APÊGO DA CRIANÇA
Francisco B. Assumpção Jr.
Pergunta: Meu filho de 2 anos é muito apegado a mim, não fica dois minutos sozinho no quarto ou na sala sem vir me procurar. Como sou separada, quando foi passar um mês com o pai, não mostrou estar sentindo nem um pouco a minha falta. Quando falo com ele ao telefone, rapidamente se desinteressa. Isso é normal?
Resposta: A criança de 2 anos está em um período de socialização familiar no qual, paralelamente a presença da mãe (que ainda continua a pessoa mais importante desse processo) inclue outros elementos de sua família, entre eles o pai.
A presença materna, justamente por ser a mais importante, dá a criança sentimentos de segurança e apoio que fazem com que, ela procure estar sempre próxima.
Com seu crescimento, gradativamente ela vai percebendo que essa segurança pode persistir mesmo na sua ausência física, o que não significa abandono nem perda. Principalmente se ela permanece junto a outro membro da família, com o qual tem vínculos afetivos, como o pai ou outros parentes.
Por outro lado, o fato de não viver junto com o pai faz com que essa oportunidade seja (se acompanhada de boas experiências na relação) valorizada e, por isso, aparentemente não demonstre a falta que você espera.
Vale lembrar que, em um processo de separação conjugal, muitas vezes o ciúmes ou a disputa entre as partes, faz com que esperemos que a criança se posicione ao lado de um deles, o que não é útil nem necessário.
Pense para verificar se, mais do que um problema de seu filho, que pode estar simplesmente desfrutando da presença do pai com quem não pode conviver cotidianamente, o problema não é seu que se sente privada do interesse constante dele.