, fotografia, objetos parciais, sistemas
gráficos, pranchas de comunicação, “eye-eye” (pranchas de olhar) e o comunicador em forma de
relógio.
É possível perceber em nossa prática de pesquisa que a sistemática dos procedimentos da
Comunicação Alternativa e Ampliada podem encurtar o tempo que as crianças com necessidades
educacionais especiais levam para alcançar a comunicação intencional e significativa, bem como
se pode constatar que as crianças que têm reduzido ou não possuem condições de utilizar o
código verbal encontram nos sistemas de CAA a possibilidade de interação, do diálogo e de
construção de conhecimento, visto que: “o déficit comunicativo traz consigo limitações tanto
para o desenvolvimento cognitivo da criança como para seu desenvolvimento social e da
personalidade” (Basil, p. 259).
A proposta da CAA não é de criar um grupo restrito de alunos, pois isto poderia promover
a exclusão, mas a intenção da CAA é atribuir símbolos com significados, pois conforme ressalta
Geertz (1989) nós nascemos humanos, mas nos tornamos seres humanos a partir do momento
que interagimos nas culturas, no grupo social.
Com o intuito de promover esta interação utilizando recursos da CAA, buscamos como
referencial os estudos sobre as Habilidades Sociais (HS).
As HS reúnem componentes comportamentais (verbais de forma, verbais de conteúdo e
não verbais - Ex. postura e contato ocular), cognitivo-afetivos mediadores (habilidades e
sentimentos envolvidos na decodificação das demandas interpessoais da situação, na decisão
sobre o desempenho requerido nessa situação e na elaboração e automonitoria desse
desempenho – Ex. auto-eficácia e leitura do ambiente), fisiológicos (processos sensoriais e de
regulação ou controle autonômico – Ex. respiração e taxa cardíaca) e aparência pessoal e
atratividade física (Oliveira, 2005).
Dado o impacto negativo dos déficits em HS sobre a saúde e a qualidade de vida das
pessoas, intervenções têm sido desenvolvidas nesta área com a denominação geral de
Treinamento de Habilidades Sociais (THS). O THS consiste no ensino direto e sistemático de
habilidades interpessoais com o propósito de aperfeiçoar a competência individual e interpessoal
em situações sociais (Murta, 2005).
Do ponto de vista da técnica, compreende duas etapas, não necessariamente separadas: a
de avaliação e a de intervenção. A avaliação visa à identificação de déficits e excessos
comportamentais, seus antecedentes e conseqüentes, respostas emocionais inadequadas (falta da
percepção ou uma reação exagerada) e crenças distorcidas que estejam contribuindo para a não
emissão de comportamentos socialmente habilidosos. As fontes de informação podem incluir o
próprio cliente e outros significantes, como pais, professores e pares (Oliveira, 2005).
Os primeiros programas de THS foram propostos em formato individual, mas a literatura
recente tem chamado a atenção para as seguintes vantagens de intervenções em grupo: (a) uma
situação social já estabelecida, (b) tipos de pessoas diferentes para representar papéis e dar
feedbacks, (c) uma série de modelos para modelação, e (d) modelos com características em
comum com o observador, o que facilita a aprendizagem observacional (Oliveira, 2005).
De acordo com os objetivos gerais, tais intervenções podem ser agrupadas em: primária,
secundária e terciária, bem como apresenta a literatura apresenta duas formas de aplicação das
intervenções para o desenvolvimento de habilidades sociais: multicomponentes e unicomponentes.
Nesta pesquisa o THS está sendo feito em grupo, os objetivos são terciários e a forma de
aplicação é multicomponente.
As técnicas predominantes estão sendo baseadas na Psicologia Cognitivo-Comportamental,
tais como: compreender o fornecimento de instruções, ensaio comportamental, modelação,
modelagem, feedback verbal e em vídeo, tarefas de casa, reestruturação cognitiva, solução de
problemas, relaxamento e vivências (Oliveira, 2005). Em seu conjunto, estas técnicas visam a
modificar componentes comportamentais (como o ensaio comportamental), cognitivos (como a
reestruturação cognitiva) e fisiológicos (como o relaxamento) típicos dos déficits em habilidades
sociais.
