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Psiquiatria Infantil


TESTE DE RECONHECIMENTO OLFATIVO EM ADOLESCENTES: um estudo preliminar

 

TESTE DE RECONHECIMENTO OLFATIVO EM ADOLESCENTES: um estudo preliminar

 

            (Olfactory perception test  in adolescents: a preliminary study)

 

                                                                                                          F.B.Assumpção Jr.(*)

                                                                                                          S. Adamo (**)

 

(*) Professor Livre Docente do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, professor do programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde da Universidade de Campinas

            (**) Fonoaudióloga

Endereço para correspondência: R. Otonis 697; V. Clementino; São Paulo; SP; Brasil; 04025-002; tel.(11) 5579-2762


RESUMO

 

            Os autores avaliam 125 adolescentes com idades entre 11 e 17 anos de idade, provenientes de escola estadual da cidade de São Paulo, através de uma bateria de 12 odores diferentes.

            Em um primeiro momento foi pedida a identificação dos mesmos sem nenhum estímulo facilitador, imediatamente após pediu-se sua identificação a partir de 4 alternativas para cada um e 25 dias após, os mesmos foram reapresentados sem nenhum estímulo facilitador.

            Os dados foram analisados a partir do teste t e da análise de variância (ANOVA) sendo observado pequeno índice de reconhecimento na primeira exposição, reconhecimento total com as 4 alternativas apresentadas e reconhecimento parcial, superior a primeira apresentação, 25 dias após. Não se observaram diferenças quanto à idade e alguns dos odores foram mais facilmente reconhecíveis que outros.

            Conclui-se que a nomeação dos odores depende de aprendizado mesmo que as diferenças entre eles seja percebida. Da mesma forma, o aprendizado mostra-se importante para a estocagem das informações, o que é percebido na apresentação 25 dias após.

            Embora o teste não possa ser utilizado a partir de um ponto de corte que defina normal e patológico, pode ser utilizado para avaliar diferentes populações com problemas neuro-psiquiátricos para, gradualmente, se estabelecer padrões de normalidade.

 

UNITERMOS: Percepção olfativa. Adolescência.

 

 

ABSTRACT

 

            The authors interview 125 11- to 17-year-old teenagers from public state school in the city of São Paulo, testing a 12 different smell battery.

            It was first asked to identify them without any facilitating stimulus, and immediately after that it was asked their identification from 4 alternatives for each smell, with another presentation of the stimulus 25 days after, without any facilitating stimulus.

            Data was analyzed by T test and variance analysis (ANOVA). A little recognizing index was observed on first exposition, with total recognition with the 4 alternatives presentation and partial recognition, higher than by the first exposition, 25 days after. There were no differences due to their age and some of the smells were more easily recognizable than others.

            The conclusion is that smells nomination depends on learning even if differences between them are perceived. In the same way, learning shows its importance to data storage, what is perceived on the 25-day after presentation.

            Although the test cannot be used through a cut point which defines normal and patologic, it can be used to evaluate different neuropsychiatric disordered populations, to gradually establish normality patterns.

 

KEY WORDS: Olfactory perception. Adolescence.

 

 

 

TESTE DE RECONHECIMENTO OLFATIVO EM ADOLESCENTES: um estudo preliminar

 

 

                                                                                                          F.B.Assumpção Jr.

                                                                                                          S. Adamo

 

INTRODUÇÃO

            A função olfativa, embora de extrema importância em muitas espécies animais, é pouco valorizada e estudada na espécie humana em função das funções visuais e auditivas serem mais importantes em nossa estrutura de vida. Entretanto, o homem é capaz de distinguir diferentes odores, embora essa sua capacidade seja pequena quando comparada a outras espécies animais.

            O sentido do olfato depende do epitélio olfativo, que contém receptores neurais, células especializadas, que projetam cílios responsáveis pela detecção de diferentes odores, embora os mecanismos de ativação desses seja pouco conhecido.

