Márcio Candiani
12 de julho de 2007
 
AUTISM SPECTRUM AND NEUROIMAGING-SISTEMATIC 
REVIEW
 
CANDIANI, Márcio[1]
 
Os transtornos do espectro autista, primeiramente descritos por Kanner (1), em 1943, apresentam como características principais os comportamentos restritos e repetitivos, além do prejuízo na socialização e comunicação. Os sintomas são mais evidentemente percebidos por volta dos 3 anos de idade, com regressão de aspectos importantes do desenvolvimento neuropsicojotor e piora dos sintomas aos 6 anos. Em 70% dos casos há retardo mental associado e em 33%, convulsões (3). Sua prevalência é de4 1,2/10000 a 30,8 por 10.000 (4 e 5). Está entre os transtornos neuropsiquiátricos com maior importância genética já demosnstrada.. Há 30 anos têm sido feitos diversos estudos de neuroimagem, após a percepção de aumento do perímetro cefálico em autistas: 25% apresentavam o perímetro cefálico com percentil maior do qu 97 e os achados de macrocefalia ocorreram também nas autópsias. Filipek (6) fez um importante achado neuropatolópgico. Muitos estudos de Neuroimagem foram feitos sem controle de idade e QI, o que implica vários “cofounders” fatores.
 
OBJETIVO – rever a literatura sobre neuroanatomia funcional do espectro autista
 
MÉTODOS – Revisão utilizando o Medline de todos os artigos de 1966 a maio de 2003 utilizando as seguintes palavras-chave: “parieto-temporal lobe”, “autism”,” cerebellar hemisphere volumes” and “neuroimaging”. Foram encontrados 107 artigos, dos quais foram selecionados os mais relevantes de acordo com o objetivo.
 
RESULTADOS –
1) Aumento do Volume Cerebral (Spark, 7)
2) Aumento do Ventrículo Lateral, temporal e parietal (8), mas não do do lobo frontal
3) Aumento dos ventrículos laterais em jovens autistas em 3 estudos recentes de neuroimagem, Courchesne (9),.
4) Crescimento do cérebro sem seguir um “guia”, segundo Courcherne (9)
5) Cerebelo (responsável pela integração motora e cuja lesão implica em redução das escolhas executivas e comportamento social e alterações do afeto Courscherne e outros mostraram hipoplasia do vérmix em 87%
6) Gânglios basais (responsáveis por comportamentos estereotipados e rituais vistos no Transtorno Obsessivo Compulsivo e na síndrome de Tourette). Sears (10) mostrou aumento do Caudato, mas não do putâmen e globo pálido., controlando idade e QI.
7) Alterções no corpo caloso, implicando em prejuízo na comunicação interhemisférica; Redução do volume do corpo calos, mostrado por Egas e Piver
8) Aumento do Lobo Parietal adjacente ao corpo caloso, Piven e Filipek
9) Sistema Límbico: constituído por lobo temporal, hipocampo e amigdala, responsável pela memória e funções afetivas .
a. Sem redução no hipocampo
b. Amígdala sem alterações, responsávvel por habilidades cognitivas e gravidade dos sintomas
i. Aumento do volume em autistas mais idosos e de alto funcionamento e em autistas jovens de auto funcionamento
ii. Redução em autistas mais velhos e de baixo funcionamento
10) Hipoperfusão dos Lobos temporais em crianças autistas
11) A tarefa de percepção de faces não estimula o giro fusiforme nos autistas, como ocorre nas pessoas normais
12) Redução volumétrica do lobo frontal (funções executivas
13) Redução do fluxo no giro prefrontal medial esquerdo e giro cingulado anterior, mostrado no SPECT (comunicação e socialização)
 
CONCLUSÕES – Recentes achados sugerem que o tamanho da amígdala, hipocampo e corpo caloso estariam anormais. Há, assim, provavelmente, alguma anormalidade na rede neural envolvendo o córtex fronto-têmporo-parietal, o sistema límbico e o cerebelo na fisiopatologia do autismo. Novas pesquisas devem ser feitas com neuroimagem, pois há “bias” envolvendo a metodologia de alguns estudos.
 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
 
1.Kanner, L. Autistic disturbances of affective contact. 
Nerv Child 1943;2:217-250
2.Courchesne E. Infaltile autism. Part 1: Mr imaging 
abonrmalities and their neurobehavioral correlates. Int Pediatr 1995; 
10:141-154
3.Gillberg C, Coleman, M. The Biology of Autistic 
Syndromes. London: MacKeith Press; 1992.
4. 
Bryson SE. Brief Report: epidemiology of autism. J Autism Dev Disord 
1996; 26:165-167
5.Madsen Km, Hviid A, Vestergaar M, et al. A population-based study of measles, mumps & rubella Vaccination and autism. N Engl J Med 2002; 347: 1477-1482
6. 
Filipek Pa. Neuroimaging in the developmental disorders: the state of the 
science. J Child Psychol Psychiatry 
1999;40:113-128
7.Sparks BF, Friedman Sd, Shaw DW, et al. Brain 
structural abmnormalities in young children with autismo spectrum disorder. 
Neurology 2002;59: 184-192
8. 
Piven, J ArndS, Bailey J, Andreasen N. Regional brain enargement in autism a 
magnetic resonance imaging study. J AM Acad Cdhild Adolesc Psychiatry 
1995; 35: 530-536
9.Courchesne E, Karns CM, Davis HR, et al. Unusual brain 
growth patterns in early life in patients with autistic idsorder; an MRI study. 
Neurology 2001; 57-245-254
10. 
Sears LL, Vest C, Mohamed S, Bailey J, et al. An MrI study of the basal ganglia 
in autism. Prog Neuropsychopharmacol Biol Psychiatry 1999; 23: 
613-624