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AVALIAÇÃO DE CLASSE SOCIAL – PELOTAS
Iniciais: _______ RG: ________-__ DATA: ___/___/___
Classe social:__________________
Conta própria:
na construção civil proletariado
típico
nos demais setores da produção de bens materiais
com formação universitária nova
pequena burguesia
sem formação universitária
com estabelecimento pequena
burguesia
tradicional
sem estabelecimento
c/
conhecimento do ofício pequena burguesia
tradicional
s/
conhecimento do ofício subproletariado
no comércio e serviços
com formação universitária nova
pequena burguesia
sem formação universitária
com estabelecimento pequena
burguesia
tradicional
sem estabelecimento
c/
conhecimento do ofício pequena burguesia
tradicional
s/ conhecimento do ofício subproletariado
Assalariados:
na produção de bens materiais
relação direta c/ construção
na construção civil
c/
form. universit. e/ou postos diretivos nova pequena burguesia
s/
form. universit. e postos diretivos
c/
conhec. de ofício proletariado típico
s/
conhec. de ofício subproletariado
nos demais setores de prod. de bens materiais
c/
form. universit. e/ou postos diretivos nova pequena burguesia
s/
form. universit. e postos diretivos proletariado típico
relação indireta c/ produção
c/ form. universit. e/ou postos diretivos nova
pequena burguesia
s/ form. universit. e postos diretivos proletariado
não típico
em serviços domésticos subproletariado
em comércio e serviços (exceto domésticos)
c/ form. universit. e/ou postos diretivos nova
pequena burguesia
s/ form. universit. e postos diretivos proletariado
não típico
Empregadores:
com 5 ou mais empregados e renda igual ou superior a 15 SM burguesia
até 4 empregados e/ou renda inferior a 15 SM
com formação universitária nova
pequena burguesia
sem formação universitária pequena
burguesia
tradicional
ANEXO I
COMPOSIÇÃO DAS CLASSES SOCIAIS UTILIZADA NO PRESENTE ESTUDO.
VERSÃO MODIFICADA DA PROPOSTA DE BRONFMAN E TUIRÁN*
A burguesia está constituída por todos os proprietários de meios de produção que, sem
estar eles mesmos sujeitos à exploração, empregam força de trabalho assalariada', exercendo
uma função de exploração de tipo capitalista que se expressa na apropriação de uma porção
de tempo de trabalho do operário. Os requisitos exigidos para pertinência a esta classe, são:
a) empregar cinco ou mais pessoas; e
b) ter renda individual superior a quinze salários mínimos (pontos de corte arbitrário, porém'
com base nas características sócio-econômicas de Pelotas).
A nova pequena burguesia engloba os agentes sociais que ocupam os postos de mais alto
nível técnico e de tomada de decisões, especificamente:
a) os trabalhadores assalariados que desempenham, no plano econômico, funções próprias
do capital, como são as de direção, organização e vigilância do processo de trabalho e
da produção, como, por exemplo, os diretores de empresas, os gerentes,
administradores, chefes de departamentos, e outros, que cumprem a função de organizar
a exploração da força de trabalho;
b) os trabalhadores assalariados que exercem funções de direção dentro do setor público.
Este grupo é composto por agentes sociais que tem como função planejar, instrumentar
e/ou executar políticas que contribuam para a reprodução das relações de produção
capitalista. A alta oficialidade do exército e da polícia, os quadros diretivos da burocracia
política, os legisladores, os agentes responsáveis pela execução da justiça nos tribunais, e
outros, são exemplos destes agentes sociais;
c) os trabalhadores assalariados que exercem funções as quais, apesar de não serem de
direção, requerem uma formação profissional de nível universitário. Neste grupo
encontram-se os agentes que detêm o controle técnico dos meios de produção
(engenheiros, cientistas, agrônomos, e outros) e aqueles cuja função é servir de veículo
transmissor da ideologia dominante (jornalistas, professores, publicitários, e outros);
d) os profissionais autônomos que são portadores de práticas especializadas
que lhes
permitem vender seu trabalho, ainda que não sua força de trabalho. Pertencem a este
grupo, agentes, tais como os profissionais e técnicos que trabalham por conta própria,
como médicos, engenheiros, advogados, dentistas, e outros. Estes agentes podem até
possuir meios de produção e contratar mão de obra assalariada, mas diferenciam-se da
burguesia por empregarem menos de cinco pessoas e/ou por terem renda individual
inferior a quinze salários mínimos.
