De 17/08/2007 a 07/12/2007
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LOCAL:
Instituto de Psicologia
Bloco G - Anfiteatro
Av. Prof. Mello Moraes, 1721
Cidade Universitária - São Paulo |
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ORGANIZAÇÃO
Thiago de Almeida
IPUSP - PSC - CPDD
COORDENAÇÃO
Prof. Dr. Francisco Baptista Assumpção Jr.
IPUSP - PSC - CPDD
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REALIZAÇÃO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
PRÓ-REITORIA DE CULTURA E EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA CLÍNICA
CPDD CENTRO DE PESQUISAS DOS
DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO |
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MUITO ALÉM DO JARDIM
No filme escolhido como ponto de partida para a
discussão conheceremos a história de Chance, um
jardineiro de um velho morador deWashington que jamais
havia saído da mansão em que trabalhava. Identifica-se
nesta personagem um homem ingênuo, que passa a sua
vida inteira cuidando de um jardim e assistindo televisão,
seu único contato com o mundo. Ele nunca entrou em um
carro, não sabe ler ou escrever, não tem carteira de
identidade, resumindo: não existe oficialmente. Dedicado,
só entendia de flores e cuidados com as plantas. Quando
seu benfeitor falece, Chance é obrigado a desbravar o
agreste mundo exterior. Como não possuía nenhuma
malícia, muitas pessoas inescrupulosas se aproveitam de
sua inocência, até que conhece um casal rico, que o adota
como hóspede, descobrindo em seus simples
conhecimentos botânicos profundas estratégias políticas
e comerciais.
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DESEJO SEXUAL
Há mais de quatro décadas, Masters e Johnson
formularam o ciclo de resposta sexual, definindo a
seqüência de eventos que constituem o ato sexual. Esse
ciclo foi, então, caracterizado pelas etapas: excitação,
platô, orgasmo e resolução. Poucos anos depois, Helen
Kaplan redefiniu essa seqüência, defendendo o ciclo:
desejo, excitação, orgasmo e resolução.
Portanto, nos anos 1970, o desejo sexual ganhou
destaque como "gatilho" para outras fases da relação
sexual, tanto em homens como em mulheres. Sua
ausência ou deficiência corresponderia à disfunção do
desejo sexual.
Desde 2000, no entanto, essa concepção vem sendo
questionada por Rosemary Basson, que preconiza ser o
desejo sexual feminino resultado de estímulo, raramente
ocorrendo de forma espontânea e anterior à excitação
sexual.
Essa hipótese vem se firmando e gerando estudos para
uma redefinição do que seja déficit de desejo sexual.
Nesse sentido, a presença de sofrimento agregado ao
baixo desempenho parece ser fundamental.
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‘ASAS DO DESEJO’ E A NEUROSE
MANIQUEÍSTAS NOS RELACIONAMENTOS
Uma peculiar disputa entre o divino e o efêmero,
focalizando o maniqueísmo que permeia a existência
humana. Essa é a tônica da premiada reflexão de
Wenders sobre a existência humana. “Asas do desejo”
(Der Himmel ünder Berlin, de 1987), apresenta dois anjos
que perambulam por Berlim (ainda dividida), à cata de
almas aflitas e à beira da transição final. Sobrevivem,
incólumes, às tensões humanas que se identificam com a
Berlim ainda fragmentada, uma zona de tensão e desejo.
No entanto, um deles se encanta com a trapezista (tão
“alada” quanto ele) e deseja se tornar um humano finito,
para tocá-la e experimentar as alegrias (e o sofrimento) de
cada dia mortal. Um anjo caído (Peter Falk, ex-
“Columbo”), que soube fazer a transição entre os mundos,
estimula a empreitada. Então, o perfeito, afinal, embora
ideal dos humanos, não atende as necessidades dos
“perfeitos imortais”?
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Datas previstas, cronograma e programação do evento:
Programação de cada encontro:
Coffee Break
8h30 Abertura: Professor Associado Prof. Dr. Francisco Baptista Assumpção Jr.
