http://www.psiquiatriainfantil.com.br/congressos/uel2007/346.htm |
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Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2
ATLETISMO PARA TETRAPLÉGICO POR LESÃO MEDULAR: ESTUDO DE UM
CASO.
Lincoln dos Santos Andrade1
Lucas Camilo Richter Barbosa da Silva1
Gisele Cristina Galli1
Rosangela Marques Busto2
Abdallah Achour Junior2
José Eugênio Zanineli3
1 Acadêmica do Curso de Esporte da Universidade Estadual de Londrina, membro do Grupo de Estudo
Dimensões do Esporte Adaptado.
2 Docentes da Universidade Estadual de Londrina, membros do Grupo de Estudo Dimensões do Esporte
Adaptado.
3 Professor de Educação Física da Fundação de Esportes.
RESUMO
Este estudo teve como objetivo acompanhar as possíveis alterações na freqüência cardíaca em um
indivíduo adulto tetraplégico da cidade de Londrina-Pr. O treino teve duração média de 40 minutos,
com desvio de 17,08, quatro vezes por semana. O número de batimento cardíaca inicial foi mínimo
de 70 bpm e máxima de 84 bpm. A média dos batimentos cardíacos durante o trabalho ficou em
média de 74 a 117 bpm. O valor de alteração foi em média de com desvio padrão para o batimento
cardíaco inicial de 6,42 e ao final do trabalho de 16,38. Os dados obtidos no mês de março a
setembro, serão comparados e analisados através de tratamento estatístico para verificar se a
preparação física para a meia maratona do Rio de Janeiro proporcionou uma adaptação
cardiorrespiratória. Está análise servirá de parâmetro para o planejamento de novos treinamentos
visando a participações em competições nacionais e internacionais.
Palavras Chave: Esporte, Basquetebol, Força de Membros Superiores, Deficiência Física,
Paratletas.
INTRODUÇÃO
O Atletismo é denominado como esporte-base, porque sua prática corresponde a movimentos
naturais do ser humano: correr, saltar e lançar. A história do atletismo pode ser dividida em três
períodos: o primeiro, de suas origens, nas civilizações primitivas, à extinção dos antigos jogos
olímpicos, pelo imperador romano Teodósio, no ano de 393 d.C.; o segundo, da Idade média, a
época de atividade descontínua ou mesmo de decadência para as competições de pista e campo, ao
século passado, quando educadores vitorianos introduziram os esportes nas escolas inglesas,
definindo-os, codificando-os e mais tarde difundindo-os pela Europa; e o terceiro, do renascimento
dos jogos olímpicos, em 1896, com o barão francês Pierre de Coubertin, ao atletismo dos dias
atuais ( ).
O Atletismo, de acordo com a Confederação Brasileira de Atletismo, é um esporte com provas de
pista (corridas), de campo (saltos e lançamentos), provas combinadas, como decatlo e heptatlo
(que reúnem provas de pista e de campo), o pedestrianismo (corridas de rua, como a maratona),
corridas em campo (cross country), corridas em montanha, e marcha atlética. (CBAt, 2007)
Amputados, cadeirantes, deficientes visuais, deficientes mentais e paralisados cerebrais competem
no atletismo, tanto no masculino como no feminino. Os atletas recebem uma classificação de acordo
com o grau de deficiência de cada um, para que haja equilíbrio nas competições. (CPB, 2007)
Classificação Funcional
Com o objetivo de promover uma competição justa em um universo tão distinto de atletas com
deficiência física foi decidido agrupá-los em classes de acordo com a amplitude do
comprometimento motor ou visual. Os atletas pertencem a seis grupos no Movimento Paraolímpico:
• Atleta com paralisia cerebral
• Atleta com lesão medular
• Atleta com amputação
• Atleta com deficiência visual
• Atleta com deficiência mental
• Les autres (inclui todos os atletas com alguma deficiência de mobilidade não incluída nos grupos
acima)
No atletismo, esportistas de todas as categorias de deficiência representadas no IPC (Comitê
Paraolímpico Internacional) competirão nas seguintes divisões:
As classes 11, 12 e 13, que abrangem os diferentes níveis de deficiência visual.
A classe 20, que abrange os atletas com deficiência intelectual.
As classes 32-38, que abrangem os atletas com diferentes níveis de paralisia cerebral – tanto
cadeirantes (32-34), quanto não-cadeirantes (35-38).
As classes 40-46, que abrangem atletas não-cadeirantes com diferentes níveis de amputação ou
outras deficiências, incluindo "les autres" (por exemplo, nanismo).
