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Data original: 24/06/2007 - 21h35
da Folha Online
Especialistas médicos rejeitaram neste domingo uma controversa proposta para designar o "vício" em videogames como uma desordem mental da mesma ordem que o alcoolismo, durante debate no encontro anual da Associação Médica Americana.
Eles afirmaram que são necessários mais estudos antes de considerar o uso excessivo desses jogos eletrônicos --um problema que afeta 10% dos jogadores-- como uma doença mental.
Um comitê de influentes psicanalistas propôs que o "vício" em videogames fosse listada como uma doença mental na compilação oficial utilizada pela Associação Psiquiátrica Americana em seus diagnósticos. Antes, no entanto, dos debates sequer começarem, o comitê que fez a proposta recuou de sua posição.
O próprio comitê fez uma recomendação para que a Associação Psiquiátrica Americana considere a mudança mas somente na próxima revisão de seu manual de diagnósticos, prevista para 2012.
Enquanto o uso ocasional de videogames não prejudica a saúde e até pode ajudar em alguns casos de autismo, especialistas consideram que os extremos podem interferir em áreas da vida tão fundamentais como o trabalho, a higiene pessoal e mesmo a alimentação.
"Trabalhar com esse problema não é diferente de trabalhar com pacientes alcoólatras. É a mesma negação, a mesma racionalização, a mesma inabilidade em largar o vício", afirma Thomas Allen, médio da Osler Medical Center em Towson, Maryland.
Louis Kraus, da Academia Americana de Psquiatria da Criança e do Adolescente, afirmou que ainda não está claro até que ponto videogames são viciantes.
"Não é necessariamente uma questão de causa e efeito. Pode haver certas crianças que têm uma característica compulsiva para fazer o que fazem", disse ele.
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