ANO NOVO
Francisco B. Assumpção Jr.
A entrada de um novo ano nos leva quase que obrigatoriamente a pensar nos projetos e possibilidades para o ano que se inicia.
Assim, deveríamos imaginar que aquelas coisas que maior importância tem na nossa vida seriam aquelas que mais freqüentemente seriam objetos de nossa reflexão e de nosso interesse. Entretanto, o fato de algo participar de maneira direta e constante do nosso cotidiano faz com que, na maioria das vezes, não pensemos sequer um momento nelas, imaginando que normalmente as coisas ocorrerão da melhor maneira possível como se fosse o óbvio e inevitável.
Os filhos, usualmente, encontram-se nessas condições.
Por fazerem parte indissolúvel de nossa existência, normalmente pensamos que nos preocuparmos com eles consiste somente em pagarmos as contas referentes a sua instrução e, quando muito, na programação de férias que deverão fazer.
Entretanto, o início do ano deveria trazermos algumas considerações a respeito de nossos filhos.
Como eles estão nas suas escolas.? O ter passado de ano não significa que eles estejam bem. A questão maior talvez seja se a escola por nós escolhida atende as necessidades deles no que se refere a ritmo de ensino, valores propostos e prazer associado a sua freqüência.
Por outro lado, quanto tempo você dispensou com eles para conversar aqueles problemas que, embora para você não sejam importantes, para eles representam o próprio motivo de sua existência? Embora se diga muito que é importante estar com os filhos, isso não é mensurável a partir da quantidade de horas que se fica junto, mas sim do quanto e como fica. Assim, pense se seu desempenho foi satisfatório no que se refere ao estar com eles.
Nesse preocupar-se com eles, muitos tópicos podem ser considerados. Por exemplo o padrão de regras da casa, os limites estabelecidos (como está a questão da mesada? ), a coerência dos papéis e das normas, o interesse por suas atividades... enfim todo o padrão de relacionamento que pode ) e deve) ser considerado para que possamos, neste balanço de final de ano, verificarmos um dos mais (senão o mais) importantes papeis de nossa existência, o de ser pai.