8h35 Exposição do filme do dia
10h15
10h45 Debate com convidado
11h45 Espaço aberto para perguntas dos participantes |
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Assista aos vídeos das palestras |
Descrição dos filmes, temas relacionados e debatedores propostos para cada encontro: |
1º Encontro - 17/08/2007
Filme: “O Oitavo Dia”
Palestra: “Síndrome de Down & Sexualidade:
estereotipias, mitos e realidades”
Tema: Estereotipias da Educação especial
Debatedora: Profa. Dra. Fátima Elisabeth Denari (DPsi/PPGEes/UFSCar)
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2º Encontro - 31/08/2007
Filme: “Do luto à luta”
Palestra: “Deficiência: um assunto de família”
Tema: Sexualidade e Deficiência Mental
Debatedora: Profa. Dra. Leila Salomão de La Plata
Cury Tardivo (IP- USP/PSC)
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3º Encontro - 14/09/2007
Filme: “Murderball”
Palestra: “Voltando a viver o prazer sexual -
Superar conflitos e viver intensamente por um
futuro melhor”
Tema: Inclusão sexual da pessoa com deficiência
Debatedora: Fabiano Puhlmann (Instituto
Paradigma)
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4º Encontro - 28/09/2007
Filme: “Asas do desejo”
Palestra: “‘Asas do desejo’ e a neurose
maniqueístas nos relacionamentos”
Tema: Sexualidade e neurose
Debatedora: Profa. Dra. Evelyn
Kuczynsky (HC-FMUSP)
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5º Encontro - 05/10/2007
Filme: “Muito além do jardim”
Palestra: “Muito além do jardim”
Tema: Sexualidade e psicose
Debatedora: Dr. Arthur Kaufman (IPQ-FMUSP)
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6º Encontro - 19/10/2007
Filme: “Gaby uma história verdadeira”
Palestra: “Diferentes olhares para o diferente:
possibilidades através das imagens”
Tema: Transtornos do desenvolvimento retratados
pela imagem
Debatedora: Profa. Dra. Célia Regina Rossi
(Unesp Rio Claro - e Araraquara)
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7º Encontro - 09/11/2007
Filme: “O enigma de Kaspar Houser”
Palestra: “Desejo Sexual”
Tema: Desejo Sexual
Debatedora: Profa. Dra. Carmita Helena Najjar
Abdo (IPQ - FMUSP)
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8º Encontro - 28/11/2007
Filme: “Enxergando através do amor”
Palestra: “Considerações sobre a sexualidade
da pessoa com deficiência sensorial”
Tema: Sexualidade e Deficiência Sensorial
Debatedora: Profa. Dra. Ana Cláudia Bortolozzi
Maia (UNESP Baurú)
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9º Encontro - 30/11/2007
Filme: “Malpertuis Estranhas Fantasias”
Palestra: “Malpertuis: uma análise simbólica”
Tema: Sexualidade e delírio
Debatedora: Profa. Dra. Ceres Alves de Araújo
(PUC SP)
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10º Encontro - 07/12/2007
Filme: “Loucos de Amor”
Palestra: “O Estado da arte das pesquisas em
amor e sexualidade para os autistas”
Tema: Autismo e manifestações amorosas na
sexualidade
Debatedora: Prof. Thiago de Almeida
(IP- USP/ PSC) Sem vídeo |
SÍNDROME DE DOWN & SEXUALIDADE:
ESTEREOTIPIAS, MITOS E REALIDADES
A sexualidade faz parte da dimensão humana, com
todas as suas particularidades e nuances e sua
manifestação dá-se, também, nas pessoas tidas
como deficientes mentais, por exemplo, aquelas
com Síndrome de Down.
Do proibido ao permitido, há um entendimento de
que as manifestações sexuais destas pessoas não
constituem problemas, em si: tais problemas são os
desconhecimentos, preconceitos, medos que
perpassam pelas nossas deficiências na área
sexual, ora permitindo, ora proibindo sua
manifestação, com base em critérios efêmeros,
paradoxais, quase sempre discutíveis.