            A adaptação olfativa, proveniente do próprio Sistema Nervoso Central, é grande, sendo o cheiro percebido em um primeiro momento e após, não mais sendo sentido (1). Assim, a qualidade e a intensidade da percepção do cheiro depende do estado anatômico do epitélio nasal bem como do Sistema Nervoso Central e periférico (2). Os odores são  memorizados a partir do próprio processo de aprendizado, sendo fatores importantes na seleção alimentar e em processos e experiências emocionais (3;4). Assim, podemos dizer que existe um aprendizado de odores, relacionado diretamente às experiências individuais podendo eles, inclusive, alterar estados afetivos, sendo relacionados com comportamento social e sexual. Existem assim, dados importantes a partir dos quais podemos dizer que as memórias evocadas através de odores são distintas de outras evocações devido a sua potência emocional (3)

A identificação dos odores declina com a idade, não sendo a habilidade na sua diferenciação diretamente ligada a intensidade dos mesmos (5).

Ao avaliarmos a percepção olfativa estamos verificando a identificação de odores, sua discriminação e a memorização dos mesmos após um aprendizado.

Assim, a acuidade olfativa varia de pessoa para pessoa, e é afetada por diferentes doenças, relacionadas a diferentes áreas do Sistema Nervoso Central ( p.ex.: anosmia enquanto alterações em nervo olfativo, alucinações olfativas ocorrendo em quadros epilépticos – 4).

Considerando-se que muitas doenças psiquiátricas apresentam disfunções cognitivas passíveis de alterar a estocagem e a interpretação dos estímulos, alguns trabalhos foram estruturados visando verificar alterações na função olfativa. Assim, testes de olfato foram realizados em indivíduos com Síndrome de Down visando não só o reconhecimento mas também a avaliação de uma memória olfativa de curto prazo (6), observando-se alterações nessa percepção. Da mesma forma, pacientes com esquizofrenia mostraram queda no reconhecimento olfativo quando comparados a grupo controle, mesmo levando-se em consideração a disfunção cognitiva bem como as dificuldades de atenção envolvidas (7).

Pensando-se na possibilidade de melhor estudar essa função senso-perceptiva em algumas doenças psiquiátricas na infância que apresentam alterações cognitivas e que apresentam dificuldades no estabelecimento de significados, é que partimos da idéia de, como primeiro passo, padronizar na amostra infanto-juvenil, um instrumento que possa servir de parâmetro para essas avaliações futuras.

 

 

METODOLOGIA

            Foram avaliados 125 adolescentes de ambos os sexos, com idades entre 11 e 17 anos e 11 meses, provenientes de escola de 1o. e 2o. graus da cidade de São Paulo, freqüentando entre a 5a. série e o 3o. colegial.

Não apresentavam nenhuma doença psiquiátrica nem otorrinolaringológica. Nenhum era fumante.

            Foram submetidos a doze estímulos olfativos, inicialmente fornecidos sem nenhuma sugestão quanto a sua identificação, observando se os adolescentes os identificavam, nomeando-os adequadamente.

Posteriormente foram fornecidas quatro alternativas para cada estímulo, visando verificar se os odores eram identificados e associados a uma das respostas, padronizando-se as mesmas em função de conhecimento do estímulo.

Finalmente, os mesmos estímulos foram apresentados à mesma população, 25 dias após, sem alternativas de identificação, visando-se avaliar a memória olfativa de longo prazo.

            Os doze estímulos escolhidos (Canela, Terebentina, Limão, Café, Chocolate, Rosa, Óleo de pinho, Menta, Abacaxi, Gasolina, Sabonete e Alho) foram preparados por farmácia de manipulação, em diluições de acordo com a possibilidade de percepção e identificação.

            A escolha de parte dos aromas foi feita baseada no “The smell identification test” de Doty, Marcus e Lee (8) embora esse instrumento seja destinado a pessoas adultas e utilize adesivos com os odores, o que consideramos impraticável em nosso meio, razão pela qual preferimos o uso de soluções.