A pequena burguesia tradicional é composta pelos agentes sociais que, sem possuir
formação universitária, possuem a capacidade de reproduzir-se de maneira independente por
disporem de meios de produção próprios. A reprodução desta classe baseia-se na utilização
da força de trabalho do grupo familiar. Podem contratar força de trabalho assalariada, mas
diferenciam-se dos burgueses por contratarem menos de cinco empregados e/ou por sua
renda individual ser inferior a quinze salários mínimos. Geralmente, as unidades de produção e
comercialização que pertencem a esta classe operam em uma escala de reprodução simples,
que lhes permite apenas recuperar o capital e o trabalho invertidos no processo. Desta forma
asseguram, por uma parte, sua continuidade no processo econômico e, por outra, a
reprodução de sua força de trabalho e de sua família. Este grupo encontra-se integrado pelos
agentes da indústria artesanal, pelos pequenos comerciantes, e pelos proprietários
independentes do setor serviços.
O proletariado inclui todos os agentes sociais que, estando submetidos a uma relação de
exploração, não exercem eles mesmos nem direta nem indiretamente função de exploração.
Trata-se de trabalhadores que: I) não dispõem de meios de produção e de trabalho; 2)
vendem sua força de trabalho para poder sobreviver; 3) são objeto da extração de uma
proporção do produto de seu trabalho, e 4) não possuem formação de nlvel superior. De
acordo com a natureza e forma concreta como os indivíduos realizam seu trabalho, distingue-se dois diferentes subconjuntos: a) proletariado típico; e b) proletariado não-típico. No
primeiro caso, trata-se de trabalhadores que desempenham atividades diretamente vinculadas
com a produção e o transporte de mercadorias (pedreiros, operários, motoristas) enquanto
que ao segundo grupo pertencem aqueles assalariados que somente têm relação indireta com
a produção (bancários, trabalhadores de escritório, funcionários públicos).
Por último, a classe denominada subproletariado inclui todos os agentes sociais que
desempenham uma atividade predominantemente não assalariada, em geral instável, com a
qual obtém salários e/ou rendimentos inferiores ao custo mínimo da reprodução da força de
trabalho. A esta classe pertencem:
a) os agentes que possuem simples artefatos ou instrumentos rudimentares para
desempenhar seu trabalho. Este setor caracteriza-se por operar com uma produtividade
marcadamente inferior à dos padrões vigentes, devendo vender sua escassa produção a
preços que não alcançam, em geral, a retribuir o trabalho invertido nem recuperar parte
do valor - capital transferido às mercadorias. Este grupo não forma parte da pequena
burguesia tradicional, pois carece da solvência necessária para manter sua atividade
econômica em uma escala de reprodução simples;
b) os agentes sociais que não possuem meios de produção e que se inserem em ocupações
não assalariadas, predominantemente instáveis, que não exigem qualificação alguma. Este
grupo encontra-se integrado por vendedores ambulantes, trabalhadores em serviços
domésticos, engraxates, e outros;
c) os agentes sociais que não possuem meios de produção e que, pela natureza do ofício
que desempenham, transitam constantemente entre ocupações por conta própria e
ocupações assalariadas não qualificadas, como os serventes da construção e
empregados domésticos.
Enquanto que a classificação de Bronfman e Tuiráns inclui tanto as classes e frações
agrícolas como não-agrícolas, o presente estudo limitou-se a famílias urbanas, das quais
apenas 3,2% dependiam primariamente de agricultura. Estas foram incluídas nas classes ou
frações não-agrícolas. Outro aspecto a destacar é a inserção da classe dos trabalhadores na
indústria da construção civil, que sofreu alterações em relação ao modelo utilizado no México,
conforme está detalhado no Anexo 2.
Foram consideradas como não classificáveis, 74 famílias (1.4%), pois nos questionários
constava apenas que os chefes de família eram pensionistas, estudantes ou donas-de-casa.
ANEXO 2
ALTERAÇÕES EM RELAÇÃO À PROPOSTA DE BRONFMAN E TUIRÁN*
As modificações realizadas no modelo de Bronfman e Tuiráns são de natureza técnica e
não teórico-metodológica, e referem-se, principalmente, a algumas variáveis que não estavam
disponíveis, já que a adaptação da classificação original foi feita após a coleta de dados do
estudo longitudinal de Pelotas (15, 16). Outras modificações deveram-se às particularidades
da formação econômico-social de Pelotas.
Ressalta-se que estas modificações não descaracterizam a proposta daqueles autores, nem
introduzem vícios que levam a ambigüidades na discrição de classe da pessoa de maior renda
na família. Ao contrário, o modelo adaptado tem a vantagem de evidenciar que com um
menor número de variáveis é possível chegar a uma operacionalização mais concisa de classe
social, mais facilmente reproduzível e utilizável. Portanto, o presente modelo mantém um alto
poder de discriminação de diferenciais, de saúde-doença na população, sem cair em
simplificações.