O surgimento dessasmanifestações não deveria ter
um caráter patológico e nocivo, desencadeando
tumultos, fantasias. Contrariamente, deveria ser
algo esperado e necessário ao processo de
desenvolvimento merecendo, pois, educação e
orientação adequadas. Estas ações poderiam
diminuir, drasticamente, os riscos de exploração e
abuso sexual além de diminuir a incidência de DSTs
e gravidezes indesejadas.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE A SEXUALIDADE
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA SENSORIAL
O fenômeno da deficiência é compreendido como
uma diferença que representa desvantagens sociais
e, neste sentido, costuma-se generalizar as
limitações impostas pela deficiência a vários
aspectos da vida, incluindo a sexualidade.
No caso das deficiências relacionadas à audição e à
visão, os aspectos biológicos da sexualidade
desenvolvem-se, potencialmente, do mesmo modo
que em não-deficientes sensoriais; possíveis
disfunções sexuais podem ocorrer em ambos os
casos.
No entanto, nas condições psicológicas e sociais
vigentes, existem fatores que desfavorecem o
estabelecimento de relações afetivas, amorosas e
sexuais, pois a sociedade entende o deficiente de
maneira preconceituosa, gerando nessas pessoas
uma dificuldade de corresponder aos padrões de
desempenho sexual esperados.Os limites impostos
a essa população dificultam, para ela, viver uma
sexualidade plena e satisfatória.
Oferecer uma orientação sexual adequada às suas
especificidades nos parece o maior desafio para
colaborar para o entendimento da sexualidade e das
deficiências no cenário de umasociedade inclusiva.
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MALPERTUIS: UMA ANÁLISE SIMBÓLICA
À luz da abordagem junguiana, pretende-se uma
compreensão do significado simbólico da obra do
diretor Harry Kumel. As mitologias em geral e em
especial a mitologia grega têm sido estudadas como
fonte de conhecimento sobre a estrutura da psique e
sobre o mundo. Cada divindade pode traduzir
expressões de realidades arquetípicas e sua
"experiência de vida" pode explicar tipos de
relacionamento, conflitivas, doenças e muitas vezes
soluções para dificuldades.
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O ESTADO DA ARTE DAS PESQUISAS
EM AMOR E SEXUALIDADE PARA OS AUTISTAS
Embora haja um consenso de que o autismo,
enquanto um dos Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento, seja um mau funcionamento do
sistema nervoso central, este continua a ser um tema
de pesquisa intrigante. Todavia, um problema com o
qual nos defrontamos é a crença, predominante em
nossa cultura, de que o autismo é meramente um
reduto para um conjunto de patologias relacionadas à
doença e à incapacidade.
Assim, a idéia de que autistas, possam manter
relações afetivo-sexuais não é culturalmente aceita,
preferindo-se ignorar e fazer desaparecer do
imaginário coletivo tais manifestações para esta
população. Percebe-se, então, que a escassez de
informações sobre os processos inerentes ao
autismo, tem auxiliado amanutenção de preconceitos
e, conseqüentemente. Trouxe muitas estagnações
das atividades afetivo Relacionais das pessoas com
tais características, sobretudo, dadas às imposições
de seus cuidadores. Dessa forma, diversos são os
desafios dos portadores de deficiências para o
exercício positivo de suas sexualidades, além da
questão orgânico-cognitiva.
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DEFICIÊNCIA: UM ASSUNTO DE FAMÍLIA
Essa apresentação focalizará o tema da família e do
deficiente. O título foi extraído de Vash (1988)
deveremos refletir sobre a família, em especial, os
pais em relação à deficiência do filho. Desde o
momento da noticia e ao longo do desenvolvimento,
abordaremos as dificuldades e as possibilidades de
aceitação, entendida como um processo. Nesse
sentido, abriremos espaço para pensar na
sexualidade do deficiente como decorrente do
processo de crescimento.Ao discutirmos as reações e
dificuldades dos pais, abordaremos também as
necessidades das crianças com deficiência, como
qualquer criança em desenvolvimento (Winnicott,
2000). Consideramos esse um campo onde o
psicólogo tem uma função. A partir de dados mais
gerais e de discussão de casos, vamos abordar as
deficiências: do filho com uma deficiência, dos pais, de
não saberem como lidar e viver com um filho que não é
o que eles esperavam.
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