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Notícias
A dama da inclusão

Por: Correio Braziliense

13 de setembro de 2010

Quem foi Dorina Nowill?
A dama da inclusão

Kleber Sales/CB/D.A Press


Perseverança e força de vontade são palavras que podem ser usadas para falar de Dorina Nowill. Ela perdeu a visão aos 17 anos, mas não quis nem saber de parar de estudar. Pelo contrário, foi a primeira aluna cega que se matriculou numa escola comum, em São Paulo. O caminho estava cheio de obstáculos, literalmente. Os espaços não eram adaptados para receber deficientes e os profissionais não estavam preparados.

A partir daí, sua vida foi uma luta constante para a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Com algumas amigas, criou em 1946 a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que em 1991 passou a ser chamada Fundação Dorina Nowill Para Cegos. A iniciativa foi uma das primeiras na produção de livros em braille, na distribuição gratuita dessas obras para deficientes visuais e no desenvolvimento de técnicas mais modernas para que o cego consiga ler, como livros falados e vozes sintetizadas no computador.

Em sua luta, conseguiu que a educação dos cegos fosse regulamentada em lei. Dedicou-se a implantação da primeira imprensa braille de grande porte no Brasil e participou da criação do Departamento de Educação Especial para Cegos, na Secretaria da Educação de São Paulo. Entre os anos de 1961 e 1973 dirigiu o primeiro órgão nacional de educação de cegos no país. Em 1979, foi eleita Presidente do Conselho Mundial dos Cegos. E falou na Assembleia Geral da ONU, durante as comemorações do Ano Internacional da Pessoa Deficiente, em 1981.

Maurício de Sousa se inspirou em Dorina para criar uma nova personagem da Turma da Mônica, a Dorinha. A menina cega usa óculos escuros, tem uma bengala e só anda com seu cão guia, chamado Radar. A tirinha mostra que Dorinha é uma criança como as outras e pode interagir com elas mesmo sem enxergar, pois é capaz de sentir o mundo com os outros sentidos (tato, olfato, audição e paladar). Em agosto de 2010, aos 91 anos, Dorina Nowill faleceu de parada cardíaca.


Correio Braziliense de 11.09.2010
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