A proposta de trabalho que estamos desenvolvendo busca favorecer o desenvolvimento da
competência social como algo que “articula pensamentos, sentimentos e ações em função de
objetivos pessoais e de demandas da situação e da cultura, gerando conseqüências positivas para
o indivíduo e para sua relação com as pessoas”, isto é, se busca fundamentação para a avaliação
e intervenção nas contribuições de: Vygotsky (1988), que com sua perspectiva histórico-social,
utiliza principalmente o conceito de zona de desenvolvimento proximal, na qual a proposta tende a
promover um clima de interação para mediar a formação e desenvolvimento do ser em
movimento em diferentes aspectos; Tomasello (1999) que enfoca uma comunicação baseada na
funcionalidade, destacando que a competência no ambiente social será muito importante para o
desenvolvimento lingüístico da criança e nos pesquisadores Del Prette (2004) na sugestão de
orientações e vivências que favoreçam o desenvolvimento das habilidades sociais.
Método
Este projeto está promovendo através do uso da CAA o desenvolvimento das HS em
grupo de pessoas portadoras de paralisia cerebral, com o objetivo de promover um maior
desenvolvimento e autonomia nas interações sociais.
Desta forma, o programa que está sendo proposto utiliza o delineamento pré-experimental
com pré e pós-teste. A avaliação de um programa que ocorre antes e após a intervenção é
definida como um delineamento A-B com pré e pós-intervenção (Nunes e Nunes, 1987). Neste
estudo está sendo empregada a seguinte proposta metodológica:
1a. etapa – no primeiro momento realizou-se a Observação – as pesquisadoras passaram a
frequentar a classe dos alunos três vezes por semana, registrando através do LOG (Registro de
Observação) e da filmagem toda a dinâmica da sala de aula. No segundo momento, foi aplicado
um Questionário para professores e pais (escala de Likert – quadro 1). Ainda no processo de
Avaliação foi realizada uma Entrevista Recorrente com o cuidador (pai, mãe e/ou acompanhante)
focalizada nas Habilidades Sociais. A proposta de utilizar este tipo de entrevista advém do
aspecto de que na primeira entrevista há uma situação de defesa. Desta maneira, com esta
proposta de entrevista a pessoa tem a oportunidade de rever suas colocações, sua fala, isto é, a
entrevista é gravada, transcrita de forma integral, registrada através de um texto e o entrevistador
a relê e tem a oportunidade de fazer comentários, corrigir idéias, esclarecer as falas –
promovendo, assim, a oportunidade de revisão e de assegurar a fidedignidade. (Bogdon & Biklin,
1994). Como etapa final da Avaliação foi aplicado o Inventário de Habilidades Sociais Adaptado
pela Comunicação Alternativa, para avaliar o desenvolvimento destas habilidades nos sujeitos
(quadro 2).
2a. Etapa - Treinamento em Habilidades Sociais – a próxima
etapa da pesquisa estará
sendo realizada no primeiro semestre de 2008, após a análise qualitativa, teórica, semântica e de
conteúdo da primeira etapa. De maneira geral, tem-se como objetivo desenvolver as seguintes
habilidades no grupo de participantes: 1) habilidades básicas: contato ocular, acompanhamento da
fala, nome/cumprimento, volume da voz; 2) Reconhecimento afetivo: expressão e verbalização da
emoção; 3) Civilidade: espaço pessoal, pedir licença/agradecer favores, inserir-se em conversas
apropriadamente, reconhecer sinais no interlocutor, alternância, encerramento; 4) Habilidade de
fazer amizades: iniciar e manter conversação, fazer convite, demonstrar interesse pelo outro; 5)
Auto-controle: lidar com a críticas, manejo da raiva e 6) habilidade assertiva: expressão do
desejo, defesa de agressões, pensamento discordante e negar/fazer pedidos.