Alguns dos odores foram substituídos em função de parecerem pouco identificáveis em nosso meio (tiner) ou de difícil obtenção de maneira padronizada (cebola, banana e fumaça). Foram substituídos alguns deles ( banana, tiner, cebola e fumaça por café, pinho, menta e alho).

            Todos os sujeitos deram seu consentimento para aplicação, bem como seus pais e a escola envolvida.

Para análise comparativa das idades e momentos de aplicação do teste, criamos escala numérica correspondente a soma dos acertos para cada pessoa. Essa escala numérica variou de 0 (nenhum acerto) a 12 (acerta todos).

Calculou-se a seguir média, desvio padrão utilizando-se teste t para diferenças significativas entre resultados e análise de variância (ANOVA)

O teste de ANOVA (Análise de Variância) é indicado quando se quer comparar 3 ou mais grupos de informações com nível de mensuração numérica, amostras  independentes e/ou repetidas e deseja-se saber se em médias, os grupos são diferentes. Pode-se testar mais de 1 efeito com um único modelo. Neste caso, temos os efeitos de idade e momento. O momento é considerado como medida repetida e a idade independente (9).

O nível de significância utilizado foi de 5%.

 

 

RESULTADOS

 

            De acordo com os procedimentos adotados, encontramos os seguintes resultados:

 


 

Média

3,08

10,95

8,12

Desvio-padrão

1,23

1,08

2,01

Tamanho

125

125

125

 

Tabela I - Médias e desvios-padrão por momento da avaliação.

 


 

 

Efeito

F

Significância de F

Resultado

Momentos

913,370

<0,0001 *

Diferentes

 

Tabela II – Análise de variância (ANOVA) entre os diferentes momentos de avaliação.

 

 


 

As comparações múltiplas resultaram nas seguintes hierarquias:

 

Estatística

Sem Estímulo

Com Estímulo

Depois (sem estímulo)

Resultado

Média

3,08

10,95

8,12

 

Desvio-padrão

1,23

1,08

2,01

Sem Estim. < Com Estím. > Depois

Tamanho

125

125

125

 

 

Tabela III – Hierarquia entre resultados por momentos de aplicação do teste

 


 

 

 

 

canela

terebentina

limão

Café

chocolate

rosa

óleo pinho

menta

abacaxi

gasolina

sabonete

alho

 

 

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

Sem

Ausente

127

91,4

138

99,3

105

75,5

21

15,1

104

74,8

136

97,8

132

95,0

89

64,0

116

83,5

25

18,0

94

67,6

28

20,1

Estímulo

Presente

12

8,6

1

0,7

34

24,5

118

84,9

35

25,2

3

2,2

7

5,0

50

36,0

23

16,5

114

82,0

45

32,4

111

79,9

Total

Total

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

 

 

canela

terebentina

limão

Café

chocolate

rosa

óleo pinho

menta

abacaxi

gasolina

sabonete

alho

 

 

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

Com

Ausente

55

39,6

25

18,0

11

7,9

0

0,0

7

5,0

34

24,5

1

0,7

2

1,4

6

4,3

2

1,4

5

3,6

5

3,6

Estímulo

Presente

84

60,4

114

82,0

128

92,1

139

100,0

132

95,0

105

75,5

138

99,3

137

98,6

133

95,7

137

98,6

134

96,4

134

96,4

Total

Total

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

139

100,0

 

 

canela

terebentina

limão

Café

chocolate

rosa

óleo pinho

menta

abacaxi

gasolina

sabonete

alho

 

 

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

Depois sem

Ausente

69

55,2

77

61,6

28

22,4

11

8,8

47

37,6

83

66,4

77

61,6

38

30,4

21

16,8

4

3,2

28

22,4

2

1,6

Estímulo

Presente

56

44,8

48

38,4

97

77,6

114

91,2

78

62,4

42

33,6

48

38,4

87

69,6

104

83,2

121

96,8

97

77,6

123

98,4

Total

Total

125

100,0

125

100,0

125

100,0

125

100,0

125

100,0

125

100,0

125

100,0

125

100,0

125

100,0

125

100,0

125

100,0

125

100,0

 

Tab. IV – Resultados por tipo de odor. Análise qualitativa.