As classes 51-58, que abrangem atletas cadeirantes com diferentes níveis de lesão medular e
amputações.
“F” representa classes de Field, e “T” representa classes de Pista (Parapan, Rio-2007).
Esporte na Reabilitação
Os lesados medulares por sua condição física deteriorada têm alterado várias funções
motoras que os levam ao sedentarismo e o esporte tem sido considerado um recurso impar nos
programas de reabilitação de deficientes físicos, pois permite ao individuo a utilização de suas
capacidades e a aprendizagem de habilidades que contribuirão para seu desempenho em funções de
seu potencial de reabilitação. Colabora ainda na prevenção de distúrbios secundários e na
reabilitação social, física e psíquica dos portadores de deficiência.
Alguns efeitos da prática esportiva ainda durante a hospitalização:
· Elevação
de capacidades funcionais, como a cardiovascular e a neromuscular;
· Complementação
dos tratamentos médico e fisioterápico;
· Suporte
psíquico;
· Maior
independência e capacidade de iniciativa;
· Aprendizagem
prática de formas motoras lúdicas, que tornem mais agradável o
tempo de hospitalização;
· Contribuir
para a educação e a adoção de condutas comportamentais, após a
alta hospitalar, que assegurem a continuidade do processo voltado para a saúde
física, mental e bem-estar social;
· Preparação
para reassumir funções sociais (como o trabalho, família, estudo,
lazer ativo, etc.)
· Facilitar
a transição entre ser “doente” e “apto”.(Souza, 1994, p.26)
“Em relação a pratica esportiva esta pode contribuir para uma melhora do
autoconceito, assim como fatores relacionados à reintegração social e auto-estima, uma vez que
pacientes desportistas tiveram um escore diminuído quanto à ansiedade e depressão. Neste sentido
podemos assinalar que a escolha de uma atividade esportiva possa ser decorrente de uma maior
flexibilidade quanto ao processo de reintegração social minimizando os problemas decorrentes do
isolamento social enfrentado por esta parcela da população”. (MELLO, et al 2000 p.74).
Objetivo
Este estudo tem como objetivo acompanhar a variação de freqüência cardíaca de um atleta
tetraplégico durante sua preparação para a participação na Meia Maratona do Rio de Janeiro/2007.
MÉTODO
Sujeitos
Participa deste estudo 01 sujeito do gênero masculino, diagnosticados como tetraplégicos por lesão
medular, com 33 anos, inscritos no projeto “O Esporte na Saúde e na Qualidade de Vida de Pessoa
com Paraplegia por Lesão Medular”, desenvolvido pelo Departamento de Ciências do Esporte no
Centro de Educação Física e Esportes da Universidade Estadual de Londrina.
Coleta de Dados
Os dados foram obtidos através do controle de freqüência cardíaca durante as sessões de treino
realizadas na Pista de Atletismo do Centro de Educação Física e Esportes da Universidade Estadual
de Londrina.
Polar?
A bicicleta contém um medidor de distância – Aquecimento
RESULTADOS
O sujeito participante deste estudo possui curso superior, adquiriu a tetraplegia em acidente
automobilístico no ano de 2002.
O treinamento teve início no mês de março de 2007, na Pista de Atletismo do Centro de Educação
física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina, no período noturno, visando sua
participação na Meia Maratona do Rio de Janeiro que ocorrerá no dia 02 de setembro.
Os resultados preliminares mostram que a menor freqüência cardíaca inicial e quanto foi a
diminuição mês a mês apresentada pelo atleta foi 58 batimentos cardíacos, na 14o. sessão de treino.
A maior freqüência cardíaca registrada ocorreu na 24o com 171 batimentos, sessão após três
meses de treino.
Os dados demonstram os resultados obtidos após cinco meses de trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados obtidos no mês de março a setembro, serão comparados e analisados através de
tratamento estatístico para verificar se a preparação física para a meia maratona do Rio de Janeiro
proporcionou uma adaptação cardiorrespiratória. Está análise servirá de parâmetro para o
planejamento de novos treinamentos visando a participações em competições nacionais e
internacionais.
BIBLIOGRAFIA
Busto, R.M., Achour Junior, A., Medole, F. O., Marçal, A. F. & Bruniera, C. A. V (2007) Projeto
Integrado O Esporte na Saúde e na Qualidade de Vida de Pessoas com Paraplegia por Lesão
Medular. Universidade Estadual de Londrina, 2007.