3a. etapa - Replicação da Avaliação de Habilidades
Sociais para assegurar a validade
interna. Esta etapa estará sendo realizada no início do segundo semestre de 2008, seguindo o
planejamento abaixo:
|
Pré-teste
|
Intervenção
|
Pós-teste
|
Grupo I
|
Y1
|
X
|
Y2
|
Grupo II
|
Y3
|
__
|
Y4
|
Resultado
A filmagem do desempenho nas sessões poderá prover feedback preciso
e objetivo para
os participantes acerca de seu próprio comportamento, além de fornecer dados para observação
sistemática a ser feita pelos pesquisadores.
O planejamento da avaliação de programas de THS é tão relevante quanto o planejamento
de sua implementação. Avaliações de programas podem ser realizadas em quatro fases: (a) antes
do tratamento (avaliação de necessidades), (b) durante o tratamento (avaliação de processo), (c)
depois do tratamento (avaliação de resultados) e (d) no período de acompanhamento (avaliação
de follow-up). Inicialmente, realiza-se uma ampla análise comportamental para identificar os
déficits em HS do participante. Durante o treinamento, verifica-se a forma com que os
comportamentos do indivíduo se modificam e o modo como o paciente avalia seu próprio
progresso. Estas avaliações permitem averiguar se a intervenção escolhida foi correta ou se é
necessário mudar o tipo de intervenção que está sendo realizada. A avaliação depois do
tratamento possibilita uma idéia da melhora do participante e a avaliação no período de
acompanhamento serve para explorar o grau em que o paciente manteve as mudanças e se
progrediu mais com o passar do tempo (Murta, 2005).
Desta forma, este trabalho faz parte da pesquisa de dissertação de Mestrado, no qual foi
realizada a primeira etapa e descreve também os objetivos relacionados as etapas posteriores,
segunda e terceira etapa.
Discussão
O presente estudo tem consistido em uma contribuição promissora por evidenciar que é
possível associar intervenção e pesquisa, ainda que com limitações de delineamento, e por sugerir
que o Treinamento em Habilidades Sociais em grupo favorece o desenvolvimento de habilidades
de comunicação junto a portadores de necessidades especiais.
Mediante o uso destas técnicas que estão sendo aplicadas e avaliadas constantemente,
através de gravações/filmagens para análise e discussão em grupo, para continuidade ou
modificação das estratégias de intervenção, ratifica-se a possibilidade e viabilidade de
desenvolver este plano de tratamento, proposto na segunda etapa.
Em algumas das intervenções, serão conjugadas as fontes de informação para a coleta de
dados como pais e crianças ou professores e crianças. Este panorama geral revela grande
variabilidade em contextos de aplicação de treinamento em habilidades sociais e uma tendência
de avaliação conforme o princípio da triangulação, isto é, de associar instrumentos e fontes de
informação diferentes para verificação do mesmo objetivo. Tal tendência é bem-vinda por
favorecer o fornecimento de informações mais completas sobre a efetividade destas intervenções.
Vale destacar que a produção nacional em programas de treino em habilidades sociais,
ainda que tenha tido início recente, tem sido implementada em grande parte por meio de
delineamentos pré-experimentais em contextos diversificados e com cuidados metodológicos
relevantes. Isto torna a produção atual uma contribuição valiosa para clínicos e pesquisadores
interessados no desenvolvimento de tecnologia comportamental para promoção de saúde e
desenvolvimento humano, estimulando o desdobramento de inúmeros estudos futuros em campos
variados de aplicação.
Concluiu-se que este trabalho possui um enfoque sensibilizador, no qual, os sujeitos
envolvidos na pesquisa estão podendo avaliar se estão tendo ganhos funcionais no uso das
Habilidades Sociais através da Comunicação Alternativa e Ampliada, pois o principal objetivo é
que estas pessoas estejam articuladas durante o processo de investigação, conforme destaca
Manzini (2003) para que possam ter oportunidades de efetiva interação com o outro através das
Habilidades Sociais promovendo uma melhora na qualidade de vida.