 

 

 


 

Em todas as idades o comportamento foi de aumento significativo no número de acertos entre o momento sem estímulo e com estímulo (onde o acerto é quase total) e queda significativa entre os momentos com estímulo e depois de 25 dias sem estímulo. Entretanto, o nível de acerto neste último momento fica acima do obtido inicialmente sem estímulo (Tabs. I e III).

Considerando cada momento e comparando-se as idades, temos que, tanto sem estímulo como com estímulo para identificação, o nível de acerto é constante ao longo das idades sendo discretamente maior na idade de 17 anos. No momento de aplicação do teste após 25 dias, temos pequena queda em 15 e 16 anos, porém a idade de 17 anos também é aquela com maior acerto. (Tab. I,II,III)

Considerando-se a diferença de percepção entre os adores avaliados, alguns deles como café, gasolina e alho (80% ou mais de acerto) já são bastante identificados logo no primeiro exame sem estímulo. Entretanto, quando apresentados com alternativas, todos alcançam um bom número de acertos, sendo canela (60%) e rosa (75%) os cheiros com menores índices e  café aquele com maior (100%) (Tab. IV).

A avaliação após 25 dias mostra o aprendizado, uma vez que em nenhum dos odores,  o índice de acerto ficou abaixo do inicial (sem estímulo identificatório) (Tab. I,II,III).

 

 

DISCUSSÃO

            A olfação é de extrema importância na identificação de situações diversas (como por exemplo situações poluentes ou de perigo). Entretanto, poucos são os estudos a ela referentes, principalmente com referência a interface com as questões psiquiátricas decorrentes de aprendizado e de significação dos estímulos.

            Para a execução desses possíveis projetos, instrumentos devem ser utilizados.

            O “Smell Identification test”, em que pese sua eficácia, já mostrada em diferentes trabalhos (7;10;11,12) é de difícil acesso em nosso ambiente, não somente por sua apresentação ( com grãos encapsulados em adesivos) como por alguns dos odores por ele propostos não nos parecerem de conhecimento usual de nossa população.

            Assim, optamos por partir de seu princípio porém utilizando odores e apresentações diferentes que facilitassem sua utilização em nosso ambiente, conforme já especificamos acima.

            Os resultados aqui obtidos não mostraram variações significativas relativas a idade, sendo passível de utilização a partir da idade proposta de 11 anos, uma vez que não observamos alterações até os 17 anos, a não ser um discreto aumento no reconhecimento dos est~imulos apresentados pela população com essa idade. Esse era um fato esperado uma vez que o processo de nomeação dos odores apresentados, a exemplo de outras formas perceptivas, depende não somente da propriedade do mesmo mas também das relações existentes entre o estímulo e a resposta bem como da utilização das palavras adequadas, dependentes diretamente de seu uso e familiaridade.

            Assim, embora o teste não nos pareça permitir a avaliação do reconhecimento dos estímulos olfativos (seus escores numa primeira aplicação sem alternativas  facilitadoras, foram bastante baixos - 3,08 +/- 1,23), nos pareceu capaz de discriminar estímulos diferentes pois sua apresentação, associada a alternativas, mostrou diferenças significativas apontando que os indivíduos estudados eram capazes de reconhecer os diferentes odores apresentados (10,95 +/- 1,08) em sua totalidade, mesmo que, num primeiro momento, não soubessem nomeá-los.

            Também foi útil na avaliação da memória olfativa (memória de longo prazo) uma vez que 25 dias após a primeira avaliação, ao serem apresentados aos mesmos odores sem as alternativas para identificação, eram capazes de reconhecer (8,12+/- 2,01) os estímulos,  mostrando o aprendizado e a memorização permanente. Assim, da mesma forma que estímulos visuais ou auditivos, a memorização parece depender da familiaridade do contato com o estímulo e do aprendizado do mesmo (13).