A seguir, estão descritas as alterações realizadas.
1. Em relação às variáveis.
Em Pelotas, não foram consideradas as seguintes variáveis:
a. Para as pessoas que trabalhavam por conta própria:
localização e tamanho do estabelecimento, propriedade de máquinas, instrumentos e
instalações de trabalho.
b. Para os assalariados: tamanho do estabelecimento e separação entre formação
profissional e tipo de posto de trabalho.
c. Para empregadores: nível de responsabilidade na função, tipo de ocupação e
propriedade de estabelecimento, maquinaria e instrumentos.
2. Em relação às características da formação econômico-social. Em Pelotas, foi
criado um
fluxo específico para classificar os trabalhadores na construção civil. Isto ocorreu em
função das características da indústria da construção civil em nosso meio, onde há uma
alta rotatividade de mão-de-obra entre os serventes, que tanto podem trabalhar na
construção como em outros setores de atividade, dependendo das oscilações do
mercado. Por isso os serventes foram classificados como subproletários. Já os oficiais
(pedreiros, azulejistas, encanadores, parqueteiros, mestres-de-obras, e outros) são
profissionais bastante disputados no mercado, geralmente encontrando-se em atividade
durante todos os meses do ano, pois quando não estão empregados em obras de maior
porte, trabalham em reformas ou em pequenas obras. Em função disso, foram
classificados como proletários típicos.
No México, esses trabalhadores foram agrupados juntamente com outros
assalariados na indústria, sendo classificados como proletários típicos.
Além disso, em Pelotas não foi utilizado um esquema exclusivo para o setor agrícola,
por este apresentar um número inexpressivo, que não justificava sua classificação em
separado. Os assalariados agrícolas foram incluídos no proletariado típico, pois, nessa
região, as relações sociais de produção no campo são tipicamente capitalistas. Os
pequenos proprietários agrícolas foram incluídos na pequena burguesia tradicional, e os
grandes proprietários na burguesia. Na classificação utilizada no México, há um quadro
específico para as classes sociais agrícolas.
3. Em relação aos critérios de descrição de classe.
a. Para os assalariados, no México, a distinção entre nova pequena burguesia e
proletariado (típico e não típico) é feita com base na responsabilidade no serviço
(alta/baixa), enquanto que em Pelotas considera-se a formação (universitária/não-universitária) e o tipo de função exercida (diretiva/não-diretiva).
b. Para os empregadores, em Pelotas, a distinção entre burguesia, nova pequena
burguesia e pequena burguesia tradicional leva em conta apenas três variáveis (renda
do chefe de família, número de empregados e formação). Ao passo que no México,
a primeira variável não foi considerada, sendo usadas além das duas últimas, outras
que não eram disponíveis em nossos dados.
4. Em relação a denominação das classes resultantes. "Subproletariados" foi
a
denominação utilizada para o que foi chamado no México de "força de trabalho livre
não-assalariada".
Em Pelotas, no "proletariado típico" está agrupado o proletariado típico tanto de
estabelecimentos maiores quanto de estabelecimentos menores.
ANEXO 3
DEFINIÇÕES DE TERMOS UTILIZADOS NA PRESENTE CLASSIFICAÇÃO
1. Estabelecimento. Foi definido como a existência de área construída que se destina
exclusivamente ao exercício da atividade, podendo ser na residência ou não. Por
exemplo, um armazém ou uma oficina mecânica que ocupam uma dependência da
residência são considerados como estabelecimentos. Por outro lado, doceiras que
utilizam a cozinha da residência ou costureiras que têm seus instrumentos de trabalho em
dependências também utilizadas para outros fins, são classificados como sem
estabelecimento. Além disso, os veículos automotores usados para o exercício
profissional, como táxis e caminhões de transporte de mercadorias, também são
considerados estabelecimentos.
2. Conhecimento de ofício. A diferenciação entre indivíduos com e sem conhecimento de
oficio foi feita tendo como base o tipo de ocupação. São incluídas aquelas que exigem
anos de experiência, cujo aprendizado requer muito tempo, ou então cursos técnicos de
nível médio. Como exemplo de ocupações que exigem conhecimento de oficio podemos
citar eletrotécnicos, marceneiros e azulejistas. Exemplos de ocupações sem
conhecimento de ofício seriam peões da construção civil, trabalhadores na limpeza de
vias públicas, ascensoristas, e outros.
3. Indivíduos com formação universitária. São aqueles que possuem curso universitário
completo e exercem funções relacionadas com sua área de conhecimento. Por exemplo, um
engenheiro civil, que seja proprietário de um armazém ou cuja ocupação principal seja a de
representação comercial, não será enquadrado nesta definição.