“A criança portadora de deficiência não é uma criança menos desenvolvida do que
seus parceiros normais é uma criança, mas que se desenvolve de outro modo” (Vygotsky,
1988).
Referências bibliográficas:
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Desenvolvimento Psicológico e Educação, 3. Cap. 17, pp. 252-271.
BOGDON & BIKLIN. Entrevistas. s.ed.: 1994.
GEERTZ, C. Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura. In: A interpretação
das culturas. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos, 1989.
GILL, N. B. Comunicação através de símbolos: abordagem clínica baseada em diversos estudos.
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GLENNEN, S. L. Introduction to augmentative and alternative communication. In: S. L. Glennen
& D. C. deCoste (org). Handbook of Augmentative and Alternative Communication (pp. 3-20). San Diego: Singular Publishing Group, INC, 1997.
MANZINI, E. J. Considerações sobre a elaboração de roteiro para entrevista semi-estruturada.
In: Colóquios sobre pesquisa em Educação Especial.(pp. 11-25). Londrina; EDUEL, 2003.
MURTA, S. G. Aplicações do Treinamento em Habilidades Sociais: análise da produção
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NUNES, F. & NUNES, L. Metodologia de Pesquisa em Educação Especial: Delineamento
de pesquisa de sujeito como seu próprio controle. Tecnologia Educacional – Rio de Janeiro, v.
16 (78/79): 33-35, set/dez. 1987.
NUNES, L. R. O.P E se não podemos falar? A comunicação alternativa para portadores de
distúrbios da fala. Consciência: Boletim Informativo do Conselho Regional de Psicologia do
Rio de Janeiro, 1(3), 12-13, 1999.
OLIVEIRA, A. I. A. de; PINTO, R.F. & RUFFEIL, E. A tecnologia e o desenvolvimento
cognitivo da criança com paralisia cerebral. In: http://www.niee.ufrgs.br, acessado no dia
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OLIVEIRA, E. Z. de. Psicologia das habilidades sociais na infância: teoria e prática.
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PRETTE, Z. Del. Sistema Multimídia de Habilidades Sociais para Crianças. SMHSC-Del-Prette,
2004.
TOMASELLO, M. The cultural origins of human cognition. Harvard University Press, 1999.
VYGOTSKY, L. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
SORO-CAMATS, E. Uso de ayudas técnicas para la comunicacion, el juego, la movilidad y el
control del entorno: um enfoque habilitador. In: C. B. Almirall, E. Soro-Camats & C.R. Bultó.
Sistemas de signos y ayudas técnicas para la comunicacion aumentativa y la escrita:
principios teóricos y aplicaciones (pp. 23-41) Barcelona: Masson, 1998.
Quadro 1
HABILIDADES BÁSICAS
|
01
|
Mantém contato ocular com o interlocutor
|
CP
|
C
|
I
|
D
|
DP
|
02
|
Cumprimenta as pessoas ao chegar ou ao sair dos lugares
(Bom dia, Boa tarde, Oi, tudo bem?; Tchau)
|
CP
|
C
|
I
|
D
|
DP
|
03
|
Dirigi-se às pessoas utilizando o nome delas
|
CP
|
C
|
I
|
D
|
DP
|
HABILIDADES DE RECONHECIMENTO AFETIVO
|
08
|
É capaz de expressar facialmente sentimentos de alegria,
tristeza, raiva
|
CP
|
C
|
I
|
D
|
DP
|
Quadro 2
HABILIDADES SOCIAIS PARA USUÁRIOS DE CAA
· Situação 1
Carla olha para um grupo de colegas jogando um jogo da memória adaptado e
gostaria de jogar com elas. O que Carla vai fazer?
Reação 1 - Carla chama seus colegas e aponta para o jogo, dando um sorriso.
Reação 2 - Carla empurra sua cadeira de rodas até onde eles estão jogando e derruba o
jogo com a cadeira.
Reação 3 - Carla empurra sua cadeira de rodas até o local onde eles estão jogando e fica
olhando.