            Podemos dizer assim que, a exemplo de Larsson (14), embora nem todos os dados por nós obtidos reforcem suas afirmações, que:

1)      a memória para odores comuns não é resistente ao esquecimento ( conforme pudemos verificar com os resultados obtidos 25 dias após a primeira aplicação),

2)      o conhecimento semântico específico, decorrente do nível de familiaridade é diretamente relacionado ao reconhecimento dos odores ( conforme observamos entre a primeira aplicação e a última),

3)      quando a nomeação dos odores é controlada, as diferenças no seu reconhecimento desaparece entre as diferentes faixas etárias ( conforme pudemos observar em nosso estudo.

            Dessa maneira, embora não acreditemos ter em mãos um teste que permita avaliar maior ou menor acuidade olfativa, impossibilitando o estabelecimento de um ponto de corte, temos um primeiro estudo que permitirá comparar, posteriormente, amostras diferentes de indivíduos nessa faixa etária, com diferentes doenças, quer a nível sensorial quer a nível cognitivo.

            O fato de outras populações terem sido estudadas, por outros autores, de maneira similar (15;16) sugere-nos que possamos utilizar a mesma escala para compararmos resultados e estabelecermos, gradualmente, os níveis de normalidade e anormalidade em crianças e adolescentes em nosso meio. 

 

 BIBLIOGRAFIA

 

 

(1) Guyton & Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 9a. ed.; Ed. Afiliada; p.614-617; 1991

 

(2) Machado, A. Neuroanatomia funcional. Rio de Janeiro; Atheneu; 2000

 

(3) Herz, R. Are Odors the best cues to memory. Olfaction and taste XII. An International Symposium.Anal of the New York Academy of Sciences; 855:670-674. 1998

 

4) Dodd,J; Castellucci,VF. Smell and Taste: the chemical senses IN Kandel,ER; Schwartza,JH; Jessel,TM. Principles of Neural Science; New Jersey; Prentice-Hall International Inc.; 1991; p.512-529

 

 

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 (6) Warner, MD; Peabody, CA; Flattery, JJ; Tinklenberg, JR. Olfactory deficits and Alzheimer’s disease. Biol Psychiat 21:116-118; 1986

 

(7) Dotty,RL; Frye,RE; Agrawal,U. Internal consistency reliability of the fractionated and whole University of Pennsylvania Smell identification Test. Perception & Psychophysics 45(4):381-384; 1989

 

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(10) Doty,RL; Marcus,A; Lee,WW. Development of the 12-item Cross-Cultural Smell Identification Test (CC-SIT). Laryngoscope; 106:353-356;1996

 

(11) Doty,RL; Shaman,P; Dann,M. Development of the University of Pennsylvania Smell Identification Test: A Standardized Microencapsulated Test of Olfactory Function. Physiology & Behaviour; 32:489-502; 1984

 

(12) Doty,RL; Newhouse,MG; Azzalina,JD. Internal consistency and short-term test-retest reliability of the University of Pennsylvania Smell Identification Test. Chemical Senses 10(3):297-300; 1985

 

(13) Cycowicz,YM; Friedman,D; Rothstein,M; Snodgrass,JG. Picture naming by young children: norms for name, agreement, familiarity and visual complexity. J Exp Child Psych 65(171-237; 1997

 

(14) Larsson,M.; Backman,L. Semantic Mediation of age-related deficits in episodic recognition of common odors. Olfaction and taste XII. An International Symposium.Anal of the New York Academy of Sciences; 855:675-680. 1998

 

(15) Doty, RL. The Smell identification Test. Administration Manual. New Jersey; Sensonics; 1995; 17 p.

 

(15) Frye,RE; Schwartz,BS; Doty,RL. Dose-related Effects of Cigarette Smoking on Olfactory Function. JAMA; 263(9): 1233-1236; 1990